quinta-feira, 31 de maio de 2018

Dança do ventre: muito mais do que uma performance sensual


Segundo especialista, a dança do ventre não é uma mera performance de sensualidade, mas sim um momento de poder de uma mulher que domina seu corpo

A dança do ventre é uma das danças mais antigas da humanidade e também uma das mais conhecidas em todo o mundo. Afinal, além de a expressão artística preservar características milenares e essenciais da natureza da mulher, também desenvolve os pilares do equilíbrio e poder no caminho da felicidade, que está totalmente ligada ao empoderamento feminino. Sendo assim, nada melhor que desmistificar essa dança, que atrai a atenção do público e tem uma legião de praticantes, mas está longe de ser uma mera performance de sensualidade.

Talvez, o maior desafio deste milênio seja a busca do equilíbrio homem-mulher, da fantástica harmonia na diferença entre eles na sociedade, tendo como base o respeito e a humanização. “Hoje em dia, as mulheres vivem numa luta interior, redescobrindo seu próprio alinhamento, sua feminilidade e sua harmonia. Nesta busca, elas encontram vários caminhos, e um deles é a dança, que vem ao encontro do início de sua caminhada no desenvolvimento da comunicação em todas as suas formas, exteriorizando suas emoções, seus pensamentos e sentimentos”, diz Shalimar Mattar, pesquisadora de danças do feminino e autora do livro Círculo Mulher – O Movimento do Feminino ao Longo da Vida.

Segundo a especialista, é através da dança do ventre que muitas mulheres finalmente se conhecem ou se reencontram, e não é exagero afirmar que é um dos mais completos recursos no desenvolvimento da autoestima, valorização pessoal e confiança. “Isso acontece não somente porque a mulher coloca um lindo figurino e dança de forma feminina, mas porque ela efetivamente se torna consciente de quem é e o que busca e não há poder maior do que o autoconhecimento!”, argumenta Shalimar.

Para a especialista, diferente do que muitos ainda pensam, a dança do ventre não é um instrumento que objetiva tornar a mulher mais sedutora, pelo contrário, ela seduz a mulher com a possibilidade de proporcionar todo esse poder. Portanto, é muito importante que o público ao se deparar com uma mulher desenvolvendo a Dança do Ventre, saiba que não se trata de uma mera performance de sensualidade de uma mulher que deseja conquistar.

E quer saber mais? A professora afirma que não existe idade para praticar a dança do ventre – esteja você na casa dos 40, 50 ou 60 ou até mais. Isso porque poucas pessoas sabem que ela também traz muitos benefícios à saúde, pois trabalha todas as partes do corpo, da ponta dos pés ao topo da cabeça, o que exige um bom trabalho postural e equilíbrio.

A dança massageia os órgãos internos e colabora com a coordenação e agilidade. “Atua no desenvolvimento dos sentidos, fortalece a feminilidade, combate o stress e a depressão. Favorece o autoconhecimento, aumentando a autoestima e confiança pessoal. Você pode começar desde que procure um professor gabaritado, que pode ministrar aulas para crianças e até mesmo para a terceira idade”, finaliza.

Fonte: https://sportlife.com.br/danca-do-ventre/ - Bruno Ribeiro - Foto: Shutterstock

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Substância encontrada no chocolate e no vinho pode combater o envelhecimento


Se você está animada com a chegada do frio para curtir uma taça de vinho e um bom chocolate, você tem mais motivos para comemorar, pois uma substância encontrada nesses dois produtos pode ajudar a retardar os sinais da passagem dos anos.

A novidade surgiu a partir de um estudo que mostrou que células mais velhas, que haviam parado de se reproduzir, retomaram o processo de divisão celular ao ser expostas a substâncias parecidas com o resveratrol, um antioxidante encontrado no vinho tinto, no chocolate amargo, na casca das uvas escuras, nos mirtilos e no amendoim.

Em busca da origem do envelhecimento

Com o passar dos anos, um número cada vez maior de células do nosso organismo se torna senescente, ou seja, perde gradualmente a capacidade de se multiplicar devido a uma alteração no material genético conhecido como RNA mensageiro.

Essas células estão vivas, mas elas não crescem e não cumprem direito suas funções. Dessa forma, o acúmulo das células senescentes leva ao envelhecimento e ao surgimento de doenças degenerativas relacionadas a esse processo.

