quarta-feira, 22 de abril de 2020

Por que homens são mais afetados pelo coronavírus?


Especialista discute por que homens acima de 60 anos são hoje o principal grupo de risco para complicações graves da Covid-19

A pandemia do novo coronavírus vem gerando grande impacto na qualidade e na expectativa de vida da população, sobretudo entre homens a partir dos 60 anos. Existem indícios de que eles correm maior risco de enfrentar sintomas graves e morte em relação às mulheres.

No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou dados sobre óbitos pela Covid-19 no final de março e mostrou que 68% das vítimas eram do sexo masculino e 32% do feminino. Na Itália, relatório retrospectivo sobre as pessoas afetadas pela doença demonstrou que os pacientes na UTI eram, em sua maioria, homens (82%) com idade mediana de 63 anos. Boa parte também tinha problemas cardiovasculares ou respiratórios prévios.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, e financiada pela Fapesp, descobriu que, em homens com mais de 60 anos, a expressão de um gene chamado TRIB3 está diminuída em certas células do pulmão, alvos preferenciais do vírus Sars-CoV-2.

Os cientistas notaram que a expressão desse gene reduz progressivamente com o envelhecimento. Homens sexagenários em diante são os mais propensos a desenvolver pneumonia e insuficiência respiratória quando infectados pelo novo coronavírus, possivelmente devido à diminuição na expressão de genes que regulam a função de um fluido que naturalmente protege os pulmões.

O estudo sugere, assim, que medicamentos capazes de estimular a expressão do gene TRIB3 devem ser avaliados como uma possível terapia contra a doença.

Iniciativas de alto nível como essa precisam ser consideradas prioritárias, pois falamos de um problema potencialmente grave e bastante impactante no sistema de saúde. Esse é o momento de se buscar investimento público e privado e colaboração de todos os atores envolvidos em busca de uma solução rápida e efetiva.

Sabemos que adoecer é um sinal de fragilidade e que muitos homens ainda se julgam seres invulneráveis, o que contribui para que eles se cuidem menos e se coloquem mais em situações de risco.

Embora estejamos atravessando a pandemia, é importante ressaltar, ainda, que não podemos nos esquecer de outros problemas de saúde e, no âmbito da urologia, destaco as doenças da próstata — especialmente o câncer, o mais comum na população masculina brasileira. Eis uma questão delicada a ser encarada neste momento.

Se o paciente não necessita de cuidados emergenciais, a cirurgia não está indicada agora, pois o indivíduo pode estar em período de incubação do vírus no momento da abordagem cirúrgica, o que aumenta o risco de desfechos negativos. Pesquisadores chineses demonstraram, após analisar 2 007 pacientes hospitalizados por Covid-19, que aqueles com histórico de câncer apresentavam maior incidência de eventos graves, como morte ou admissão na UTI.

Em outro estudo, os cientistas revisaram dados de 1 524 pacientes com câncer em Wuhan (China) e, comparando com a população em geral, constataram que as pessoas com a doença tinham um risco duas vezes maior de sofrer com a Covid-19. Dessa forma, a presença do câncer e a internação hospitalar contribuíram para o maior risco de ter a infecção e piores resultados.

A ciência e a prudência recomendam que os homens acima de 60 anos, a principal faixa de risco para o câncer de próstata, não negligenciem a saúde e o perigo do coronavírus.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/homens-afetados-pelo-coronavirus/ - Por Dr. Fernando Nestor Facio Junior, urologista - Foto: Omar Paixão/SAÚDE é Vital

terça-feira, 21 de abril de 2020

O que fazer durante a quarentena para não perder o ânimo


Em tempos de isolamento social, é importante cuidar dos hábitos diários para afastar o tédio e preservar sua saúde mental

Cinemas e teatros interditados, bares e restaurantes fechados, ruas desertas e muita gente trabalhando longe do escritório, em home office. Quando uma quarentena é declarada, a forma como interagimos com o mundo muda efetivamente.

Não é de se espantar que as pessoas percam um pouco do ritmo habitual de suas vidas. Com isso em mente, reunimos dicas de uma psicóloga sobre o que fazer durante o isolamento social para se manter ativo e longe do tédio ao longo desse período. Confira:

1 - Desenvolva uma rotina
A falta de hábitos estabelecidos pode fazer com que você se perca um pouco. A psicóloga Isabelle Tortorella indica que é importante criar e seguir uma rotina para o desenvolvimento de um equilíbrio emocional e mais vigor nas atividades diárias. "Isso envolve ter um horário para dormir, acordar e fazer as refeições", explica.

2 - Mantenha os mesmos horários
Outro conselho é tentar manter uma agenda e horários próximos aos que se seguia habitualmente. Caso a pessoa não faça isso, é provável que acabe tendo uma rotina "desprendida" do que costumava levar. Ainda que seja um contexto atípico, é indispensável tratar a quarentena como uma mudança no modo de vida, e não um intervalo nela.

3 - Pratique atividades físicas (prazerosas a você!)
Manter a mente ativa e exercitada nem sempre é uma tarefa fácil em casa. Uma forma de conseguir permanecer animado durante a quarentena é praticando exercícios físicos, já que eles estimulam a liberação de endorfinas, os chamados "hormônios do bem-estar".
Optando por fazer alguma atividade prazerosa, adaptada à sua própria realidade, é possível não só evitar dores que desanimam, como também ter uma dose extra de alegria e disposição. "Existem profissionais conceituados oferecendo aulas gratuitas de yoga, meditação e dança, por exemplo", indica Isabelle.

4 - Evite o excesso de informação
Quando as pessoas passam mais tempo em casa, é normal que o fluxo de informações seja excessivo. Os indivíduos gastam mais tempo online, o que faz com que sejam bombardeados de conteúdos e fatos novos.
Numa quarentena, principalmente, isso pode ser agravado, já que as notícias relacionadas à situação que alterou o cotidiano costumam aparecer a todo momento. Por isso, a psicóloga Isabelle recomenda evitar o excesso de informação, seja por televisão ou celular. De acordo com a especialista, isso pode trazer mais preocupação e desencadear condições como estresse e ansiedade em algumas pessoas.

5 - Evite assistir o que te causa ansiedade e estresse
É comum que as pessoas recorram a filmes e séries como forma de se distraírem, só que nem tudo o que está à disposição pode fazer bem. "Evite assistir a filmes que causem ansiedade ou estresse", destaca, uma vez que podem dificultar não só a concentração, como também a calma.
Um exemplo disso seria os filmes possivelmente relacionados àquilo que provocou um modelo atípico de vivência, como longa-metragens cuja trama esteja relacionada a epidemias ou ao isolamento social de alguma maneira, causando pânico.

