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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Beijar meus bichinhos de estimação pode me trazer doenças?


Entenda quais cuidados são necessários ao dar carinho para seus animais de estimação

 

O mundo ao nosso redor (e dentro de nós) é povoado por microrganismos. A maioria deles é benéfica, mas muitos representam um risco. Para explicar como um microrganismo causa doenças e responder à pergunta do título desse artigo, precisamos entender quatro conceitos:

 

Inóculo: para causar uma doença, o microrganismo precisa entrar no corpo em uma quantidade grande o suficiente - isso é chamado inóculo. É como se fosse um exército atacando um país. Dez soldados seriam esmagados pela patrulha da fronteira, mas, se vierem em 100.000, é provável que consigam invadir.

 

Virulência: se esse invasor for mais virulento, é pior (esse termo pode até parecer com vírus, mas se refere a qualquer microrganismo). É como se não fosse um simples soldado, mas um agente especializado, com capacidade de causar um grande estrago no país invadido.

 

Imunidade: o país invadido tem suas defesas. São os soldados, capitães e generais responsáveis pela vigilância e que se organizam gerando diferentes respostas. Às vezes, conseguem eliminar o invasor e fazer com que ele nunca mais consiga entrar. É a imunidade, nesse caso, permanente. É o que vivemos em relação à catapora, caxumba, rubéola. É uma resposta muito desejada nas vacinas.

 

Autoimunidade: às vezes, nosso próprio exército nos ataca. Isso se chama autoimunidade e é o que causa uma doença autoimune.

 

Mas o que tudo isso tem a ver com beijar seu pet? Bem, o risco de adquirir um microrganismo que cause doença está em todo lugar: no ar, na água, na comida, nas relações sexuais, no contato com as pessoas e no simples carinho no seu bichinho de estimação. Não é só beijar o animal que pode trazer doenças; VIVER é um risco biológico constante!

 

Para se proteger de uma doença, é preciso "diminuir" o inóculo, ou seja, lavar os alimentos, reduzir o número de parceiros sexuais, tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos frequentemente (ou utilizar álcool em gel) - inclusive depois de tocar seu amigo peludo e mantê-lo limpo é fundamental. E se você resolver beijar seu pet, não o beije na boca, pois o inóculo aí é enorme.

 

Além disso, precisamos nos preocupar com os microrganismos mais virulentos. E a ciência faz isso: as vacinas foram produzidas para gerar imunidade para as doenças mais graves. Então, esteja com as vacinas em dia e vacine seu pet. Você reduzirá muito as chances de contrair várias doenças. Além disso, vermifugue seu pet regularmente e outros tantos problemas serão evitados.

 

Se você adquirir alguma verminose no contato com seus animais, faça o tratamento e se livre dela. A verminose pode trazer problemas graves, mas a sabedoria popular diz que tudo tem seu lado positivo e aqui temos um muito interessante. Estudos mostram que populações que têm mais verminose têm também uma prevalência menor de doenças autoimunes, provavelmente porque a resposta imunológica induzida pelos vermes, de alguma forma, protege contra os distúrbios autoimunes.

 

Por fim, existem estudos que mostram os benefícios psicológicos e sociais da nossa relação com os pets. Beijá-los podem nos trazer doenças? Sim. Mas os cuidados reduzem os riscos e os benefícios são superiores. Nessa balança, o amor entre nós e os nossos pets vence!

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/38142-beijar-meus-bichinhos-de-estimacao-pode-me-trazer-doencas - Escrito por Luciana Leite Pineli Simões


Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento.

Provérbios 2:6


domingo, 11 de julho de 2021

Os animais sentem dor? Saiba identificar para poder ajudar os bichinhos


Nem sempre a dor é perceptível, mas se souber observar o animal, vai entender que ele sente a mesma dor que os humanos sentem

 

Sim, todos os animais vertebrados sentem dor de um jeito semelhante, embora cada espécie tenha seu modo de demonstrar. É mais fácil identificar a dor em animais como cães, gatos, pássaros, vacas, cavalos e outros que emitem som de dor e demonstram, com movimentos, que estão com dor.

 

Mesmo assim, eles não podem falar o que estão sentindo, e muitas vezes não demonstram a verdadeira intensidade da dor que sentem. Então, os humanos precisam saber identificar os sinais de dor para poderem ajudar os animais e evitar grandes prejuízos à saúde deles.

 

A importância de reconhecer a dor nos animais

Assim como nos humanos, a dor nos animais é um sinal de alerta sobre algo que não está bem no corpo. Então, o primeiro ponto de importância em reconhecer que um animal está com dor é saber que há algo errado no corpo dele e que precisa de tratamento.

 

Além disso, saber reconhecer a dor é essencial para que um animal se recupere bem e mais rapidamente de alguma cirurgia ou se comporte com mais tranquilidade quando precisa ser tratado de algum ferimento. Quando sente dor, o animal se movimenta bruscamente e pode abrir pontos cirúrgicos ou causar uma hemorragia.

 

Tem ainda o efeito que a dor provoca nos hormônios. Um animal que está sentindo muita dor libera mais adrenalina e cortisol, hormônios que elevam a pressão arterial, a frequência cardíaca, causam arritmias, diminuição da chegada de sangue na pele e órgãos, aumentam a glicemia e causam outros desequilíbrios que podem virar doenças secundárias.

 

Como identificar a dor nos animais?

A primeira coisa que você tem que pensar é: se esse machucado doeria em mim, provavelmente está doendo no meu animal. Se esse sintoma me faria sentir muito mal ou com dor, provavelmente está causando a mesma sensação no meu animal.

 

A dor é mais óbvia quando o animal sofre um ferimento e não consegue se mover direito, chora de dor ou não deixa você tocar em alguma parte do corpo. Esses são sinais claros de que ele está com muita dor.

 

Mas existem os casos em que o animal está com uma dor menos aguda e vai preferir ficar na dele, bem quieto, descansando e evitando movimentos. Além desse comportamento, o animal vai comer menos, tomar menos água, não vai querer brincar, vai dormir mais e pode ficar mais carente de atenção.

 

O que fazer para ajudar o animal com dor?

Se o seu animal estiver apresentando esse sintomas, leve-o ao veterinário. Os médicos veterinários (principalmente os mais novos e mais atualizados) conhecem uma escala de avaliação da dor com base em aspectos como a postura, o conforto, a vocalização, a mobilidade e a sensibilidade ao toque no animal de cada espécie.

 

Enquanto isso, tome cuidado ao lidar com seu animal. Pegue nele com o mesmo cuidado que pegaria em uma parte machucada do seu corpo ou de alguma pessoa machucada que precisasse da sua ajuda. Tenha delicadeza e faça movimentos suaves.

 

O animal com dor precisa ser diagnosticado e tratado. Enquanto está em tratamento, ele receberá medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios, anestésicos ou antitérmicos para aliviar a dor e prevenir infecções. São medicamentos de uso veterinário, diferentes dos utilizados em humanos, e você deve dar ao seu animal de acordo com a orientação do veterinário.

 

 

Dependendo do diagnóstico, também existem tratamentos para dor feitos com fisioterapia e acupuntura, principalmente em casos de recuperação de doenças, cirurgias ou em casos de dores crônicas, como artrose. Esses tratamentos ajudam a evitar o uso contínuo de medicamentos que podem trazer efeitos colaterais.

 

Fonte: https://www.dicasonline.com/os-animais-sentem-dor/ - por Priscilla Riscarolli - Pinterest

sábado, 21 de março de 2020

Afinal, os animais podem contrair ou transmitir o novo coronavírus?


Nosso colunista explica até que ponto os bichos de estimação correm risco e o que fazer caso o tutor ou alguém da família pegue a Covid-19

A chegada do novo coronavírus ao Brasil despertou muitas dúvidas e preocupações. Inclusive sobre a possibilidade de os animais de estimação pegarem o agente infeccioso causador da Covid-19. Daí a importância de fazer os esclarecimentos com base no que a ciência já descobriu até agora.

Cães e gatos podem contrair um coronavírus próprio de suas espécies. Ele nada tem a ver com a Covid-19 e não é transmitido para o ser humano. Por ora não há evidência de que pets estejam adoecendo pelo novo coronavírus nem que sejam capazes de propagar a doença.

