terça-feira, 20 de junho de 2017

Como controlar as alergias respiratórias

Para muitas famílias, é quando o clima esfria que vem a preocupação com rinite, asma... Especialistas indicam cuidados essenciais para prevenir chateações

As alergias respiratórias mais comuns em crianças e adolescentes são a rinite alérgica, caracterizada por entupimento nasal, coceira, espirro e sensação de nariz escorrendo, e a asma, que se manifesta com chiado no peito, tosse e falta de ar. Às vezes, a criança com asma só apresenta tosse persistente ou um aperto no peito após a prática de exercícios.

As doenças alérgicas ocorrem principalmente em pessoas com predisposição genética. Elas apresentam vários sintomas ao entrar em contato com determinadas substâncias no ambiente, caso da poeira. Como pode ser difícil diferenciar as manifestações de uma alergia respiratória daquelas decorrentes de um resfriado, em algumas ocasiões é necessária uma avaliação médica.

Na realidade, alguns fatores podem causar ou piorar as reações alérgicas, como viroses, pó (contendo substâncias liberadas por ácaros, baratas e animais domésticos) e bolor. A fumaça e os odores do cigarro também têm um papel prejudicial aqui.

Poucas regiões do Brasil apresentam estações do ano bem definidas. Mesmo assim, entre março e setembro, nas regiões Sul, Sudeste e em parte do Centro-Oeste, as temperaturas médias ficam mais baixas. O frio, por sua vez, faz com que as pessoas permaneçam mais tempo em ambientes fechados, o que eleva a circulação de vírus e o contato com substâncias potencialmente nocivas.

Alguns procedimentos simples ajudam a evitar a ocorrência ou a piora de sintomas de alergia nos dias mais frios. São eles: evitar aglomerações excessivas e lavar as mãos com frequência, principalmente após o contato com pessoas em lugares públicos. Também é fundamental consultar o pediatra sobre a indicação da vacina da gripe, sobretudo no caso de portadores de asma.

Nas residências com crianças alérgicas, sugerimos evitar carpetes ou cortinas de pano que acumulam poeira, especialmente nos quartos. Como os ácaros se multiplicam no interior dos colchões, devemos promover uma espécie de barreira, usando capas plásticas impermeáveis — o mesmo cuidado vale para os travesseiros.

As roupas de cama devem ser lavadas semanalmente com água quente (acima de 56 ºC). É prudente evitar cobertores de lã.

Remover lixos, não deixar papéis acumulados e dedetizar a residência para o controle de insetos, principalmente baratas, são outras medidas a serem tomadas. Também não recomendamos que animais domésticos frequentem os quartos. Por falar neles, é imprescindível que sejam mantidos limpos, com banhos semanais. A exposição ao cigarro ou à sua fumaça precisa ser vetada.

As oscilações da umidade de ar também representam um problema. No tempo seco, as defesas naturais das vias aéreas ficam prejudicadas. Daí a importância de mantê-las umidificadas e desobstruídas. Para tanto, devemos beber bastante líquido e usar o soro fisiológico nasal.

Domicílios com aquecimento tendem a diminuir a umidade do ar. Nesse caso, indicamos o uso de um umidificador por períodos curtos e sempre observando a presença de bolores. Se houver aparelho de ar-condicionado, é preciso verificar, de tempos em tempos, a manutenção dos filtros. Nos locais mais úmidos, por sua vez, há o risco do aumento dos bolores. Portanto, devemos inspecionar as paredes e corrigir eventuais vazamentos e áreas de infiltração de água.

Em resumo, os princípios gerais de higiene e bem-estar no domicílio são especialmente válidos no contexto de temperaturas mais baixas, época em que necessariamente as pessoas ficam mais tempo em ambientes fechados. Com esses cuidados, o convívio e o aconchego familiar poderão ser desfrutados por todos.


Fonte: http://saude.abril.com.br/blog/experts-na-infancia/como-controlar-as-alergias-respiratorias/ - Por Dra. Vera Rullo e Dr. Marcos Nolasco - SAÚDE/SAÚDE é Vital

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Veja receitas para afastar os odores desagradáveis de casa

Antes de perfumar, limpe. Essa é a regra número um para deixar a casa cheirosa.