6 - Mantenha contato com quem você ama
A proximidade com aqueles que você ama é vital para a manutenção da estabilidade emocional. Embora a presença física não seja possível durante a quarentena e isolamento social, ainda podemos nos fazer presentes de alguma forma. Recorra aos aplicativos e chamadas de vídeo. Isso tem grandes impactos na sua saúde mental e disposição.

7 - Faça cursos ou retome projetos pessoais
Quem está passando mais tempo em casa, pode aproveitar o momento para dar início àquele projeto que estava para começar ou retomar algo que foi deixado de lado. Talvez até mesmo se ocupar com algum curso que quisesse fazer há algum tempo. É uma boa forma de ocupar a mente durante a quarentena, de acordo com a psicóloga.

8 - ... ou faça o contrário disso
Isabelle explica que aproveitar esse período também para dar fim a projetos que já não fazem mais sentido para você também pode ser benéfico. Tome seu tempo, relaxe e tente evitar aquilo que já não te faz mais bem.


segunda-feira, 20 de abril de 2020

Quer dormir melhor? Veja como mudanças na alimentação podem ajudar


Falta de rotina para se alimentar e refeições pesadas contribuem para um sono mais agitado

Evite eletrônicos (vídeo game, celular, computador, televisão) pelo menos uma hora antes de dormir

Muita gente já está completando um mês de distanciamento social em casa. O novo estilo de vida trouxe, para muitos, uma série de dificuldades de organização no dia a dia: dormir mais tarde, comer sem horários definidos, falta de planejamento da alimentação, ficar assistindo à televisão até mais tarde, não conseguir praticar exercício físico como antes... Como consequência quase direta desta falta de rotina está o aumento de problemas com o sono.

Insônia, acordar várias vezes durante a noite, muita sonolência de dia e a necessidade de vários cochilos são algumas das queixas que pacientes vêm trazendo ao consultório (virtual!) nesta época. Sim: você sabia que a alimentação pode influenciar na qualidade do seu sono?

Se você se identificou com algumas das questões, veja  dicas para se alimentar respeitando os ritmos naturais do  corpo - e, claro, para melhorar sua qualidade de vida.

Não pule o café da manhã
Comer de manhã “avisa” seu corpo que o dia começou e garante a regulação adequada de hormônios - entre eles, o cortisol, o hormônio do estresse. Quando você não se alimenta bem pela manhã, aumenta o tempo que o cortisol atua no corpo e atrasa a liberação de melatonina à noite, o hormônio que ajuda a induzir o sono na hora de dormir.

Aposte em um jantar leve
Para a última refeição do dia, reserve um prato leve, com muitos legumes, alguma fonte proteica (vegetal ou animal) e, talvez, uma fruta, se você quiser. À noite, nosso corpo não está mais em condições adequadas para fazer a digestão de refeições “pesadas” com gorduras e proteínas em excesso.
Além de pratos mais leves, atenção também à quantidade: coma mais no início do dia e vá diminuindo o volume das suas refeições até a noite.

Jante cedo - e evite comer depois
Jante pelo menos duas horas antes de dormir e garanta que você vai estar pronta para dormir pelas 22h. Então, o mais adequado seria jantar pelas 20h e não comer mais nada até ir para a cama.
Caso você sinta fome, tente entender se não é ansiedade ou tédio. Beba água ou uma infusão de ervas tranquilizantes, como camomila, erva-cidreira ou hortelã. Se você tiver fome todos os dias depois do jantar, provavelmente suas refeições anteriores não estão adequadas em nutrientes.

Evite cafeína oito horas antes de dormir
Caso se programe para dormir às 22h, o ideal é parar de consumir fontes de cafeína (café preto, chás, chimarrão) pelas 14h.

Dê preferência aos alimentos que estimulam o sono
Na hora de escolher os alimentos do seu jantar, priorize os que ajudam a estimular o sono: banana, amêndoas, aveia, semente de girassol, lentilha e pistache.

Faça um lanche com proteína e gordura
Na hora do lanche da tarde, priorize uma refeição que contenha fontes de proteína (vegetal ou animal) e gordura. Isso garante que você não vai chegar na hora do jantar com muita fome..

Beba água
Mantenha-se bem hidratada ao longo do dia.
Além da alimentação, outros hábitos são importantes, como respeitar os horários de dormir e acordar diariamente (mesmo aos finais de semana), evitar fazer cochilos ao longo do dia, manter uma rotina de atividades físicas, evitar eletrônicos (videogame, celular, computador, televisão) pelo menos uma hora antes de dormir e não colocar a opção soneca no despertador do celular.
Sei que muitos hábitos podem ser difíceis de você colocar na sua rotina. Mas reflita sobre o quanto as noites mal dormidas estão atrapalhando a sua vida. Talvez seja uma boa hora para adotar hábitos mais saudáveis.


domingo, 19 de abril de 2020

17 coisas totalmente normais de se estar sentindo agora


Como você está se sentindo no meio de uma pandemia global de coronavírus? Triste, por estar em isolamento? Estressado, por conta do trabalho? Com medo, por sua família? Confuso, sem saber como proceder? Culpado, por não estar sendo tão produtivo? Desolado com o futuro da política? Tudo isso e mais um pouco?

É normal. Seus sentimentos são válidos. E, enquanto isso não resolve seus problemas, há um certo conforto em saber que outras pessoas também estão sentindo essa montanha-russa de emoções, não é mesmo?

Caso esteja se sentindo perdido sobre seus próprios anseios, dê uma olhada abaixo em dezessete coisas totalmente normais de estar sentindo neste momento – e saiba que você não está sozinho. A lista foi compilada com a ajuda de terapeutas e profissionais de saúde, sobre os tópicos que mais estavam surgindo em suas sessões com seus clientes.

1. Você está cansado/esgotado
Não importa se você não é um trabalhador da saúde, digamos, cujo trabalho é exigente e essencial neste momento. Mesmo as pessoas em posições relativamente seguras durante a pandemia podem se sentir muito cansadas.
Isso porque o esgotamento é uma consequência natural da pandemia. “O esgotamento é o resultado de liberar mais energia do que você absorve”, explica Ryan Howes, doutor em psicologia clínica, à SELF.
Ajustar a uma nova rotina exige muita energia, acompanhar as notícias exige energia, aprender a fazer seu trabalho de casa exige energia, tudo pode te consumir neste momento.
Por outro lado, seus momentos de “recarregar” as energias não são mais possíveis: ver os amigos, fazer um happy hour em um bar, ir a uma festa, ir à academia etc. “Há muito mais coisas drenando nossas energias do que coisas nos fortificando agora. Essa é uma receita perfeita para o burnout”, completa Howes.