Assim, se encontrássemos uma maneira de reverter essa alteração genética no RNA mensageiro das células, talvez fosse possível combater os efeitos da passagem do tempo – e foi justamente isso que um grupo de pesquisadores do Reino Unido tentou fazer.

De acordo com o artigo publicado no periódico BMC Cell Biology, os pesquisadores desenvolveram um conjunto de moléculas parecidas com o resveratrol – cuja capacidade de interferir positivamente no RNA mensageiro já havia sido sugerida anteriormente – para investigar se elas poderiam “rejuvenescer” as células senescentes.

Com isso em mente, os cientistas colocaram essas células em contato com as substâncias análogas ao resveratrol. O resultado foi que, em questão de horas, elas voltaram a se reproduzir e apresentaram um alongamento nos telômeros, uma estrutura que protege os cromossomos e que fica mais curta com o passar do tempo. Ou seja, as células senescentes parecem ter rejuvenescido.

A partir desse efeito, os pesquisadores esperam desenvolver novas terapias que combatam as doenças degenerativas associadas ao envelhecimento, proporcionando mais saúde e qualidade de vida apesar do avanço da idade.

Posso apostar em vinho e chocolate para combater o envelhecimento?

Mais ou menos. Ao realizar o estudo, os pesquisadores não utilizaram o resveratrol propriamente dito, que realmente é encontrado no vinho tinto e o chocolate amargo, mas sim substâncias produzidas em laboratório análogas a esse componente.

Essa escolha aconteceu porque, embora o resveratrol provavelmente seja benéfico para a divisão celular, ele exerce outros efeitos biológicos que poderiam mascarar a ação exata que os cientistas queriam estudar – no caso, a influência do fator de splicing, um processo que ocorre no RNA mensageiro, no funcionamento das células. Por isso, eles desenvolveram moléculas semelhantes ao resveratrol, mas que não apresentam esses efeitos secundários.

Como o resveratrol e as novas substâncias são muito semelhantes, muitas pessoas deduziram que o consumo do vinho e do chocolate poderia ajudar a retardar os efeitos da passagem do tempo, mas, na verdade, os pesquisadores nem chegaram a mencioná-los no estudo.

Independente disso, pode haver sim uma lógica por trás dessa ideia. Afinal, da mesma forma que seus análogos, o resveratrol também parece ser capaz de fazer as células senescentes se comportarem como células mais jovens – e, desse modo, o vinho e o chocolate poderiam contribuir para o combate ao envelhecimento.

Entretanto, o álcool, a gordura e o açúcar – componentes presentes nesses produtos – são fatores que conhecidamente favorecem o envelhecimento da pele e de todo o organismo, e ainda não se sabe se o efeito do resveratrol poderia superar esse prejuízo.

Portanto, as recomendações para retardar os sinais da passagem do tempo continuam sendo as mesmas: ter uma alimentação pobre em açúcares e gorduras ruins e rica em vitaminas e sais minerais, evitar as bebidas alcoólicas, não fumar, fazer exercícios físicos, usar protetor solar e controlar o estresse. Porém, como a felicidade também nos ajuda a permanecer jovens, você pode sim aproveitar uma tacinha de vinho ou um quadradinho de chocolate – basta ter moderação.

Fonte: https://www.dicasdemulher.com.br/chocolate-e-vinho-combatem-envelhecimento/ - Escrito por Raquel Praconi Pinzon - FOTO: ISTOCK

terça-feira, 29 de maio de 2018

6 alimentos que você deve comer se quer ter mais energia durante o dia


Incluí-los no cardápio aumenta a disposição para encarar todas as tarefas da sua agenda

1. Salmão
Por ser fonte de proteínas e gorduras boas, a digestão desse peixe é mais demorada. Ou seja: saciedade garantida! Com isso, você garante mais energia durante o dia sem precisar recorrer a lanchinhos calóricos para dar conta das suas atividades. Prefira comer o salmão na hora do almoço.

2. Espinafre
A hortaliça é fonte de ferro, mineral que intensifica a oxigenação do sangue, aumentando a disposição. Para tirar proveito desse benefício, aposte no verdinho no café da manhã (vai superbem com ovo) ou na hora do almoço.

