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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O que é o descolamento de retina e como tratar


Problema de visão frequente nos mais velhos, o descolamento de retina precisa ser tratado para não causar cegueira. Saiba mais sobre ele e seus sintomas

A terceira idade pede por mais atenção à saúde, especialmente a ocular. O descolamento da retina, por exemplo, é uma situação comum nessa fase da vida. É um problema grave que, se não for tratado, pode levar à cegueira total e irreversível. Mas o que ele é?

A maior parte do globo ocular é formada pelo humor vítreo, uma substância de consistência gelatinosa. Atrás dele – bem no fundo do olho –, fica a retina, uma fina camada responsável por captar as informações externas e transmiti-las para o nervo óptico. Dali, elas são levadas até o cérebro para que sejam decifradas e se transformem em imagens.

Pois bem: o humor vítreo e a retina ficam encostados. Porém, com o avanço da idade, a composição química dessa “gelatina” muda, tornando-se mais líquida por dentro. E isso pode fazê-la se despregar.

“Por ser muito frágil, o vítreo rasga e começa a vazar para o fundo do olho, causando o descolamento da própria retina”, explica o oftalmologista Rony Preti, fundador do Preti Eye Institute, em São Paulo. A movimentação do fluído pressiona a membrana, provocando seu rompimento e, como consequência, ela desgruda do fundo do olho.

Quando isso ocorre, a retina deixa de receber oxigênio adequadamente devido à falta de circulação. Isso que gera a perda progressiva da capacidade de enxergar.

Mas a velhice não é a única causa. Levar uma bolada no olho ou não protegê-los durante um salto de paraquedas são outros fatores de risco, por exemplo. Miopia e predisposição genética também aumentam a probabilidade de desenvolver essa encrenca.

“Além disso, a quimioterapia realizada por pacientes de qualquer tipo de câncer pode alterar a composição do humor vítreo e, com isso, acelerar o surgimento do problema”, complementa Preti, que também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com ele, quando a região central da retina é atingida, o paciente começa a ver “moscas volantes” no campo de visão. Oi? “É como se a pessoa enxergasse moscas pretas ou teias de aranha o tempo todo. Essas manchas também podem ter a aparência de uma marca d’água ou uma cortina preta”, aponta.

Por outro lado, se o dano acometer a periferia da retina, a doença se torna assintomática. Aí que mora o perigo: como a chateação não causa dor, essa estrutura vai ficando desnutrida. É o início um processo de degeneração celular, que leva a uma perda visual irreversível.

“Essa é a área onde há o maior risco de ocorrer o descolamento”, alerta o especialista. Por isso é tão importante consultar o oftalmologista, principalmente com o avançar dos anos.

Como é o diagnóstico e o tratamento
O exame principal para identificar a condição é o mapeamento da retina. “Pingamos uma gota de colírio para dilatar a pupila do paciente e, com uma luz e uma lente de aumento, avaliamos o fundo do olho”, informa Preti.

Enquanto a retina não tiver se desgrudado propriamente, dá para reverter a situação com tratamento à laser. Ao atingir a parte fragilizada, a mini-queimadura provocada pela técnica promove uma cicatrização que fecha o rasgo. “Dessa maneira, prevenimos que o descolamento ocorra”, afirma o médico.

Mas se já tiver acontecido, a única saída é a cirurgia, que tem como objetivo pregar a retina novamente no fundo do olho. “Uma vez colada, os receptores responsáveis pela visão voltam a receber nutrientes. Quanto mais rápido fizermos o procedimento, maiores serão as chances de restaurar a vista”, conclui o oftalmologista.

Lentes de contato causam descolamento de retina?
Essa é uma crença popular que não passa de coincidência. O que aumenta o risco não é a lente, mas o motivo pelo qual a utilizamos.