2. Você está bravo/com raiva
Certamente, existem muitos motivos para se estar com raiva agora. Você pode estar frustrado com as pessoas que não estão levando a pandemia a sério, ou descontente com a forma como pessoas, governos e instituições estão lidando com ela estruturalmente.
Um grupo de pessoas que vem sentindo raiva, por exemplo, são os trabalhadores essenciais presos em situações impossíveis sem o apoio de que precisam.
“Enquanto muitos sabem que são necessários como trabalhadores da saúde e querem ajudar, também podem sentir raiva por não possuírem o equipamento apropriado para fazer seu trabalho de forma segura, ou recursos para seus clientes”, afirma a assistente social clínica Chante’ Gamby à SELF.

3. Você está inesperadamente calmo
Talvez você esteja calmo e se sentindo confuso ou culpado por isso. Saiba que a calma é uma reação comum neste momento.
Diversos terapeutas disseram que seus clientes estão calmos, seja por negação – o COVID-19 está longe de suas vistas, de seus conhecidos e de suas mentes – ou porque já estão equipados para lidar com uma crise.
“Clientes que já estavam lidando com grandes estressores antes ou já estavam fazendo terapia por fatores ligados à ansiedade estão utilizando as habilidades que aprenderam para se ajustar às mudanças”, argumentou a assistente social clínica LaQuista Erinna.
Suas experiências anteriores de vida também podem te ajudar a manter a calma em momentos difíceis.
“Alguns de meus clientes estão sentindo uma calma inesperada em meio ao caos, o que às vezes pode ser o resultado de experiências adversas na infância, onde os clientes se tornaram acostumados a ambientes instáveis”, disse a terapeuta e doutora em educação e supervisão de terapia Siobhan D. Flowers.

4. Você está enlouquecendo com medo do futuro
A pandemia traz muitas incertezas, especialmente sobre os impactos a longo prazo nas nossas vidas e no mundo como um todo.
Muitas pessoas estão preocupadas com isso, simplesmente porque há muita coisa que não podemos prever.
“A ansiedade nasce do medo do desconhecido e, agora, muitas coisas são desconhecidas. Pessoas estão com medo de ficar sem comida ou outros suprimentos. Estão com medo de perder suas casas e carros por ficar sem trabalho”, esclarece Myisha Jackson, terapeuta licenciada, à SELF.
A lista de medos é interminável – e é simplesmente normal se sentir aterrorizado com as incertezas.

5. Você está tendo dificuldades para trabalhar em casa
Se você está fazendo home office, ou seja, está trabalhando remotamente a partir de sua casa, pode ser que tenha dificuldades em se ajustar a esse novo ambiente. Sentimentos de estresse, angústia e frustração são comuns.
Talvez você não consiga focar tanto nas tarefas, o que causa nervosismo ou culpa por falta de produtividade, ou, ao contrário, você esteja trabalhando cada vez mais e se sentindo sobrecarregado.
“Clientes estão conectados aos seus computadores agora mais do que nunca, acompanhando notificações por e-mail e respondendo rapidamente a todas as perguntas, solicitações ou atribuições”, afirma a assistente social clínica Gena Golden. “Alguns me disseram ter anseio de fazer pausas para lanches ou ir ao banheiro, por medo de que seu supervisor os chame e eles não estejam lá para responder em questão de minutos”.

6. Você está lamentando eventos cancelados
A pandemia certamente mudou totalmente as nossas vidas, forçando as pessoas a perder vários eventos e experiências pelos quais elas esperavam com muita alegria e animação.
“Clientes estão lamentando eventos importantes cancelados, como aniversários, aposentadorias, casamentos, formaturas”, comenta Erinna.
Não há viagens, não há comemorações. E isso é chato, é irritante, é decepcionante e é triste – não se sinta culpado por lamentar essa consequência negativa do COVID-19, mesmo que haja outras muito piores.

7. Você parece um ioiô, alternando entre otimismo e pessimismo o tempo todo
No meio de uma pandemia, cada novo dia pode parecer uma semana inteira por conta de toda a informação que te bombeia, como atualizações, estatísticas e histórias diferentes.
“As pessoas estão se perguntando: ‘Devo me sentir bem ou devo me sentir mal? Sinto-me esperançoso ou sem esperança?’”, comenta Howes.
É natural sentir um monte de coisas diferentes e até opostas ao mesmo tempo ou em ciclos. Faz parte do momento.
Vale notar, no entanto, que ver muita notícia pode exacerbar essa reação, bem como várias outras nesta lista. Talvez seja interessante se desligar um pouco do noticiário e das redes sociais.

8. Você está precisando de um abraço
Muitas pessoas estão sentindo falta de contato físico. Muitos clientes estão mencionando a importância do toque para seus terapeutas.
“Sim, podemos usar o Zoom e o Facetime [para falar com pessoas amadas], mas há algo mais a ser dito sobre abraços e beijos, ou mesmo estar em proximidade física a uma pessoa. Estamos testemunhando a importância da comunidade e o poder da interação física em sua ausência”, disse Bianca Walker, terapeuta licenciada.

9. Você está inseguro
A pandemia está forçando as pessoas a “pararem no tempo”, em alguns aspectos. Pode ser que você tenha sido obrigado a dar uma pausa em alguma meta de longo prazo, ou uma busca de emprego, ou o início de um relacionamento.
E agora? O que você deveria fazer? Qualquer planejamento futuro parece inseguro.
“Muitos de nós estão querendo planejar nossas férias, aniversários, casamentos etc., mas nos sentimos presos ao não saber o que está por vir. Isso cria uma sensação terrível de não ter nada pelo que esperar, porque não temos certeza do que está por vir”, argumenta Vernessa Roberts, terapeuta de casamento e família, à SELF.

10. Você está se sentindo culpado por sua relativa segurança ou privilégio
Muitas pessoas estão se sentindo culpadas por estarem uma posição privilegiada e relativamente segura em comparação a outras, mais expostas aos impactos negativos da pandemia.
“Eu tenho visto ‘síndrome do sobrevivente’ em pessoas que possuem meios e trabalhos que podem ser feitos de casa, enquanto familiares, amigos ou até mesmo pessoas que eles veem no noticiário não”, explicou Cicely Horsham-Brathwaite, doutora em aconselhamento psicológico.
Coisas pelas quais você deveria estar grato – como estabilidade financeira, a companhia da família ou de um parceiro durante o isolamento, ou boa saúde que te deixa em menor risco de complicações – acabam sendo ofuscadas pela consciência de que nem todo mundo está em posição similar.
Se este é o seu caso, pense se você tem condições de ajudar outros, o que pode te deixar melhor.
“Aconselho as pessoas a lidarem com sua realidade e contexto, ajudando-as a pensar em maneiras de prestar serviços aos outros. Se elas estão abertas a isso, significa doar financeiramente, voluntariar-se, orar por si e pelos outros e, é claro, gerenciar sua ansiedade para apoiar seu próprio bem-estar, permitindo que sejam uma fonte de apoio emocional para os outros”, esclarece Horsham-Brathwaite.

