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terça-feira, 30 de julho de 2019

Trabalho em excesso pode aumentar em 45% o risco de AVC, diz estudo


Os pesquisadores analisaram dados de 143.592 participantes voluntários com idade entre 18 e 69 anos

Trabalhar excessivamente pode trazer diversos problemas de saúde, como stress crônico, ansiedade e depressão. Agora, uma nova pesquisa, publicada na revista Stroke, indica que trabalhar demais aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC).

De acordo com o estudo, quem trabalha mais de 10 horas diárias por 50 dias durante o ano está 29% mais propenso a sofrer AVC. O risco é ainda maior para quem mantém a rotina cansativa ao longo de 10 anos, chegando a 45%.

Além disso, os pesquisadores descobriram que esse risco parece ser maior para indivíduos com menos de 50 anos de idade, o que é uma surpresa, já que a população com maior propensão a sofrer AVC está acima dos 65 anos. A equipe acredita que esse resultado mostra porque as pessoas estão desenvolvendo a doença cada vez mais cedo.

Foi o caso de Jeff Hiserodt, de 42 anos. “Eu tive um coágulo de sangue atrás do meu olho direito. Fiquei paralisado do lado esquerdo e cego”, contou à ABC News. Ele revelou que dedicava 60 a 65 horas por semana (cerca de 10 horas por dia) em seu trabalho.

Embora os pesquisadores não tenham encontrado uma relação direta entre trabalho excessivo e o risco de AVC, eles acreditam que a associação possa ser explicada pelo tipo de trabalho, como os muito estressantes ou trabalhos noturnos, e os maus hábitos que as pessoas adquirem ao passar mais tempo trabalhando, como alimentação inadequada e falta de exercício físico.

E por que o trabalho pode aumentar o risco de AVC? Isso acontece porque o trabalho feito à noite, por exemplo, interfere no relógio biológico, responsável por regular diversas funções do organismo. Outros trabalhos mais estressantes, que afetam o estilo de vida, podem despertar hábitos nocivos – como maior consumo de álcool e cigarro – além de poder provocar insônia.

“Há uma modificação do comportamento ligada ao trabalho, principalmente ao excesso de trabalho a longo prazo, o que pode justamente, acarretar a ocorrência de um acidente cardiovascular”, explicou Alexis Descatha, principal autor do estudo, à Rádio França Internacional (RFI).

Metodologia
Os pesquisadores analisaram dados de 143.592 participantes voluntários com idade entre 18 e 69 anos. Entre eles, 42.542 relataram trabalhar mais de 10 horas por dia, enquanto 14.481 afirmaram ter trabalhado em excesso por 10 anos ou mais.

O estudo começou em 2012 e, ao longo dos anos, 1.224 participantes sofreram AVC. Após serem excluídos fatores de risco para a doença, como sexo, idade e tabagismo, a equipe concluiu que trabalhar demais eleva o risco de acidente vascular cerebral.

Como evitar?
No entanto, não há motivo para pânico. “Todo mundo tem diferentes situações sociais. Você não pode simplesmente dizer para alguém não trabalhar em determinada área ou empresa porque é estressante, afinal, todo trabalho é estressante. Mas se você perceber que o stress chega a um ponto em que não é saudável, então é uma história diferente. Você deveria reconsiderar o que faz.”, comentou Arbi Ohanian, do Huntington Hospital, nos Estados Unidos, à revista People.

As recomendações médicas para evitar um AVC é comer de forma saudável, se exercitar por pelo 30 menos trinta minutos por dia e cuidar da saúde. “Certifique-se de ser cuidadoso com fatores de risco como pressão alta, colesterol alto ou qualquer problema cardíaco”, disse Ohanian.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Risco cardíaco é 60% maior para quem trabalha em excesso


O problema não é a carga horária, e sim o estresse, o sedentarismo e os maus hábitos

Quem trabalha de três a quatro horas a mais do que as oito regulamentares aumenta em 60% as chances de desenvolver doenças coronárias, em relação aos que batem o cartão na hora certa.

Esses profissionais estariam mais suscetíveis a sofrer de obstrução das artérias coronárias, desencadeando angina (dor no peito devido ao entupimento) e até infarto.
Os dados são de uma pesquisa publicada no "European Heart Journal", que seguiu 6.000 britânicos de meia-idade por 11 anos.

Segundo Luiz Antonio Machado Cesar, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, o que está por trás do resultado não é o trabalho em si, mas os fatores de risco que cercam quem trabalha demais.

"Essas pessoas são mais estressadas e têm menos tempo para praticar atividades físicas, se alimentar melhor e dormir melhor."

O cardiologista Hélio Castello, do hospital Bandeirantes, comenta: "A pressão arterial de quem trabalha demais tende a ser mais elevada, já que a pressão é maior em situações de alerta".

PREVENÇÃO
Se não dá para reduzir as horas de trabalho, Roberto Kalil Filho, diretor do centro de cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, recomenda uma dieta balanceada, uma hora diária de exercícios e exames periódicos.

"Há sempre um vácuo no dia em que as pessoas fazem coisas supérfluas e que poderia ser ocupado com exercícios", afirma. "O trabalho não mata ninguém. O que mata é não se cuidar."

Fonte: UOL - GUILHERME GENESTRETI