3. Ovo
Assim como o salmão, ele mantém o organismo alimentado por mais tempo graças a proteínas e gorduras. Vá de ovo cozido, mexido ou pochê pela manhã para encarar as responsabilidades com energia de sobra.

4. Manjericão
Seu consumo impulsiona a circulação sanguínea, oxigenando melhor o cérebro. “Além disso, possui magnésio, um mineral que melhora o funcionamento do sistema nervoso como um todo, o que aumenta a concentração e a atenção”, explica Letícia Mendes, nutricionista da Estima Nutrição, em São Paulo. Inclua-o em lanches ou sucos do desjejum.

5. Gengibre
Um pedacinho da raiz já é suficiente para garantir pique. “Ela contém ativos que elevam a temperatura corporal, intensificando a atividade celular”, diz Letícia. O resultado é uma oferta de energia maior. Acrescente um pedaço de gengibre ralado ou em pó a bebidas pela manhã ou entre refeições.

6. Manga
A fruta é cheia de fibras, que saciam por mais tempo. Use-a como reforço entre as refeições caso perceba que a disposição está caindo e a fome, aumentando.


Comer um ovo por dia diminui o risco de doença cardíaca


Ovos têm um histórico complicado na mídia. Quem não se lembra de ler e ouvir que comer ovos demais aumenta o colesterol ruim? Esta informação era veiculada por causa da descoberta que os ovos têm alto índice desse tipo de colesterol, mas pesquisas mais recentes apontaram que na verdade eles ajudam a melhorar o colesterol bom (LDH), que é um componente importante das nossas células.

Agora um estudo recém publicado na revista Heart comprova os resultados positivos dos ovos na nossa saúde cardíaca. Um grupo de pesquisadores da China e do Reino Unido quis ver na prática a ligação entre consumo frequente de ovos e desenvolvimento de doenças cardíacas e circulares.

Cientistas “descozinham” um ovo
Para isso, eles usaram dados de um estudo anterior, que incluiu quase meio milhão de adultos com idades entre 30 a 79 anos de 10 regiões diferentes da China.

Cerca de 416 mil participantes com boa saúde e livres de problemas como câncer, doença cardíaca e diabetes foram escolhidos. Eles foram questionados sobre a frequência em que consumiam ovos, e foram acompanhados por quase 9 anos.

Cerca de 13% dos participantes informaram que consumiam ovos todos os dias, enquanto 9% disseram que nunca ou apenas raramente comiam ovos.

Ao final do período de acompanhamento, 83.977 deles desenvolveram doenças cardíacas, sendo que 9.985 morreram. Aconteceram 5.103 grandes eventos coronários como derrames e ataques cardíacos.

Os resultados mostram que pessoas que comiam ovos diariamente tinham menos risco de ter doenças cardíacas em geral.

Quem comia até um ovo por dia teve 26% menos chance de ter derrame, 18% menos chance de morrer de doenças cardiovasculares, além de 12% menos chance de ter doenças cardíacas isquêmicas quando comparado com pessoas que comiam ovos raramente.

Uma dúzia de fatos extraordinários sobre ovos
Ovos são alimentos ricos em proteína, vitamina e fosfolipídios. Um ovo contém 35% da quantidade diária de colina, um nutriente importante para a função cognitiva e que pode proteger contra o mal de Alzheimer. [Science Alert]


segunda-feira, 28 de maio de 2018

Redobre a atenção aos sintomas de infarto nos dias frios


Ficar alerta aos diversos sintomas do infarto é importante porque o ataque cardíaco é uma condição sistêmica, indo muito além do coração.

Infartos mais frequentes no inverno

Seja extremamente vigilante sobre os sintomas de um ataque cardíaco durante os dias mais frios.

Já havia indícios epidemiológicos de que grandes variações de temperatura aumentam a incidências de ataques cardíacos.

Agora, um estudo de grandes proporções feito em Taiwan concluiu que os ataques cardíacos são mais propensos a acontecer quando as temperaturas caem. O alerta é importante porque grande parte da população associa o risco de ataques cardíacos ao calor.

"Nós constatamos que o número de ataques cardíacos (infarto agudo do miocárdio) flutua com as estações do ano, com mais ataques ocorrendo no inverno em comparação com o verão. Os ataques cardíacos aumentaram drasticamente quando a temperatura caiu abaixo de 15 graus Celsius.