“A maioria das pessoas que põem lentes de contato são pacientes com miopia elevada. O olho deles é maior. Essa característica faz com que a retina fique esticada, o que a torna mais frágil e propensa a ter rasgaduras”, esclarece o professor.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/o-que-e-o-descolamento-de-retina-e-como-tratar/ - Por Maria Tereza Santos -  Ilustração: Mariana Coan/Foto: Alex Silva/SAÚDE é Vital

sábado, 26 de maio de 2018

Vem aí novidades para tratar e diagnosticar o glaucoma

Em breve, teremos mais alternativas para enfrentar uma das doenças que mais causa perda de visão. Aproveite o Dia de Combate ao Glaucoma para conhecê-las

Na Dia de Combate ao Glaucoma a SBG (Sociedade Brasileira de Glaucoma) anuncia a criação de novas diretrizes para o tratamento e diagnóstico da doença que acomete os olhos e provoca cegueira. O documento abrange as descobertas científicas mais recentes sobre o tema e servirá de guia para a incorporação de novos procedimentos tanto nos planos de saúde quanto na rede pública.

A ideia é também aproveitar a sazonalidade da data para aumentar a conscientização sobre o glaucoma, mal que atinge, estima-se, 3% da população brasileira. “E metade dos portadores não sabe que tem a doença, que só apresenta sintomas quando afeta a visão de maneira irreversível”, explica Wilma Lelis Barboza, oftalmologista presidente da SBG.

Na nova diretriz, que chegará aos oftalmologistas do país e ao site da SBG em junho, um dos principais destaques é justamente uma arma para o acompanhamento da evolução dessa condição. “Estamos falando da tomografia do nervo óptico, que é um exame extremamente útil, usado há mais de dez anos nos consultórios, mas que ainda não está coberto pelos planos de saúde”, conta Wilma.

Outros avanços incluídos no documento envolvem uma técnica cirúrgica feita com lasers. “Tivemos recentemente modificações que diminuem o trauma no olho do paciente e controlam melhor a pressão intraocular, que é a causa do glaucoma”, aponta a oftalmologista.

Mesmo assim, nenhum procedimento dá conta de devolver ao nervo óptico o seu funcionamento normal. Os tratamentos servem basicamente para frear o avanço da enfermidade. Ou seja, os danos são irreversíveis – por isso é importante conhecer bem a doença.

O que é glaucoma
A doença é caracterizada por uma lesão no nervo óptico, responsável por transmitir luzes e cores ao cérebro. A responsável por esse dano costuma ser uma alta na pressão intraocular (PIO), que sobe quando há acúmulo do humor aquoso, fluido presente no olho.

Os fatores que levam a esse acometimento ainda não estão totalmente estabelecidos. O glaucoma e ele pode ocorrer na infância e no início da vida adulta, mas principalmente na terceira idade. “Entre os 60 e 80 anos, a incidência chega a 8%”, destaca Wilma.

Algumas questões, como histórico familiar, ter graus altos de miopia ou doenças crônicas, elevam o risco da encrenca.

O problema é que o aumento da pressão não tem nenhum sintoma exceto as alterações na visão, que demoram para aparecer e, como vimos, não podem ser corrigidas. Em geral, estamos falando de um escurecimento do campo de visão, que vai de fora para dentro.

Por isso, o ideal é fazer exames periódicos no oftalmologista, que deveria medir a pressão intraocular em todas as consultas de rotina – não deixe de perguntar sobre o assunto. Acima dos 40 anos, as visitas a esse especialista devem ser frequentes (anuais ou combinadas com o especialista), mesmo que você não tenha quaisquer problemas para enxergar.

Caso o diagnóstico do glaucoma seja feito, o médico costuma receitar primeiro colírios de uso diário, que aliviam a pressão intraocular. Eis aí outra etapa difícil no controle do glaucoma.

“Como ele é assintomático, muitos pacientes abandonam o tratamento, que deve ser contínuo, por desconhecerem a gravidade do quadro”, alerta Wilma. Daí a necessidade de falar mais e mais sobre ele e suas consequências.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/vem-ai-novidades-para-tratar-e-diagnosticar-o-glaucoma/ - Por Chloé Pinheiro  - Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital

sábado, 16 de dezembro de 2017

Por que a perda de visão é cada vez mais comum. E como evitá-la

O número de casos de cegueira e deficiência visual só vem aumentado. A boa notícia, porém, é que 80% deles podem ser prevenidos - saiba como

“Os carros parados numa esquina esperam o sinal mudar. A luz verde acende-se, mas um dos carros não se move. Em meio às buzinas enfurecidas, percebe-se o movimento da boca do motorista: Estou cego!” O trecho, extraído do romance Ensaio Sobre a Cegueira, do português José Saramago, é fictício, mas o drama de quem convive com a perda total ou parcial da visão é real.