"Não adianta passar produtos com fragrâncias antes de fazer a higienização do ambiente e de neutralizar os odores desagradáveis. Isso só vai sobrepor um cheiro forte a outro e, muitas vezes, o efeito pode ser pior", diz a organizadora pessoal Carol Rosa.

As principais fontes de mau cheiro doméstico são micro-organismos, como fungos ou bactérias, que se proliferam em roupas usadas (mesmo as aparentemente limpas), locais úmidos ou em matéria orgânica, como restos de comida, por exemplo.

Desumidificadores são uma boa solução para tirar o cheiro de mofo ou bolor. Há produtos elétricos ou soluções que podem ser borrifadas em armários e gavetas.

"O ideal é usar uma solução líquida que também elimine ácaros, uma das principais fontes de alergia", afirma Sarah Lazaretti, diretora da Alergoshop, loja especializada em produtos para pessoas alérgicas.

Um truque para tirar a umidade e o cheiro de mofo do armário é deixar um aquecedor que ventila ar quente ligado por uma hora em frente ao guarda-roupa com as portas abertas, indica Rosângela Campos, da consultoria Domus Organizzare.

Ela também recomenda usar um tecido de flanela sobre o colchão e passar ferro quente, para absorver umidade e mau cheiro na cama.

Água perfumada para tecidos pode ser usada em lençóis, colchas, cortinas e estofados. Lazaretti recomenda fragrâncias bem suaves para o quarto. "A escolha do aroma é muito pessoal, mas é bom saber que um dos cheiros com mais potencial alergênico é o de gardênia", diz.

Além de soluções caseiras e naturais, aparelhos como limpadoras a vapor são úteis para eliminar os causadores de mau cheiro.

Purificadores de ar, indicados para filtrar partículas de poeira, também ajudam a tirar cheiros como o de cigarro. Há modelos com recipiente para colocar óleos aromáticos, que limpam e perfumam ao mesmo tempo.

CASA PERFUMADA
Uma estratégia para cada espaço

QUARTO
Guarde só roupas limpas no armário; use desumidificadores ou potes com pedaços de giz para absorver umidade interna e perfume as gavetas com bolinhas de cedro.
No colchão e nos travesseiros, use capas que podem ser lavadas regularmente. Água perfumada para tecidos pode ser usada em lençóis limpos e cortinas.
Para tirar cheiro de bichos de pelúcia, coloque-os em saco plástico bem fechado e deixe por cerca de duas horas no congelador.
Aromas mais apropriados para o quarto: lavanda, laranja e cedro, borrifados ou com difusores de varetas -estes últimos deixam um perfume muito sutil, mas constante

SALA
Tire o mau cheiro de estofados e tapetes esfregando uma mistura de 3 colheres (sopa) de vinagre de álcool em um litro de água. Para odor de cigarro, coloque 500 ml de álcool em um borrifador, junte galhos de alecrim e flores secas de camomila e deixe descansar por três dias; use no ambiente e nos tecidos, quando necessário.
Cubra as cerdas de uma escova com um meia de náilon velha e passe no sofá para tirar pelos de animais, que deixam cheiro nos móveis. Para tirar odor de urina, limpe o local com água morna e vinagre e depois passe um pano embebido em leite. Na sala, podem ser usados difusores elétricos para aromas como laranja, rosa ou baunilha

BANHEIRO
Faça primeiro uma faxina com produtos sem perfume: água e sabão, detergente neutro ou água sanitária em pontos críticos, como vaso e ralo.
Deixe as escovas para lavar vaso mergulhadas em água com gotas de óleo aromático. As lixeiras podem passar por um banho mais caprichado a cada 15 dias: encha o recipiente com água, misture uma tampa de água sanitária e deixe de molho por duas horas. O perfume é adicionado na hora de trocar o saco de lixo, colocando um pedaço de algodão umedecido em aromatizante no fundo do saco.
Velas aromáticas de citronela, hortelã e rosa ajudam a neutralizar cheiros típicos do banheiro