"Quando a temperatura cai, as pessoas com alto risco de ataque cardíaco devem ser alertadas para sintomas como dor no peito e falta de ar.

"Os grupos de risco incluem pessoas que tiveram um ataque cardíaco anterior, idosos ou aqueles com fatores de risco, como diabetes, pressão alta, tabagismo, obesidade e estilos de vida sedentários. Ataques cardíacos podem causar a morte repentina, então é essencial procurar urgentemente assistência médica quando ocorrerem os sintomas," resumiu o professor Po-Jui Wu, do Hospital Memorial Kaohsiung Chang Gung, coordenador do estudo.

Aumentos de infarto por grau de temperatura

Quando a temperatura mais baixa do dia ficou entre 15 e 20º C, a incidência relativa de infarto agudo do miocárdio aumentou 0,45% para cada 1º de queda na temperatura.

Quando a temperatura mais baixa do dia estava abaixo de 15º C, cada 1º C de queda na temperatura foi associado a um aumento de 1,6% na incidência relativa de infarto agudo do miocárdio.

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=redobre-atencao-sintomas-infarto-inverno&id=12802&nl=nlds - Redação do Diário da Saúde - Imagem: Medical University of Vienna

domingo, 27 de maio de 2018

O segredo do emagrecimento

Para perder peso e, acima de tudo, manter a boa forma física, é necessário ter na ponta da língua a resposta para uma pergunta fundamental

Outro dia viajei de avião para Ipatinga, no Vale do Aço em Minas Gerais, por causa de uma aula que daria por lá. Para não perder tempo, aproveitei o voo para montar no computador a apresentação de outra palestra que faria na semana seguinte em Londrina (Paraná). O título dela: “Novas abordagens nutricionais para o emagrecimento”.

Eis que minha vizinha de assento olhou para tela e, de repente, perguntou: “O que você faz?”. Respondi: “Sou professor de nutrição da USP”. Ela devolveu imediatamente: “Poxa, preciso perder uns 7 quilos. O que eu faço?”.

Tenho um costume que aprendi com a minha vó, a Dona Irene, de acreditar que toda conversa é interessante. Fechei meu computador e o guardei na mochila. “Qual seu nome?”, perguntei. Aí descobri que ela se chamava Flávia (nome fictício).

“Então Flavia, comer é um ato influenciado por muitas coisas e principalmente pelo comportamento. A comida nos entrega uma recompensa imediata no instante em que a colocamos na boca. Esse prazer às vezes é usado para compensar um dia cansativo de trabalho, um diálogo difícil que tivemos naquele dia e outras tantas coisas”, introduzi.

Ela me olhou meio desconfiada. Fui adiante: “Para você controlar a ingestão de alimentos, é necessário encontrar uma recompensa mais forte que a da comida. Qual seria essa recompensa que o emagrecimento te daria?”.

Minha expectativa de um longo diálogo se encerrou ali. A Flavia ficou reflexiva e calada. Percebi que, de certa forma, havia sensibilizado minha novíssima amiga a pensar no que realmente a motivaria a comer melhor.

Quando pensamos em emagrecimento, via de regra temos objetivos frágeis diante do prazer de comer. Não dá pra negar: a comida entrega imediatamente uma sensação gostosa. São milhares de aromas, sabores e texturas que explodem na boca. É difícil ganhar disso para “ficar bem no verão” ou “porque alguém me mandou”.

Tem mais: cada prato é diferente para cada pessoa. A alimentação está relacionada com nossa história de vida. A lasanha da Dona Irene é, para mim, a melhor lasanha do mundo. Pouco importa a opinião do Guia Michelin, que não conferiu qualquer estrela para a minha vó. A lasanha da Dona Irene tinha amor, dedicação, afeto, carinho, textura, sabor, aroma… Estava tudo junto e misturado – e os quatro primeiros itens eram dela e não existem mais.

E a Flavia? Bem, ela estava viajando para passar o Dia das Mães com a mãe dela. Imagine o afeto que é compartilhado na forma de alimentos durante a visita de uma filha que mora longe. O significado dessas refeições é muito maior que as calorias, as gorduras, os carboidratos e as proteínas que as compõem.

