quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Veja como “se apaixonar” mexe com o cérebro
Morrer de amores é uma coisa totalmente emocional, né? Pelo contrário: é totalmente “racional”.
Apaixonar-se pode causar estragos em seu corpo. O coração acelera, a barriga embrulha, você entra numa montanha russa emocional, sentindo-se delirantemente feliz em um minuto, e ansioso e desesperado no próximo.
E esses sentimentos românticos intensos não vêm do coração; vêm do cérebro.
Em um pequeno estudo, pesquisadores analisaram imagens de ressonância magnética do cérebro de 10 mulheres e 7 homens que afirmaram estar profundamente apaixonados.
O comprimento das suas relações variava de um mês a menos de dois anos. Os participantes viram fotos de seus amados, e fotos de uma pessoa com aparência semelhante.
Os cérebros dos participantes reagiram às fotos de seus amores produzindo respostas emocionais nas mesmas partes do cérebro normalmente envolvidas com a motivação e recompensa. Ou seja, esse tipo de amor usa o mesmo sistema no cérebro ativado quando uma pessoa é viciada em drogas.
Em outras palavras, você começa a desejar a pessoa por quem está apaixonado como desejaria uma droga.
Especialistas dizem que o amor romântico é uma das emoções mais poderosas que uma pessoa pode ter.
Nossos cérebros sabem que temos que escolher um parceiro. Eles se tornam motivados para conquistar o companheiro ou companheira, às vezes indo a extremos para obter a sua atenção e carinho.
A parte de recompensa do cérebro, também chamada de centro do prazer, é uma parte essencial do cérebro para sobreviver nessa situação, pois nos ajuda a reconhecer quando algo é bom. E o esforço para se sentir bem em torno de seu companheiro pode ser ainda mais poderoso do que o desejo por sexo.
Mas quando conquistamos nosso amor, esse sentimento de desejo/vício desaparece? Não completamente.
Em outro estudo, cientistas analisaram exames de ressonância magnética de 10 mulheres e 7 homens que estavam casados há uma média de 21 anos e afirmavam ainda estar intensamente apaixonados por seus parceiros.
Os pesquisadores descobriram que em cada um desses amantes de longo prazo, as regiões cerebrais também foram ativadas quando eles olharam para fotos de seus parceiros. “Amor a longo prazo” ativava regiões do cérebro ligadas ao apego e gostar de uma recompensa.
Às vezes, conquistar uma pessoa não desfaz, mas aumenta a ligação entre as pessoas, que permite que os parceiros fiquem juntos por tempo suficiente para ter e criar filhos.
Mas estudos do cérebro sugerem que o amor muda ao longo do tempo. As pessoas se acostumam com o relacionamento, perdendo o medo do parceiro as deixar, então não se focam tanto no desejo.[LiveScience]
Fonte: http://hypescience.com/veja-como-se-apaixonar-mexe-com-o-cerebro/ - Por Natasha Romanzoti
O Carnaval que bomba mais é o de Salvador ou o do Rio de Janeiro?
Nenhum Carnaval atrai mais pessoas no mundo que o de Salvador: são 1 milhão de turistas contra os 719 mil do Rio de Janeiro.
A capital baiana figura até no Guinness, o livro dos recordes, como o maior Carnaval de rua do planeta, levando nada menos que 2,5 milhões de foliões para as vias públicas (nessa conta também entram os próprios moradores da cidade, que, é claro, também botam pra quebrar). Além de atrair mais gente, o ziriguidum baiano - com vários trios elétricos sacudindo as ruas dos circuitos oficiais - supera o carioca, que se concentra no Sambódromo, em vários quesitos.
Confira a seguir o resultado da guerra de confetes entre o bumbum baticundum do Rio e o axé babá de Salvador na folia de 2008.
DUELO NA AVENIDA
O Carnaval do Rio é show, mas Salvador é o recordista na hora da muvuca de momo
Rio de Janeiro x Salvador
719 mil turistas - 1 milhão de turistas
BEBEU ÁGUA? TÁ COM SEDE?
A diferença na bebedeira tem explicação. No Rio computa-se apenas o consumo no Sambódromo. Já em Salvador leva-se em conta a "entornação" que rola solta nas ruas.
(Rio: 105 mil litros de cerveja e 90 mil litros de água min x 17 milhões litros de cerveja /refrigerante e 9,8 milhões de litros de água na Bahia)
DO CACETE!
