quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Benefícios dos exercícios físicos no combate às cefaleias

Pacientes com enxaqueca são orientados a realizar exercícios físicos.Mas é possível tirar proveito daqueles com maior efeito analgésico

Uma pesquisa realizada pela neurologista Thaís Rodrigues Villa, membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), e pela fisioterapeuta Michelle Dias Lopes dos Santos concluiu que a prática de atividade física, associada ao uso de medicamentos utilizados para o tratamento preventivo da enxaqueca, pode ter efeito positivo no tratamento de indivíduos com enxaqueca crônica. A comprovação científica atesta um hábito recente dos consultórios, a orientação para a prática de exercícios. “Todos os nossos pacientes que sofrem desse incômodo são aconselhados a fazer atividade física. Estudos mostram que ela ajuda no controle da dor, melhorando o funcionamento dos mecanismos internos da analgesia”, diz o médico Marcelo Ciciarelli, presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe).

Aumento da tolerância

O mecanismo principal dos exercícios físicos no controle da dor é a redução da atividade do sistema nervoso autônomo, principalmente o sistema simpático, que é responsável pela liberação de adrenalina, gerando vasoconstrição e contração da musculatura. “O relaxamento por meio de atividades físicas favorece a reversão das mais diversas respostas físicas exibidas pelo corpo quando há situações-gatilho para cefaleia”, explica João Sabbag, neurologista do Hospital Vita Batel (PR). Exercícios aeróbicos, principalmente os que aumentam o tempo inspiratório, que fazem crescer o volume de oxigênio trocado pelos pulmões, mostram benefícios por elevar consideravelmente a quantidade de oxigênio disponível para o cérebro e a musculatura, proporcionando mais tolerância à dor.

Terapia de apoio

Em caso de dores decorrentes de tensões musculares na região cervical, o alongamento de algumas musculaturas que se originam na base do crânio pode aliviá-las. O exercício aeróbio também auxilia, com a diminuição do estresse e aumento da oxigenação cerebral. “A liberação hormonal (endorfina e serotonina) ocorre naturalmente, no decorrer do exercício, e promove um relaxamento geral da musculatura, além da sensação de bem-estar”, esclarece o educador físico e professor de musculação do Espaço Stella Torreão (RJ), Marcus Vinícius Mattos. É importante lembrar que a prática regular de atividade física serve como prevenção e não como tratamento da dor de cabeça.

Sendo assim, o exercício físico consiste em um apoio ao tratamento, e não uma solução definitiva. Deve ser orientado por profissional capacitado e, se possível, acompanhado com dieta equilibrada, que vai prover o corpo de nutrientes para a prática desportiva.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/bem-estar/beneficios-dos-exercicios-no-combate-as-cefaleias/3591/ - Texto: Douglas Galan / Foto: Shutterstock / Adaptação: Clara Ribeiro

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