Aprender a fazer escolhas saudáveis é, antes de tudo, compreender o significado que a história de cada alimento possui pra cada um de nós. E, a partir daí, colocar na boca o que realmente vale a pena. Acho que a Flavia comeu naquele final de semana de uma forma diferente dos outros Dias das Mães.

Pouco antes do desembarque, ela me confidenciou: “Não vou esquecer a sua pergunta”. A conversa não foi longa, mas, como dizia a Dona Irene, toda conversa vale a pena. Pense nisso e descubra por que você quer mesmo emagrecer. Esse é o verdadeiro segredo – e ele é só seu.


Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/o-fim-das-dietas/o-segredo-do-emagrecimento/ - Por Antonio Herbert Lancha Jr. - Foto: Eduardo Svezia/SAÚDE é Vital

sábado, 26 de maio de 2018

Vem aí novidades para tratar e diagnosticar o glaucoma

Em breve, teremos mais alternativas para enfrentar uma das doenças que mais causa perda de visão. Aproveite o Dia de Combate ao Glaucoma para conhecê-las

Na Dia de Combate ao Glaucoma a SBG (Sociedade Brasileira de Glaucoma) anuncia a criação de novas diretrizes para o tratamento e diagnóstico da doença que acomete os olhos e provoca cegueira. O documento abrange as descobertas científicas mais recentes sobre o tema e servirá de guia para a incorporação de novos procedimentos tanto nos planos de saúde quanto na rede pública.

A ideia é também aproveitar a sazonalidade da data para aumentar a conscientização sobre o glaucoma, mal que atinge, estima-se, 3% da população brasileira. “E metade dos portadores não sabe que tem a doença, que só apresenta sintomas quando afeta a visão de maneira irreversível”, explica Wilma Lelis Barboza, oftalmologista presidente da SBG.

Na nova diretriz, que chegará aos oftalmologistas do país e ao site da SBG em junho, um dos principais destaques é justamente uma arma para o acompanhamento da evolução dessa condição. “Estamos falando da tomografia do nervo óptico, que é um exame extremamente útil, usado há mais de dez anos nos consultórios, mas que ainda não está coberto pelos planos de saúde”, conta Wilma.

Outros avanços incluídos no documento envolvem uma técnica cirúrgica feita com lasers. “Tivemos recentemente modificações que diminuem o trauma no olho do paciente e controlam melhor a pressão intraocular, que é a causa do glaucoma”, aponta a oftalmologista.

Mesmo assim, nenhum procedimento dá conta de devolver ao nervo óptico o seu funcionamento normal. Os tratamentos servem basicamente para frear o avanço da enfermidade. Ou seja, os danos são irreversíveis – por isso é importante conhecer bem a doença.

O que é glaucoma
A doença é caracterizada por uma lesão no nervo óptico, responsável por transmitir luzes e cores ao cérebro. A responsável por esse dano costuma ser uma alta na pressão intraocular (PIO), que sobe quando há acúmulo do humor aquoso, fluido presente no olho.

Os fatores que levam a esse acometimento ainda não estão totalmente estabelecidos. O glaucoma e ele pode ocorrer na infância e no início da vida adulta, mas principalmente na terceira idade. “Entre os 60 e 80 anos, a incidência chega a 8%”, destaca Wilma.

Algumas questões, como histórico familiar, ter graus altos de miopia ou doenças crônicas, elevam o risco da encrenca.

O problema é que o aumento da pressão não tem nenhum sintoma exceto as alterações na visão, que demoram para aparecer e, como vimos, não podem ser corrigidas. Em geral, estamos falando de um escurecimento do campo de visão, que vai de fora para dentro.

Por isso, o ideal é fazer exames periódicos no oftalmologista, que deveria medir a pressão intraocular em todas as consultas de rotina – não deixe de perguntar sobre o assunto. Acima dos 40 anos, as visitas a esse especialista devem ser frequentes (anuais ou combinadas com o especialista), mesmo que você não tenha quaisquer problemas para enxergar.

Caso o diagnóstico do glaucoma seja feito, o médico costuma receitar primeiro colírios de uso diário, que aliviam a pressão intraocular. Eis aí outra etapa difícil no controle do glaucoma.

