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sexta-feira, 7 de maio de 2021

10 possíveis sequelas da COVID-19


Além das complicações causadas durante a infecção, o novo coronavírus pode gerar danos permanentes ao organismo; confira

 

Desde o início da pandemia do novo coronavírus a quantidade de possíveis sintomas causados pela doença aumentou consideravelmente. Com o passar do tempo e o alto investimento em estudos, novos dados sobre o patogênico começaram a surgir.

 

Entretanto, não é apenas durante o período de contaminação que a COVID-19 pode manifestar reações no organismo. Cientistas e especialistas da área médica do mundo todo seguem investigando um fenômeno preocupante: possíveis efeitos do coronavírus em pacientes curados.

 

Entenda o que vem sendo pesquisado sobre o tema:

 

Sequelas da COVID-19

 

1. Complicações cardíacas

Um estudo feito em junho de 2020 por pesquisadores alemães analisou 100 pacientes com idade média de 49 anos, recém-recuperados da COVID-19. Os resultados dos exames de ressonância magnética do coração revelaram anormalidades no órgão de 78 pacientes. Além disso, do total de participantes, 60% apresentaram miocardite, uma inflamação do músculo do coração que não estava relacionada a qualquer condição preexistente.

Essa sequela segue sendo observada quase um ano depois da descoberta. Segundo Daniela Abdel Rahman, médica infectologista do Hospital Albert Sabin, houve um grande aumento no número de pacientes jovens, sem nenhuma doença cardíaca prévia, que desenvolveram miocardiopatia pelo vírus e ficaram sequelados.

O fato dessa condição surgir em pacientes previamente saudáveis se tornou motivo de alerta para os profissionais de saúde. Ainda segundo a médica, não há um perfil de paciente específico que possa ser afetado pelas consequências da SARS-CoV-2.

"O vírus pode acometer sim o músculo cardíaco, causando sequelas em qualquer pessoa, inclusive jovens. Claro que, para pacientes idosos, não é que o risco é maior, mas é que caso haja uma complicação cardíaca, essa complicação pode ser maior. Mas o risco de desenvolver não", conta.

 

2. Redução da capacidade pulmonar

Por se alocar diretamente no pulmão, as complicações que o coronavírus pode causar ao órgão também são alvo de pesquisas científicas desde o início da pandemia. Em março de 2020, autoridades do Hospital Princess Margaret, em Hong Kong, relataram que pacientes internados com a doença apresentaram redução de 20% a 30% da função pulmonar.

Esse dano continua sendo observado até hoje. Gustavo Sales, médico intensivista e cardiologista do Hospital Albert Sabin, conta que grande parte dos pacientes que apresentam sequelas graves no pulmão são tabagistas.

"Há muitos pacientes com sequelas pulmonares pós-COVID. O paciente fica com o que chamamos de bolhas no pulmão e, na maioria das vezes, são fumantes de longa data. São pacientes novos com essa lesão pela COVID que, em curto prazo, pode não acarretar em nada, mas no futuro irá gerar um comprometimento pulmonar que pode causar a perda de suas funções pela idade e desgaste", explica.

Além disso, a infectologista Daniela Rahman conta que pessoas que possuem DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) por tabagismo podem ter uma evolução pior do quadro de saúde, assim como pacientes com outras doenças pulmonares estruturais.

 

3. Função cognitiva

Entre os danos provocados na função cognitiva estão a perda de concentração, memória e desorientação. Segundo o cardiologista Gustavo Sales, esses fatores ocorrem por alterações no sistema nervoso central. "O paciente que teve a infecção pela COVID evolui o quadro com perda de memória, chamado leigamente de apagão, com lapsos em que ele desliga e liga novamente".

Daniela Rahman explica que essas sequelas nas funções cognitivas podem ocorrer mesmo em pacientes sem nenhum problema de saúde prévio, que acabam apresentando algum déficit de memória logo após a COVID. Entretanto, esse quadro tem apresentado, na grande maioria das vezes, recuperação posterior.

 

4. AVC e trombose

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais alertou sobre os riscos de trombose envolvendo pacientes infectados pelo coronavírus. Isso acontece quando o patogênico provoca anormalidades na coagulação sanguínea. Entretanto, o mecanismo que causa a formação desses coágulos ainda não é conhecido.