Se, no Rio, a maior parte das ocorrências envolveu brigas, o que pegou pelas ruas onde rola o ziriguidum baiano foram os furtos - 768, contra os 148 do Carnaval carioca.
(2 520 ocorrências policiais na região do Sambódromo x 2 368 ocorrências policiais em Salvador)
BOTA A CAMISINHA!
A distribuição de camisinhas pelo governo se baseia no tamanho da população. Nessa ala, o Rio ganha disparado: são 6 milhões de cariocas contra 3 milhões de soteropolitanos.
(1,6 milhão de camisinhas no Rio x 936 mil camisinhas em Salvado)
CAINDO NO SAMBA
Embora o número de ocorrências médicas em Salvador tenha sido menor que no Rio, a maioria dos casos na folia baiana envolveu embriaguez.
(1,8 mil atendimentos nos postos do Sambódromo x 1,4 mil atendimentos emSalvador)
BLOCO DA SUJEIRA
Se a turma da vassoura ralou no Rio, ela teve que suar a camisa pra valer na capital baiana, onde muito do lixo produzido infelizmente acaba indo parar nas vias públicas mesmo.
(393 toneladas de lixo no Sambódromo x 1,6 mil toneladas de lixo em
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-carnaval-que-bomba-mais-e-o-de-salvador-ou-o-do-rio - por Gabriela Portilho
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Dê um cala-boca no câncer oral
Álcool, fumo e sexo sem proteção fazem esse mal, bem comum, se alastrar. Mas há como criar barreiras protetoras
Estatísticas mundiais mostram que a incidência de câncer na boca tem crescido no planeta, principalmente entre adultos jovens. O grande responsável pelo aumento entre essa turma é o vírus HPV. A explicação, segundo o Instituto Nacional de Câncer, o Inca, teria a ver com os hábitos sexuais. Os outros dois vilões são o álcool e o cigarro — quando essa dupla maligna atua em conjunto, o risco de o problema dar as caras é 30 vezes maior. A boa notícia é que o diagnóstico precoce da doença eleva as chances de cura. Para isso, devem entrar em cena dentistas e médicos.
Esse foi um dos objetivos de um projeto realizado no Ceará e finalista na categoria Políticas Públicas do Prêmio SAÚDE 2011. "Criamos o programa porque estávamos cansados de receber pacientes com a doença avançada a ponto de não ser possível operar", explica Fabricio Bitu, professor da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará e coordenador da força-tarefa idealizada para conter o avanço da doença no estado. "Esses tumores são comuns em pessoas de baixa instrução e renda, com dificuldade de acesso aos serviços de saúde", continua o dentista.
A solução foi criar uma rede de diagnóstico e rastreamento que, desde 2006, reúne especialistas também da Universidade de Fortaleza, da Secretaria Estadual de Saúde, do Conselho Regional de Odontologia e da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza — e já atendeu mais de 20 mil pessoas.
A equipe é formada por dentistas de especialidades como patologia, cirurgia, epidemiologia, além de cirurgiões médicos e estudantes. Os profissionais identificam as áreas cearenses mais impactadas pela doença, levam aos moradores dessas regiões informações sobre os fatores que provocam o mal, ensinam medidas de prevenção e realizam exames detalhados. Quando necessário, os pacientes são encaminhados para as grandes cidades, em especial Fortaleza.
O time cearense tem foco ainda no treinamento de dentistas da rede básica de saúde. Afinal, visitas regulares ao consultório desses profissionais não devem servir apenas para verificar o estado dos dentes, mas para procurar sinais que denunciem a presença de tumores. Quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, menor será a área retirada pela intervenção cirúrgica indicada para esse tipo de neoplasia. Daí que iniciar logo o tratamento diminui as complicações que a doença costuma provocar na fala, deglutição e respiração.
Informar para prevenir
Uma dieta equilibrada é arma essencial nessa luta, lembra Luiz Paulo Kowalski, cirurgião oncológico do Hospital A.C. Camargo, na capital paulista. "O consumo de frutas e verduras protege contra o câncer", diz o médico. "Por outro lado, pessoas que comem churrasco ou carne grelhada mais de quatro vezes por semana têm maior risco de desenvolver a doença." A justificativa está na fumaça, cujos agentes cancerígenos ficam impregnados na carne. Não é o caso de limar da agenda o famoso churrasquinho com os amigos — o segredo está no equilíbrio. Outro fator que conta, e muito, para fechar as portas aos agressores é não se descuidar da higiene. Escova e fio dental, já se sabe, precisam entrar em ação pelo menos três vezes ao dia. "Mas é preciso evitar o uso indiscriminado de enxaguatórios bucais com álcool na fórmula. Eles podem disparar o problema", alerta Kowalski.