COZINHA
Limpe a geladeira com água e sabão neutro e deixe uma raminho de alecrim dentro para absorver outros aromas. Tire a sujeira e elimine os cheiros das bancadas, do micro-ondas e do fogão com água morna e sabão em barra amarelo. Quando estiver grelhando carnes, deixe um pratinho com pedaços de carvão em uma prateleira alta para absorver o odor.
Para eliminar cheiro de fritura e perfumar a cozinha, coloque em uma panela uma maçã cortada em quatro, dois paus de canela e um punhado de cravos-da-índia em 500 ml de água e deixe cozinhar em fogo baixo. Na cozinha podem ser usados aromatizantes de alecrim, limão e hortelã. Evite cheiros que briguem com o cheiro da comida.


domingo, 18 de junho de 2017

A importância do sono para o treino e a dieta

O sono é parte fundamental dos resultados do seu treinamento e alimentação. Entenda de que forma ele regenera o seu corpo

O sono inadequado pode interferir em diversos processos do organismo que, direta ou indiretamente, poderão afetar a sua saúde. Durante o sono profundo é realizada a liberação do hormônio GH, que está relacionado ao crescimento das crianças. Nos adultos, é um dos responsáveis por auxiliar na redução de gordura e poupar os músculos - não à toa, a perda ou ganho de peso e a hipertrofia muscular são as principais questões entre aqueles que sonham com o corpo ideal.

Por que devemos dormir bem?

Um soninho agora não seria uma má ideia...
Dormir pouco ou mal diminui a formação de melatonina (hormônio do sono, que regula nosso “relógio biológico”). Consequentemente, baixa os níveis de leptina (hormônio responsável pela sensação de saciedade) e aumenta os de grelina (hormônio que se refere à fome). Por isso, quando dormimos pouco ficamos com mais fome e queimamos menos gordura. Além disso, quem passa a noite em claro acaba procurando alimentos mais calóricos e menos saudáveis durante o dia.
E essa dificuldade em sentir saciedade acaba provocando a compulsão alimentar. Segundo os especialistas, existe um mínimo de horas de sono indicado para ajudar na perda de peso. Até mesmo para auxiliar no ganho de massa muscular são necessárias, pelo menos, 6 horas de sono de qualidade - ou seja, reparador e sem interrupções.

Auxílio do cardápio

Comer bem é parte fundamental do treinamento!
Uma boa notícia para aqueles que encontram dificuldades na hora de dormir: existem alguns nutrientes e alimentos aliados do sono de qualidade. Confira quais são eles:

• Triptofano: está presente em ovos, grão-de-bico, banana, semente de gergelim, cacau e leite;
 • Passiflora incarnata: é conhecida como a folha do maracujá e ajuda a ativar os receptores do neurotransmissor da serotonina, o hormônio do bem-estar;
 • Melatonina: encontrada na aveia e arroz integral.


sábado, 17 de junho de 2017

Bauru vira sobre Paulistano e é campeão inédito do NBB

Alex Garcia foi comandante da campanha vitoriosa do time do interior de São Paulo

O Bauru é o novo campeão do NBB. O time venceu o Paulistano por 92 a 73 (25 a 21 no intervalo) para ficar com o título inédito, na nona edição do campeonato nacional de basquete. O melhor jogador das finais foi o experiente Alex Garcia, que anotou 24 pontos na partida deste sábado (17), no Ginásio Gigantão, em Araraquara.

Essa foi a primeira vez que nem Flamengo (cinco títulos), nem Brasília (três títulos) participaram da final — anteriormente, o campeonato era organizado não pela Liga Nacional de Basquete, mas pela Confederação Brasileira de Basquete.