“Como ele é assintomático, muitos pacientes abandonam o tratamento, que deve ser contínuo, por desconhecerem a gravidade do quadro”, alerta Wilma. Daí a necessidade de falar mais e mais sobre ele e suas consequências.


Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/vem-ai-novidades-para-tratar-e-diagnosticar-o-glaucoma/ - Por Chloé Pinheiro  - Ilustração: Erika Onodera/SAÚDE é Vital

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Os benefícios da atividade física para quem luta contra o câncer

Além de ajudar a evitar tumores, o exercício é importante durante o tratamento - por vários motivos. Veja as últimas recomendações dos especialistas

Antes da quinta sessão de quimioterapia, a médica da fisioterapeuta Roberta Peres, diagnosticada com câncer de mama aos 27 anos, avisou que trocaria os remédios. É um protocolo comum, que pode reduzir a intensidade de efeitos colaterais. “Mas ela me disse que, entre outros sintomas, eu talvez tivesse dores parecidas com as de um treino forte na academia”, lembra. Após a químio, Roberta definiu seu sofrimento de outro jeito: “Eram como facadas. No dia seguinte, falei que não iria aguentar e meu marido sugeriu caminharmos no parque para eu me distrair. Foi delicioso”.

O desconforto não sumiu, porém diminuiu a ponto de ela repetir a dose na próxima manhã e até trotar um pouco. “Tive câncer, fiz químio… e corri careca”, arremata Roberta, hoje com 29 anos e um perfil no Instagram que estimula outros pacientes a tomarem as rédeas da vida diante da doença. Ao longo das 11 sessões quimioterápicas seguintes (uma por semana), ela continuou dando suas passadas com o aval da doutora e notou ganhos em ânimo, autoestima, força…

“Está evidente que a atividade física ameniza consequências da doença e da terapia”, afirma o oncologista Auro Del Giglio, do Hospital do Coração, em São Paulo. Durante uma palestra que dará no Ganepão, um dos maiores congressos científicos do Brasil, o especialista vai destacar o papel da movimentação contra a fadiga gerada pelo tratamento. “Não há drogas adequadas para enfrentar essa reação adversa. Apenas os exercícios funcionam mesmo”, explica. Soa esquisito dizer que “gastar energia vai gerar energia”, mas é nesse sentido que as evidências científicas andam.

Uma revisão internacional de 34 estudos reuniu dados de 4 366 indivíduos com tumores. Seu resultado é categórico: não importa o tipo da doença, tirar o corpo da cama combate a indisposição. “Eu me poupava nos dias de quimioterapia, porque ficava sonolenta. Só que nos outros já voltava a me exercitar”, conta Roberta. Ela admite que os primeiros passos exigem esforço extra, contudo a sensação de esgotamento se dissipa com o suor.

“Na verdade, a atividade física libera neurotransmissores que trazem prazer e bem-estar”, explica José Cesar Rosa Neto, doutor em fisiologia e professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. A malhação ainda freia a degeneração muscular, uma repercussão comum após o diagnóstico que atrapalha tarefas cotidianas e intensifica a canseira.

Não por menos, o brasileiro Daniel Galvão, codiretor do Instituto de Pesquisa em Medicina do Exercício da Universidade Edith Cowan, na Austrália, concentrou-se no potencial de treinos supervisionados com práticas aeróbicas e de flexibilidade e força em 57 homens com câncer de próstata avançado – a doença havia invadido os ossos. Mesmo nesse cenário grave, os participantes expressaram uma melhora nas funções físicas sem desenvolver complicações.

“O estudo tem um enorme impacto, porque indivíduos com metástases ósseas até então eram excluídos de programas de exercício”, raciocina Galvão. Está aí um erro comum: imaginar que o câncer pede cama.

Mais benefícios da atividade física contra o câncer
Sono: a sensação de relaxamento após o esforço físico facilita o adormecer e melhora a qualidade do sono.

Disposição: sacudir a poeira é uma das principais maneiras de afastar a fadiga típica da quimioterapia.

Peso: ao contrário do que se pensa, vítimas do câncer podem engordar. E o exercício queima calorias.

Dor: os incômodos são aplacados com as substâncias analgésicas liberadas pelo esporte.