O exame clínico ainda é a melhor forma de flagrar alterações que podem ser sinal de perigo, mas pesquisadores buscam na tecnologia um apoio para a tarefa. Na Universidade de São Paulo, por exemplo, está em teste há um ano um aparelho chamado Velscope (Visually Enhanced Lesion Scope). "Ele é um coadjuvante no diagnóstico", apressa-se a dizer Celso Augusto Lemos Júnior, que supervisiona o trabalho e é presidente da Sociedade Brasileira de Estomatologia. "Os feixes luminosos emitidos pelo equipamento ajudam na avaliação e são eficientes na demarcação da área onde a biópsia deve ser feita."
O mais importante da pesquisa, na opinião de Celso Lemos, é jogar luz sobre o assunto para reforçar a prevenção: apagar o cigarro de vez, diminuir o consumo de álcool e usar protetor labial, evitando os estragos da ação do sol. Já para vencer um dos protagonistas dessa história, o HPV, não tem acordo: sexo oral, só com camisinha. Até porque a vacina contra esse vírus, recomendada há algum tempo para garotas a partir de 9 anos, só recentemente foi aprovada também para meninos. Ou seja, serão necessários anos até que os primeiros resultados apareçam. E não é nada esperto se expor ao inimigo quando se sabe a estratégia para fazê-lo recuar.
Sinais de alerta
É fundamental procurar o dentista ou o médico quando alguns sintomas persistem por mais de duas semanas. Os mais comuns são lesões e feridas que não cicatrizam, manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na gengiva e na língua e carocinhos nas bochechas. Atente também para a dificuldade para mastigar e engolir.
O mapa da doença
Dados do Globocan 2008, levantamento da Organização Mundial da Saúde, apontam cerca de 275 mil novos casos de câncer oral no mundo por ano. Ao lado, em vermelho, as regiões do planeta em que há maior incidência da doença
Que áreas da cavidade oral podem ser afetadas?
Os tumores são mais frequentes na língua, no assoalho (embaixo da língua) e no palato, o céu da boca. Mas eles ocorrem também nos lábios, na mucosa, na gengiva e nas amígdalas.
Sorriso bonito contra o mal
Traumas crônicos, provocados por dentes fraturados e próteses mal adaptadas, aumentam o risco de tumores. E estudos mostram que as bactérias envolvidas na doença periodontal, que ataca a gengiva, facilitam a ação de substâncias cancerígenas. Portanto, a boa escovação também previne esse câncer.
Números da doença
• No Ceará, de 5 a 10 novos casos são diagnosticados por semana
• Esse tipo de câncer é o 4º mais frequente na Região Nordeste (6/100 mil)
• O fumo é responsável por cerca de 42% de mortes pela doença
• Segundo estimativas do Inca, o Brasil terá 14 170 casos da doença em 2012, sendo 9 990 em homens e 4 180 em mulheres
• A combinação de álcool e cigarro aumenta em 30 vezes o risco de desenvolver a doença
Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0346/medicina/cala-boca-cancer-oral-666166.shtml - por Goretti Tenorio • design Ana Paula Megda • fotos Gustavo Arrais
Estatísticas mundiais mostram que a incidência de câncer na boca tem crescido no planeta, principalmente entre adultos jovens. O grande responsável pelo aumento entre essa turma é o vírus HPV. A explicação, segundo o Instituto Nacional de Câncer, o Inca, teria a ver com os hábitos sexuais. Os outros dois vilões são o álcool e o cigarro — quando essa dupla maligna atua em conjunto, o risco de o problema dar as caras é 30 vezes maior. A boa notícia é que o diagnóstico precoce da doença eleva as chances de cura. Para isso, devem entrar em cena dentistas e médicos.
Esse foi um dos objetivos de um projeto realizado no Ceará e finalista na categoria Políticas Públicas do Prêmio SAÚDE 2011. "Criamos o programa porque estávamos cansados de receber pacientes com a doença avançada a ponto de não ser possível operar", explica Fabricio Bitu, professor da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará e coordenador da força-tarefa idealizada para conter o avanço da doença no estado. "Esses tumores são comuns em pessoas de baixa instrução e renda, com dificuldade de acesso aos serviços de saúde", continua o dentista.