11. Você está experimentando um arrependimento existencial profundo
Uma crise em larga escala como essa pandemia naturalmente traz à tona várias questões que podem te fazer pensar em escolhas anteriores, experiências e valores.
“Algumas pessoas estão analisando como ‘desperdiçaram’ seu tempo sofrendo ou ruminando sobre coisas que agora têm pouco valor”, afirma Golden.
Apesar de tudo, isso pode ter um efeito colateral positivo. “Elas estão começando a ver um novo significado nos seus vínculos, relacionamentos, conexões sociais, família e saúde”, disse.

12. Você está de luto
Algumas pessoas estão literalmente de luto, uma vez que perderam entes queridos para o COVID-19. No entanto, os terapeutas observam que as pessoas estão experimentando o luto de formas não tradicionais, também.
De acordo com Howes, muitos estão lidando com algum tipo de perda, seja a perda de um emprego, da liberdade, da sensação de segurança, da sua visão de como sua vida deveria estar indo. “As pessoas estão lutando com vários estágios do luto e não sabem por que se sentem assim. Mas você pode estar sofrendo com a perda de muitas coisas em sua vida agora”, sugeriu.
Você também pode estar lamentando a perda de vidas em larga escala, mesmo que não conheça pessoalmente ninguém que morreu. Isso pode ser verdade especialmente em comunidades mais afetadas pelo COVID-19.
“Entre meus clientes que são pessoas de cor, principalmente negros e pardos, há um sentimento de tristeza individual e coletiva, uma vez que relatórios recentes indicam que essas comunidades são desproporcionalmente impactadas pelo COVID-19 devido à desigualdade e discriminação estruturais”, afirmou Horsham -Brathwaite.

13. Você está se sentindo culpado por não ser mais produtivo
Sua irmã está treinando todos os dias em casa, seu vizinho está aprendendo uma nova língua, seu marido resolveu virar o novo Master Chef, seus amigos estão fazendo todo o tipo de curso online, e você está se sentindo totalmente inadequado em meio a tudo isso, com sentimentos mistos em relação a sua produtividade em tempos de quarentena.
 “Um problema que estou vendo é que as pessoas se sentem culpadas por não serem produtivas o suficiente enquanto estão em casa isoladas. Muitos clientes sentiram que estavam perdendo tempo e falhando miseravelmente na transição para trabalhar em casa. Também há pressão para aprender idiomas, fazer cursos, dominar finanças e fazer todo tipo de coisas. É a pornografia da produtividade em alta”, explica Kaity Rodriguez, assistente social clínica, à SELF.
Simplesmente permita-se não se sentir mal.

14. Você está no limite com seus filhos
Com escolas e creches fechadas, muitos pais estão tendo enormes dificuldades para se ajustar ao fato de ter os filhos em casa o dia todo, especialmente se precisam trabalhar remotamente.
Essa situação adiciona muito estresse à vida das pessoas.
“Elas sentem como se não estivessem fazendo o suficiente e estão falhando tanto com seus filhos quanto com seus empregos conforme não conseguem equilibrar tudo”, disse a assistente social clínica Kimberly Lee-Okonya à SELF.

15. Você está lidando com o reaparecimento de um trauma anterior
Você pode se ver consumido por pensamentos e sentimentos relacionados a algo do seu passado, de repente.
Isso é o seu cérebro funcionando como projetado. “Como nossos cérebros, e especialmente nossa resposta de luta ou fuga, devem nos lembrar do perigo para nos manter seguros, a pandemia está trazendo traumas do passado à tona”, explica o assistente social clínico Ryan M. Sheade à SELF.
Isso vale para qualquer experiência passada, não importa se você não a considera um trauma.
“Todos possuem traumas, seja um grande Trauma com T maiúsculo, um incidente traumático único ou pequenos traumas que são lembretes constantes de como não somos bons o suficiente, ou merecedores de amor, ou como somos insignificantes ou sem importância”, explica Sheade.
O que quer que seja que esteja te atormentando agora, tenha compaixão por si mesmo.

16. Você se sente anestesiado
Com tudo que anda acontecendo, você pode estar tão sobrecarregado que não sinta absolutamente nada.
E tudo bem. Mesmo em períodos caóticos como este, é impossível estar em alerta emocional 24 horas por dia, todos os dias.
“Eu penso nisso em termos de adrenalina. Você só pode ter adrenalina correndo por suas veias por tanto tempo até que o corpo precise se recompor e se acalmar. O mesmo vale para as emoções, especialmente quanto mais isso durar”, declara Howes.

17. Você está sentindo completamente outra coisa do que tudo nesta lista
As pessoas estão sentindo de tudo neste momento. A lista compilada pelo SELF é só a ponta do iceberg – de depressão a tédio a inadequação à excitação, muitos estão passando por um espectro maluco de emoções durante esta pandemia.
A questão que fica é: não importa como você se sinta, ainda é uma resposta válida a essa experiência complexa que estamos vivendo.
“É importante entender que todos estamos lidando com isso como uma unidade, mas essa unidade é impactada de maneiras diferentes. Lembre-se de que o impacto que isso tem sobre você ainda é válido e real. A decisão de escolher como passar esse tempo depende de você e não pode ser comparada à forma como os outros estão passando esse tempo. Lembremos de abraçar nossos próprios sentimentos e lutas e mostrar compaixão pelos sentimentos e lutas dos outros”, conclui Roberts. [Self]


sábado, 18 de abril de 2020

Isolamento social: veja cuidados ao sair e voltar para casa


Higienizar as mãos, manter distância e não compartilhar objetos são algumas das orientações durante a quarentena

O avanço da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, alarmou as autoridades públicas para a necessidade de implantação de medidas preventivas contra a proliferação do vírus.

Nesse sentido, a quarentena foi instaurada oficialmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde está concentrada a maioria dos casos no país, enquanto que o isolamento social foi indicado como uma intervenção voluntária para toda a população.

Como parte dessas ações, a orientação mais importante é que as pessoas permaneçam o máximo possível em suas casas, evitando saídas frequentes ou desnecessárias.

