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sábado, 30 de junho de 2018

Nascidos depois de 1975 têm QI mais baixo que seus pais, conclui pesquisa


Pesquisadores fazem descoberta assustadora sobre os nossos níveis de QI desde a década de 1970

Pesquisadores do Centro de Pesquisa Econômica Ragnar Frisch (Noruega) concluíram que o QI de milhares de pessoas do país tem caído lentamente durante as últimas décadas. Em artigo científico publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, Bernt Bratsberg e Ole Rogeburg sugerem algumas possíveis explicações para esta observação.

Estudos anteriores já haviam notado que as pessoas de forma geral ficaram mais inteligentes na primeira metade do século XX, conforme medição do Quociente de Inteligência (QI). Essa tendência foi chamada de Efeito Flynn, em homenagem a James R. Flynn, que documentou e promoveu este fenômeno.

Muitas teorias tentaram explicar este aumento de inteligência no século passado, e algumas das explicações envolvem uma melhor nutrição, saúde, educação, entre outros fatores. Mas agora, de acordo com esses pesquisadores noruegueses, essa tendência se inverteu. Ao invés de ficarmos mais inteligentes, estamos ficando mais burros.

Os dados analisados neste estudo vêm de testes de QI de pessoas que entraram no serviço militar da Noruega entre 1970 e 2009. Esses jovens nasceram entre os anos de 1962 e 1991, e representam todas as classes sociais do país, já que o serviço militar é compulsório por lá.

Cerca de 730 mil resultados dos testes foram estudados, e a conclusão foi que a cada década os resultados vinham em média três pontos mais altos, até os nascidos em 1975. A partir deste ano, uma queda de rendimento constante foi observada nos testes.

Ao analisar resultados de irmãos, os pesquisadores encontraram diferenças de inteligência entre membros do mesmo grupo familiar, sugerindo que não são os genes que estão causando essa queda nos níveis de QI. “Não é que pessoas burras estão produzindo mais descendentes do que as pessoas inteligentes. É algo relacionado ao ambiente, porque estamos vendo as mesmas diferenças dentro das famílias”, explica Rogeburg à CNN.

Já que em muitos casos os pesquisadores tinham em mãos também os testes de QI dos pais desses jovens, eles conseguiram perceber que pais com QI alto tendem a ter mais filhos do que pessoas com QI baixo.

Eles sugerem que mudanças no estilo de vida podem ser responsáveis pela queda nos resultados, assim como mudanças no sistema educacional e mudança de comportamento de crianças, que deixaram de ler e passaram a jogar mais videogame.

Infelizmente esses resultados não foram observados apenas na Noruega. Estudos semelhantes em outros países como Dinamarca, França e Países Baixos também concluíram a mesma coisa. Uma equipe de pesquisadores britânicos percebeu recentemente que os resultados de testes de QI têm caído entre 2,5 a 4,3 pontos a cada década desde o final da Segunda Guerra Mundial.

Robin Morris, professor de psicologia da Kings College (Inglaterra) que não está envolvido no estudo em questão, avalia que o formato de teste de QI já não é condizente com a realidade acelerada dos jovens de hoje, e que não é a melhor forma de avaliar inteligência. Ele acredita que o teste está ultrapassado, assim como o sistema educacional, que precisa ser atualizado para atender a jovens que estão acostumados com plataformas diferentes. [MedicalXpress, CNN]


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Jogos para o cérebro funcionam?


Quem não gostaria de turbinar um pouco o cérebro? Algumas pessoas por necessidade, outras por vaidade, outras ainda para aprimorar a si mesmas.

As razões para tentar ficar mais esperto e inteligente são as mais diversas, mas, geralmente, todos têm uma coisa em comum: tentam usar jogos de treinamento cerebral para isso.

Para estas pessoas, as notícias não são tão boas. Novos estudos sugerem que os jogos para o cérebro não melhoram os processos mentais ou o QI dos jogadores, apenas os deixam melhores naqueles mesmos jogos.

Os estudos céticos surgem uma década década depois de outras pesquisas sugerirem que jogos para o cérebro funcionavam, o que havia sido acompanhado pela criação de companhias como Cogmed, Lumosity, Jungle Memory e CogniFit, que vendem jogos para crianças, velhos e adultos.

E a nova informação já criou um impasse. Executivos destas empresas insistem que a nova descoberta tem falhas, enquanto os pesquisadores afirmam que é antiético vender um software que não funciona, especialmente a públicos vulneráveis como crianças com problemas de aprendizado ou idosos preocupados com o declínio cognitivo.

Um estudo comparou os efeitos de jogos de treinamento dual n-back, um tipo de programa de treinamento popular no Vale do Silício, com um jogo placebo e com nenhum jogo. Os pesquisadores de três diferentes universidades americanas chegaram à conclusão que o jogo melhorava a capacidade dos jogadores nos jogos, mas não em testes independentes de inteligência fluida, inteligência cristalizada, multitarefas e outras capacidades.

Outro estudo tentou repetir os resultados de pesquisas anteriores que mostravam que certos exercícios melhoravam a inteligência fluida, importante para o aprendizado e associada ao sucesso profissional. O novo estudo não conseguiu repetir tais conclusões.

Por fim, uma revisão analisou 23 estudos anteriores sobre jogos para o cérebro, ponderando as pesquisas pelo rigor de sua execução e pelo número de participantes incluídos. De forma semelhante aos outros estudos, a meta análise descobriu que as pessoas apenas ficavam melhores nos jogos que praticavam, mas estas habilidades não eram transferidas para outras áreas, como habilidades verbais e não verbais, aritmética ou atenção.

Entretanto, estas análises não compararam os resultados dos jogos em crianças saudáveis em comparação com crianças com problemas de aprendizado, ou entre adultos normais e adultos diagnosticados com declínio cognitivo. O primeiro e o segundo estudos trabalharam com jovens saudáveis, e a meta análise examinou estudos sobre jogos que envolveram todo tipo de pessoas.

A conclusão é que, pelo menos para pessoas normais, estudar e jogar xadrez, apesar de ser divertido, só vai te deixar melhor em jogar xadrez. Se você quiser melhorar a memória, terá que fazer caminhadasdormir bem e praticar técnicas de memorização. [PopsciThe New Yorker]