Segundo Gustavo Sales, o que já é de conhecimento médico é que um fator de risco pode causar fenômenos trombóticos: a obesidade. Quando o vírus gera a formação de coágulos que entopem os vasos, tanto arteriais quanto venosos, as complicações decorrentes disso são: AVC, infarto, tromboembolismo pulmonar e trombose inferior.

 

5. Ansiedade

Uma pesquisa em andamento desde de setembro do ano passado feita pela Universidade Federal de Minas Gerais em parceria com hospitais, como o Hospital das Clínicas (HC), vem observando o aumento de complicações envolvendo a saúde mental em pacientes curados da COVID-19.

Segundo os pesquisadores, o distúrbio de ansiedade pode ser consequência do período de internação e isolamento durante a infecção. Outro fator relatado pelos participantes do estudo é o medo de se contaminar novamente, assim como o receio de transmitir a doença para outras pessoas.

 

6. Perda de cabelo

O número de relatos sobre a queda de cabelo aumentou consideravelmente durante a pandemia. Além dos fatores psicológicos que podem justificar esse quadro, como o estresse e a ansiedade gerados pela quarentena, a perda dos fios também pode ser consequência das alterações do organismo após a infecção pelo vírus.

"O corpo responde à infecção por SARS-CoV-2 criando um estado pró-inflamatório que leva a danos nos tecidos e outras sequelas por conta da liberação das citocinas pró-inflamatórias. Esse quadro pode retroalimentar a inflamação, o que significa manter a inflamação por um período maior", explica a dermatologista Joana D'arc Diniz.

 

7. Parosmia

A alteração no olfato, também chamada de parosmia, é um dos sintomas mais conhecidos da COVID-19. Entretanto, esse problema pode durar até mesmo após a recuperação da doença. Profissionais de saúde acreditam que o vírus afeta o nervo olfatório, causando uma irritação temporária ou até permanente. Assim, ocorre uma desconexão entre os receptores dos cheiros e o cérebro.

Enquanto alguns pacientes sentem dificuldade ao sentir cheiros, outros acabam sofrendo alterações na percepção de odores. Há relatos de pessoas que passaram a sentir o aroma de acetona em alimentos e bebidas, por exemplo. Entretanto, o número de dados sobre a complicação ainda é pequeno, fazendo com que as causas e o tempo de cura para o problema ainda sejam desconhecidos.

 

8. Inflamação no fígado

Apesar de existirem poucas evidências sobre o tópico, alguns profissionais de saúde apontaram que o surgimento de lesões no fígado, como a inflamação do órgão, também pode ser consequência da COVID-19.

"Temos observado elevações muito transitórias das enzimas hepáticas que, normalmente, têm voltado ao normal. Portanto, sequelas hepáticas não são tão comuns", explica a infectologista Daniela Rahman.

 

9. Diabetes

Um estudo publicado na revista científica Diabetes, Obesity and Metabolism em novembro de 2020, revelou que a infecção pelo coronavírus pode causar uma alteração drástica na taxa de glicemia.

De 3.711 pacientes analisados, 14,4% foram diagnosticados com diabetes após se curarem da COVID-19. Apesar da possibilidade de alguns dos participantes já terem a doença antes se contaminarem com o vírus, os cientistas acreditam que o patogênico possui a capacidade de provocar alterações nas células sanguíneas, fazendo com que pessoas de diferentes perfis possam desenvolver diabetes.

 

10. Epididimite

Um estudo feito pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) analisou a inflamação no epidídimo, canal localizado nos testículos, como uma possível consequência da infecção por coronavírus.

Os participantes da pesquisa tinham entre 18 e 55 anos, todos hospitalizados com COVID-19. Os dados relataram que, de 26 pacientes com casos leves e moderados da doença, 42.3% apresentaram quadros de epididimite.

Os pesquisadores acreditam que essa condição ocorreu por um mecanismo utilizado pela SARS-CoV-2 para invadir as células dos testículos. Entre as consequências dessa inflamação, estão alterações no sêmen e nos parâmetros seminais, o que pode causar dores intensas na região e inchaço do saco escrotal. Porém, até o momento, ainda não há outras pesquisas sobre o tema.