Como o exercício ajuda o tratamento em si
Resistir aos solavancos do tratamento é primordial para finalizá-lo. E aqui a malhação ofereceria vantagens. “Embora faltem pesquisas, o bom senso sugere que, se essa prática atenua reações adversas, ajudaria a pessoa a aguentar a estratégia desenhada pelo médico“, reflete Del Giglio.

Um indício de que o argumento bate com a realidade vem de um trabalho da Universidade de Alberta, no Canadá. Divulgado em 2007, ele reuniu 242 mulheres com câncer de mama submetidas à químio. Resultado: 78% das que foram orientadas a fazer musculação seguiram o plano original do doutor sem grandes intercorrências, ante 66% das que ficaram paradas.

Tais dados justificariam a menor taxa de mortalidade associada aos enfermos que suam a camisa após o diagnóstico. Em um levantamento de 2015 publicado no British Journal of Sports Medicine, os mais ativos apresentavam um risco 22% menor de morrer por causa do tumor.

Só considere que, talvez, dados como esse decorram do fato de que os sujeitos com cânceres mais agressivos se mexem menos – não seria o esporte que afasta a doença, e sim o contrário. “De qualquer forma, também existe a teoria de que os exercícios gastam parte da energia que abasteceria o tumor”, explica Sandro Fernandes da Silva, educador físico da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais. Fora isso, em experiências no laboratório, o esforço físico estimula o suicídio de células cancerosas e faz o sistema imune reconhecê-las melhor.

A atividade física ainda rechaça transtornos que abreviam a longevidade do pessoal que venceu o câncer. Exemplo: vários dos fármacos empregados lesam o coração. “Quem recebeu quimioterapia na infância às vezes desenvolve insuficiência cardíaca já aos 30 ou 40 anos”, revela Rosa Neto. “Mas o treinamento parece remodelar o órgão e manter seu funcionamento”, completa.

Na Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, pesquisadores recrutaram 100 voluntárias que haviam se tratado recentemente contra o câncer nos seios e colocaram metade para realizar exercícios. Depois de quatro meses, eles perceberam que a turma do agito exibiu quedas em colesterol, pressão e outros marcadores da síndrome metabólica. “Sobreviventes do tumor de mama com essa condição têm maiores índices de mortalidade. Logo, erradicá-la aumentaria a sobrevida”, diz a fisiologista Christina Dieli-Conwright, autora da investigação.

A dificuldade é sair do sedentarismo em um momento tão complicado – até porque o câncer impõe restrições. “No nosso trabalho, um grande desafio foi a falta de confiança das mulheres em movimentar os braços”, recorda-se Christina. Ora, não raro a cirurgia contra o tumor de mama abala as estruturas dos membros superiores.

Roberta, que passou por quatro operações antes de ver sua doença sumir dos radares, é prova disso: “Meu alongamento foi para as cucuias. Aí eu comecei a fazer pilates e ioga, que me ajudaram a recuperar a flexibilidade”. Claro que cada caso demanda cuidados específicos, que exigem supervisão. “Mas todos, ao se exercitarem, deixam de viver só em função do tratamento”, dá o recado. Tem virtude melhor do que essa?

Os exercícios físicos na prática
“As recomendações para pacientes com câncer estão sendo revistas”, adianta o pesquisador Daniel Galvão. Hoje, as diretrizes gerais se assemelham às voltadas ao restante da população – ou seja, pedem para incluir modalidades aeróbicas, musculação e alongamentos por ao menos 150 minutos na semana.

No entanto, há particularidades de acordo com o tipo de tumor, o estágio da doença e as características da pessoa. “Durante o tratamento, devemos focar na segurança, cobrar supervisão e reforçar que não é a hora de apertar o passo”, ressalta o oncologista Antonio Carlos Buzaid, da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.

Veja, a seguir, táticas para se manter ativo em meio à luta contra o câncer:

O calendário: veja como se sente após uma sessão do tratamento e se exercite nos dias em que os sintomas abrandarem.

A expectativa: concentre-se mais nos benefícios da atividade contra o tumor e menos – bem menos – no desempenho.

Os cuidados: se a doença se espalha para o fêmur, por exemplo, é bom não sobrecarregar a perna. Respeite as limitações impostas pelo médico.

A supervisão: o ideal é programar os treinos junto a educadores físicos e outros profissionais com experiência em oncologia.