A solução foi criar uma rede de diagnóstico e rastreamento que, desde 2006, reúne especialistas também da Universidade de Fortaleza, da Secretaria Estadual de Saúde, do Conselho Regional de Odontologia e da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza — e já atendeu mais de 20 mil pessoas.
A equipe é formada por dentistas de especialidades como patologia, cirurgia, epidemiologia, além de cirurgiões médicos e estudantes. Os profissionais identificam as áreas cearenses mais impactadas pela doença, levam aos moradores dessas regiões informações sobre os fatores que provocam o mal, ensinam medidas de prevenção e realizam exames detalhados. Quando necessário, os pacientes são encaminhados para as grandes cidades, em especial Fortaleza.
O time cearense tem foco ainda no treinamento de dentistas da rede básica de saúde. Afinal, visitas regulares ao consultório desses profissionais não devem servir apenas para verificar o estado dos dentes, mas para procurar sinais que denunciem a presença de tumores. Quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, menor será a área retirada pela intervenção cirúrgica indicada para esse tipo de neoplasia. Daí que iniciar logo o tratamento diminui as complicações que a doença costuma provocar na fala, deglutição e respiração.
Informar para prevenir
Uma dieta equilibrada é arma essencial nessa luta, lembra Luiz Paulo Kowalski, cirurgião oncológico do Hospital A.C. Camargo, na capital paulista. "O consumo de frutas e verduras protege contra o câncer", diz o médico. "Por outro lado, pessoas que comem churrasco ou carne grelhada mais de quatro vezes por semana têm maior risco de desenvolver a doença." A justificativa está na fumaça, cujos agentes cancerígenos ficam impregnados na carne. Não é o caso de limar da agenda o famoso churrasquinho com os amigos — o segredo está no equilíbrio. Outro fator que conta, e muito, para fechar as portas aos agressores é não se descuidar da higiene. Escova e fio dental, já se sabe, precisam entrar em ação pelo menos três vezes ao dia. "Mas é preciso evitar o uso indiscriminado de enxaguatórios bucais com álcool na fórmula. Eles podem disparar o problema", alerta Kowalski.
O exame clínico ainda é a melhor forma de flagrar alterações que podem ser sinal de perigo, mas pesquisadores buscam na tecnologia um apoio para a tarefa. Na Universidade de São Paulo, por exemplo, está em teste há um ano um aparelho chamado Velscope (Visually Enhanced Lesion Scope). "Ele é um coadjuvante no diagnóstico", apressa-se a dizer Celso Augusto Lemos Júnior, que supervisiona o trabalho e é presidente da Sociedade Brasileira de Estomatologia. "Os feixes luminosos emitidos pelo equipamento ajudam na avaliação e são eficientes na demarcação da área onde a biópsia deve ser feita."
O mais importante da pesquisa, na opinião de Celso Lemos, é jogar luz sobre o assunto para reforçar a prevenção: apagar o cigarro de vez, diminuir o consumo de álcool e usar protetor labial, evitando os estragos da ação do sol. Já para vencer um dos protagonistas dessa história, o HPV, não tem acordo: sexo oral, só com camisinha. Até porque a vacina contra esse vírus, recomendada há algum tempo para garotas a partir de 9 anos, só recentemente foi aprovada também para meninos. Ou seja, serão necessários anos até que os primeiros resultados apareçam. E não é nada esperto se expor ao inimigo quando se sabe a estratégia para fazê-lo recuar.
Sinais de alerta
É fundamental procurar o dentista ou o médico quando alguns sintomas persistem por mais de duas semanas. Os mais comuns são lesões e feridas que não cicatrizam, manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na gengiva e na língua e carocinhos nas bochechas. Atente também para a dificuldade para mastigar e engolir.
O mapa da doença
Dados do Globocan 2008, levantamento da Organização Mundial da Saúde, apontam cerca de 275 mil novos casos de câncer oral no mundo por ano. Ao lado, em vermelho, as regiões do planeta em que há maior incidência da doença
Que áreas da cavidade oral podem ser afetadas?
Os tumores são mais frequentes na língua, no assoalho (embaixo da língua) e no palato, o céu da boca. Mas eles ocorrem também nos lábios, na mucosa, na gengiva e nas amígdalas.