A partida esteve equilibrada até o intervalo. Mais experiente, o time do técnico Demétrius Ferracciú soube converter as bolas mais fáceis com Alex, Léo Meindl, Gegê, Jefferson e Shilton para pouco a pouco se distanciar no placar. Do outro lado, a equipe do treinador Gustavinho se perdeu em momentos decisivos e não conseguiu organizar bons ataques com os jovens e talentosos prospectos da NBA Georginho, Mogi e Lucas Dias.

O caminho para o título do Bauru passou por uma defesa que se acertou ao longo da série. Depois de perder os dois primeiros jogos, o time mudou a atitude na quadra de defesa e passou a agredir mais os jogadores do Paulistano, pela segunda vez vice-campeão.

Nos últimos minutos, a torcida bauruense que invadiu Araraquara fez a festa para as cestas decisivas de Alex sob os gritos de “MVP”. Apesar da nova organização, o Bauru comemora também o título nacional de 2002.


Saiba como evitar lesões no inverno

É preciso ter mais cuidado antes de treinar no inverno, pois a incidência de uma lesão cresce com o frio. Confira como evitar problemas nessa temporada

A temperatura esfriou, mas a rotina de exercícios deve se manter a mesma. No entanto, é preciso ter mais cuidado antes de treinar, pois a incidência de uma lesão cresce com o frio. “Os músculos sofrem aumento do tônus e têm picos de contração mais lentos. Como consequência, pode haver o risco de estiramentos musculares explica Márcio Schiefer, médico ortopedista do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), do Rio de Janeiro (RJ). Além disso, em temperaturas extremamente baixas, o aporte de sangue pode ser reduzido, já que é redirecionado à manutenção dos órgãos vitais, aumentando as chances de lesões. 

A dica para evitá-las é realizar um aquecimento leve, como um trote ou bicicleta com pouca carga, durante 5 a 15 minutos antes de iniciar o treinamento. Isso provoca uma elevação gradual da circulação, deixando a musculatura mais preparada para o esforço. Já o alongamento, que tem por objetivo melhorar a elasticidade das fibras, reduzindo, assim, os estiramentos, deve ser feito após o aquecimento, quando o fluxo sanguíneo está maior. Bons treinos!


sexta-feira, 16 de junho de 2017

Oleaginosas: um punhado por dia para combater 8 doenças graves

Nozes, castanhas e companhia têm uma combinação única de nutrientes. Entenda de vez por que investir em uma pequena porção diária já vale muito a pena

Dizer que a solução para ter uma saúde de ferro está em suas mãos nunca foi tão real. Pensando bem, pode considerar apenas uma mão – e em formato de concha. Esse é o espaço ideal para você preencher com castanhas, amêndoas, avelãs, pistaches e outras oleaginosas. Comer um punhado por dia, ou aproximadamente 30 gramas, está ligado a uma probabilidade 22% menor de morrer mais cedo por qualquer doença.

A conclusão é de um senhor estudo realizado pelo Imperial College London, na Inglaterra, e pela Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. Baseado em uma revisão de 29 pesquisas, totalizando mais de 819 mil pessoas avaliadas, o trabalho destrinchou o impacto das nuts (eis seu nome em inglês que ganhou o mundo) em diversas condições potencialmente letais.

Em todas elas, de câncer a doenças cardíacas passando pela mortalidade por diabetes, o consumo de oleaginosas se mostrou positivo. Segundo os autores, se a relação for mesmo de causa e efeito – por enquanto, eles só estabeleceram uma associação entre consumo e menor risco dessas encrencas -, dá para presumir que, nos países analisados, 4,4 milhões de mortes prematuras ocorridas em 2013 podem ser atribuídas, entre outras coisas, a uma ingestão de oleaginosas abaixo de 20 gramas ao dia. Confira os dados exatos:

Corpo blindado
Os cientistas envolvidos no estudo que encabeça esta matéria descobriram uma associação entre o consumo diário de 28 gramas de nuts e um menor risco de…
-21% doença cardiovascular
-7% derrame
-15% câncer
-39% mortalidade por doença respiratória
-52% mortalidade por diabetes
-35% mortalidade por males como Alzheimer
-75% mortalidade por infecções
-73% mortalidade por problema renal

À primeira vista, até parece estranho listar um monte de doenças tão diferentes. “Acontece que elas apresentam um componente comum por trás: a inflamação e a oxidação de moléculas no nosso organismo”, explica a nutricionista Regiane Lopes, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais.
E as oleaginosas têm bala na agulha para minimizar esses processos. Elas reúnem gorduras insaturadas, proteínas, fibras e antioxidantes. “Também são fontes das vitaminas E e do complexo B e de minerais como zinco, potássio, manganês, ferro, cobre e selênio”, completa Regiane. Já deu para sacar de onde vem tanto poder?