Fonte: https://saude.abril.com.br/fitness/os-beneficios-da-atividade-fisica-para-quem-luta-contra-o-cancer/ - Por Theo Ruprecht - Ilustração: Bia Melo/SAÚDE é Vital

quinta-feira, 24 de maio de 2018

X Noite Literária do Colégio Dom Bosco


Fitoterapia: 6 plantas que podem ajudar a dormir bem

Muitos fitoterápicos trazem a promessa de um sono tranquilo. Nem todos, porém, têm efeito respaldado pela ciência.

Uma revisão de estudos da Universidade Monash, na Austrália, constatou que, apesar da popularidade das ervas medicinais com propriedades calmantes e sedativas, ainda faltam evidências de peso sobre a eficácia de boa parte delas na hora de espantar a insônia. Após descartar diversos artigos cujos resultados não podiam ser considerados confiáveis, os cientistas analisaram cinco espécies conhecidas como indutoras do sono: valeriana, camomila, kava-kava, erva-de-são-joão e lúpulo. As conclusões pressupõem que o uso varia bastante de acordo com as circunstâncias e que nem sempre a fama faz jus ao efeito.

Até porque a ação de um fitoterápico depende, entre outras coisas, do que está por trás da briga com o travesseiro. “A insônia pode ser sintoma de diversas doenças ou mesmo de problemas do cotidiano”, observa a farmacêutica Elfriede Bacchi, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Se o alvo está errado, o produto, claro, não vai produzir a resposta esperada. Essa informação nos leva ao outro xis da discussão: só dá para apostar em um fito na busca de um sono melhor com orientação médica. É o especialista que vai rastrear a origem da insônia e verificar se, naquele caso, uma infusão ou uma cápsula à base de ervas trariam de fato paz às madrugadas.

6 plantas que podem ajudar a ter uma boa noite de sono

1. Kava-kava
De acordo com a nova revisão científica, a Piper methysticum só manda pra longe a insônia deflagrada por estresse crônico. Geralmente utilizada em cápsulas, é mais efetiva se ingerida após as refeições – mas pode demorar algumas semanas para começar a fazer efeito. Só que não é indicada a quem tem problemas renais.

2. Lavanda
Essa família de plantas não foi contemplada pelo trabalho australiano porque é mais usada na aromaterapia – e os ensaios clínicos em seres humanos são inconclusivos. Sabe-se, contudo, que seu óleo essencial bate de frente com o estresse e a ansiedade. Se é isso que está fomentando madrugadas em claro, pode deixar a mente mais aberta a bons sonhos.

3. Erva-de-são-joão
A Hypericum perforatum tem mecanismo de ação análogo ao de alguns antidepressivos e, por isso, suas cápsulas combatem quadros de insônia ligados à depressão. Mas o neurologista Leonardo Goulart, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), diz que ela demanda cautela por certa imprevisibilidade durante o uso.

4. Valeriana
Segundo a revisão científica, a Valeriana officinalis melhora a qualidade do sono, apesar da carência de provas contundentes em relação ao tratamento da insônia em si. Seria mais eficaz em quadros leves e moderados, especialmente se associada a outros fitoterápicos. É mais segura na forma de cápsulas e contraindicada a portadores de doenças no fígado e usuários de outras drogas sedativas.

5. Passiflora
Ficou de fora da revisão de estudos australiana pela falta de evidências de qualidade em relação ao seu uso. Originário do maracujazeiro, é um dos fitoterápicos calmantes mais cotados para facilitar o sono – e pesquisas apontam que isso acontece se há uma leve dificuldade para adormecer. Quando existe uma causa mais séria por trás da insônia, a Passiflora incarnata não costuma resolver a vida.

6. Camomila
“Por sua ação sedativa, é mais aconselhada a pessoas ansiosas”, diz Claudia Moretoni, professora de farmacologia da Universidade Federal do Paraná. Na análise crítica, a Matricaria chamomilla é outra que pecou pela carência de bons estudos. Mas os experts dizem que seu status de aliada das noites tranquilas não fica abalado se considerarmos o aspecto psicológico em torno do simples ritual de tomar o chá quentinho.


Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/fitoterapia-6-plantas-que-podem-ajudar-a-dormir-bem/ - Lila de Oliveira - Edição: MdeMulher - Foto: Getty Images