Fonte: https://www.minhavida.com.br/saude/materias/37533-10-possiveis-sequelas-da-covid-19?utm_source=news_mv&utm_medium=MS&utm_campaign=9071816 - Escrito por Paula Santos

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

5 Doenças que o ronco pode causar


Roncar pode parecer normal, mas é perigoso quando é frequente, pois desequilibra todo o organismo

 

Roncar enquanto dorme é muito comum, mas não significa que seja normal e aceitável. Quem ronca com frequência, mesmo quando não está dormindo de barriga para cima, pode ser afetado por vários outros problemas de saúde, inclusive crônicos, com os quais terá de conviver ao longo dos anos, muitas vezes tomando remédios.

 

Quando o ronco acontece?

O ronco acontece em pessoas que, quando dormem profundamente, seus músculos da região da garganta relaxam e vibram com a passagem do ar. Essa vibração é que causa o som do ronco. Em alguns casos o ronco só surge quando a pessoa está dormindo de barriga para cima, em outras pode ser em qualquer posição.

 

Além disso, quando uma pessoa está dormindo, pode acontecer da sua passagem de ar pela garganta ficar bloqueada. Isso acontece por causa do relaxamento dos músculos moles dessa região que tampam a passagem do ar. A pessoa fica alguns segundos sem respirar, seu cérebro libera hormônios para ela despertar rapidamente e aí ocorre o ronco. Essa é a apneia do sono.

 

Fatores de risco para o ronco

Você já viu, acima, que a causa do ronco é a musculatura mole da região da garganta que bloqueia a passagem do ar ou faz com que ele vibre ao respirar. Mas existem fatores de risco para que isso aconteça, como:

 

Envelhecimento;

Obesidade;

Dormir de barriga para cima;

Consumir bebidas alcoólicas próximo ao horário do sono;

Medicamentos com relaxante muscular;

Ter o queixo retraído (para trás);

Ter amígdalas e adenoides grandes;

Ter desvio de septo;

Ter problemas respiratórios (crise alérgica, rinite, sinusite).

Doenças causadas pelo ronco

Seja com ou sem apneia do sono, o ronco é uma condição que afeta várias partes do corpo ao mesmo tempo, levando a um desequilíbrio no organismo, que pode evoluir para doenças. Veja as principais.

 

1. Obesidade

Apesar de a obesidade ser um fator de risco para o ronco, ela também pode ser a consequência. Roncar com muita frequência faz o sono ser interrompido várias vezes durante a noite, e isso interfere na produção e liberação da leptina, um dos hormônios que controla a saciedade, podendo fazer a pessoa sentir mais fome e comer em excesso.

 

2. Pressão alta

A pressão alta pode se desenvolver em pessoas que roncam e também têm apneia do sono. Quando a passagem de ar pela garganta fica bloqueada e a pessoa fica alguns segundos sem respirar, seu organismo libera mais adrenalina no sangue para que ela acorde e respire, e isso faz a pressão aumentar. Como o bloqueio de ar pode acontecer diversas vezes na mesma noite, essa repetição de aumento da pressão pode se tornar crônica.

 

3. Resistência à insulina

A resistência à insulina por causa da apneia do sono ocorre da mesma forma que a pressão alta, mencionada acima. Quando o corpo libera muita adrenalina no sangue, com frequência, também afeta a produção e liberação da insulina, podendo levar a uma resistência, o que gera diabetes.

 

4. Doenças cardiovasculares

Infarto e acidente vascular cerebral estão entre as principais doenças cardiovasculares decorrentes da pressão alta. Ou seja, por causa do ronco e da apneia, a pessoa pode ter pressão alta crônica e isso pode levar ao infarto e ao derrame.

 

5. Desordens mentais e emocionais

Quando uma pessoa ronca muito durante a noite, todas as noites, ela deixa de ter um sono de qualidade. Assim, acorda todos os dias se sentindo cansada, com o corpo desregulado, levando à irritabilidade, instabilidade emocional, apetite desregulado, sistema imunológico desequilibrado, e assim vários problemas vão se desenvolvendo. Nos casos de pessoas predispostas, esse pode ser um gatilho para doenças como a depressão.

 

O que fazer?