Sorriso bonito contra o mal
Traumas crônicos, provocados por dentes fraturados e próteses mal adaptadas, aumentam o risco de tumores. E estudos mostram que as bactérias envolvidas na doença periodontal, que ataca a gengiva, facilitam a ação de substâncias cancerígenas. Portanto, a boa escovação também previne esse câncer.
Números da doença
• No Ceará, de 5 a 10 novos casos são diagnosticados por semana
• Esse tipo de câncer é o 4º mais frequente na Região Nordeste (6/100 mil)
• O fumo é responsável por cerca de 42% de mortes pela doença
• Segundo estimativas do Inca, o Brasil terá 14 170 casos da doença em 2012, sendo 9 990 em homens e 4 180 em mulheres
• A combinação de álcool e cigarro aumenta em 30 vezes o risco de desenvolver a doença
Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0346/medicina/cala-boca-cancer-oral-666166.shtml - por Goretti Tenorio • design Ana Paula Megda • fotos Gustavo Arrais
Exercite-se e deixe a visão em forma
A ciência começa a enxergar a atividade física como aliada dos olhos. E razões não faltam — da prevenção de doenças à melhora da habilidade de captar o que nos cerca
É a percepção de formas e cores dos objetos que possibilita aos corredores traçarem suas rotas e desviarem de buracos. Essa capacidade ainda propicia aos jogadores de vôlei, basquete e companhia saber onde estão seus parceiros e adversários. A visão é, enfim, um sentido altamente valorizado em qualquer forma de exercício. A notícia positiva é que os globos oculares não apenas contribuem para a prática esportiva como também são beneficiados por ela. "Manter-se ativo ao longo da vida aparentemente protege contra fatores de risco para o glaucoma", afirma a fisiologista Jennifer Yip, da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
A cientista acompanhou 5 650 voluntários por 17 anos e verificou que o grupo dos que malhavam apresentava uma menor pressão intraocular. "Quando essa medida está descontrolada, cresce a probabilidade de o nervo óptico ser comprimido, o que propicia o surgimento de cegueira", relata Marinho Scarpi, oftalmologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Uma teoria sugere que a atividade física resultaria em uma drenagem eficiente do humor aquoso, líquido que preenche e nutre parte do globo ocular. Se ele não é escoado direito e se acumula, faz pressão no globo, como se ele estivesse cheio demais. No seu estudo, Jennifer ainda observou que o abastecimento de sangue nos olhos de quem foge do sedentarismo é mais eficaz. E isso deixa o olho, digamos, resiliente ao glaucoma.
O grande medo dos oftalmologistas atendia pelo nome de musculação. Afinal, especulava-se que ela alavancaria a pressão intraocular. Contudo, o educador físico Marcelo Conte, da Escola Superior de Educação Física de Jundiaí, no interior paulista, analisou a fundo essa história. Após monitorar um grupo de malhadores, ele chegou à conclusão de que, na verdade, a incidência do problema até diminui com os exercícios de resistência. "Eles podem ser até benéficos. Tudo depende da maneira como são realizados", reflete Conte.
Apesar de ainda haver controvérsia no assunto, o trabalho brasileiro indica que o melhor caminho é, em vez de levantar poucas vezes um peso quase insuportável, investir em mais repetições com uma carga leve ou média. "Se a exigência é enorme em cada movimento, a tendência é que seguremos o ar. E isso, sim, tende a elevar a pressão intraocular", avisa Conte. Outros perigos em potencial dentro da academia são os chamados exercícios isométricos — aqueles em que permanecemos imóveis sustentando um objeto — e o uso indiscriminado de esteroides e anabolizantes.
O que surpreende muita gente é a preocupação dos especialistas com a ioga. E tudo por causa de uma ou outra posição que coloca o corpo de ponta-cabeça. "Já existem estudos comprovando um grande aumento da pressão intraocular e a consequente piora de quadros de glaucoma em praticantes que realizam essas posturas específicas", informa Tiago Prata, oftalmologista do Hospital Medicina dos Olhos, em São Paulo, e da Unifesp.
Muito além do glaucoma
Os contornos e os pigmentos do mundo são ameaçados não apenas por essa doença como também pela catarata e pela degeneração macular, para citar outros dois males. Ainda bem que ambos, pelo que revelam descobertas recentes, são prevenidos com caminhadas, pedaladas... e por aí vai. "Acredita-se que a melhora sistêmica do organismo como um todo contribua para esses resultados", aponta Marcelo Conte.