Embora possamos ficar mais tranquilos em relação a isso, é preciso lembrar que, por se tratar de uma nova doença, devemos acompanhar o que as pesquisas sérias estão desvendando. As informações oficiais e atualizadas sobre esses estudos se encontram em boletins como o da World Small Animal Veterinary Association (WSAVA) — entidade na qual os clínicos veterinários de todo o mundo se baseiam hoje.

Agora, se o tutor pegar a doença, ele pode ficar na companhia do seu bicho durante a quarentena? A orientação atual é clara: pessoas infectadas pelo coronavírus devem ficar isoladas e adotar medidas para não transmitir a doença a seus familiares e colegas.

Em tempos de redes sociais e pandemia, a informação circula mais rápido do que nunca e algumas postagens começaram a despertar dúvidas e apreensões. É o caso de celebridades que testaram positivo para a Covid-19 e publicaram fotos suas em companhia dos seus pets.

A blogueira Gabriela Pugliese divulgou recentemente em seu perfil no Instagram que contraiu a doença no casamento da irmã na Bahia e que está se recuperando junto ao seu cão. Na imagem, ela encontra-se com o pet no colo sem proteção.


Outra personalidade, o cantor Di Ferrero, afirmou que contraiu o coronavírus e está seguindo as orientações de restrição e proteção… ao lado de seus cachorros (que não pegariam a doença).

A informação de que os pets não contraem a Covid-19 é correta. Porém, por se tratar de algo novo, entidades como a WSAVA orientam a utilização de luvas e máscaras e a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel antes e depois de ter contato com os animais. Isso serve tanto para a proteção do bicho como para resguardar outras pessoas que convivem com ele.

Na China, um cão de uma tutora com a doença foi testado como fracamente positivo para a Covid-19, o que pode indicar contaminação ambiental. O animal permanece em observação, não apresenta sintomas e os órgãos internacionais de Medicina Veterinária estão acompanhando o comportamento do vírus.

Diante disso tudo, vale repetir: tutores que pegaram o Covid-19 devem evitar o contato direto com seus pets e, ao fazê-lo, é prudente utilizar luvas e máscaras e lavar as mãos antes e depois para proteger o bicho. Essa é uma orientação que vem sendo seguida por hospitais veterinários mundo afora, incluindo instituições de referência — e temos reforçado isso no atendimento do Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo.

Com o objetivo de monitorar o coronavírus, um importante laboratório americano, a Idexx, acaba de publicar que desenvolveu um teste de Covid-19 para pets, já realizado em milhares de animais. A boa notícia: todos deram negativo! Isso reforça a ideia de que pets não contraem ou transmitem o vírus.

Do nosso lado, o dos tutores, não custa aderir às medidas de higiene e proteção pessoal e social. Afinal, nós, humanos, é que estamos mais expostos nessa pandemia.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/pet-saudavel/pets-podem-contrair-transmitir-coronavirus/ - Por Dr. Mario Marcondes - Foto: Fongleon365/iStock

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Como combater a obesidade de cães e gatos


Muitos donos resistem à prevenção à obesidade temendo perder o afeto dos animais ao restringir a comida. Como sair desse dilema?

Pare pra pensar: se você soubesse de algo que encurtaria a expectativa e a qualidade de vida do seu cão ou gato, não tentaria fazer o possível para evitar que esse risco virasse realidade? Pois não sucumbir aos apelos por petiscos e exageros na ração ou à preguiça do bicho de ficar horas e horas deitadão é uma forma de prevenir a morte precoce que vem na esteira da obesidade. O excesso de peso entre os animais de estimação avança e já preocupa na mesma proporção que a epidemia em humanos.

Na virada dos anos 1990 para os 2000, o sobrepeso era uma realidade para 20% dos cães na capital paulista. Mas um estudo recente, publicado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), revelou uma cifra muito mais preocupante: 40% de 286 cães avaliados tinham problemas com a balança na cidade. A situação seria parecida em outras capitais do país, acreditam os especialistas.

Os quilos a mais têm potencial para reduzir em cerca de 15% a expectativa de vida de um cão, o que representa menos dois anos e um mês para raças com média de vida de 14 anos, por exemplo. Além disso, traz impactos negativos para a saúde como um todo, alimentando processos inflamatórios que atingem coração, fígado e articulações, entre outros órgãos.

“Hoje já se sabe que certos tumores também são mais prevalentes em animais com excesso de peso, assim como doenças de pele e respiratórias”, explica Álan Pöppl, vice-presidente da Associação Brasileira de Endocrinologia Veterinária.


Da mesma forma que acontece com a gente, o sobrepeso em cães e gatos é uma combinação de ingestão calórica excessiva e pouca atividade física — embora fatores como castração e o avanço da idade também pesem na balança.

“Existem casos relacionados a disfunções hormonais, como o hipotireoidismo”, observa, ainda, a veterinária Carolina Zaghi Cavalcante, professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

A grande diferença, porém, é que cães e gatos domésticos não podem escolher sozinhos quanto vão comer e se mexer. Precisam contar com os tutores tanto na prevenção como no controle da obesidade. E é aí que mora o maior desafio para os veterinários que lidam com esse fenômeno.

“Tem uma questão cultural muito forte envolvida, porque o dono expressa afeto para o animal por meio dos alimentos e isso influencia no ganho de peso”, analisa Pöppl.

Com os séculos de convivência, os animais também herdaram nossos (maus) hábitos. À medida que os bichos foram deixando os pátios para se refestelarem nos sofás, eles passaram a compartilhar não só o ambiente, mas o apetite por alimentos calóricos e a preguiça para a atividade física.

A ciência já sabe, inclusive, que regiões com maior prevalência de sedentarismo e dieta desequilibrada afetam tanto a balança dos humanos como a dos bichos. Na Espanha, pesquisadores constataram índices de disfunção metabólica parecidos entre humanos e cães obesos que habitam uma localidade considerada pró-obesidade.

Já em São Paulo, a pesquisa da USP desvendou que mais de 75% dos bichos obesos viviam com pessoas que também têm o hábito de beliscar.

O exagero nos snacks próprios para pets ou até comida mesmo está entre os principais patrocinadores do ganho de peso. Vai dizer que você nunca deu um pedaço de queijo ou carne para o animal que fica ao seu lado com cara de pidão?

Só que especialmente os alimentos do cardápio humano escondem armadilhas: um muffin, por exemplo, excede em 32% o total de calorias que um cão necessita por dia. Para um gato, representa um excesso de 130% na energia que ele deve ingerir diariamente — é como se você devorasse 13 pedaços de pizza no intervalo entre o almoço e o jantar. E bolos, biscoitos e afins são mais oferecidos aos bichos do que se imagina.

O que a obesidade pode fazer com órgãos e outros cantos do organismo
Focinho: os animais obesos têm mais dificuldade para respirar, especialmente se possuem focinho achatado. Há risco, inclusive, de colapso da traqueia.

Boca: a doença periodontal, marcada por mau hálito, é mais frequente em animais sem controle da dieta.

Tireoide: numa via de mão dupla, o excesso de peso pode ser causado por disfunções hormonais ou agravá-las. Alguns bichos têm hipotireoidismo.

Articulações: os quilos extras sobrecarregam as juntas e levam à artrose.

Coração: problemas cardiovasculares são bem mais frequentes em animais com sobrepeso.

Fígado: o mais comum é o aparecimento de uma inflamação que compromete esse órgão.

Estômago: diversos tumores estão relacionados ao excesso de gordura no organismo animal.

Sistema urinário: há maior risco de problemas ali, inclusive no controle da urina.

Os fatores de risco da obesidade animal
O problema da falta de conscientização dos tutores é tamanho que raras vezes aparece alguém preocupado com o peso do seu animal de companhia nas clínicas veterinárias.

“Normalmente, eles o trazem para a consulta não para tratar a obesidade, mas porque existem sintomas de doenças associadas, como problemas osteoarticulares ou diabetes”, revela a veterinária Naiana Perobelli, especialista em nutrição e fundadora da marca Bicho Balanceado, que desenvolve dietas sob medida para animais domésticos e tem sede em Porto Alegre e Barueri, na Grande São Paulo.