Nem sempre uma pessoa que ronca percebe que tem esse problema. É preciso que outra pessoa a avise. Assim que souber que o ronco é frequente, é importante consultar um médico para saber o que pode estar causando o ronco e iniciar um tratamento. Como as causas variam, os tratamentos também são diferentes em cada caso.

 

Fonte: https://www.dicasonline.com/doencas-ronco-causa/ - por Priscilla Riscarolli - Pinterest

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

A ameaça dos fungos: quais as doenças causadas por eles?


Esses seres microscópicos estão cada vez mais perigosos. Mas o que eles são e quais sintomas disparam no corpo?

Em dezembro de 2018, a professora Stephanie Spoor, de 64 anos, deu entrada no Northwestern Memorial Hospital, em Chicago, nos Estados Unidos, com falta de ar. Menos de dois meses depois, ela contraiu um fungo misterioso, não resistiu e morreu, vítima de insuficiência respiratória. Um exame de sangue detectou a presença do Candida auris, um superfungo que ataca pessoas com a imunidade debilitada, como portadores de HIV ou em tratamento contra o câncer, e submetidas a procedimentos invasivos (com sondas e cateteres, por exemplo). Indivíduos internados por longos períodos em UTIs e com histórico de uso prévio de antibióticos ou antifúngicos também fazem parte desse grupo de risco.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC) informa que o caso de Stephanie Spoor não é isolado. Até o momento, foram registrados 587 óbitos pelo fungo em hospitais de Nova York, Nova Jérsei e Illinois. Segundo Tom Chiller, chefe do Departamento de Doenças Micóticas do órgão, o C. auris foi identificado pela primeira vez em 2009 no canal auditivo de uma paciente no Japão – auris, em latim, é “ouvido”.

Cabe esclarecer que não se trata do mesmo micro-organismo por trás da candidíase: esse é o Candida albicans. O primo mais letal já se espalhou por mais de 30 países, como Espanha, Índia e África do Sul. “Não temos conhecimento de nenhuma infecção por C. auris no Brasil, mas é um fungo emergente que representa uma grave ameaça à população”, afirma Chiller.

O inimigo ainda não chegou por aqui, mas passou perto duas vezes. A primeira aparição na América do Sul foi notificada entre março de 2012 e julho de 2013 na Venezuela. Dos 18 pacientes infectados na UTI de um hospital neonatal, cinco morreram – três eram bebês.

Outro surto, desta vez na Colômbia, ocorreu em agosto de 2016. Não houve mortos. Um ano depois, em março de 2017, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um comunicado, alertando os serviços de saúde para o risco da chegada do fungo assassino ao Brasil. “Já foram registrados sete casos suspeitos: quatro em São Paulo, dois em Minas Gerais e um no Espírito Santo. Todos foram analisados e, até a presente data, nenhum caso foi confirmado”, conta Magda Costa, gerente de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde da Anvisa.

Os fungos mais temidos do mundo
Com exceção do Candida auris, os outros quatro já fizeram vítimas no Brasil

Candida auris: ataca pessoas internadas ou com o sistema imune comprometido. É resistente a remédios e pode matar em menos de três meses.

Aspergillus fumigatus: a aspergilose pode devastar os pulmões. Seu índice de mortalidade em pessoas com HIV ou câncer chega a 85%.

Lomentospora prolificans: apenas 20% dos acometidos sobrevivem a ele. Em 2018, o Brasil registrou a primeira morte na América do Sul.

Histoplasma capsulatum: parte para cima de vários órgãos e causa a chamada “doença das cavernas”. Pode ser transmitida por animais e o contágio se dá por via respiratória.

Penicillium Marneffei: a peniciliose pode atingir áreas vitais do corpo humano, como pulmões, fígado e rins, e, no caso de pessoas soropositivas e com baixa imunidade, até levar à morte.

Superfungos versus superbactérias?
A ameaça do C. auris nos faz pensar que já vimos esse filme antes. Mas, no lugar dos fungos, os vilões eram as superbactérias. Quase 90 anos depois da descoberta do primeiro antibiótico, esses micróbios resistem a boa parte dos medicamentos e são um dos maiores desafios de saúde pública.

Suspeita-se que os fungos estejam evoluindo para um caminho parecido, repelindo os remédios feitos para contê-los. No caso do C. auris, 90% dos casos são resistentes a pelo menos uma droga. E de quem é a culpa?