Nos últimos 25 anos, o número de casos de cegueira no mundo passou de 30,6 milhões em 1990 para 36 milhões em 2015. No mesmo período, o índice de portadores de algum tipo de deficiência visual, de moderada a grave, registrou um crescimento de 36%. Hoje são 217 milhões de pessoas nessa situação, a maioria delas vítima de doenças não diagnosticadas e tratadas a tempo, como catarata e glaucoma. Pior: a expectativa é que, até 2050, esse índice chegue a triplicar.

“O número de cegos e deficientes visuais vem se elevando porque a população mundial, além de ter aumentado, também envelhece”, constata o oftalmologista britânico Rupert Bourne, autor de um minucioso estudo que analisou a saúde ocular de 188 países a partir do banco de dados Global Vision Databases.

Embora pese bastante, o envelhecimento não é a única explicação para esse boom. A expansão de alguns problemas sistêmicos (pressão alta, diabetes…), maus hábitos (cigarro, sedentarismo…) e até o uso indiscriminado de remédios (inclusive colírios) têm lá sua parcela de culpa.

Apesar de já estar associado à miopia, o uso regular de celulares, tablets e computadores — bem como o hábito de ler e trabalhar em locais fechados — não parece influenciar na perda da visão em si. “Na pior das hipóteses, vai causar sensação de olho seco e vista cansada”, esclarece o oftalmo Carlos Eduardo Arieta, professor da Universidade Estadual de Campinas.

Dá, sim, para prevenir a perda de visão

A despeito das causas desse déficit visual em massa, o fato é que o novo levantamento global soa um alerta: se medidas urgentes não forem tomadas já, o número de pessoas afetadas saltará de 115 milhões para 588 milhões em pouco mais de três décadas.

Uma das estratégias para evitar esse cenário é conscientizar as pessoas a não esperarem o aparecimento de sinais estranhos, como vista embaçada ou manchas escuras no campo de visão, para procurar o médico. “A partir dos 40 anos, quando ocorre uma frequência maior de doenças potencialmente causadoras de cegueira, as consultas precisam ser rotineiras”, aconselha o oftalmo João Marcello Furtado, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Há quatro principais problemas que respondem por tanta gente sob risco de não enxergar mais direito: catarata, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade e retinopatia diabética. Dessas, a única plenamente reversível é a catarata, com 550 mil novos casos por ano no Brasil. “A cirurgia para tratá-la é uma das mais realizadas no mundo. Basta remover o cristalino danificado e, em seu lugar, implantar uma lente artificial”, descreve o oftalmo Gustavo Baptista, diretor da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa.


Já o glaucoma, a degeneração macular e a retinopatia são mais difíceis no trato — até por causa do diagnóstico geralmente tardio. No glaucoma, que afeta o nervo óptico, nove em dez casos não apresentam sintomas iniciais. Daí que o indivíduo só percebe algo quando o perrengue está avançado. “O tratamento evita a progressão da doença, mas não recupera a visão perdida”, explica a oftalmo Wilma Lelis Barboza, presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma.

Diagnóstico precoce também é determinante para conter as enfermidades da retina, porção no fundo do olho que converte as imagens em impulsos que podem ser lidos pelo cérebro. A degeneração macular relacionada à idade não leva à perda total da vista, mas dificulta demais a leitura, o reconhecimento dos rostos, a prática de esportes e outras atividades do dia a dia. “Os danos vão além da limitação visual. Incluem desde o maior risco de quedas até depressão”, observa a oftalmogeriatra Marcela Cypel, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

Ao contrário da córnea, porção mais externa que pode ser trocada por transplante, e do cristalino, substituído na cirurgia de catarata, ainda é impossível recuperar a retina lesada. Por isso não dá para fazer vista grossa à prevenção — sobretudo se o sujeito já tem diabetes ou hipertensão, fatores de risco para a retinopatia.

O êxito aqui depende de acompanhamento médico. “Se o indivíduo tem histórico de doença ocular na família, por exemplo, o retorno deve ser anual”, orienta o oftalmo Paulo Augusto de Arruda Mello, da Universidade Federal de São Paulo.