Porém, ao deixar o isolamento para realizar tarefas essenciais, como ir ao mercado ou à farmácia, é preciso seguir alguns cuidados tanto fora quanto dentro de casa para evitar um possível contágio pelo vírus. Veja abaixo o que recomendam os especialistas:


Lave as mãos sempre
Lavar as mãos é uma das principais recomendações do Ministério da Saúde, da OMS e de profissionais da área no combate ao coronavírus - uma vez que é uma das ações cientificamente comprovadas como efetivas na eliminação do vírus. Então, sempre que puder, faça a higienização das mãos - e quando não puder lavá-las, use álcool em gel.

Evite usar o celular fora de casa
Quando estiver fora de casa, evite mexer no celular. "Lembre-se que você tocará em várias coisas na rua. Se alguém ligar, evite atender para não colocar as mãos e o celular próximos ao rosto", indica Juliana Almeida Nunes, enfermeira especialista em prevenção e controle de infecções.

Caso seja imprescindível usar o aparelho, ao chegar em casa, além de lavar as mãos, não se esqueça de desinfetar o aparelho. Para isso, é recomendado o uso de álcool isopropílico - que não danifica a tela ou o material do celular.

Não leve a mão ao rosto
Tudo no ambiente externo é potencialmente uma superfície infectada pelo vírus. Por esse motivo, não é indicado tocar o rosto antes do uso de álcool em gel ou limpeza com água e sabão, já que as mãos estão constantemente em contato com objetos.

Visite apenas mercados locais
O maior cuidado ao sair de casa ainda é evitar ambientes muito movimentados, para conseguir manter o distanciamento social. Ao fazer compras, evite grandes redes que atraem pessoas de diversas regiões. Por isso, opte por visitar mercadinhos locais, mais próximos de casa.

Tire a roupa e tome banho
Pode parecer extrema, mas outra ação que pode ser tomada ao voltar da rua é retirar as roupas usadas e entrar no chuveiro. No caso das mulheres, é importante lavar os cabelos também. Essa medida garante que qualquer vestígio do vírus recolhido no ambiente externo seja eliminado no banho, sendo um cuidado extra. Já as roupas utilizadas devem ser lavadas - mesmo que estejam visualmente limpas.

Retire os sapatos antes de entrar
Ao voltar para casa, retire os sapatos antes de entrar. Em seguida, limpe-os com álcool (pode ser em versão líquida) tanto em toda a superfície como na sola. Para facilitar essa limpeza, use um borrifador e depois deixe-o secar adequadamente em algum local arejado.

Uma dica bastante útil é separar um único par de sapatos para utilizar toda vez que precisar sair. Mas lembre-se: se você tocar no calçado, lave as mãos imediatamente ou higienize-as com álcool em gel.

Higienize embalagens ao chegar em casa
Juliana Almeida Nunes explica que ainda não existe comprovação científica sobre a efetividade da limpeza de embalagens de produtos contra o coronavírus. No entanto, esse pode ser um cuidado a mais, já que elas podem ter sido contaminadas com gotículas respiratórias de pessoas infectadas pelo vírus.

Limpe bolsas e acessórios
Se você utilizar bolsa ou mochila ao sair, procure higienizá-las assim que entrar em casa. Vale usar o truque do borrifador com álcool ou limpá-las com álcool em gel. O mesmo vale para outros objetos e acessórios, como carteiras, relógio e pulseiras, que eventualmente ficam expostos na rua.

Cuidado com anéis
De acordo com a enfermeira, não há restrições para o uso de bijuterias em ambiente doméstico. Porém, uma exceção são os anéis. "Durante a higienização das mãos, eles devem ser removidos e higienizados à parte, porque bactérias e outros microrganismos podem se abrigar no espaço entre o dedo e o anel, dificultando a higiene adequada", explica.

Fique em casa
"Como especialista, a minha maior mensagem é: fique em casa", avisa Juliana. De acordo com a profissional, essa é a melhor ação contra o novo coronavírus. Sair? Apenas quando for muito necessário - e sempre seguido de higienização adequada das mãos.


sexta-feira, 17 de abril de 2020

Use o banho para beneficiar sua saúde e bem-estar


A temperatura e os óleos essenciais podem ser benéficos para o corpo e a mente

Tomar banho é mais do que um ritual de limpeza, é quase que um aspecto cultural. Por exemplo, enquanto no Brasil é comum tomar banho todos os dias (até mesmo mais de um banho por dia!), em alguns países da Europa o mais usual é pular o banho algumas vezes. Para algumas pessoas o banho chega a ser uma forma de ganhar disposição no inicio do dia, ou de tirar junto com a sujeira todo o cansaço provocado pela rotina.

Porém, a saúde também agradece o hábito de banhar-se com regularidade. "O banho auxilia na saúde da pele, retirando as impurezas dos poros. Para o bem-estar ele se torna importante, pois traz alívio das tensões e proporciona o relaxamento", considera a dermatologista Mônica Aribi, membro da Academia Europeia de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

Para saber melhor como tirar proveito do seu banho para a saúde e o bem-estar, veja a seguir como a temperatura da água, tipo do banho e mesmo uso de óleos naturais pode ajudar:

Temperatura morna
Uma das formas mais indicadas de banho é com a água morna. De preferência entre 27 e 36 graus Celsius. Além de ser o tipo de temperatura mais adequado para a pele, os banhos mornos são excelentes depois de um dia cansativo. "O calor dilata os vasos sanguíneos da pele e relaxa os músculos, o que ajuda muito na sensação de bem-estar e relaxamento do corpo", ensina a dermatologista Natalia Cymrot, mestre em dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Inclusive, esse processo faz com que haja liberação de endorfinas, o que pode ajudar em alguns casos de insônia.

E o banho quente?
Se o banho morno é relaxante, imagine se a água estiver quente! Apesar de isso parecer lógico, o banho quente (principalmente quando passa de 42ºC) não é nada indicado e pode prejudicar a saúde da pele.
O primeiro ponto é que banhar-se apenas com a água quente pode ser ruim para a saúde da pele: afinal a camada de sebo natural da pele é retirada, causando um ressecamento, o que pode resultar em coceira, vermelhidão, descamação e eczema, lista a dermatologista Natália. "Se isto ocorrer, deve-se aplicar hidratantes logo nos três primeiros minutos após o banho, com a hidratação da pele ainda úmida, pois esta absorve bem mais o produto neste momento", explica a especialista. Quem tem uma pele que tende à oleosidade, pelo contrário, pode ter um efeito rebote e ficar com a pele ainda mais oleosa.
Outro problema do banho muito quente é que o relaxamento excessivo pode causar um efeito reverso: você se sente mais cansado e sem energia do que quando saiu.