De todas as situações abordadas na revisão, prevenir panes cardiovasculares parece despontar como o maior trunfo das oleaginosas. O motivo até é velho conhecido. De acordo com Arianna Carughi, Ph.D. em ciências nutricionais da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, esse grupo de alimentos tem habilidade de reduzir as taxas sanguíneas de colesterol LDL, cujo excesso faz as artérias do coração passarem sufoco.  Agora, não se sabe ao certo se isso é devido a algum componente específico ou ao pacote nutritivo como um todo. “O fato é que as nuts ajudam a proteger contra problemas cardíacos”, reforça.

O interesse nessa seara é justificável, já que o time das nozes concentra gorduras, nutrientes que causam temor quando se fala no bem-estar do peito. Ocorre que elas são de boa índole. O destaque vai para o tipo monoinsaturado, como o ácido oleico, o mesmo que dá as caras no azeite de oliva.

“Ainda há a gordura poli-insaturada, representada pelo ácido alfalinolênico, uma versão do ômega-3, e o linoleico, da família do ômega-6”, ensina a nutricionista Isabela Pimentel, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Mas uma coisa não dá para negar. Por causa dessa riqueza em gordura, o teor calórico também se eleva. “Assim, grandes quantidades podem influenciar no ganho de peso”, lembra a nutricionista Isabela Sell, professora da Universidade do Vale do Itajaí, em Santa Catarina.

Há estudos, verdade seja dita, que até encontram vantagens com uma ingestão diária de 50 ou 60 gramas. Mas, antes de se entregar às unidades extras, o correto é buscar a opinião de um especialista. “Com base no gasto energético do indivíduo, analisamos quantas calorias ele está liberado para ingerir por dia e a quantidade que poderia vir das oleaginosas”, esclarece a nutricionista Aline David Silva, professora do Centro Universitário São Camilo, na capital paulista. Sem acompanhamento, melhor não ir além do punhado de 30 gramas, uma média sugerida por diversas pesquisas.

Até porque ver a barriga inflar não é o único contratempo. “Depois da ingestão exagerada, há indivíduos que relatam diarreia”, conta a nutricionista Ivone Ikeda Morimoto, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Se a gente pensar na castanha-do-pará, conhecida lá fora como castanha-do-Brasil, o limite cai bastante: indica-se, normalmente, de uma a duas unidades.

É que essa porção já fornece as doses necessárias de selênio para um dia inteiro – acredita-se que passar muito disso traria até prejuízos. Se por um lado é preciso ter atenção para não devorar o pacote todo, por outro não dá para petiscar as nuts uma vez ao mês. “Sabemos que o consumo regular é que faz diferença”, afirma o engenheiro de alimentos José Humberto Queiroz, professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFV.

Vamos combinar: comer um punhadinho desses itens está longe de ser um sacrifício. O complicado de verdade é dizer “chega”. Ora, mas se eles são deliciosos e reverenciados pelos entendidos em nutrição, então por que a ingestão no Brasil ainda não decolou de fato? Para Regiane, da UFV, um motivo é o alto teor de gorduras e o consequente medo de engordar.

“Só que as pesquisas não mostram isso”, tranquiliza. Pelo contrário. Respeitando a clássica porção de 30 gramas, a tendência é, inclusive, manter a silhueta esguia. “Isso por causa das fibras, do baixo índice glicêmico e da textura, que traz sensação de saciedade”, enumera Isabela, da Univali.