Agora, será que os esportes teriam o poder de incrementar a visão em si? A hipótese é discutível, mas, por incrível que pareça, aparentemente, sim. Não, não é que nosso equipamento natural fique mais potente. Na realidade, é como se aprendêssemos a utilizá-lo melhor — a isso se dá o título de atenção visual. Modalidades que exigem reflexos rápidos, a exemplo da esgrima, do tênis ou até mesmo do futebol, podem fazer com que o cérebro processe com velocidade extra e maior eficácia os estímulos vindos dos olhos. "Assim, informações que seriam perdidas, como uma pequena pedra no caminho que culminaria em um tropeção, passariam a ser notadas sem muita dificuldade", hipotetiza Ronald Ranvaud, físico do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. "A lógica faz sentido. Porém, como muitos assuntos nessa área, falta comprovação científica", ressalta. Por via das dúvidas, não custa visualizar o calendário de 2012 com tempo de sobra para os exercícios físicos.
O esporte em prol do olhar
Cuidados
Saiba que medidas tomar para resguardar os olhos durante os exercícios
Óculos especiais
A bola de squash, por exemplo, pode machucar os globos oculares pra valer. Use protetores e, no sol, lentes escuras e com filtro.
Lutas
Certifique-se de que você e o seu oponente estão equipados com luvas e, dentro do possível, maneirem na força dos golpes.
Protetor solar
Eles são fundamentais para a pele. Só não aplique demais na testa. O excesso pode escorrer e fazer os olhos arderem.
Aeróbicos
Eles aperfeiçoariam a drenagem do humor aquoso. Modalidades que demandam reflexo ainda melhoram o processamento dos estímulos dos olhos.
Musculação
Praticada moderadamente, ela não oferece riscos e até auxilia no controle da pressão intraocular, fator de risco para o temido glaucoma.
Atividade física para todos
Pesquisadores do Hospital Maisonneuve-Rosemont, no Canadá, comprovam: quanto mais problemas com a visão, mais raras são as saídas de casa para se dedicar à prática esportiva. "Ora, esse sentido é muito empregado para se deslocar em um espaço", sintetiza Marinho Scarpi. Felizmente, mesmo quem padece com alguma deficiência consegue, hoje em dia, suar a camisa. "Só é necessário buscar orientação especializada, fazer certas adaptações e ser acompanhado sempre", completa Scarpi.
Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0346/corpo/exercicios-visao-forma-666003.shtml - por Theo Ruprecht • design Ana Paula Megda • ilustração Thiago Almeida
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Como sue cerbero pedo lre itso?
Você já deve ter ouvido falar isso: Nõa imortpa a oderm das ltreas drtneo da pvarala, bsata que a pmrireia e a úmtila etjasem no lguar crteo praa que vcoê enednta o que etsá erctiso. Da mesma forma, É F4C1L L3R 357A M3N5AG3M S3M P3NS4R MU170. Mas como o nosso cérebro é capaz de executar estas tarefas?
A resposta, infelizmente, ainda não é muito certa. A ciência ainda diverge sobre os mecanismos mentais envolvidos no processo, embora haja fortes suspeitas. Neurologistas da Universidade da Califórnia (San Diego, EUA), por exemplo, explicam que o principal instrumento para isso é o contexto.
A capacidade de identificar o contexto de uma frase faz com que o cérebro seja pré-ativado logo no início da leitura. Quando você descobriu, no primeiro parágrafo, que “não importa a ordem das letras dentro da palavra”, seu cérebro imediatamente já se reportou ao contexto de adivinhar porque as letras estavam embaralhadas. A tradução de palavras como “primeira”, “última” e “escrito” ficou muito mais fácil a partir deste momento.
No exemplo da primeira frase, seu cérebro nem precisa realmente identificar cada palavra. A compreensão do contexto faz você simplesmente pular algumas sentenças e mesmo assim entender a frase. Além disso, nossa mente é mais independente do que parece: em uma leitura normal, nós batemos o olho na palavra como um conjunto e a lemos de uma vez só; não é preciso decodificar palavra por palavra.
Isso não funciona apenas com a palavra escrita, mas também com outros procedimentos cerebrais como a audição e a identificação visual. Este segundo quesito, aliás, é importante para traduzir o segundo exemplo, que mescla letras e números.