Em parte, dizem os investigadores, do uso indiscriminado de antifúngicos na medicina e na agricultura. “Novas medicações mais potentes e efetivas são necessárias e algumas delas já estão em desenvolvimento”, ressalta o médico David Denning, chefe-executivo do Fundo de Ação Global para Infecções Fúngicas.

O gênero Candida, do qual fazem parte o já citado albicans, o auris e outros tantos, é famoso por se aproveitar de brechas em nossas defesas para tentar tomar conta do pedaço. Nesse contexto, há os que causam uma candidíase tratada com pomadas e espécies mais temerosas – metade dos pacientes infectados pelo auris morre em até 90 dias.

De acordo com o biólogo Lucas Bonfietti, diretor do Núcleo de Micologia do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, os integrantes do gênero Candida tanto podem colonizar o corpo humano de forma inofensiva como causar ataques sistêmicos graves. “Tudo vai depender de fatores como imunidade do hospedeiro e virulência do fungo”, explica.

A gente fala muito de vírus e bactérias, mas tem um universo fúngico ao nosso redor: no solo, no ar, dentro do organismo. Segundo as estimativas mais conservadoras, existem de 1,5 milhão a 5 milhões de espécies. Dessas, apenas 5% teriam sido classificadas.

Nem todas são perversas. “Várias desempenham um papel importante ao não permitir que outros elementos, como vírus e bactérias, se multipliquem excessivamente”, ilustra Bonfietti.

Fungos que habitam nosso corpo
Boca: ambientes quentes e úmidos são o habitat ideal dos fungos. Alguns vivem em paz ali, mas outros aprontam – caso do Candida albicans, que pode causar o popular “sapinho”.

Intestino: a microbiota não é composta só de bactérias. Há muitos fungos por lá. Existem aqueles, porém, que, ao se proliferar em excesso, provocam desconfortos e prisão de ventre.

Pele: um estudo americano identificou mais de 500 mil espécies na pele humana. A parte que abriga o maior número delas é o pé, onde os micro-organismos se alojam nas unhas, entre os dedos…

Genitais: em condições normais, fungos da espécie Candida albicans habitam as partes íntimas sem causar danos. Mas, fora de controle, despertam coceira e vermelhidão – marcas da candidíase.

Temos inclusive muito o que agradecer aos fungos. Graças ao Penicillium notatum, o cientista Alexander Fleming (1881-1955) descobriu o primeiro antibiótico da história, a penicilina. Na gastronomia, eles são essenciais para fabricar queijos, pães e vinhos. Na agricultura, usados no controle de pragas.

A maioria é invisível a olho nu. Mas tem os cogumelos, outros membros do reino Funghi, que até podem ser comestíveis. E, no outro extremo da escala, o Armillaria ostoyae, ou cogumelo-do-mel, que vive sob o solo de uma floresta americana e ocupa uma área equivalente a 1,2 mil campos de futebol – é o maior ser vivo do planeta!

Das espécies microscópicas conhecidas, apenas umas 50, pelos cálculos do infectologista Jamal Suleiman, do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, provocam doenças. “Os fungos são oportunistas por natureza”, define.

Para Carlos Taborda, presidente da Sociedade Brasileira de Micologia, as enfermidades fúngicas, embora tão sérias quanto as bacterianas, ainda são negligenciadas. “O Brasil não dispõe de um sistema de vigilância de fungos capaz de identificar precocemente o C. auris em todo o território”, exemplifica.

Apesar dos pesares, não há motivo para pânico geral, na visão do infectologista Arnaldo Colombo, diretor do Laboratório de Micologia da Universidade Federal de São Paulo. “A disseminação do C. auris não é um problema para pessoas saudáveis ou para a maioria dos atendidos em consultórios ou ambulatórios do SUS.” O cuidado, sim, deve ser redobrado com pacientes internados em UTIs ou submetidos a procedimentos invasivos.

Entre as regras de prevenção contra o ataque dos fungos em geral, ensina a microbiologista Francis Borges, da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), estão lavar as mãos, não compartilhar objetos de uso pessoal, enxugar bem partes do corpo pouco ventiladas e não ficar com calçados fechados por muito tempo. “O arsenal terapêutico para doenças fúngicas é menor do que o disponível para as bacterianas”, avisa. Convém se precaver.