É preciso estar atento aos fatores que predispõem a engorda, sobretudo com o envelhecimento do pet, já que o metabolismo muda e a tendência a acumular gordura se acentua. Nesse contexto, também exigem cuidados os animais castrados, principalmente as cadelas e os gatos de modo geral. Em ambos os casos, rações especiais podem ser requisitadas para driblar a tendência.

Como deve ser a alimentação dos pets
É diante desse cenário de crescimento da obesidade que se tornaram mais frequentes e necessários os programas veterinários de redução do peso. Fazem parte deles as rações especiais, disponíveis no mercado, cujas fórmulas são de baixa caloria e incluem maior quantidade de proteínas e fibras.

Mas não bastaria usar a ração normal, só que moderando na porção? “Não dá para pegar o alimento comum e reduzir quantidades porque é preciso garantir o aporte correto de nutrientes”, esclarece Ana Cristina Pinheiro, gerente de marketing da Royal Canin Brasil. A marca lançou recentemente a linha Satiety, cuja densidade mais aerada promove a sensação de barriga cheia nos animais.

Saciar a fome sem ultrapassar a quantia estabelecida do alimento nem sempre é simples. Novamente, a postura dos donos influencia bastante, especialmente se o animal é daqueles que abocanham vorazmente um prato de comida ou implora por alimento, passando a impressão de que vive faminto.

“É comum que tutores abandonem o tratamento antes dos seis meses porque acham que o animal vai deixar de gostar deles se reduzirem a oferta de comida”, aponta a professora Carolina, que já experimentou convidar psicólogos para atender pessoas que não conseguem manter seus companheiros nas dietas prescritas.

O uso de comedouros que tornam mais lenta a obtenção da comida também pode ser uma boa saída para aumentar o tempo de ingestão diante da mesma porção. Há vários tipos no mercado, com saliências de alturas diferentes onde se escondem os grãos de ração, que devem então ser caçados pelo cachorro.

Gatos podem achar divertido ter que correr atrás de um brinquedinho onde esteja alojado o alimento. “Assim eles acabam gastando mais energia também”, assinala Pöppl.

A alimentação natural também pode ser uma opção para reduzir a ansiedade nos tutores. Por ser um alimento fresco e não desidratado como a ração, acaba tendo maior volume mesmo em dietas de restrição alimentar.

Mas atenção: nada de montar o prato de seu bicho com dicas da internet ou do livro de receitas da vovó. A prescrição por veterinário ou zootecnista é importante porque o menu natural exige complementação nutricional, cujas fórmulas podem ser manipuladas em farmácias ou compradas prontas.

A decisão sobre a quantidade de comida envolve os objetivos da dieta: quantos quilos a perder e o prazo para atingir a meta. Segundo os experts, a porcentagem ideal de redução de peso recomendada varia de 2 a 5% por mês, mas isso depende de raça, idade e condição do animal.

“O emagrecimento muito rápido pode causar problemas hepáticos, por exemplo. Especialmente para os gatos, a perda de peso tem que ser gradativa”, avisa Naiana.

Outros cuidados para vencer a obesidade
Mudar o hábito de fornecer alimento de forma constante é outro desafio quando o assunto é evitar ou reverter o ganho de peso. Além de contar (se possível) com uma balança para dosar a quantidade, é recomendável estipular porções e horas fixas para oferecer a comida e pôr fim ao hábito dos petiscos.

“Em vez de fornecer um pãozinho ou pedacinho de queijo ou de bolo, sugiro primeiro substituir por algo como um snack zero gordura para pet. Depois, o ideal é retirar”, orienta a professora da PUC-PR.

A proprietária da Bicho Balanceado, Naiana Perobelli, acrescenta que é possível oferecer petiscos vegetais de baixa caloria, como fatias de abobrinha ou chuchu. Outra possibilidade, sugerida pela gerente de marketing da Royal Canin, é utilizar a versão úmida das rações desenhadas para dar mais saciedade como substituto do petisco.

“O animal que sempre comeu ração seca vai entender o novo alimento como algo adicional, e a dose poderá ser calculada dentro da necessidade calórica de cada um”, justifica Ana Cristina.

Além da dieta, estimular o bicho a se mexer é decisivo. Para cães, incrementar as caminhadas diárias ajuda muito. E, pensando nos cachorros pequenos, por vezes até brincadeiras dentro de casa já servem para torrar as calorias. Enquanto isso, os gatos merecem uma repaginada no ambiente, como a inclusão de brinquedos para escalar e se movimentar dentro de casa.

Mesmo animais idosos devem ser estimulados, recorrendo, por exemplo, à hidroterapia. Se o pet estiver muito acima do peso, o veterinário poderá orientar como incluir a atividade física na rotina sem impor riscos.

Outro pilar essencial nessa história é o carinho. De verdade. “Quando o animal pede atenção, imediatamente achamos que está com fome ou deseja comer. Mas não é isso necessariamente. Se já foi fornecida a quantidade de comida necessária, não é fome. O que ele quer é brincar, interagir, receber um afago”, diz Carolina. Eis um convite para surpreender seu amigo com algo que pode ser mais gostoso que um petisco.

O que fazer — e não fazer — para deixar seu pet em forma

Acompanhe o desenvolvimento físico do seu animal com um veterinário desde filhote.
Animais castrados podem exigir dieta especial, pois o metabolismo muda e há tendência ao sobrepeso.
Forneça uma alimentação de qualidade, balanceada e supervisionada por veterinário ou zootecnista.
Estabeleça horários e porções regulares de alimento para cada animal.
Substitua petiscos por atenção, carinho, escovação dos pelos… Desvie a atenção da comida.
Se for impossível não oferecer um petisco, opte por pedacinhos de legumes ou snacks zero gordura.
Nos casos mais complexos, pese a comida antes de servir para evitar excessos.
Recrute os cães para caminhadas regulares; para os gatos, espalhe brinquedos pela casa.
Restrinja petiscos e alimentação fora de hora.
Animais idosos ou com mobilidade reduzida se beneficiam de fisioterapia e hidroterapia.

Fonte: https://saude.abril.com.br/vida-animal/como-combater-a-obesidade-de-caes-e-gatos/ - Por Naira Hofmeister - Ilustração: Amanda Talhari/SAÚDE é Vital

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Como proteger seu animal das doenças causadas por parasitas


Nunca foi tão importante proteger os bichos de estimação de pulgas, ácaros, carrapatos, mosquitos e vermes — e das doenças que eles espalham

Apesar de todos os avanços nos cuidados com os pets e na medicina veterinária, uma corja de inimigos — nem sempre vistos a olho nu — continua azucrinando a saúde dos bichos e levando muitos deles aos consultórios Brasil afora. Falamos de uma quadrilha de parasitas que abrange de pulgas e carrapatos a vermes e outros seres microscópicos. Basta um passeio pelo parque para voltar com um desses ingratos hóspedes.

Pulgas por trás de coceiras e lesões na pele… Verminoses que comprometem o aproveitamento de nutrientes e a qualidade de vida. E, se não bastasse, tem até os vilões alados, os mosquitos, que, principalmente no verão, picam e espalham doenças. Uma das mais ameaçadoras é a leishmaniose, que, até pouco tempo atrás, diante da inexistência de um tratamento e da crença de que era transmitida dos cães para os humanos, fez com que milhares de cachorros fossem sacrificados.

Outros males disseminados por parasitas merecem vigilância. Caso da esporotricose, causada por um fungo que vive em cascas de madeira e epidêmica no Brasil, sobretudo no Rio de Janeiro e nas regiões Norte e Nordeste. As cidades litorâneas e úmidas concentram também mosquitos que, além da leishmaniose, podem transmitir a dirofilariose, outra moléstia de difícil controle.

O quadro geral é realmente sério, mas não há motivo para pânico. A boa notícia é que dá para prevenir e até tratar as encrencas alastradas pelos parasitas. E é isso que você vai aprender a seguir.

Esporotricose, a doença causada por um fungo da pesada
Atenção, donos de felinos que vivem em áreas tropicais, como o Rio de Janeiro: os gatos são as principais vítimas de um fungo fatal. O Sporothrix brasiliensis, principal causador da esporotricose no país e encontrado em abundância em troncos de árvores e no solo, costuma atacar especialmente os gatos que gostam de dar passeios ao ar livre. E, ao serem infectados durante escapadas de casa, eles mesmos se tornam vetores dessa zoonose para seus tutores.