Estudos sugerem que nosso cérebro tenta automaticamente fazer uma equivalência entre o formato de letras e números, por isso não é estranho tomar um “4” como “A”, “3” como “E” e “5” como “S”. Em ambos os casos, a leitura acaba saindo fluentemente. [LiveScience]
Fonte: http://hypescience.com/como-sue-cerbero-pedo-lre-itso/ - Por Stephanie D’Ornelas
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Músculo x gordura: verdades e mentiras
Descubra se você entende tudo sobre o assunto e sabe o melhor caminho quando o tema é músculo e gordura.
Você queima mais gordura se faz exercício com o estômago vazio
Verdade: treinar em jejum o ajudará na hora de perder uns quilinhos, embora não seja uma opção muito saudável. Estudos recentes mostram que fazer esforço físico com o estômago vazio ajuda a queimar uma maior quantidade de gordura.
Uma boa forma de fazer exercício são as caminhadas
Verdade: caminhar devagar (a uma velocidade próxima de 5 km/h) é uma das formas mais saudáveis de se exercitar, já que a absorção de insulina pelas células é melhorada, a energia aumenta, o estresse e a pressão arterial diminuem etc. Se o seu objetivo é perder peso e você não está em forma, comece a andar, mas, quando esse ritmo de passeio permitir a você conversar sem que perca o fôlego, imprima mais velocidade. Lembre-se: uma vez que o corpo se acostuma a uma determinada atividade física, é preciso acelerar o passo para que continue a perder medidas.
Você queima o mesmo número de calorias andando e correndo
Mentira: estudos mostram que a queima de calorias gerada pela corrida chega a ser 30% maior, dependendo da velocidade em que se corre, porque a corrida requer muito mais esforço, mais músculos são acionados e, portanto, mais energia é gasta.
É impossível transformar gordura em músculo
Verdade: gordura e músculo são tecidos diferentes, ou seja, um deles não pode milagrosamente se transformar no outro. Às vezes, até pode parecer que sim. A partir dos 30 anos, aproximadamente, você começa a perder massa muscular, fazendo com que o metabolismo caia com o passar dos anos (cerca de 3% por década). Resultado: os pneuzinhos aparecem onde antes havia músculos firmes e tonificados. Exercícios aeróbios e musculação ajudam a eliminar as gorduras e a tonificar a musculatura novamente.
Músculo pesa mais do que gordura
Verdade: um quilo é sempre um quilo, seja ele composto de músculo ou de gordura. Porém, o músculo, por ser mais denso e compacto do que o tecido gorduroso, acaba dando a ideia de ser mais pesado. A musculatura ocupa menos espaço no corpo, por isso, o peso corporal pode aumentar à medida que você treina e ganha massa muscular. Lembre-se: a musculatura gasta mais energia por dia, portanto, quanto mais muque você tiver, mais calorias serão queimadas. SPORTLIFE
Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/index.php/fitness/canais-fitness/musculacao/20986-musculo-x-gordura-verdades-e-mentiras
As revelações sobre o cérebro adolescente
Novas pesquisas decifram as transformações cerebrais que acontecem na adolescência, explicam comportamentos típicos e sugerem como lidar com eles.
O que faz uma garota de 14 anos passar o dia inteiro emudecida, trancada no quarto? Ou ir do riso à fúria em menos de um segundo? Pode ser realmente difícil entender a cabeça de um adolescente. Para ajudar nesta tarefa, a ciência está empreendendo um esforço fantástico. Nos Estados Unidos, ele está sendo capitaneado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH). O órgão – um dos mais respeitados do mundo – está patrocinando uma linha de estudos focada na busca de informações para compreender o que está por trás das oscilações de humor e comportamentos de risco que marcam a adolescência. E as informações trazidas pelos estudos realizados até agora estão construindo uma nova visão da metamorfose sofrida pelos jovens. “O cérebro do adolescente não é um rascunho de um cérebro adulto. Ele foi primorosamente forjado por nossa história evolutiva para ter características diferenciadas do cérebro de crianças e de adultos”, disse à ISTOÉ o neurocientista americano Jay Giedd, pesquisador do NIMH e um pioneiro na investigação do cérebro adolescente.
Giedd e seus colegas estão redefinindo os conceitos da medicina sobre essa fase da vida. Para eles, os tropeços da adolescência são sinais de que o cérebro jovem está procurando se adaptar ao ambiente. Nos primeiros 13 anos de pesquisa, os cientistas estudaram mudanças cerebrais ocorridas do nascimento até a velhice, na saúde e na doença. Descobriram que a adolescência é marcada por um aumento das conexões entre diferentes partes do cérebro. É um processo de integração que continuará por toda a vida, melhorando o trabalho conjunto entre as partes.
