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sábado, 27 de outubro de 2018

Álcool sequestra mecanismos de formação das memórias, aponta estudo


Ao mudar a expressão das proteínas nos neurônios, álcool cria uma necessidade de beber mais apesar de eventuais memórias ruins associadas a ele

Estudo feito por pesquisadores da Universidade de Brown, nos EUA, aponta que o álcool sequestra os mecanismos de formação das memórias e muda a expressão das proteínas nos neurônios, criando uma necessidade de beber mais apesar de eventuais memórias ruins associadas à bebida no passado, como ressacas e acontecimentos desagradáveis.

Segundo o estudo, uns poucos drinques em uma noite já são suficientes para alterar a formação das memórias em nível molecular. As descobertas foram publicadas na Neuron.

Um dos maiores desafios na luta contra o alcoolismo é o alto risco de recaídas, mesmo depois de progressos significativos. Para tentar entender os mecanismos por trás do problema, os cientistas norte-americanos estudaram o cérebro das moscas-de-fruta, cujos sinais de formação de memórias de repulsa e recompensa são muito parecidos aos dos humanos.

Explicando de forma muito simplificada: o cérebro tem mecanismos para nos “premiar” por determinadas ações – fazendo a gente se sentir bem – e nos punir por atos não tão bons – fazendo a gente se sentir mal em relação a eles. São mecanismos talhados pela evolução para nos proteger. No entanto, com as drogas em geral, a coisa não funciona bem assim.

“Uma das coisas que eu queria entender é por que drogas produzem memórias positivas, de recompensa, quando, na verdade são neurotóxicas”, explicou a principal autora do estudo, Karla Kaun. “Todas as drogas de abuso – álcool, cocaína, metanfetamina – têm efeitos colaterais adversos. Elas fazem com que as pessoas sintam náuseas, tenham ressacas. Então, por que as achamos tão boas? Por que lembramos das sensações boas e não das ruins? Meu grupo está tentando entender, em nível molecular, o que as drogas provocam nas memórias e por que elas causam esse desejo incontrolável.”

Uma vez que os pesquisadores consigam entender as mudanças moleculares ocorridas no momento em que esse desejo se forma eles esperam poder ajudar na recuperação de alcoólatras e viciados em outras drogas reduzindo a duração ou a intensidade dessas memórias positivas.

As moscas-de-frutas têm apenas cem mil neurônios, contra cerca de cem bilhões dos seres humanos. A escala menor – e o fato de gerações de cientistas terem desenvolvido ferramentas genéticas para manipular a atividade desses neurônios – transformaram os insetos no modelo perfeito de organismo para que o grupo de Kaun pesquisasse os mecanismos envolvidos na formação de boas memórias em relação ao álcool.

Lançando mão de ferramentas genéticas, os pesquisadores “desligaram” seletivamente alguns genes das moscas, ao mesmo tempo em que ensinaram os insetos onde conseguir álcool com facilidade. Isso permitiu aos cientistas observar as proteínas envolvidas no mecanismo de recompensa.

Uma das proteínas responsáveis pelo gosto dos insetos pelo álcool é conhecida como Notch. Essa proteína é a primeira peça do dominó numa cadeia molecular que envolve o desenvolvimento do embrião, o desenvolvimento do cérebro e as funções do cérebro adulto de humanos e outros animais. Tais cadeias moleculares são similares ao que chamamos de “efeito dominó” – quando a primeira peça cai (neste caso, quando a molécula biológica é ativada) e deflagra a queda de várias outras peças na sequência.

Uma das peças de domino nessa cadeia molecular afetada pelo álcool é um gene receptor de dopamina -ou seja que faz com que uma proteína nos neurônios reconheça o neurotransmissor responsável pela sensação de bem estar. O gene receptor é responsável por classificar uma memória como agradável ou desagradável. E é ai que o álcool atua.