O principal sintoma são feridas na pele do bicho, principalmente no focinho, que podem apresentar uma secreção purulenta, além de queda de pelos, falta de apetite e vômitos.

“É uma micose profunda, que atinge o tecido abaixo da pele e pode migrar para vasos linfáticos e outros órgãos”, detalha a veterinária Juliana Trigo, analista técnica da Ourofino, fabricante de medicamentos veterinários.

A proliferação da esporotricose por aqui tornou o Brasil líder em números de casos no mundo. A constatação é do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ligado à Fiocruz, que diagnosticou cerca de 5 mil felinos com a doença nos últimos 20 anos.

“É o maior registro de casos clínicos em animais publicado em periódicos científicos até o momento”, conta o veterinário Sandro Pereira, chefe do laboratório de pesquisa clínica em dermatozoonoses em animais domésticos da instituição.

A enfermidade não possui notificação obrigatória em todos os estados do Brasil — por isso não se sabe a prevalência nacional. No Rio, porém, os estudos apontam que a micose se tornou um problema de saúde pública, devido ao aumento dos casos em humanos — de acordo com uma pesquisa recente, 95% dos episódios da zoonose ocorreram nos 11 municípios da região metropolitana do estado. “No Nordeste também tem crescido o número de diagnósticos”, alerta Pereira.

A esporotricose afeta diversos animais, incluindo cães, cavalos, porcos e até espécies silvestres. Não se sabe por que os gatos são os mais atingidos — estima-se uma proporção de um cão para 25 felinos. Provavelmente, explica Pereira, seu sistema imunológico seja ineficiente diante do comportamento virulento do fungo.

Para protegê-los, os veterinários recomendam a castração precoce, uma vez que a medida reduz o ímpeto do animal de sair dando voltas por aí.

O tratamento

A esporotricose tem cura quando diagnosticada precocemente. O tratamento com antifúngicos, como o itraconazol (acompanhado ou não por iodeto de potássio) é longo: pode se estender por quatro a seis meses. No período, o tutor deve tomar cuidado para não ser contaminado ao sofrer arranhões e realizar a higienização da cama e dos utensílios usados pelo pet.

Nos casos de evolução da moléstia em que não há mais chances de cura, recomenda-se a eutanásia e a cremação dos corpos.

Pulgas, ácaros e carrapatos, os arqui-inimigos da pele
Sua presença não costuma ser difícil de notar. Por se tratar de parasitas externos e visíveis, pulgas e carrapatos tendem a ser percebidos mais cedo pelos tutores. E mesmo os ácaros, embora microscópicos, produzem reações claras na pele. O fato de serem mais identificáveis, no entanto, não os torna menos problemáticos.

Além de causarem uma série de chateações por si mesmos, pulgas, ácaros e carrapatos também podem ser vetores de outros parasitas. As pulgas tomam conta do corpo do animal tanto a partir do ambiente quanto pelo contato com outros bichos infestados.

Praga comum no dia a dia e nas clínicas veterinárias, provocam coceira, irritação e manifestações alérgicas na pele. Em caso de infestações severas, chegam até a provocar anemia, pois o inseto se alimenta do sangue dos hospedeiros. A pulga ainda pode carregar um verme perigoso, o Dipylidium caninum, causador da dipilidiose, uma doença intestinal.

Os carrapatos também se esmeram em encontrar abrigo e comida na parte externa do organismo. Estão distribuídos em mais de 870 espécies e são temidos pelos prejuízos que causam à pecuária. O tipo mais comum em animais de companhia brasileiros é o carrapato marrom, o Rhipicephalus sanguineus. Embora seja mais frequente em cães, ele também persegue gatos.

A exemplo das pulgas, carrapatos podem levar à anemia, não só por se alimentar de sangue mas por transmitirem um protozoário que ataca glóbulos vermelhos e brancos, causando uma doença conhecida como babesiose.

“É importante lembrar que só 5% das larvas estão no corpo do hospedeiro. O restante está no ambiente ao redor”, observa o veterinário Gervásio Bechara, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. “Muita gente, ao tratar seu animal, acaba fazendo uma prevenção errada: esquece os 95% que estão na casinha, na grama, no cimentado”, alerta. Por isso, precisamos estar atentos aos ninhos do bichinho, que pode se abrigar nas paredes e em locais mais altos, próximos ao teto.

Ácaros, assim como os carrapatos, são aracnídeos, só que invisíveis a olho nu. Sua presença está relacionada aos diferentes tipos de sarna, como a demodécica, a otodécica e a sarcóptica, as mais comuns nos pets.

A principal vilã é a sarna sarcóptica, que, além de altamente contagiosa, pode ser transmitida ao tutor. Diante dela, a pele fica vermelha e com coceira intensa, levando à abertura de feridas e à queda de pelos.

A sarna demodécica não costuma causar coceira nem é transmissível a humanos. Já a otodécica causa forte coceira nas orelhas e vem acompanhada por uma secreção escura — uma forma de identificá-la em seu cão ou gato é se eles estão chacoalhando a cabeça com frequência, uma tentativa de aliviar o incômodo. A despeito do tipo, convém visitar o veterinário.

Proteção tripla

Os últimos produtos lançados pela indústria de saúde animal prometem proteção conjunta contra ácaros, carrapatos e pulgas. “São sprays e coleiras à base de acaricidas químicos”, explica o veterinário Gervásio Bechara.

Elas liberam as substâncias no pelo do animal conforme eles se movimentam. Mas, segundo o professor, mesmo esses métodos não são infalíveis. “Parasitas, especialmente os carrapatos, desenvolvem resistência aos produtos”, diz.

Assim, também vale a pena prezar a higiene nos locais onde o pet passa a maior parte do tempo, evitando a proliferação desses hóspedes indesejados.

Um verme para (não) chamar de seu
Geralmente, a cena é a mesma: o cão, ou o gato, sai para passear e, de repente, encontra fezes velhas alheias. Como quem não quer nada, se aproxima, cheira, sente o gosto e segue explorando o ambiente. Ou talvez nem chegue perto do cocô, mas a grama onde pisa já foi contaminada pelo excremento de outros animais. Nos dias seguintes, lá vêm diarreia, dores e outros sintomas digestivos. Assim funciona o modus operandi das verminoses, um grupo de doenças causadas por parasitas de diversas origens, tamanhos e formatos.

O principal meliante da lista é o Dipylidium, que começa a jornada parasitária usando a pulga como hospedeira intermediária. É por meio da ingestão acidental da pulga que cães e gatos liberam a entrada desse platelminto no seu trato gastrointestinal. Dentro do corpo, o verme achatado pode chegar a 50 cm de comprimento. Os sintomas são diarreia e coceira na região anal, que fazem o animal arrastar o ânus pelo chão.

Para o tratamento da parasitose, o indicado é administrar vermífugos e antipulgas em conjunto. “Dessa forma, evitamos que o ciclo do parasita se complete”, explica a veterinária Cristine Fischer, professora da Universidade Luterana do Brasil, em Canoas, no Rio Grande do Sul.

Os cuidadores também devem dedetizar os locais de descanso dos pets para eliminar as pulgas em estágios menos avançados. Para toda fase da vida dos bichos de estimação, parece que a natureza tem uma verminose feita sob medida.

Os nematódeos do gênero Toxocara, por exemplo, são frequentes em filhotes caninos e felinos de até 1 ano e encabeçam a segunda posição do ranking. Não raro, os bichos acabam infectados por meio da placenta e do leite materno. Cada verme cilíndrico desses pode chegar a 18 cm de comprimento e permanecer no intestino delgado por vários meses.

A toxocaríase provoca atrasos de crescimento, diarreia, barriga inchada e até morte por obstrução ou perfuração intestinal.

O Ancylostoma é outro nematódeo bem recorrente, mas em animais adultos. Esse verme se alimenta de sangue no intestino dos cães e, por isso, provoca diarreia e anemia. As fezes expostas de bichos acometidos podem desenvolver larvas em menos de 48 horas, se houver temperatura morna e alta umidade do ar.

A doença pode ser transmitida apenas pelo contato das patas do animal com o local contaminado. A ancilostomose — ou amarelão — também afeta os humanos.

