quarta-feira, 24 de setembro de 2014

19 mitos e verdades sobre natação

Desvendamos os principais mitos sobre o esporte. Confira!

A natação é considerada por muitos um dos esportes mais completos e também mais complexos e rodeado de mitos! Se você quer começar a se aventurar no mundo das piscinas, confira essas dicas:

1. Ao nadar, você não precisa beber água porque já está dentro dela.
FALSO: “Isso não é óbvio nem para profissionais de Educação Física”, diz Guilherme Moscardi, responsável pela educação corporativa técnica da rede de academias Runner. O corpo também transpira na água ao realizar exercícios de longa duração e a partir de intensidade moderada. “Acontece que, por se estar com o corpo molhado, não percebemos o suor”. Moscardi explica que, se o treino for de curta ou média duração e intensidade de moderada a fraca, uma pré-hidratação é suficiente (300 ml a 600 ml de 15 min a 30 min antes). “Se for um treino mais prolongado ou de alta intensidade, invariavelmente o praticante sentirá sede e precisará se hidratar.”

2. A melhor maneira de progredir nadando é treinar seis vezes por semana. Quanto mais você treinar, melhor.
FALSO: Isso faz sentido para pessoas cujos treinos são de alto volume. Mas para quem pratica duas ou três vezes por semana, alternar os estímulos pode fazer mais diferença do que passar a nadar os outros dias. Uma sugestão é encaixar outras atividades durante a semana, como corrida, ciclismo, musculação, Pilates, CrossFit etc. “A ideia de que quanto mais, melhor, não se aplica nem para intensidade nem para volume de treino. Investir apenas no aumento de intensidade e volume é o caminho mais comum para lesões, tanto para praticantes regulares quanto para atletas de alto rendimento. Todo ciclo de treinamento precisa incluir períodos de compensação/descanso”, alerta Morscardi.

3. Nadar faz com que o corpo libere endorfinas, que geram sensação de bem-estar.
VERDADEIRO: Sim, o corpo libera adrenalina e endorfinas, principalmente em treinos mais intensos. Além do efeito resultante do aumento da secreção de endorfinas, dois outros fatores colocam a natação na frente de praticamente todas as outras atividades físicas. Primeiro, o estímulo muscular é diferente do de qualquer modalidade praticada fora da água. Exatamente por ser praticada na água, a força que é aplicada é diretamente proporcional à força de resistência que se recebe. Em outras palavras: se o nadador empurra a água levemente, a resistência da água contra esse movimento será baixa. Ao contrário, se o movimento da mão na água for intenso, a resistência da água contra esse movimento será muito maior.O bem-estar é resultante do fato de a tração do corpo ser proporcionada pelos braços, somado à alta resistência da água. O resultado disso gera tração, mas ao mesmo tempo estimula o relaxamento articular pós-treino. “Exatamente o contrário do que acontece na caminhada, corrida, jogos com bola e até mesmo musculação.”

4. A velocidade de nado pode ser de duas a duas vezes e meia mais lenta  depois que você empurra a parede.
FALSO: Nadadores profissionais conseguem atingir ritmo superior ao ritmo de nado empurrando a parede. Praticantes comuns devem procurar apurar a posição do corpo, braços e cabeça para ter, ao menos, o mesmo ritmo de nado. “É muito comum praticantes medianos aproveitarem os impulsos das bordas para descansar.” Em provas de piscina, as viradas fazem extrema diferença no resultado.

5. Se você quer nadar o mais rapidamente possível, aumente o número de braçadas.
FALSO: Esse é um tema muito controverso na natação. Aumentar o número de braçadas para completar os 25 m ou 50 m normalmente é resultado da perda de eficiência mecânica e, consequentemente, do aumento do tempo necessário para percorrer a distância. “Para nadar o mais rapidamente possível, é fundamental melhorar a eficiência mecânica e encontrar o ritmo perfeito para o estilo de nadar de cada um.” Vale lembrar que número de braçadas depende do estilo do nado de cada pessoa, do biotipo e da envergadura (a distância de uma mão à outra com os braços abertos). “Alguns atletas nadam mais rapidamente com menos braçadas por piscina”, conta.

6. Para fazer a tração dentro da água, a mão começa movendo-se devagar e, pouco a pouco, acelera até o final da braçada.
VERDADEIRO: A braçada sofre uma aceleração da fase inicial para a fase final, que é a mais rápida. “Para cada nado há uma regra e um motivo, mas, sim, a fase final de todas as braçadas é mais acelerada que a fase inicial”. Moscardi diz que para o nado crawl e o costas, que exigem rolamento de tronco, a força do movimento do braço é somada ao rolamento do tronco e a aceleração é natural. “No nado peito e borboleta, que envolvem a respiração frontal, a necessidade de elevar a cabeça e manter o nado no melhor ponto de inércia possível obriga o praticante a acelerar a braçada.”

 7. Para manter um bom condicionamento, o ideal é fazer ciclos de cinco meses e meio, com duas semanas de descanso ativo e/ou passivo.
VERDADEIRO: Nadadores normalmente seguem modelos parecidos com esse. A fisiologia mostra que só é possível ter dois picos de potência por ano. Assim, os picos são programados para acontecer nas principais competições do ano, pois ninguém consegue manter o mesmo nível de condicionamento físico e muscular durante o ano todo. “Agora, para quem nada apenas para cuidar da saúde e da forma física, é mais fácil e simples variar a intensidade e o volume (número de metros nadados).”