Jatos de água fria
Se você é daqueles que foge de água gelada, um banho de água fria, literalmente, traz diversos benefícios à saúde. "A água fria melhora a disposição para as nossas atividades e ativa a circulação. O frio promove constrição vascular na pele e com isso, favorece a irrigação sanguínea dos outros órgãos, mais nobres, como o cérebro, por exemplo, deixando o corpo mais acordado", descreve a dermatologista Natalia.
De acordo com a dermatologista Mônica Aribi, International Fellow da Academia Europeia de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, o banho com água fria também ajuda o corpo a não desidratar, e é mais indicado em situações em que a pele está muito seca ou inflamada.

Intercale as temperaturas
Um bom jeito de aumentar os benefícios do banho frio é, surpreendentemente, intercala-lo com o banho morno. "A temperatura fria promove bem-estar e energia, e a morna relaxamento, sem ressecar a pele. Além disso, há uma melhor circulação, pois há constrição e dilatação vascular alternadas", considera Natália. Assim você não corre os riscos causados por um banho gelado muito longo e ainda encontra melhoras.

Aproveite os óleos naturais
Não só de água é feito o banho. E se as temperaturas já podem causar bons efeitos não só ao corpo, como ao bem-estar, incluir aromas especiais sempre é uma boa pedida para intensificar o efeito desejado. Para tanto, é sempre possível usar sais de banho, sabonetes líquidos, cremes esfoliantes, entre outros.
Óleos essenciais como o de cereja, uva ou amêndoa são bem absorvidos pela pele durante o banho. "O melhor momento para usá-los é antes do último enxague", explica Mônica Aribi.
Porém, nada de abusar desses produtos. "Ficar esfregando o sabonete ou esfoliantes por muito tempo pode ressecar a pele e deixá-la mais suscetível ao desenvolvimento de eczemas, alergias, infecções, sensação de coceira e descamação", considera a dermatologista Natalia. Para evitar reações desagradáveis, recomenda-se diluir os óleos essenciais em óleos carreadores (de semente de uva, de jojoba, e de gérmen de trigo), praticamente inodoros, antes de adicioná-los à água.

Como usar os óleos em seu banho
Cada odor tem uma função para o seu bem-estar. Os antiestressantes ficam por conta dos aromas de baunilha, manjericão, laranja, patchuli e lima. Alecrim, bergamota, eucalipto, gengibre, menta e capim-limão promovem sensação estimulante. Para um banho caliente, aposte no poder afrodisíaco de jasmim, sálvia, sândalo, rosa e do ilangue-ilangue.
Caso você não tenha uma banheira, pode usar esses óleos no chuveiro também! Pingue algumas gotas do óleo em uma gaze e a envolva em uma trouxinha com outra gaze; prenda com um barbante e amarre no chuveiro. Quando a água passar pelo saquinho aromático, o efeito será o mesmo.

Mergulhe no relaxamento
Banhos de imersão não são acessíveis a todos, mas quem tem uma banheira em casa pode se aproveitar de seus benefícios. "Em alguns problemas de pele, como em pacientes com prurido crônico, os banhos de imersão podem trazer benefícios. Nesse caso, podemos adicionar ao banho um pouco de maisena", exemplifica a dermatologista Mônica.

Que tal um banho de espuma?
Já os banhos de espuma são interessantes para o relaxamento, até por trazer um aspecto lúdico para a hora da limpeza. Porém, ele não traz nenhum benefício para a saúde ou para a pele. "Quanto mais espuma se formar, maior a chance de o produto ressecar a pele. Portanto, banhos de espuma devem ser esporádicos, e evitados em peles com tendências a ressecar mais facilmente", pondera a dermatologista Natalia.

Fonte: https://minhavida.com.br/bem-estar/galerias/906-use-o-banho-para-beneficiar-sua-saude-e-bem-estar - Escrito por Nathalie Ayres - Banho morno - Foto: Getty Images

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Perguntas e respostas sobre a Pandemia do Coronavírus


Com o intuito de tirar dúvidas da população sobre o Coronavirus, a Liga Acadêmica de Farmacologia Clínica da UFS-Lagarto em parceria com o Centro de Informações sobre Medicamentos da UFS-Lagarto e com a colaboração do Laboratório de Estudos e Cuidados Farmacêuticos (Lecfar), do Laboratório de Desenvolvimento Farmacêutico, do Departamento de Farmácia da UFS-Lagarto e do Conselho Regional de Farmácia (CRF-SE) criou um grupo no WhatsApp para toda a população e acadêmicos a fim de tornar acessível conteúdos confiáveis e esclarecer as Fake News sobre a pandemia COVID-19. Além disso, com parceria com a Liga Academia em Inclusão dos Deficientes Auditivos e Surdos na Saúde (LAIDASS) as informações também são disponibilizadas em LIBRAS.

O ministério da saúde falando agora que algumas pessoas podem utilizar máscara de pano, o que vocês acham sobre isso? Já que muitos materiais estão em falta?

A máscara caseira é mais uma alternativa para evitar a infecção por coronavírus (SARS-CoV-2) e contrair a COVID-19. Mas, é importante ressaltar que as recomendações de evitar aglomerações e contato físico (toque de mãos entre pessoas, beijos e abraços), manter a higienização das mãos com água e sabão, utilizar álcool a 70% para as mãos e superfície e, não compartilhar objetos pessoais devem ser mantidas!

As máscaras faciais são equipamentos de proteção individual (EPI) (Lei nº 13.969, de 06 de fevereiro de 2020 e a Portaria nº 327, de 24 de março de 2020), com impacto na proteção coletiva. Esses equipamentos funcionam como uma espécie de filtros que retêm partículas contaminadas por microorganismos.
Apesar das diversas ações realizadas pelo Ministério da Saúde para aquisição de EPIs, o cenário atual da pandemia de COVID-19, levou a escassez de das máscaras cirúrgicas e as N95/PFF2, em diversos países. Ficando seu uso priorizado aos profissionais nos serviços de saúde (Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 356, de 23 de março de 2020).

As máscaras caseiras, até o dia 02/04/2020 eram consideradas inadequadas pelos órgãos reguladores e sanitários. Contudo, elas vem se tornando uma necessidade neste momento, visando minimizar o aumento dos casos de COVID-19, em especial aqueles que são transmitidos por portadores assintomáticos. Sua utilização pode auxiliar no impedimento da disseminação de gotículas expelidas do nariz ou da boca do usuário no ambiente, agindo como uma barreira física. Além de auxiliar na mudança de comportamento da população e diminuição de casos. Contudo, é importante salientar, novamente, que as demais medidas de higienização, das mãos, superfícies, roupas, calçados e utensílios, bem como da própria máscara DEVEM ser mantidas. Só o uso da máscara não garante proteção a infecção pelo coronavírus (SARS-CoV-2).