O verme mais comum em bichos idosos é o Trichuris, que se instala no intestino grosso. Uma forma de identificar seu rastro característico são os pelos feios e quebradiços das vítimas. Os ovos desses nematódeos podem sobreviver em meio à sujeira externa por mais de quatro anos. Manter quintais limpos ajuda a evitar sua proliferação.

Como se defender?

A prevenção é simples, mas pede disciplina: recolha a sujeira deixada pelo seu bicho sempre. Seja no quintal de casa, seja na rua, o cocô exposto é a principal forma de espalhar vermes. Fazer sua parte evita, também, que outros animais sejam atacados.

Caso haja alguma suspeita, o veterinário deve fazer uma avaliação e pedir um exame de fezes.

Mosquitos e perigos no ar
É quando o tempo esquenta que esses insetos voadores fazem a festa. Assim como nos perturbam, trazem problemas para os animais. O mosquito Aedes aegypti, que espalha a dengue entre os humanos, transmite aos cães uma doença grave que afeta o coração, a dirofilariose.

“Se não for tratada, há risco de morte por insuficiência cardiorrespiratória”, alerta o veterinário Ricardo Cabral, da Virbac, farmacêutica especializada em saúde animal.

Os mosquitos anófele e cúlex também podem carregar as larvas da lombriga Dirofilaria immitis, conhecida como “verme do coração”.

Após a picada, as larvas se deslocam pelo sangue até o músculo cardíaco, e o cão começa a ficar ofegante — daí ele perde o pique e fica apático. À medida que a moléstia avança, despontam tosse, perda de peso e convulsões. Comum em regiões litorâneas e úmidas do país, a dirofilariose precisa ser tratada na fase inicial para evitar o colapso do coração.

Os animais que vivem em regiões mais próximas do mar e em algumas áreas rurais também estão mais suscetíveis a outro inimigo alado, o mosquito-palha. Esse inseto pequeno e amarelado — a bem da verdade, não é um mosquito, mas um flebotomíneo — é o vetor do protozoário causador da leishmaniose. De acordo com a Fiocruz, o Brasil é o país que mais concentra espécies de mosquitos-palha no mundo.

Endêmica no país, a doença vem migrando para as cidades com o avanço da urbanização e do desmatamento. “Após o animal ser picado, o protozoário se aloja no interior das células, especialmente nas responsáveis pelo sistema imunológico”, explica Cabral. Felizmente, há uma vacina, aplicada a cada ano e destinada apenas a animais não infectados: havendo contágio, ela impede que a doença se desenvolva.

Um dos grandes desafios hoje é detectar o problema cedo. Os primeiros sintomas são lesões na pele que se confundem com dermatites. Depois vêm vômitos, diarreias e sangramento nas fezes, também comuns a outras infecções. Na dúvida, é preciso procurar o veterinário e lançar mão de exames que flagram o dito-cujo. Quanto antes começar o tratamento, melhor.

Há apenas um remédio contra a doença disponível no Brasil. Além de controlar as manifestações do problema, a medicação evita a corrente de transmissão. A barreira, por ora, é o preço: o menor frasco, de 30 mililitros, custa em média 500 reais.

Até 2016, por causa da carência de um tratamento, os animais infectados eram todos sacrificados. O abate, alegava-se, era uma forma de reduzir a disseminação da leishmaniose nos seres humanos — os cães, porém, não passam a doença aos tutores, são apenas hospedeiros do protozoário.

Graças à ciência e à conscientização, as vítimas do mosquito-palha ganharam uma nova chance de viver — e ao lado da família.

A salvo dos mosquitos

Use repelentes em coleiras ou sprays vendidos em pet shops.
Telas nas janelas da casa evitam a entrada dos intrusos.
Fique alerta durante passeios em regiões úmidas e quentes.
Mantenha quintal, jardins e arredores limpos o ano todo.

Fonte: https://saude.abril.com.br/vida-animal/como-proteger-seu-bichinho-das-doencas-causadas-por-parasitas/ - Por Juan Ortiz, Maurício Brum, Sílvia Lisboa e Stéfani Fontanive - Ilustração: Ana Cossermelli/SAÚDE é Vital

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Banhos em pet shops podem estressar o animal


Alguns bichos entram na maior tensão - e isso pode abalar pra valer seu bem-estar

Tem gente que só descansa mesmo depois de uma chuveirada. Mas, no mundo animal, o hábito muitas vezes está longe de ser relaxante – parece sessão de tortura. Em tese de doutorado pela Universidade de São Paulo, a veterinária Anna Carolina Barbosa Esteves, do Instituto Cimas de Ensino (SP), analisou os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, em 33 cães de dois pet shops. Os resultados apontaram que a presença da substância no sangue subiu 61% logo após o banho e a tosa. “Passar dez minutos assim pode até levar à morte”, alerta Anna. Para evitar desfechos traumáticos, o dono precisa ficar atento a algumas características do estabelecimento. Segundo a pesquisadora, os funcionários devem ter treinamento específico e saber identificar quando o bicho não está legal. Como ele pode necessitar de atendimento, também é bom contar com um veterinário por perto. Agora, para cachorrinhos sensíveis, como os de idade avançada, talvez seja melhor dar o banho em casa.

Dicas para dar banho no pet no seu próprio lar

Verifique a temperatura:  a água deve estar morninha, mais agradável para o animal.

Tenha cuidado com o xampu:  é preciso prestar atenção para que o produto não caia nos olhos do bicho.

Proteja bem os ouvidos: tampe-os com algodão e abaixe as orelhas na hora de enxaguar a cabeça.

Use com cautela o secador: feche os olhos do cão com as mãos para o ar quente não machucá-los.

Fonte: https://saude.abril.com.br/vida-animal/banhos-em-pet-shops-podem-estressar-o-animal/ - Por Thiago Nepomuceno -  Foto: Dorottya Mathe - iStock/)

domingo, 29 de setembro de 2019

Cuide da saúde mental do seu bichinho


Ansiedade, automutilação, agressividade... Entenda os principais problemas de comportamento animal — e saiba como lidar com as emoções deles

Chegava perto do meio-dia de uma sexta-feira e o antropólogo Jean Segata estava prestes a encerrar o expediente na clínica veterinária onde fazia seu trabalho de campo para o doutorado. Localizado no município catarinense de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, o estabelecimento também funcionava como pet shop. O objetivo do estudo era investigar o uso de tecnologias voltadas à saúde e à estética dos animais. Porém, naquele verão de 2009, a tese de Segata tomou um novo rumo.

Uma mulher entrou na sala de espera com uma poodle de 9 anos bastante fraca e desidratada. Pink (nome fictício atribuído na pesquisa) não comia nem bebia água direito, gemia a noite toda, se coçava constantemente e andava meio acanhada. “Outro doutor me disse que ela está com depressão, mas eu não acredito nisso. Minha amiga na contabilidade é depressiva e não se comporta assim”, antecipou a contadora e tutora.

Após avaliar o estado de saúde da cadela, o veterinário responsável recomendou que ela ficasse o fim de semana internada na clínica. Segata acompanhou atentamente a bateria de exames e a aplicação de soro. Feitos os testes de laboratório e descartadas possíveis doenças, o veterinário confirmou as suspeitas iniciais: Pink estava mesmo deprimida.

Mais tarde, o antropólogo descobriria que esse não era exatamente o diagnóstico. Diferentemente da complexa depressão humana, o comportamento depressivo dos animais não configura um transtorno mental em si. Ele é um nome genérico para uma estratégia de proteção, uma reação do corpo a algo que não vai bem.


“Quando o animal fica doente, a depressão é necessária para deixá-lo mais quieto, menos vulnerável. Também é acionada para problemas que, cognitivamente, ele não consegue resolver”, explica o veterinário especialista em comportamento animal Mauro Lantzman, que atua em São Paulo.

Na maior parte do dia, Pink ficava sozinha no apartamento e saía pouco para passeios ao ar livre. Os maus hábitos da cuidadora estavam, assim, se refletindo na cadela. Segala percebeu que os laços entre pessoas e bichos domésticos eram muito mais profundos do que julgava, pelo menos do ponto de vista antropológico. “Nós e os Outros Humanos, os Animais de Estimação” foi o título de sua tese de doutorado, defendida em 2012.