Segundo a pesquisadora, o álcool não “liga” nem “desliga” o gene receptor, nem aumenta ou diminui a quantidade de proteína produzida. Trata-se de algo mais sutil: o álcool altera levemente a versão da proteína produzida. “Não sabemos quais são as consequências biológicas dessa pequena alteração, mas uma das descobertas importantes do estudo é que os cientistas precisam estudar não apenas que genes estão sendo ‘ligados’ ou ‘desligados’, mas de que formas cada gene está sendo ‘ligado’ ou ‘desligado'”, afirmou Kaun, no material de divulgação do estudo.

“Se esse mecanismo funcionar da mesma forma em seres humanos, uma taça de vinho é o suficiente para ativar o mecanismo, mas ele retorna ao normal dentro de uma hora”, explicou a pesquisadora. “Depois de três taças, no entanto, com um intervalo de uma hora entre cada uma, o mecanismo ativado só retorna ao normal depois de 24h. Nós achamos que essa persistência é o que provavelmente provoca as mudanças nas expressões do gene no circuito da memória.”


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

7 reações do corpo que são mecanismos de defesa e você nem sabia

Acredite: quando você boceja, se espreguiça ou arrepia é o seu corpo tentando proteger o organismo de potenciais danos

O corpo humano é munido de vários mecanismos que visam barrar agentes que podem fazer mal ao organismo ou mesmo ameaçar a vida. Algumas dessas estratégias são bem conhecidas, como a febre e o aumento de gânglios no pescoço, mas outras – que acontecem com muito mais frequência – a gente nem imagina que estão relacionadas a uma forma de proteção. Está curiosa para saber quais são elas? O site americano Bright Side compilou algumas. Confira a seguir:

1. Bocejo
O ato de abrir a boca quando se está cansada não serve apenas para alertar o corpo que é preciso diminuir o ritmo. Ele também ajuda a cabeça a funcionar em pleno vapor – pelo menos segundo uma pesquisa de 2014 conduzida por austríacos e americanos. Eles constataram que o bocejo resfria o cérebro após a massa cinzenta sofrer uma elevação da temperatura – causada, entre outras coisas, pelo cansaço e pelo sono.

2. Espirro
O forte jato de ar que sai pelo nariz e a boca nada mais é do que o nosso corpo tentando expulsar vírus e bactérias que podem causar doenças ou mesmo partículas que provocam reações alérgicas. Ao detectar a presença desses invasores, o organismo logo se mobiliza para mandá-los embora.

3. Alongamento
Espreguiçar-se funciona como uma forma de preparo para as atividades que vamos encarar ao longo do dia. Além disso, o alongamento ativa os músculos, ajuda na circulação sanguínea e contribui para o bom humor.


4. Mioclonia noturna
Esse nome complicado nada mais é do que aquela contração muscular involuntária que às vezes sentimos quanto estamos prestes a cair no sono, sabe? Ela pode se dar por vários motivos, mas um deles é que, ao adormecer, a nossa frequência respiratória cai rapidamente, ao contrário do batimento cardíaco, que diminui aos poucos. O cérebro interpreta isso como um sinal de morte e, para impedir que ela aconteça, contrai os músculos para dar uma sacudida no corpo.

5. Pele dos dedos enrugada
Basta passar um dia inteiro nadando na piscina ou no mar para a pele das pontas dos dedos ficar parecida com uma uva-passa. Pois fique sabendo que esse fenômeno tem uma explicação – e é pelo seu bem. Quando permanecemos por muito tempo em um lugar úmido, o corpo entende que o ambiente pode ser escorregadio. Daí a pele da mão enruga para que possamos segurar com mais firmeza em superfícies lisas.

6.  Arrepios
Quando a pele fica cheia de bolinhas o objetivo é reduzir a perda de calor e contribuir para que a temperatura corporal se mantenha estável e a nossa saúde, preservada.





7. Choro
As lágrimas lubrificam os olhos, mas também servem como uma espécie de defesa emocional. Em situações estressantes, produzir esse líquido seria uma forma de distrair a pessoa daquilo que a está perturbando.