8. Nadadores de longa distância ou de travessias nunca treinam velocidade.
FALSO: Eles treinam muito menos velocidade do que os velocistas. Mesmo os nadadores fundistas precisam variar os estímulos para treinar todos os sistemas metabólicos e os tipos de fibra para ter um bom resultado.

9. Os treinos de velocistas de 50 m, 100 m e 200 m são, em sua maior parte, em intensidades muito altas.
PARCIALMENTE VERDADEIRO: A maioria dos velocistas treina mais velocidade e mais explosão. No entanto, a maioria dos treinos de todos os nadadores é feita em intensidades moderadas. “Nenhum velocista superespecialista em 50 m faz 50% do treino de trabalhos de velocidade ou potência. É menos do que isso.”

10. Quanto mais abdominais você fizer por dia, mais rapidamente será capaz de nadar.
FALSO: Os movimentos de natação, como a pernada de borboleta e mesmo as pernadas de crawl e costas, são excelentes trabalhos abdominais. “Muito provavelmente um praticante de musculação que faça muitos abdominais terá seu abdômen esgotado antes de ter completado 200 m de pernada de borboleta em decúbito ventral (barriga para cima) com nadadeiras médias ou grandes. Nadadores que têm bom trabalho de pernas, somado ao movimento de rolamento do tronco, que estimula bastante os oblíquos, terão o conjunto de músculos abdominais muito mais fortes do que a maioria dos praticantes de qualquer outra modalidade esportiva. Até a respiração contra a resistência da água exige muito mais do músculo transverso abdominal do que fora d’água. “Fazer natação e treinar bom batimento de pernas proporcionará um excelente condicionamento do conjunto abdominal. Não o contrário.”

11. Se você tem escoliose, o ideal é nadar com um palmar.
FALSO: Para alguns casos, a natação pode ser coadjuvante do tratamento. Para outros, pode ser contraindicada. Basta pensar que se você tem uma escoliose de grau mais avançado, o desvio tenderá a ser acentuado porque é muito mais fácil respirar para o lado que deveria ser evitado. Usar o palmar em uma das mãos ou nas duas dependerá muito mais da recomendação do fisioterapeuta do que de uma decisão do profissional de Educação Física.

12. Se você for nadar com nadadeiras, quanto menor o comprimento desse acessório, melhor. Você melhorará a força das pernas sem perder a coordenação correta da pernada.
FALSO: Quanto maior a “pala” da nadadeira, maior a resistência e, consequentemente, maior estímulo de força. “No entanto, é preciso ter muita atenção ao modelo da nadadeira. As de natação são específicas e sua engenharia favorece o bom posicionamento dos pés durante as pernadas, o que não acontece, por exemplo, quando se usa uma de mergulho.”

13. Para nadar bem, você tem de treinar pernas por, pelo menos, 50% do seu volume de treino.
FALSO: É preciso treinar condicionamento e posicionamento das pernadas em todos os nados, mas determinar que deva ser 50% do volume de treino o tornará chato e desmotivante, uma vez que fazer apenas pernas reduz muito o volume nadado no mesmo intervalo de tempo.”

14. A natação é o melhor esporte para qualquer problema nas costas.
FALSO: Para algumas patologias nas costas, nadar pode até ser prejudicial, mas só um ortopedista poderá dizer. “Basta lembrar o constante movimento de cabeça que o nado exige. Se a pessoa tiver algum problema na cervical (pescoço), a natação pode até não ser recomendada.”

15. Nadar a uma determinada velocidade com um pull-buoy é mais simples que nadar sem ele.
FALSO: Isso só vale se o praticante tiver uma deficiência em sua técnica de pernada. Nadadores com pernada eficiente jamais nadarão mais rápido com o pull-buoy.

16. Natação é contraindicada para quem tem sobrepeso.
FALSO: Até pessoas com sobrepeso considerável conseguem se movimentar muito melhor na água do que fora dela. “Pessoas com sobrepeso deveriam, inclusive, fazer seu primeiro trabalho aeróbio dentro da água para evitar todo o estresse que os quilos a mais causarão em suas articulações. Se você souber nadar, a dica é: volte a nadar logo.” Mas, atenção: aulas para iniciantes costumam ter um gasto calórico muito baixo e, até que a pessoa aprenda a nadar e consiga um consumo de energia considerável, pode ser melhor começar a se exercitar pela bicicleta ou pelo elíptico.

17. Natação não sobrecarrega as articulações, especialmente a dos joelhos.
FALSO: A natação sobrecarrega menos, mas dizer que não sobrecarrega é um erro. “É muito comum alguns problemas nos joelhos em nadadores de nado peito, por exemplo. Já nos nados de pernada alinhadas (crawl, costas e borboleta), a sobrecarga articular é bem pequena”, diz o professor.

18. Nadar 1 000 m equivale a correr 5 000 m.
VERDADEIRO: Em termos de gasto calórico e tempo para executar o exercício, a afirmação pode ser considerada verdadeira.

19. Se você sofre com uma lesão na lombar, o melhor é nadar crawl e costas e evitar o peito e o borboleta.
VERDADEIRO: Isso é válido principalmente para praticantes regulares sem uma técnica muito apurada.

Fonte: http://www.sportlife.com.br/esporte/mitos-e-verdades-sobre-natacao - Foto: Thinkstock

Nenhum comentário:

Postar um comentário