Ainda que a depressão animal seja diferente do transtorno que acomete a nossa espécie, os bichos também podem sofrer de um distúrbio com sintomas parecidos com os do nosso quadro depressivo. É a síndrome de ansiedade da separação em animais (Sasa). Ela afeta 17% dos cães, segundo um estudo da Universidade de Helsinque, na Finlândia, que analisou 3 824 casos de 192 raças diferentes.

Só que, entre os cachorros de apartamento, a prevalência fica acima de 55%, acusa uma pesquisa brasileira, da Universidade Federal Fluminense. A síndrome também maltrata gatos, pássaros, ovelhas, cabras, cavalos e porcos — uma vasta fauna. E era o que a Pink tinha quando chegou ao consultório naquela sexta.

A Sasa consiste em um conjunto de reações que os bichos exibem ao ficar sozinhos ou separados de alguém querido. Seus sinais mais comuns são as vocalizações excessivas, a atitude destrutiva e o comportamento depressivo — ou seja, a depressão em si é mais um sintoma da síndrome.

A confusão também vem do fato de que os medicamentos prescritos tanto para a Sasa quanto para a depressão humana são os mesmos: os antidepressivos.

Embora incorreto clinicamente, o uso do termo “depressão” pelos veterinários tinha um fim prático: servia para explicar às pessoas a causa da apatia de seus animais. “A depressão canina poderia ser considerada, assim, uma espécie de ficção útil”, concluiu Segata em sua tese.

Papagaios em prantos
Pássaros também podem apresentar sinais de ansiedade resultante da separação dos donos. É o que ocorre com espécies de papagaios e as calopsitas, por exemplo. Como são animais altamente sociáveis, a saída de outra ave ou do tutor pode desencadear uma sucessão de “gritos”.

As vocalizações começam como simples chamados e, se não forem atendidas, progridem para barulhos cada vez mais nervosos. Para reverter isso, o tutor pode tentar acostumar o pássaro à sua ausência, começando com saídas breves e, gradativamente, seguindo com outras mais longas.

Quais são os outros transtornos mentais dos bichos
A Sasa é o transtorno que mais afeta a saúde mental dos bichos de estimação. Mas não é o único. Muitos pets passam, a rigor, a vida fora de seu habitat. Separados do bando, vivem trancados em casas, estábulos, gaiolas ou aquários. Coibimos seu comportamento instintivo em nome das nossas regras de convivência.

Como reação à sua natureza reprimida, podem desenvolver um leque de comportamentos estranhos ou, digamos, desagradáveis — pelo menos aos nossos olhos. “Gatos, por exemplo, gostam de explorar o ambiente. Se vivem presos, ficam irritados, entediados. Com certeza isso afeta o estado emocional deles”, diz o veterinário Renato Pulz, professor da Universidade Luterana do Brasil, em Canoas, no Rio Grande do Sul.

O isolamento — pense aqui em um bicho que fica o dia inteiro sozinho em um apê — não só deixa nossos companheiros ansiosos como pode torná-los mais violentos. É por meio da agressividade que animais inseguros tentam controlar seu ambiente. Essa, aliás, é a principal causa das queixas de agressividade por parte dos cuidadores.

Outros motivos possíveis são a defesa territorial, histórico de maus-tratos ou até disfunções hormonais. Há, claro, predisposições genéticas que devem ser levadas em conta. Por exemplo: cachorros das raças pit bull e rotweiller foram selecionados artificialmente para atuar como cães de guarda e, via de regra, têm traços mais territorialistas. O oposto vale para labradores ou golden retrievers, que, geralmente, são animais de companhia.

Mas nada impede um pit bull de ser dócil; e um golden, agressivo. Vai depender da hostilidade ou da afabilidade do ambiente de criação. Bichos de estimação dificilmente são violentos a troco de nada, ao contrário do que ocorre com humanos. “Em animais, é muito raro uma agressividade pura”, afirma Ceres Faraco, diretora científica do Instituto de Saúde e Psicologia Animal, o Inspa, em Porto Alegre.

Entre os hábitos bizarros, um dos mais comuns é a chamada coprofagia — em bom português, comer cocô. Embora soe nojento, nem sempre isso é sinônimo de problema. Filhotes ingerem fezes para equilibrar a microbiota intestinal, assim como as mães de algumas espécies fazem a mesma coisa para manter o ninho limpo.

Cerca de 50% dos cães tentam consumir seus resíduos em algum momento da vida, e 28% são efetivamente coprofágicos, segundo uma pesquisa da Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos.

Além de comerem a própria caca, cachorros são atraídos pelas fezes de gato, ricas em proteínas, e as de cavalo, que contêm matéria vegetal com celulose quebrada. O motivo da comilança fedorenta costuma ser a má digestão de nutrientes ou a falta deles na alimentação regular. Como, em tese, os pets são bem alimentados no contexto doméstico, a coprofagia tantas vezes é sinal de compulsividade e falta de atenção.

Ainda no catálogo de comportamentos estranhos, entram as feridas por lambedura. Basicamente, alguns bichos, como cães e gatos, compensam sua inquietação passando a língua incessantemente em partes do corpo, como as patas. A ponto de, infelizmente, machucá-las.

As lambidas que viram lesões lembram muito o nosso hábito ansioso de roer as unhas. Só que têm consequências mais graves entre os pets, porque podem abrir alas a dermatite e infecções. Alguns bichos ficam no lambe-lambe, outros chegam a se morder…

As veterinárias americanas Valarie Tynes e Leslie Sinn publicaram um estudo de referência sobre os comportamentos repetitivos de cães e gatos e identificaram que esse tipo de automutilação estava presente principalmente em cachorros de porte grande e gatos-de-bengala — raça criada pelo cruzamento de felinos domésticos e outros selvagens com manchinhas de leopardo. Atenção à lambedura, portanto. Ela nem sempre é inofensiva e, não raro, soa o alarme de uma aflição mental.

Cavalos masoquistas
Cavalos também praticam automutilação. Cerca de 70% dos casos ocorrem com os garanhões, os equinos não castrados que são separados do resto da manada, segundo a Enciclopédia de Comportamento Animal (Elsevier). Geralmente, o animal olha para o lado, belisca partes do peito ou da lateral do abdômen, gira 180º graus e dá um chute com uma das patas traseiras.

Os cientistas ainda não sabem se o comportamento tem origem genética ou se é apenas resultado da inquietação típica da situação de isolamento. A orientação dos veterinários é não deixar o cavalo sozinho. Caso não seja possível mantê-lo junto com outros equinos, cães ou cabras podem auxiliar na socialização.

A saúde mental dos bichinhos idosos
Conforme a idade avança, comportamentos inusuais podem indicar outro problema, a síndrome da disfunção cognitiva (SDC), doença degenerativa semelhante ao Alzheimer humano. “Os animais podem ter andar errante, sair de casa e não saber como voltar, se esquecer do tutor, desaprender a fazer suas necessidades no lugar certo”, ilustra Gisele Fabrino, professora de veterinária da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Araçatuba.

De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, até 30% dos gatos entre 11 e 14 anos sofrem da doença. Nos cães, ela teria a mesma prevalência, mas parece chegar antes — em média entre os 7 e os 9 anos, conforme revisão da Universidade Regional de Blumenau, em Santa Catarina. Nas duas espécies, a disfunção cognitiva afetaria 50% dos animais acima dos 14 anos.

Apesar de não ter cura, a SDC pode ser tratada para amenizar os sintomas. Estímulos mentais e alguns suplementos alimentares parecem ajudar. Mas, como em outras situações, é fundamental consultar o veterinário para diferenciar um transtorno de uma esquisitice comportamental resultante de uma dificuldade de adaptação à vida que demos aos pets. Às vezes, pequenos ajustes na rotina já trazem mais conforto, segurança e alívio para eles.

Conselhos para que seu pet não pene com ansiedade e depressão
Não o separe da mãe antes da hora: um animal retirado do convívio com a genitora muito cedo pode desenvolver uma série de distúrbios comportamentais, como medo e compulsividade. No caso dos cães, o recomendado é esperar, no mínimo, 55 a 60 dias para levá-lo para casa. “Depois disso, ele transfere o vínculo que tinha com a mãe para o tutor”, esclarece Mauro Lantzman.

Outra dica para acostumar o bichinho ao novo ambiente é colocar um relógio analógico na cama dele. O tic-tac simula a batida do coração da mãe e dos irmãos.