Confusão desfeita, tem mais um fator limitador: o preço salgado. Para levar 300 gramas de macadâmias pra casa, por exemplo, é necessário desembolsar em torno de 35 reais. Prefere nozes? Então se prepare para gastar cerca de 20 reais pela mesma quantidade. Pensando no bolso, a exceção fica por conta do amendoim. Com cerca de 3 reais dá para adquirir 300 gramas do alimento.

Aqui, cabe uma explicação: ele é, na realidade, uma leguminosa, da mesma família do feijão. Mas acabou abraçado pelo grupo das oleaginosas. “Isso se deve ao seu perfil de gorduras”, justifica a nutricionista Vanderlí Marchiori, presidente da Associação Paulista de Fitoterapia. A acessibilidade reflete no consumo – segundo os últimos dados do Conselho Internacional de Nuts e Frutas Secas, estamos entre os 20 principais consumidores do ingrediente.

Há explicações para a discrepância de preço. Voltemos à macadâmia, que é plantada no Brasil. Se começar a cultivá-la hoje, a primeira colheita ocorrerá em uns cinco anos. “Mas renderá um pacote de 125 gramas”, conta José Eduardo Mendes de Camargo, diretor da Divisão de Nozes e Castanhas do Departamento de Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

A árvore só atinge um potencial de produção pleno depois de 10 ou 12 anos. “E tem muito custo envolvido, por causa dos períodos de seca, excesso de chuva…”, acrescenta Camargo. Nem todo agricultor topa aguardar para o retorno do investimento. No caso do amendoim, bastam 120 dias para a colheita.

Já a castanha de caju, típica daqui, tem baixa produtividade – para obter 1 quilo da parte comestível, são necessários 4,5 quilos da castanha in natura. E tem outro detalhe. Por causa do clima, das pragas, do estado e da idade dos pomares, a safra enxugou. “Hoje até importamos essa castanha da África”, revela Francisco Paiva, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza.

Aliás, muitas oleaginosas nem são cultivadas no Brasil, como avelã, amêndoa e pistache. Outras, legitimamente nossas, a exemplo de baru e sapucaia, carecem de divulgação e apoio para chegar às mesas. A solução, por enquanto, é olhar o copo meio cheio, ou seja, o lado bom. Até porque basta um punhado de 30 gramas por dia. Não mais que isso. Cabe no bolso e a saúde agradece o investimento.

Veja agora particularidades e benefícios de cada uma das oleaginosas:

Amêndoa
Foi a oleaginosa cuja produção mais cresceu nos últimos anos, de acordo com o Conselho Internacional de Nuts e Frutas Secas (INC, em inglês). Para ter ideia, o salto de 2005 para cá foi de 93%, e os Estados Unidos respondem por 77% do cultivo mundial.
É de lá que vem uma pesquisa mostrando que, ao incluir o alimento na rotina, pais e filhos experimentaram uma melhora na qualidade da dieta. “Provavelmente isso ocorreu porque as amêndoas substituíram salgadinhos e cookies”, aposta a autora da investigação Alyssa Burns, da Universidade da Flórida. E, ao contrário desses snacks, elas são ricas em fibras, proteínas, cálcio, além das vitaminas E, B2 e B3.

Noz
“Em comparação com outras oleaginosas, ela é a única com doses expressivas de ácido alfalinolênico, uma versão do ômega-3”, afirma a cientista Lenore Arab, professora da Escola de Medicina David Geffen, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos. Daí seu interesse em trabalhar com o alimento, considerado amigo do coração.
Em um estudo, Lenore notou que os consumidores habituais de nozes se saíram melhor em testes cognitivos, daqueles que desafiam a memória e a concentração. Além da presença do ômega-3, o conteúdo de antioxidantes pode ter influenciado. “Eles parecem inibir ou tornar mais lenta a degeneração dos neurônios”, observa.