A sugestão do Ministério da Saúde, em nota Técnica publicada em 02/04/2020, é de que a população produza suas máscaras caseiras em tecido de algodão, tricoline, TNT, ou outros tecidos, que podem assegurar uma boa efetividade. Quanto mais espessa e fechada a trama do tecido, melhor barreira física ele se tornará enquanto máscara. O importante é que a máscara seja higienizada após cada uso, feita nas medidas corretas cobrindo totalmente a boca e nariz e que esteja bem ajustada ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.

            Existem diversos vídeos e sites orientando a forma de confeccionar sua própria máscara (https://www.youtube.com/watch?v=qNLne8CE8xM&feature=youtu.be), siga aquele que melhor atender suas possibilidades, e que esteja dentro das orientações citadas acima.

Sobre cuidados na utilização e higienização das máscaras caseiras:

●     A máscara caseira é individual. Não compartilhe com familiares, amigos e outros.

●     Coloque a máscara, segurando nas alças, levando-as até as orelhas de forma a cobrir a boca e nariz.

●     Evite tocar na máscara enquanto estiver utilizando ela, não fique ajustando a máscara. Ao tocar nela, você pode estar transmitindo vírus da sua mão.

●     Fique em casa, mas se for necessário sair para a rua, leve junto um saco plástico e outra máscara limpa, para o caso de acidentalmente contaminar a que estiver em uso e precisar trocar.

●     Se espirrar, tossir ou ao chegar em casa, lave as mãos com água e sabão, secando-as bem, e retire a máscara (remova a máscara pegando pela alça, evitando de tocar na parte da frente), coloque ela diretamente no saco plástico (você deve lavar ela assim que possível). Higienizar novamente as mãos e colocar outra máscara limpa. seguindo os cuidados já citados anteriormente. Por isso é importante que você tenha no mínimo 2 máscaras caseiras.

 Como lavar a máscara caseira?

 ●     Coloque a máscara em recipiente com água potável e água sanitária (2,0 a 2,5%) e deixe “de molho” por 30 minutos.

●     Após o tempo de imersão (molho), realizar o enxágue em água corrente e lavar com água e sabão.

●     Após lavar a máscara, a pessoa deve higienizar as mãos com água e sabão. A máscara deve estar seca para sua reutilização.

●     Com a máscara seca, após a lavagem, utilize o ferro de passar quente e depois guarde em um saco plástico até a necessidade de usar.

ATENÇÃO: Jogue fora, na lixeira, a máscara que esteja estragada, com buracos ou rasgada.

Como preparo essa água sanitária?

●     O Ministério da Saúde orienta que você utilize 1 parte de água sanitária para 50 partes de água (Exemplo, pegue 10 ml de água sanitária para 500ml de água potável).

Referências:

ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. ORIENTAÇÕES PARA SERVIÇOS DE SAÚDE: MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE QUE DEVEM SER ADOTADAS DURANTE A ASSISTÊNCIA AOS CASOS SUSPEITOS OU CONFIRMADOS DE INFECÇÃO PELO NOVO CORONAVÍRUS (SARS-CoV-2). Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/NOTA+T%C3%89CNICA+N%C2%BA+05-2020+GVIMS-GGTES-ANVISA+-+ORIENTA%C3%87%C3%95ES+PARA+A+PREVEN%C3%87%C3%83O+E+O+CONTROLE+DE+INFEC%C3%87%C3%95ES+PELO+NOVO+CORONAV%C3%8DRUS+EM+INSTITUI%C3%87%C3%95ES+DE+LONGA+PERMAN%C3%8ANCIA+PARA+IDOSOS%28ILPI%29/8dcf5820-fe26-49dd-adf9-1cee4e6d3096. Acesso em: 02 Abr. 2020.

ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 356, DE 23 DE MARÇO DE 2020. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/5809525/RDC_356_2020_COMP.pdf/fbe549f1-b74c-42e9-9979-2ab98cf55de2. Acesso em: 03 Abr. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Máscaras caseiras podem ajudar na prevenção contra o Coronavírus. Disponível em: https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46645-mascaras-caseiras-podem-ajudar-na-prevencao-contra-o-coronavirus. Acesso em: 03 Abr. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Nota técnica sobre uso de máscara caseiras. 2020. Disponível em: https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/02/Minist--rio-da-Sa--de---Nota-t--cnica-sobre-uso-de-m--scara-caseiras.pdf. Acesso em: 03 Abr. 2020.

KAMPF, G. et al. Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents. Journal of Hospital Infection, v. 104, n. 3, p. 246–251, 2020.

2.    Quem tem sinusite, rinite, imunidade baixa (com sintomas de falta de ar, devido às comorbidades), estão em grupos de risco?  Qual grupos de riscos?

A rinite não é uma das doenças que colocam indivíduos no grupo de risco da COVID-19 (coronavírus). Entretanto, se não tratada, ela pode aumentar as chances de infecções, incluindo pelo novo coronavírus, pois o quadro provoca uma inflamação. Além de inchaço, há mais secreção e o batimento ciliar (dos pelos do nariz) não fica tão coordenado, facilitando a entrada de um vírus, por exemplo, na região. O invasor tem mais tempo de contato com a mucosa e predispõe o indivíduo a doenças respiratórias.

Os grupos de risco são: Idosos e indivíduos com doenças crônicas, como os acometidos por problemas no coração, hipertensão, diabetes não controlada, problemas renais e pulmonares, apresentam deficiência no sistema imunológico (baixas defesas no organismo).

Referências:
UOL. Coronavírus: quem tem rinite está no grupo de risco? Sinais são diferentes? Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/03/25/coronavirus-quem-tem-rinite-esta-no-grupo-de-risco-sinais-sao-diferentes.htm. Acesso em: 27 mar. 2020.

DRAGER, L. Coronavírus pode ser mais grave em pessoas com doenças no coração. [S. l.], 3 mar. 2020. Disponível em: https://saude.abril.com.br/blog/guenta-coracao/coronavirus-pode-ser-mais-grave-em-pessoas-com-doencas-no-coracao/. Acesso em: 24 mar. 2020.

Alimento que comprei em supermercado, devo lavar a embalagem com sabão? Vai que alguém espirrou!
Sim, deve lavar as embalagens. O ideal é que as embalagens sejam limpas com álcool 70% ou hipoclorito 0,5% (que seria 200mL de água sanitária misturada a 800 mL de água). Caso não tenha álcool ou água sanitária em casa, pode lavar com água e sabão. No entanto, deve-se ter cautela durante a lavagem para que o sabão não entre em contato com o alimento.