Ofereça passeios e brinquedos: seu bicho tem que gastar energia. Cães, por exemplo, costumam pedir de duas a três caminhadas por dia, além de brincadeiras com cordas, bolas pequenas e objetos em forma de osso. No caso dos gatos, tem raças naturalmente mais quietas, como os persas, e outras mais enérgicas, como os siameses. Mas todas precisam de estímulos contra o tédio, como arranhadores e bolas felpudas.

Para periquitos e cacatuas, dá pra oferecer cordas e pedras para que eles exercitem o bico.

Adote mais de um pet: “Eu sempre recomendo que as pessoas tenham dois animais para que eles se entretenham”, aconselha a professora Gisele Fabrino. Embora não seja uma opção para quem tem orçamento limitado, cuidar de mais de um bicho ajuda a afastar os distúrbios causados pela solidão. E isso é fundamental para espécies e raças mais sociáveis.

Se você já tem um pet que manda no pedaço há bastante tempo, o ideal é inserir o novo animal aos poucos para evitar conflitos.

Experimente deixá-lo na creche: para quem fica longe do seu cão por longas horas, alguns estabelecimentos oferecem o serviço de creche. Neles, o bicho interage com outros animais, recebe atenção e tem brinquedos e água à disposição.

Outra alternativa são os passeios ou hospedagem oferecidos por aplicativos. O tutor pode acompanhar a situação do animal a distância. Gatos, porém, não são muito adeptos a mudanças abruptas de ambiente e ficam mais à vontade em casa mesmo, com rostos conhecidos.

Fonte: https://saude.abril.com.br/vida-animal/cuide-da-saude-mental-do-seu-bichinho/ - Por Juan Ortiz - Foto: GlopaIP / Ilustração: Ana Cossermelli/SAÚDE é Vital

segunda-feira, 23 de março de 2015

10 doenças que os bichos de estimação podem transmitir aos humanos

Todas elas, porém, podem ser evitadas com cuidados simples e não significam que você deve abandonar seus bichinhos

Companhia, diversão, aprendizado, amor… Não há como negar: ter um bicho de estimação em casa – como um gato ou um cachorro, por exemplo – oferece muitos pontos positivos!
Angélica Oliveira de Almeida, médica veterinária, especialista em Acupuntura Veterinária, comenta que ter um animal em casa, de fato, oferece diversos benefícios à pessoa e toda família. “Pessoas que têm animais têm um risco menor de terem depressão. Nelas acontece maior liberação de substâncias como endorfina e dopamina, que reduzem a ansiedade”, diz.
Angélica acrescenta que pessoas que têm animais são mais ativas pois precisam cuidar e passear com seus animais. “São também mais sociáveis, e ainda, segundo algumas pesquisas, tomam menos remédios e ficam menos tempo em hospitais”, diz.
Os benefícios para crianças são maiores, conforme ressalta a médica veterinária. “Além dos benefícios já citados, elas desenvolvem responsabilidade, aprendem a respeitar os animais e trabalham sentimentos de respeito, autoestima, alegria, tolerância etc.”, destaca.
Porém, uma dúvida bastante comum é: quais são os animais mais “apropriados” para serem criados em casa?
Angélica explica que cães, gatos, pássaros, roedores e até animais silvestres (autorizados pelo IBAMA) podem ser criados em casa. “Mas antes a pessoa precisa pensar se sua casa possui estrutura física e familiar para receber esse animal”, destaca.
A veterinária destaca que não é recomendado ter como animal de estimação aqueles que não são domesticados ou silvestres sem registro e com origem duvidosa.
Giovana Mazzotti, médica veterinária diretora científica da ANCLIVEPA-DF, destaca que a escolha do animal deve se basear no estilo de vida do proprietário, seus gostos e no quanto ele poderá investir financeiramente nos cuidados que esse animal irá distender por toda sua vida.
“Não recomendo, por exemplo, uma pessoa que reside em apartamento e trabalha o dia inteiro comprar um cão Labrador Retriever. Esse animal precisa de muito contato humano e atividade física, o que essa pessoa não poderá proporcionar. Se realmente for um ‘sonho’ ter esse animal, a pessoa deve ter condições financeiras de contratar o serviço de uma ‘escola/creche para cães’, onde esse animal terá atividades e contato com outros animais e pessoas no período de ausência do proprietário”, explica Giovana.
Todos os animais, do hamster ao cavalo, destaca Giovana, requerem cuidados de médicos veterinários por toda a vida, gastos com alimentação, saúde e higiene, além tempo do proprietários para cuidados e convívio social. “A recomendação é que, antes de adquirir um animal, todos que convivem na casa se reúnam para fazer a escolha. Então, consultem um médico veterinário para orientação mais detalhada se esse animal seria o ideal ou não, bem como os cuidados que serão necessários”, diz.
Giovana destaca que muitas pessoas não sabem que devem procurar o médico veterinário ANTES de adquirir o animal (esse serviço é a consulta prévia à adoção). “Essa consulta, talvez, seja a mais importante de todas, pois vai orientar o proprietário quanto à escolha correta do animal, evitando frustrações e abandono. Além disso, nessa consulta o proprietário consegue se planejar para receber esse novo membro da família”, explica.
Além disso, vale ressaltar, são as consultas regulares com o médico veterinário que evitarão que o animal de estimação possa pegar alguma doença e transmitir aos seus donos. Pois, nem todo mundo sabe, mas, infelizmente, existem diversas doenças com caráter zoonóticos (doenças que passam dos animais para o homem). Abaixo você conhece algumas delas e confere, sobretudo, como é simples evitá-las – protegendo seu bichinho de estimação e também a saúde de toda a sua família.

10 doenças transmitidas por animais de estimação e como evitá-las
1. Micoses
Alguns tipos de fungos são os causadores de micoses, tanto nas pessoas como nos animais, destaca Angélica. Eles podem viver no solo, nas plantas ou na pele. Mesmo sendo facilmente encontrados, só irão causar micoses na presença de condições especiais, como baixa resistência do organismo.
Alguns tipos de micoses que afetam os bichos são transmissíveis ao homem, porém, da mesma maneira que nos animais, a pessoa só será afetada provavelmente se estiver numa condição de baixa resistência.
Como evitar
De acordo com Angélica, a melhor maneira de evitar esse tipo de problema é não deixar que o animal vá para a rua sozinho e assim tenha contato com outros animais que podem estar doentes. “Os passeios devem ser sempre com a supervisão dos proprietários”, destaca.
“Quando o animal apresentar qualquer sinal de doença é fundamental levá-lo o quanto antes ao veterinário para iniciar o tratamento e conferir as orientações para evitar o contágio”, acrescenta a médica veterinária.
Outra dica importante é sempre lavar bem as mãos após brincar com seu animal de estimação.

2. Verminoses
Até mesmo os animais bem cuidados estão expostos à contaminação de vermes. Especialmente os filhotes de cachorros e gatos. Eles podem adquiri-los já na hora do parto ou no momento de mamar (caso a mãe possua esses organismos em seu corpo e não tenha sido tratada adequadamente).
Além disso, os vermes podem ser transmitidos através do ar, da água, dos alimentos e até mesmo dos passeios pelas ruas.
Angélica explica que alguns tipos de verminoses podem contaminar as pessoas que têm contato com animais. Mas dicas simples podem evitar este problema.
Como evitar
Angélica diz que a maioria das contaminações ocorre devido à falta de higiene, contato com fezes, sem as devidas precauções, ingestão de alimentos contaminados. “As principais medidas para evitar o problema são: higiene e manter seus animais livre de parasitas, a vermifugação periódica evita infestação”, destaca.

3. Doença da Arranhadura do Gato
Giovana explica que esta é uma doença causada por uma bactéria que pode estar presente nas unhas e saliva de gatos. Tal bactéria é transmitida para o gato pela pulga.
Ainda de acordo com Giovana, é uma doença difícil de ser diagnosticada, pois os gatos não apresentam sinais e as pessoas não associam a doença com essa exposição. “Ela causa, nos humanos, desde nenhum sinal clínico, até casos graves que requerem internação e podem levar à morte se não tratados”, diz.
É importante salientar, de acordo com a Mestre em Biologia Animal, que somente animais contaminados são capazes de transmitir a bactéria. “Assim, raramente uma arranhadura causará a doença”, destaca.
Como evitar
Giovana explica que, assim como as demais doenças transmitidas por animais (zoonoses), a melhor forma de evitar é buscar orientações do médico veterinário para saber como cuidar do animal que escolheu como companhia. O que incluiu, por exemplo, tratar adequadamente do gato para evitar que ele tenha pulgas.