Doenças que os fungos podem causar
Conjuntivite: na maioria dos casos, a inflamação e a irritação dessa estrutura do olho são provocadas por bactérias. Mas fungos podem se instalar ali e demorar para ir embora.

Micose: causada por mais de 100 espécies, aflige pele, unha e couro cabeludo. Áreas pouco ventiladas são as mais vulneráveis. O tratamento inclui pomadas e comprimidos.

Candidíase: pode atormentar homens e mulheres, e em vários locais do corpo. Os casos mais corriqueiros têm a ver com os genitais, onde causa coceira, ardência e inchaço.

Meningite: a inflamação da meninge, membrana que envolve a medula espinhal e o cérebro, é bem séria e pode ser causada pelo fungo Cryptococcus.

Pneumonia: pacientes soropositivos, oncológicos ou imunodeprimidos são os mais propensos a contrair o tipo mais raro e agressivo de infecção nos pulmões.

Infecção intestinal: embora seja menos comum, fungos também podem se alastrar no aparelho digestivo e complicar a situação ali. O tratamento é emergencial.

Pé de atleta: é transmitido por contato direto com a pessoa infectada pelo fungo Tricophyton ou com superfícies contaminadas em praias, piscinas e banheiros. Dá uma coceira…

A biografia dos fungos
Século 4 a.c.: Aristóteles divide os seres vivos em dois reinos: o dos animais e o das plantas. Os fungos estão no segundo grupo.

1729: o botânico italiano Pier Antonio Micheli cataloga 1 900 plantas em um compêndio – 900 delas eram fungos.

1836: o inglês M.J. Berkeley cria o termo micologia. Em grego, mykes significa “fungo”, e logos, “estudo”.

1866: o naturalista alemão Ernst Haeckel estabelece um terceiro reino, o Protista. Entram aí bactérias e protozoários.

1969: o biólogo americano Robert Whitaker cria o reino dos fungos e outro para micro-organismos multicelulares.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/a-ameaca-dos-fungos-quais-as-doencas-causadas-por-eles/ - Por André Bernardo - Ilustração: Ana Matsusaki/SAÚDE é Vital

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Celular causa câncer? Tem mais germes que privada? Prejudica a visão? Veja o que é verdade

Não é à toa que o uso excessivo do celular é um constante alvo de críticas. Além de te desconectar do mundo ao redor, essa atitude, pouco a pouco, desgasta seu corpo e sua saúde. Confira a seguir a lista de doenças causadas pelo celular e deixe, pelo menos por alguns instantes, o aparelho de lado.

Câncer

Baseada em estudos já existentes sobre o assunto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica o uso de telefones celulares como possivelmente cancerígenos. Apesar de não se saber exatamente o que o campo eletromagnético dos aparelhos causa à saúde, vale prevenir o problema fazendo menos ligações e deixando para usar o smartphone apenas quando for necessário.

Germes a perder de vista

Em 2010, a Universidade Stanford publicou um estudo que demonstrou que a tela do celular tem mais bactérias que a válvula de descarga de um banheiro.

Problemas de visão

Diante de uma tela, os olhos têm de se ajustar constantemente aos textos, imagens e luzes que mudam o tempo todo. Além disso, a lubrificação dos olhos diminui enquanto se está olhando para o pequeno painel luminoso. Os resultados: dores de cabeça, dor nos olhos, sensação de vista cansada e contrações involuntárias dos músculos oculares. Para evitar, faça pausas, diminua o brilho do aparelho e não se esqueça de piscar constantemente.

Postura errada

Já reparou como você joga a cabeça para baixo e curva os ombros quando está mexendo no celular? Manter essa postura por muito tempo pode te dar dores no pescoço, nas costas e, com o tempo, alterar a curvatura normal da sua coluna.

Dependência da tela

Do ponto de vista da saúde mental, há muito a se perder quando você passa muito tempo olhando para o celular e deixa de conversar com as pessoas ao seu redor. Guarde um tempo para usar o smartphone e outro para interagir com amigos, namorado e familiares.

Fonte: http://www.bolsademulher.com/saude/celular-causa-cancer-tem-mais-germes-que-privada-prejudica-a-visao-veja-o-que-e-verdade - IMAGEM: THINKSTOCK