As visitas ao consultório — onde o especialista vai inspecionar o fundo do olho, medir a pressão intraocular… — permitem flagrar e remediar desde cedo os males da vista. Até porque os tratamentos evoluíram bastante nos últimos anos. “Devemos ir ao oftalmo não apenas para fazer óculos”, ressalta Marcela. Isso é que é visão de futuro!

As cinco condições mais comuns com a idade

Catarata
O que é: o cristalino, lente natural do olho, fica turvo.
Sintoma: vista embaçada.
Tratamento: cirurgia tradicional ou a laser.

Glaucoma
O que é: doença do nervo óptico causada por aumento da pressão intraocular.
Sintoma: estreitamento do campo visual
Tratamento: colírios especiais ou cirurgia.

Degeneração macular
O que é: lesão na mácula, área central da retina.
Sintoma: perda do campo central da visão.
Tratamento: terapia fotodinâmica ou injeções intraoculares.

Retinopatia
O que é: danos nos vasinhos que irrigam a retina.
Sintoma: visão turva ou embaçada.
Tratamento: laser, injeções intraoculares e controle do diabetes.

Presbiopia
O que é: perda natural da elasticidade do cristalino.
Sintoma: dificuldade de foco e leitura a curta distância.
Tratamento: óculos, lentes de contato ou intraoculares.

O que a ciência prepara para salvar a visão da humanidade

Microchip intraocular
Feito de um material biodegradável, ele libera doses exatas de um medicamento para a retina ao longo de seis meses.

Células-tronco
Elas são testadas, com relativo sucesso, para regenerar áreas comprometidas por doenças como a degeneração macular relacionada à idade.

Terapia não invasiva
O desenvolvimento de novos colírios é uma esperança de tratamento mais prático para pessoas com retinopatia diabética, normalmente controlada com injeções ou laser.

Colírio anticatarata
Gotinhas capazes de reverter o turvamento do cristalino já são estudadas como futura alternativa à cirurgia convencional.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/perda-de-visao-como-evitar/ - Por André Bernardo - Ilustração: Augusto Zambonatto/SAÚDE é Vital                   

terça-feira, 27 de maio de 2014

O que é glaucoma?

Embora não apresente sintomas aparentes, o tipo mais comum da doença deve ser diagnosticado com antecedência para evitar a perda gradual e permanente da visão. Entenda tudo sobre o glaucoma

O glaucoma é a origem da maioria dos quadros de cegueira irreversível no mundo. Trata-se de uma lesão no nervo óptico que está relacionada ao aumento de pressão na parte interna do olho. Isso acaba resultando na perda parcial ou total da visão. A causa exata é desconhecida, mas sabe-se que está relacionada à hereditariedade, traumas, uso de drogas e diabetes. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que existam quase 2 milhões de portadores no país, e metade deles não foram diagnosticados.

Sintomas
Há vários tipos de glaucoma. O de ângulo aberto — variação mais incidente — é assintomático e só mostra sinais quando já não é mais possível evitar a cegueira. Conforme o quadro avança, o paciente vai perdendo a visão periférica. Em alguns casos, ela fica embaçada devido à proliferação dos pontos cegos. No entanto, tais sintomas levam tempo para serem percebidos.

Diagnóstico
É feito por meio de um exame clínico que envolve a avaliação da pressão ocular (utiliza-se um aparelho chamado tonômetro); a observação dos nervos ópticos com oftalmoscópio e lâmpada de fenda; exames para detectar os pontos de cegueira e agonioscopia, prática que ajuda a descobrir qual é o tipo do glaucoma.

Prevenção
Como é uma doença silenciosa e que se agrava com o passar do tempo, o diagnóstico precoce é essencial. Pessoas com histórico de glaucoma na família ou com mais de 40 anos,míopes ou hipermétropes, diabéticos, afrodescendentes devem passar por avaliação anual.

Tratamento
Não há uma cura ou uma forma de restaurar a visão perdida. Mas o distúrbio é controlável com terapia medicamentosa. A cirurgia a laser reduz a pressão ocular e é uma alternativa para casos em que o indivíduo apresenta reações adversas aos remédios.

Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/o-que-e-glaucoma/784/ - Texto: Diego Benine / Foto: Shutterstock / Adaptação: Ana Paula Ferreira