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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Médico aponta qual o pior inimigo da saúde do fígado e não é a gordura


O endocrinologista João Sório alerta: o maior risco para o fígado está escondido nesses alimentos industrializados.

 

Manter o fígado saudável é mais do que evitar alimentos gordurosos. Segundo o endocrinologista João Sório, em um vídeo no seu canal no YouTube, há outro vilão silencioso que merece atenção: o xarope de frutose, também conhecido como xarope de milho.

 

Presente em inúmeros produtos industrializados, ele pode comprometer a função hepática e favorecer o acúmulo de gordura no órgão, mesmo em pessoas que se consideram saudáveis.

 

O médico explica que a saúde do fígado depende de um conjunto de fatores, entre eles o equilíbrio calórico e a qualidade dos ingredientes escolhidos na sua rotina. “É importante avaliar o tipo de gordura que você consome e ter cuidado com alimentos ultraprocessados, especialmente os que contêm xarope de frutose”, afirma João Sório.

 

O verdadeiro vilão: o xarope de frutose

Embora o nome “frutose” soe inofensivo, a versão industrializada dessa substância é bem diferente daquela presente naturalmente nas frutas. “A frutose das frutas não representa risco à saúde, muito pelo contrário, vem acompanhada de fibras, vitaminas e antioxidantes. O problema está no xarope de frutose, usado para adoçar produtos industrializados”, esclarece o endocrinologista.

 

Estudos mostram que o consumo frequente desse tipo de adoçante pode aumentar a produção de gordura no fígado, contribuindo para quadros como a esteatose hepática não alcoólica (o popular “fígado gorduroso”). Além disso, o excesso de frutose industrializada está associado ao aumento da resistência à insulina e ao risco de doenças metabólicas, como obesidade e diabetes tipo 2.

 

Onde ele se esconde

O xarope de frutose aparece em muitos produtos do dia a dia, até naqueles que parecem inofensivos à primeira vista. Segundo João Sório, é fundamental ler os rótulos com atenção, já que o ingrediente pode ser listado de diferentes formas, como xarope de milho, glicose frutose, glicose/frutose ou frutose/glicose.

 

Confira alguns alimentos que comumente contêm a substância:

 

Bebidas açucaradas: sucos industrializados, refrigerantes, achocolatados e chás gelados.

Biscoitos e produtos de confeitaria: bolachas recheadas e cookies.

Molhos e condimentos: ketchup, maionese, molhos prontos e opções como mostarda e mel.

Sobremesas prontas e sorvetes industrializados.

Pães e bolos embalados, além de cereais matinais açucarados e balas.

“Se encontrar alguma sigla ou termo que não conhece, pesquise antes de consumir. É comum que o xarope apareça mascarado sob diferentes nomes”, recomenda o médico.

 

Como proteger o fígado

De acordo com João Sório, o primeiro passo é reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e dar preferência a opções naturais e caseiras. Controlar o tamanho das porções e manter um padrão alimentar equilibrado também são medidas essenciais.

 

“Quando a alimentação é baseada em comida de verdade, como frutas, legumes, proteínas magras e gorduras boas, o fígado trabalha melhor e tem menos chance de acumular gordura. É um cuidado simples que faz toda a diferença a longo prazo”, destaca o endocrinologista.

 

Fonte: https://www.minhavida.com.br/materias/materia-26828 - Escrito por Livia D'Ambrosio - Foto: @Shutterstock

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

A gordura trans e a sua saúde


Um especialista cita os malefícios desse tipo de gordura e o que tem sido feito no Brasil e no mundo para tirá-lo dos alimentos industrializados

A gordura trans é normalmente produzida pelo processo industrial de hidrogenação de óleos vegetais, com o objetivo de torná-los sólidos mesmo em temperatura ambiente. Graças a suas características, ela pode ser utilizada na produção de diversos tipos alimentos industrializados (bolachas, sorvetes, pastéis, bolos, pães etc). O problema: evidências científicas e epidemiológicas comprovam que a gordura trans é muito prejudicial à saúde.

Quando está presente nos alimentos, essa substância é absorvida pelo organismo, interferindo no seu metabolismo normal. Isso está diretamente relacionado com diversos tipos de doenças, como as cardiovasculares, obesidade, diabetes tipo 2 e Alzheimer.

Em 2003, a Dinamarca foi o primeiro país a restringir a gordura trans industrial. Já cidade de Nova York proibiu o uso da gordura hidrogenada no preparo de alimentos em 2016. Nesses locais, tais medidas estão associadas à diminuição expressiva das doenças cardiovasculares.

No Brasil, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), considerando os danos da gordura trans, estabeleceu, pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 360 de 2003, a obrigatoriedade dos alimentos industrializados apresentarem o seu conteúdo nos rótulos.

Mais recentemente – em 2012 –, a RDC 54 diminuiu de 0,2 para 0,1 grama a presença máxima da gordura trans e que a sua somatória com a gordura saturada não deve ultrapassar 1,5 grama por porção. Isso para os alimentos que pretendem indicar a alegação “zero trans” no rótulo.

Para 2019, a Anvisa busca a regulamentação de algumas medidas que restringem o uso da gordura trans na fabricação de alimentos.

Apesar das diretrizes da Anvisa e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo da gordura trans ainda é elevado. Ele permanece acima da recomendação de compor, no máximo, 1% do valor energético da dieta. Em uma alimentação de 2 mil calorias, a sua ingestão não deveria ser superior a 2 gramas por dia.

No Brasil, entretanto, estudos têm demonstrado que o consumo da gordura trans dos alimentos industrializados está em torno de 2,8 gramas das calorias diárias, podendo chegar até a 5 gramas. Este é um patamar bem mais elevado do que o preconizado pela Anvisa.

Considerando os efeitos à saúde da gordura trans nos alimentos industrializados, a OMS apresentou em 2018 uma proposta da sua eliminação até o ano de 2023. Enquanto isso não acontece, o papel dos consumidores é o de avaliar nos rótulos a quantidade da gordura trans e estabelecer como norma nunca ultrapassar o 1% do seu consumo diário, visando a preservação da saúde.

Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/alimente-se-com-ciencia/a-gordura-trans-e-a-sua-saude/ - Por Jorge Mancini Filho - Foto: Dulla/SAÚDE é Vital