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segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Como gastar seu dinheiro, de acordo com a ciência


Você já ouviu um monte de histórias de pessoas que ganharam na loteria, fizeram loucuras com o dinheiro e acabaram mais pobres do que eram antes. Ou então aquela celebridade que já recebeu milhões de dólares durante a carreira e mesmo assim é extremamente infeliz.

Então como gastar dinheiro da melhor forma a otimizar a felicidade? Um estudo responde, e o melhor de tudo é que a resposta se aplica para quem precisa administrar quantias mais modestas também.

Três psicólogos das universidades de British Columbia (Canadá), Harvard e Universidade da Virgínia (ambas EUA) publicaram um artigo no Journal of Consumer Psychology descrevendo que tipo de gastos financeiros resultam em felicidade.

“Dinheiro é uma oportunidade de felicidade, mas é uma felicidade que as pessoas rotineiramente desperdiçam porque as coisas que elas pensam que as tornarão felizes frequentemente não o fazem”, escrevem os autores.

Os autores listam oito princípios para gastar dinheiro de forma sábia:

8. Compre mais experiências e menos bens materiais
Nós nos adaptamos rapidamente a bens materiais. Pense naquelas roupas que você comprou no ano passado e que estão pegando pó no seu armário tendo sido usadas uma ou duas vezes. Ou nos armários novos da cozinha que já viraram paisagem neutra enquanto você procura um lanchinho.
As experiências, por outro lado, ficam com você. Elas se tornam uma parte central de sua identidade. Desenvolvemos conexões emocionais mais fortes com as experiências, e elas continuam intensas mesmo anos depois.
“Quando compramos coisas para nós, acabamos passando tempo com essas coisas. Imagine você jogando um vídeo game no smartphone ou seja lá o que for, você está frequentemente sozinho com suas coisas. Enquanto experiências, sim, temos algumas experiências sozinhos, mas muitas, muitas experiências são sociais”, explica Michael Norton, professor de Harvard que não participou do estudo, em entrevista ao Big Think.

7. Use dinheiro para benefício alheio
Estudos conduzidos por uma das pesquisadoras do trabalho, Elizabeth Dunn, mostrou que participantes que gastavam dinheiro de forma social obtinham maiores níveis de satisfação. Enquanto isso, gasto consigo mesmo não diminuía a felicidade da pessoa, mas também não a aumentava. O resultado era neutro.
Gastar com os outros inclui fazer uma doação para caridade, convidar alguém para almoçar ou presentear alguém. Nada disso precisa ser em um valor exorbitante, muitas vezes são os pequenos gestos que contam.

6. Não compre apenas coisas caras
Ao invés de gastar com coisas caras ou experiências caras apenas de vez em quando, prefira coisas mais simples, mas com maior frequência. “Ao nos presentear com prazeres frequentes e fugazes (ao invés de experiências mais esporádicas e prolongadas), os consumidores podem aproveitar a explosão de prazer que acompanha o primeiro minuto da massagem, a primeira mordida do bolo de chocolate e a primeira visão do mar”, escrevem os autores.

5. Evite seguros e garantias que você não precisa
Todos querem se proteger da dor de perder alguma coisa. Essa aversão a riscos nos deixa vulneráveis a seguros e garantias desnecessárias. Pense naquelas garantias estendidas. Teoricamente, garantias estendidas protegem seu bem caro de quebras. Na prática, é só uma forma de jogar dinheiro fora.
Nos Estados Unidos essas garantias movimentam US$40 bilhões por ano, e na maioria das vezes não são úteis para seus compradores, especialmente no caso de eletrodomésticos. Uma das poucas exceções são smartphones, que são levados para todos os lados e estão sujeitos a acidentes ou roubos.

4. Adie a gratificação
Gratificação adiada traz mais satisfação de várias maneiras. A principal é que tomamos decisões melhores quando não agimos imediatamente. É melhor dispensar um pequeno prazer hoje para ter uma recompensa maior amanhã.
Os autores explicam isso de forma simples: a antecipação é uma forma gratuita de felicidade. Você pode multiplicar sua felicidade ao adiar um pouco a recompensa.
Mesmo quando o prêmio em si – um presente ou uma viagem – acabam nem sendo tão bons assim, a empolgação da antecipação já pode ser positiva.