4. Raiva
Giovana explica que a Raiva é uma zoonose causada por um vírus, causador de uma doença extremamente letal, muito grave. “É transmitida ao ser humano pelo contato com a saliva do animal contaminado por mordedura, lambidas em feridas, mucosas ou qualquer pequeno arranhão”, diz.
A Mestre em Biologia Animal explica que no Brasil a Raiva está bem controlada nos centros urbanos. “Mas isso só foi possível com a vacinação em massa de cães e gatos (em campanhas do governo e por médicos veterinários particulares)”, diz.
Como evitar
Giovana destaca que a vacina protege muito bem contra a contaminação. “Assim, todos os cães e gatos, independentemente de onde vivem, devem ser vacinados anualmente contra a raiva”, diz.

5. Leptospirose
Giovana diz que a Leptospirose é uma zoonose muito grave transmitida por bactéria presente na água ou alimentos contaminados pela urina de animais doentes. “Nas cidades, o principal disseminador dessa doença é o rato, por isso é tão importante não entrar em contato com água de enchentes”, diz.
A Mestre em Biologia Animal explica que cães contaminados também podem transmitir a doença para outros animais e para os seres humanos.
Como evitar
“Os cães que vivem em áreas de risco devem receber a vacina contra Leptospirose a cada seis meses. Além de ser necessário manter o ambiente limpo e desinfetado, eliminando a presença de ratos”, explica Giovana.
“Caso o animal seja diagnosticado com a doença, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes, de forma intensiva, com todos os cuidados para se evitar o contagio dos humanos”, acrescenta a profissional.

6. Tuberculose aviária
Giovana explica que a tuberculose aviária é uma doença infectocontagiosa provocada por uma bactéria que pode sobreviver por longos períodos de tempo em condições adversas. “A ave se infecta quando entra em contato com água, alimentos e fezes contaminadas. Além de aves, porcos e bovinos e seres humanos podem se contaminar”, diz.
Como evitar
Como todas as zoonoses, destaca Giovana, a melhor forma de prevenção é manter o animal que vive em casa saudável. “Para isso, é fundamental que o proprietário de uma ave leve o animal a um médico veterinário capacitado para o atendimento dessa espécie (Médico Veterinário de Animais Silvestres e Selvagens). Na maioria das cidades existem serviços de especialistas, sempre recomendados por terem mais preparo para o atendimento diferenciado de cada espécie”, diz.

7. Coriomeningite linfocítica
Esta é uma doença viral, que acomete ratos e hamsters, que transmitem o vírus pela urina. “Muitas vezes o animal encontra-se bem, como se estivesse saudável, mas está eliminando o vírus pela urina”, diz Giovana.
A profissional explica que esta também é uma zoonose (doença que pode ser transmitida entre os animais e o homem), causando sinais de gripe até meningite.
Como evitar
Giovana ressalta a importância de consultar um médico veterinário antes de adquirir um animal (para maiores informações sobre escolha e cuidados). “E assim que a pessoa adquirir o animal, deve levá-lo para consulta. Muitas vezes serão solicitados exames que podem identificar como está o estado de saúde geral do animal”, diz.

8. Salmonelose
Esta é uma enfermidade causada por bactérias do gênero Salmonella, que acometem diversas espécies de animais e o homem.
Angélica explica que os répteis são os maiores reservatórios da salmonela e podem ocasionalmente transmiti-la aos seres humanos.
Como evitar
Para evitar a contaminação, de acordo com a médica veterinária, alguns cuidados devem ser tomados como lavar as mãos depois de manipular esses animais, não manipular esses animais em ambientes de uso comunitário como banheiro, cozinha. “Além disso, é fundamental que o animal conte com acompanhamento de um veterinário”, diz.

9. Psitacose
Esta é uma doença infecciosa causada por bactérias que infectam geralmente os psitacídeos (papagaios, araras, periquitos etc.), podendo eventualmente infectar o homem quando ele entra em contato com animais portadores ou ainda com secreções dos mesmos.
“A Psitacose pode ser transmitida aos humanos, pois a bactéria que causa essa doença pode ser eliminada pelos animais doentes nas fezes e penas contaminadas pelas secreções”, destaca Angélica.
Como evitar
De acordo com a veterinária, o ambiente em que o animal vive deve ser mantido limpo. “Animais novos ou suspeitos devem ficar de quarentena, devem ser bem alimentados e os cuidados devem ser redobrados durante o tratamento. Mas a cura é discutível, os animais afetados permanecem como reservatórios”, diz.

10. Toxoplasmose
Esta é uma doença infecciosa também conhecida como “doença do gato”. Isso porque, segundo explica Angélica, a Toxoplasmose é causada pelo protozoário toxoplasma gondii que é encontrado principalmente nas fezes do gato.
A médica veterinária explica que a Toxoplasmose raramente causa problemas no indivíduo adulto. “O grande risco está nas mulheres grávidas e pessoas imunossuprimidas. A contaminação é feita de forma fecal-oral, ou seja, deve haver a ingestão do parasita que está nas fezes, então alguns cuidados são necessários”, diz.
Como evitar
Angélica destaca que é preciso evitar contato com as fezes de gato e, se for necessária a manipulação dessas fezes, a higiene é fator imprescindível.
“É fundamental higiene também no preparo dos alimentos e com os utensílios de cozinha, além evitar comer carne mal passada”, destaca.

Cães e gatos podem causar alergias nos humanos?
Muitas pessoas acreditam que cães e gatos podem causar alergias nos humanos. Giovana destaca, porém, que eles não causam alergia, pois essa é uma condição imunomediada (uma situação na qual o sistema imune ataca o corpo) do próprio paciente. “O que ocorre é que algumas pessoas alérgicas manifestam os sinais clínicos quando em contato com os animais (pelos, ácaros nos pelos, proteínas da saliva do animal)”, diz.
A Mestre em Biologia Animal destaca que as pessoas alérgicas devem buscar tratamento com Médicos Alergologistas. “O tratamento para alergia em humanos costuma ser longo, mas, se feito corretamente, é bastante eficaz (curando ou estabelecendo melhora das crises)”, diz.

Prevenir sim, abandonar jamais!
De fato existem algumas doenças que podem ser transmitidas dos animais de estimação para os homens. Porém, isto nunca deverá ser usado como justificativa para abandonar um bicho.
Infelizmente esta já é uma realidade: diariamente inúmeros animais como cachorros e gatos são abandonados à própria sorte, geralmente devido à irresponsabilidade de pessoas que os compraram/adotaram sem pensar nos cuidados que eles exigiriam (custos com alimentação e veterinário, atenção, espaço etc.).
Abandonar um animal, além de ser uma atitude desumana, é crime. Assim como casos de maus tratos. A denúncia é legitimada pelo Art. 32, da Lei Federal nº. 9.605 de 1998 (Lei de Crimes Ambientais). A pena prevista é de detenção de 3 meses a 1 ano e multa.
Giovana Mazzotti lembra que existem doenças com caráter zoonóticos, entretanto, se o animal é saudável, ele não transmite doenças. “Por isso reforça-se a importância do constante acompanhamento pelo médico veterinário, bem como manutenção da higiene, alimentação e bem-estar desses animais”, diz.
Angélica Oliveira de Almeida ressalta que os animais de estimação devem ser acompanhados periodicamente por veterinários, e esses vão orientar quais são os cuidados para a saúde do animal, “desde vacinas, vermífugos, até qual a melhor alimentação, manejo e higiene. Isso mantém a saúde do animal de estimação em dia, bem como a do proprietário”, finaliza.
Dessa forma, cuidando da saúde do animal, não há motivo de preocupação por tê-lo em casa! Você, o bicho de estimação e toda a família estarão protegidos.

Fonte: http://www.dicasdemulher.com.br/doencas-que-os-bichos-de-estimacao-podem-transmitir-aos-humanos/ - por Tais Romanelli - Foto: Getty Images