Já as frutas e verduras devem ser lavadas com água corrente e colocadas em um recipiente com água e hipoclorito (água sanitária), utilizando a seguinte medida: para cada 1 litro de água, acrescente 1 colher de sopa (15mL) de água sanitária. Deixar as frutas e verduras nessa solução por no mínimo 10 minutos e no máximo 15 minutos e, em seguida, lavar bem em água corrente e deixar secar naturalmente.

Lembrar também que sempre antes de preparar os alimentos e comidas, deve-se higienizar as mãos.

Referência:

CONTIJO, J. Manipular e higienizar corretamente os alimentos é essencial para conter o coronavírus. [S. l.], 22 mar. 2020. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/bem-viver/2020/03/22/interna_bem_viver,1130896/manipular-e-higienizar-corretamente-os-alimentos-e-essencial-para-cont.shtml. Acesso em: 24 mar. 2020.

4.    Vocês acreditam que abrir o comércio por períodos de serviços alternados ou reduzidos seria melhor opção que abrir tudo de uma vez?

            Não há como nos posicionarmos a respeito de decretos ou leis. É necessário conhecimento e permissão jurídica para isso. O que podemos dizer é que atualmente o isolamento/distanciamento social é, juntamente com as medidas de higiene a única forma de prevenção de infecção pelo novo coronavírus e de colapso do sistema de saúde, que levaria a muitos óbitos por falta de suprimentos e estrutura física e de pessoal.

Em Sergipe, o Decreto Nº 40.570 de 03 de abril de 2020 mantém, até o dia 17 de abril de 2020, a proibição  “das atividades e dos serviços públicos e privados não essenciais, com necessário fechamento, a exemplo de academias, shopping centers, galerias, boutiques, clubes, boates, casas de espetáculos, salão de beleza, clínicas de estética, clínicas de saúde bucal/odontológica, clínicas de fisioterapia, ressalvadas aquelas de atendimento de urgência e emergências, além do comércio em geral”, atualizando a informação descrita no art. 2º do Decreto Nº 40.567 de 24 de março de 2020. Após esse período, o governo estadual deverá seguir as orientações do Ministério da Saúde do Brasil, que irão, a depender da situação dessa pandemia, tomar novas decisões. Ou seja, ainda não sabemos como será feita a reabertura do comércio e de outros serviços.

Tendo isso em vista, destacamos que o cumprimento da lei é obrigatório e de extrema importância, para a redução da circulação de pessoas e diminuição do risco de possíveis contaminações. 

 Qual a importância do distanciamento social?

As medidas de distanciamento social visam, principalmente, reduzir a velocidade da transmissão do vírus. Ela não impede a transmissão, no entanto, ela ocorrerá de modo controlado em pequenos grupos dentro dos domicílios, evitando assim o colapso nas unidades de atendimento. Com isso, o sistema de saúde terá tempo para reforçar a estrutura com equipamentos e profissionais capacitados. É importante destacar que há um déficit de 6 milhões de profissionais de enfermagem no mundo e, sabendo que estão na linha de frente nessa pandemia, o distanciamento social é um motivo para a organização do sistema de saúde, pois se os novos casos aumentarem descontroladamente, além da falta da estrutura física das unidades de atendimento, também haverá profissionais capacitados em quantidade insuficiente.

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico 7 – COE Coronavírus. 6 abr. 2020. Disponível em: https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/06/2020-04-06---BE7---Boletim-Especial-do-COE---Atualizacao-da-Avaliacao-de-Risco.pdf. Acesso em: 08 abr. 2020

ESTADO DE SERGIPE. DECRETO Nº 40.570 DE 03 DE ABRIL DE 2020. [S. l.], 3 abr. 2020. Disponível em: https://www.se.gov.br/uploads/download/midia/16/5cd83b2c0dc4545e4d0e43180ca4e65d.pdf. Acesso em: 8 abr. 2020.

ESTADO DE SERGIPE. DECRETO Nº 40.567 DE 24 DE MARÇO DE 2020. [S. l.], 3 abr. 2020. Disponível em: https://www.se.gov.br/uploads/download/midia/12/8e27be55ccfddfd7c243b7d57000211c.pdf. Acesso em: 8 abr. 2020.

  Como a pessoa é curada da COVID-19? Segundo vejo na mídia, a doença não tem cura!

Para responder essa pergunta, é preciso esclarecer algumas coisas:

Cura, de uma forma geral e, em acordo com as definições de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se da ausência dos sinais e sintomas da doença e está associada a utilização de medidas farmacológicas como a vacinação ou a utilização de fármacos. Então, quando se fala que alguém “se curou” da doença COVID-19, causada pelo coronavírus humano (SARS-CoV-2), significa que esta pessoa não tem mais sinais e sintomas da doença e o vírus não pode mais ser detectado no organismo.

Como não existe tratamento farmacológico comprovadamente eficaz tampouco vacina para doença, costuma-se afirmar que não há cura para COVID-19. Isso não quer dizer que todos os infectados padecerão da doença. A grande maioria dos infectados consegue montar uma resposta imunológica capaz de tornar o vírus indetectável no organismo e que os sintomas desapareçam.

A grande maioria dos cientistas defendem que a infecção pelo SARS-CoV-2 gera imunidade protetora contra a infecção pelo mesmo vírus. Isso quer dizer que ao se recuperarem da doença os indivíduos infectados tornam-se imunes ao SARS-CoV-2.

O que tem confundido um pouco a mídia são alguns casos onde a infecção reaparece em alguns pacientes após o desaparecimento dos sintomas e do vírus não ser mais detectado no organismo. Esse fato e normalmente está ligado a quantidades indetectáveis do vírus que voltam a se multiplicar no organismo ou a falhas na testagem que podem diminuir a sensibilidade dos testes laboratoriais

Brasil. Ministério da Saúde - Secretaria de Atenção Primária à Saúde. PROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO DO CORONAVÍRUS (COVID-19) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE. Versão 5. Março 2020. Página 5. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/24/20200323-ProtocoloManejo-ver05.pdf acesso em 30/03/2020.
Li Q, Guan X, Wu P, et al. Early transmission dynamics in Wuhan, China, of novel coronavirus-infected pneumonia. N Engl J Med 29 Jan. 2020. doi: 10.1056/NEJMoa2001316.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. O que é coronavírus?. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#definicaodecaso. Acesso em: 31 mar. 2020.

OMS, OPAS. Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização PanAmericana da Saúde (OPAS). INDICADORES DE SAÚDE: Elementos Conceituais e Práticos (Capítulo 1). Disponívem em https://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:health-indicators-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&limitstart=1&lang=pt acesso em 30/03/2020.

Salomão, R. Infectologia - Bases Clínicas e Tratamento/ Reinaldo Salomão. 1° ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.