3. Leve em consideração como as compras podem afetar sua vida
A humanidade tem um problema importante: a tendência de ver o futuro de forma abstrata. Quanto mais longe este futuro, mais abstrata é nossa estimativa. Por isso, os autores recomendam sempre considerar como essas compras vão afetar sua rotina.
Por exemplo: se estiver em dúvida entre comprar pelo mesmo preço uma casa pequena que está em ótimo estado e uma casa maior que precisa ser reformada, pode ser uma decisão mais inteligente comprar a casa menor e evitar o estresse e gastos da reforma. 

2. Cuidado com as compras por comparação
Ficar comparando produtos nos faz perder de vista nossos objetivos com aquele produto. Quando nos envolvemos na comparação, esquecemos de observar as características que nos fariam felizes naquele produto, e focamos na diferença entre as opções disponíveis.
Como resultado, compramos mais do que precisamos ou selecionamos o melhor negócio de forma global, e não o produto que melhor se encaixaria nas nossas circunstâncias personalizadas.
Além disso, os psicólogos observam que quanto mais opções estão disponíveis, menos felizes ficamos com a nossa escolha.

1. Seja Maria-vai-com-as-outras
De vez em quando pode ser vantajoso se basear na opinião das massas para tomar a sua decisão de como gastar dinheiro. Isso costuma ser verdade na escolha de quais filmes consumir, por exemplo. Se você gosta de comédias românticas, pode acabar se beneficiando com a opinião de outras pessoas que também gostam de comédia romântica.

Pessoas que valorizam mais o tempo do que o dinheiro são mais felizes – estudo
Pessoas que gastaram mal
Reunimos aqui casos de ganhadores da loteria que acabaram extremamente infelizes com suas escolhas sobre como gastar essa grana toda.

O canadense Gerald Muswagon, de 42 anos, ganhou US$10 milhões com um bilhete de US$2 na loteria. Ele comprou carros para ele mesmo e para amigos, comprou uma casa com o objetivo de dar festas, e comemorava sua sorte grande com drogas e álcool. Em um só dia, ele comprou oito TVs para os amigos dele.

Ele tentou começar seu próprio negócio de corte de madeira chamado Gerald’s Logging, mas não encontrou um mercado bom para vender suas madeiras e acabou perdendo dinheiro. No final das contas, ele gastou cada centavo de sua fortuna e acabou tendo que pedir um emprego de carregador na fazenda de seu amigo. Ele passou a viver em uma casa simples com sua namorada e seis crianças. Gerald entrou em depressão e acabou se matando sete anos depois de ganhar o prêmio.

Suzanne Mullins ganhou US$4,2 milhões, mas gastou tudo pagando dívidas médicas gigantescas para parentes que não tinham seguro de saúde nos Estados Unidos. Ela também perdeu uma disputa relacionada a um empréstimo não-pago.

Já o casal Lara e Roger Griffith ganhou US$2,3 milhões na loteria no Reino Unido em 2005 e acabou com US$9 em 2013. Eles compraram uma mansão, um Porsche conversível e um Lexus. Fizeram viagens 5 estrelas para destinos caríssimos. Ela investiu em um spa de luxo. Ele investiu em uma carreira de roqueiro. Em 2010 um incêndio destruiu grande parte da casa, que tinha um seguro insuficiente. O spa foi mal e teve que ser vendido, e atualmente Lara trabalha lá como funcionária. A carreira de roqueiro de Roger lhe rendeu a venda de apenas 600 CDs.

O casal também se separou com suspeita de adultério. “Eu não estou nem de volta à estaca zero, eu estou pior do que antes”, diz Lara em entrevista ao Daily Mail. Atualmente Roger vive com os pais dele e Lara vive com a mãe dela.

“A realidade é que 70% de todos os vencedores da loteria vão desperdiçar seus ganhos em alguns anos. No processo, eles verão a família e amizades destruídas e a segurança financeira que esperavam desaparecer”, dizem os consultores financeiros Michael Begin e Darl LePage ao Lincoln Journal Star.

Por que gente rica é babaca
Dicas para não torrar todo o dinheiro da loteria
Vamos supor que você ganhe na loteria na semana que vem. É melhor estar preparado para isto e já ter um plano para colocar em ação. Confira 3 dicas importantes:

3. Seja discreto
O primeiro passo é ficar quietinho em casa discutindo com sua família imediata o plano a ser seguido. Não mude a rotina da família e tente retirar o prêmio de forma discreta.

2. Contrate profissionais para ajudar
A maioria das pessoas não está acostumada a administrar uma quantia enorme de dinheiro. Para não fazer besteira e não deixar de pagar nenhum imposto gigantesco, contrate escritórios de advocacia e contabilidade. Quando for pesquisar quem contratar, leve em conta indicação de pessoas de confiança, mas também considere profissionais sem ligação com nenhum conhecido seu. Também é interessante encontrar um assessor de imprensa para ajudar a lidar com o assédio da mídia.