Castanha de caju
Ela representa apenas 10% do peso do fruto – os outros 90% correspondem ao pedúnculo, parte que rende o suco de caju. Embora tenha a cara do Brasil, só 5% da produção mundial dessa castanha tem nossa assinatura. “O Brasil sempre focou na exportação. Mas, hoje, de 25 a 30% da produção é voltada ao mercado interno”, explica Francisco Paiva, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical.
Vale frisar que ela está entre as oleaginosas mais lotadas de magnésio. “E a deficiência do mineral tem sido ligada ao aumento no estresse oxidativo e ao desequilíbrio da glicemia”, informa Isabela Sell, da Univali.

Macadâmia
Diz-se por aí que se trata da única planta nativa da Austrália que virou alimento internacional. Sorte a nossa. Entre todas as oleaginosas, é a que reúne maiores concentrações da gordura monoinsaturada, que favorece o controle do colesterol.
Como esse nutriente demora a ser digerido, a macadâmia ainda deixa a impressão de barriga cheia por tempo extra, efeito incentivado pelo aporte de fibras. “Além disso, é considerada uma das mais saborosas”, diz Maria Teresa Egreja Camargo, diretora da QueenNut Macadamia, em Dois Córregos, no interior paulista. Ela assegura que dez unidades ao dia são suficientes para ver a saúde melhorar.

Castanha-do-pará
No resto do mundo, ela é chamada de castanha-do-Brasil. Ironicamente, é a Bolívia quem domina a produção hoje. Mas nem esse país nem o Brasil estão entre os 20 principais consumidores da nut. Pela saúde do cérebro, é bom rever isso.
Em pesquisa recente, a nutricionista Bárbara Rita Cardoso, da Universidade de São Paulo, viu que apenas uma unidade diária do alimento melhorou as funções cognitivas de idosos. O mineral selênio, inimigo de radicais livres, sempre foi encarado como o benfeitor. “Mas pode haver outro mecanismo envolvido, como redução da inflamação”, adianta. De uma forma ou de outra, fica o recado: uma castanha-do-pará por dia é o suficiente.

Amendoim
Desde 2005, a produção mundial do alimento disparou 15%, com a China liderando o ranking. Segundo a nutricionista Regiane, da UFV, ele se sobressai como fonte de dois aminoácidos: arginina e glutamina. A primeira substância é precursora do óxido nítrico, potente vasodilatador – isso quer dizer que relaxa as artérias, aliviando a pressão. “Já a glutamina ajuda a manter a integridade do intestino”, detalha.
E acredite: a casca esconde resveratrol, o célebre antioxidante do vinho. Regiane só pede atenção quanto à aflatoxina, composto cancerígeno produzido por um fungo e que pode surgir no alimento. Para degustar sem medo, o produto deve exibir o selo do programa Pró-Amendoim.

Pistache
Fugindo de conflitos no Irã, país líder no cultivo de pistache, muitas pessoas partiram para a Califórnia, nos Estados Unidos. Lá, iniciaram o plantio da oleaginosa, colocando os americanos na disputa pelo título de principal produtor. Da família das nuts, o pistache é o que mais esbanja potássio. “Esse nutriente ajuda a baixar a pressão arterial”, cita Arianna. “Mas tem que optar pelo alimento que não vem salgado”, orienta.
Pesquisas ainda evidenciam o elo entre a ingestão da oleaginosa e um corpo repleto de antioxidantes – em última instância, isso significa proteção contra males que surgem com a idade, entre eles o câncer e os problemas cardiovasculares.

Avelã
No Brasil, estamos acostumados a vê-la como ingrediente de sobremesas. Mas é ao natural que ela exibe suas qualidades, como prova uma revisão da Universidade de Pavia, na Itália, país que produz e consome muita avelã. No trabalho, que incluiu um total de 425 participantes, a presença da oleaginosa no dia a dia foi associada à queda do colesterol total e do LDL, aquele cujo excesso castiga as artérias.
O melhor: embora a inclusão da nut some cerca de 250 calorias à dieta, a cintura não tende a se expandir. “O peso de quem come avelã não muda por causa do alto conteúdo de fibras no alimento”, argumenta Simone Perna, um dos autores do estudo.