1. Tente manter um padrão de vida confortável, mas sem exageros
Não comece uma vida de luxo imediatamente. Passe os primeiros seis meses planejando com cuidado o que fazer com o seu dinheiro e se os investimentos que você tem em mente vão se valorizar ou desvalorizar com a passagem do tempo.

Mesmo que você não pense em mudar de vida porque ganhou uma bolada, é possível que você seja obrigado a mudar de endereço para um local com acesso mais controlado. Isso porque a cidade inteira vai ficar tocando a campainha da sua casa pedindo dinheiro. [The Globe and Mail, Mail Online, Consumer Reports]


terça-feira, 18 de outubro de 2016

Conheça e evite sete hábitos que te fazem gastar mais do que ganha

O que leva alguém a ficar endividado, a nunca conseguir guardar dinheiro? A resposta é simples: gastar mais do que ganha. Mas quais são os motivos que levam a esse descontrole financeiro?

Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, presidente da Dsop Educação Financeira, são sete os fatores que impedem as pessoas de cumprirem a eterna promessa de colocar as contas em ordem. São eles:

1) Falta de planejamento
Não saber quanto ganha e quanto gasta é o principal fator de descontrole financeiro. "As pessoas não percebem que o descontrole acontece por conta dos pequenos gastos, e não das grandes despesas", diz Domingos. Para corrigir isso, é preciso começar pelo orçamento doméstico.

2) Falta de educação financeira
É raro que alguém tenha aprendido a lidar com o dinheiro desde a infância. Normalmente, o assunto dinheiro é tratado em família quando acontece algum problema, como desemprego. Nesse caso, vira um assunto tabu, que ninguém gosta de tratar. Segundo Domingos, é importante que a família toda participe das decisões a respeito do uso do dinheiro e que as crianças sejam ensinadas desde pequenas a lidar com ele, por meio da mesada.

3) Crédito fácil
O descontrole também pode chegar no abuso do crédito fácil, como cheque especial e cartão de crédito e também os créditos para endividados. Essas linhas de créditos têm os juros mais altos do mercado. O ideal é evitar. Caso já esteja endividado, procure linhas de crédito mais baratas ou até mesmo venda algum bem. "Também é interessante não ter limite de cheque especial e evitar os empréstimos e crediários", diz.

4) Parcelamentos
O parcelamento é uma das maneiras mais perigosas de perder o controle das finanças, porque as pessoas não percebem que já estão se endividando. O parcelamento é uma forma de crédito, pois você está usando um dinheiro que não possui para comprar um produto.
"Se a soma das suas parcelas, inclusive prestações do cartão de crédito, superarem 30% da sua renda líquida, você já está no caminho do superendividamento", diz Domingos. Caso o parcelamento seja necessário, ele deve constar do orçamento mensal e, assim que receber os rendimentos, já deve separar o valor para pagar a dívida. Tenha também uma reserva de emergência para arcar com despesas imprevistas.

5) Falta de objetivo
Quem não tem um objetivo para o uso do dinheiro é mais propenso a gastar de forma irresponsável. "Isso decorre pela falta de capacidade das pessoas de sonhar, vivendo apenas o presente".
Para escapar disso, Domingos sugere fazer o seguinte exercício. Pense sobre quais são seus sonhos para o futuro. Depois, dê um prazo para que eles aconteçam. Esse prazo deve ser realista, levando em conta o orçamento. Tendo isso estabelecido, poupe para esse fim.
"Assim que realizar um sonho, já planeje outro", diz. O ideal é ter três objetivos: um de curto prazo (até um ano); um de médio (entre um e 10 anos) e um de longo prazo (acima de 10 anos).

6) Comprar por impulso
O incentivo a comprar e gastar é diário, por meio das ações publicitárias. "As mensagens são muitas, e as pessoas passam a acreditar que parte do que é oferecido é realmente necessário", diz Domingos.
O caminho para evitar isso é não comprar por impulso. Questionar se realmente precisa do produto. Outra dica é deixar para comprar em outro dia, quando terá tempo para refletir se realmente precisa dele.

7) Necessidade de status
Achar que consumir é importante para ser aceito na sociedade faz com que se compre sem ter condições. "É importante que se viva dentro do seu padrão, sem querer aparecer para os outros", diz Domingos. Se quiser comprar algum bem, estabeleça como irá poupar para isso e em que prazo. "Endividar-se para consumir não é aconselhável", diz.