As pesquisas revelaram ainda que, nessa etapa, dá-se o fortalecimento e amadurecimento de algumas redes de neurônios (as células nervosas que trocam informações entre si) e o abandono de outras, menos usadas. Os estudos mostraram também que a onda de maturidade se inicia nas partes mais profundas e antigas, próximas do tronco cerebral, como os centros da linguagem, e naquelas ligadas ao processamento de emoções como o medo. Depois, essa onda vai subindo rumo às áreas mais recentes do cérebro, ligadas ao pensamento complexo e à tomada de decisões. Entre elas estão o córtex pré-frontal, o sulco temporal superior e o córtex parietal superior, envolvidos na integração de informações enviadas por outras estruturas do órgão. Essa evolução explica, em parte, por que nesse período da vida a impulsividade e os sentimentos mais viscerais são manifestados com tanta facilidade, sem passar pelo filtro da razão.
Na tentativa de elucidar por que os jovens atravessam o período de crescimento como se estivessem em uma montanha-russa, um dos aspectos mais estudados é a tendência de se expor a riscos. No começo da empreitada científica para decifrar os segredos do cérebro adolescente, acreditava-se que a falta de noção do perigo iminente estivesse associada à falta de amadurecimento do córtex pré-frontal, área ligada à avaliação dos riscos que só atinge o desenvolvimento pleno por volta dos 20 anos. O avanço das pesquisas, porém, está demonstrando que por volta dos 15 anos os jovens conseguem perceber o risco da mesma forma e com a mesma precisão que um adulto.
Se sabem o que está acon¬tecendo, por que os jovens se colocam em situações ameaçadoras? Embora as habilidades básicas necessárias para perceber os riscos estejam ativas, a capacidade de regular o comportamento de forma consistente com essas percepções não está totalmente madura. “Na adolescência, os indivíduos dão mais atenção para as recompensas em potencial vindas de uma escolha arriscada do que para os custos dessa decisão”, disse à ISTOÉ Laurence Steinberg, professor de psicologia da Universidade Temple, especializado em desenvolvimento adolescente e autor de “Os Dez Princípios Básicos para Educar seus Filhos”. Steinberg é um dos mais destacados estudiosos da adolescência na atualidade.
A afirmação do pesquisador está sustentada em exames de imagem que assinalam, no cérebro adolescente, uma intensa atividade em áreas ligadas à recompensa. Por recompensa, entenda-se a sensação prazerosa que invade o corpo e a mente após uma vitória, como ganhar no jogo ou ser reconhecido como o melhor pelo grupo. Esse processo coincide com alterações das quantidades de dopamina, um neurotransmissor (substância que faz a troca de mensagens entre os neurônios) muito importante na experiência do prazer ou recompensa. “Isso parece afetar o processo de antecipação do prêmio, de tal forma que os adolescentes se sentem mais animados do que os adultos quando percebem a possibilidade do ganho”, diz o psicólogo americano.
Ele também foi buscar na teoria da evolução a justificativa para o mecanismo cerebral que premia os jovens com sensações agradáveis por se arriscarem. “No passado, levavam vantagem sobre outros da espécie aqueles que se deslocavam e assumiam riscos em busca de um lugar com mais alimento”, pontua. “A busca por novidade e fortes emoções representaria, à luz da teoria da evolução, um sinal da capacidade de adaptação dos seres humanos a novos ambientes.” Nosso cérebro teria aprendido esse caminho e estaria reproduzindo-o até hoje. Descobertas ainda mais recentes mostram que a recompensa mexe profundamente com o cérebro. “Todas as áreas do cérebro são afetadas quando uma atitude é recompensada ou penalizada socialmente”, disse à ISTOÉ Timothy Vickery, um dos autores de um trabalho recente publicado na revista “Neuron”.
Paralelamente à configuração cerebral, existem as contribuições do mundo contemporâneo para a tendência ao prazer imediato. “Talvez as dificuldades da vida futura e do mercado de trabalho, por exemplo, levem o jovem a uma situação de viver o prazer imediato. Daí a busca pela bebida, pela droga, pelo sexo e tudo o mais no sentido de se aproveitar a vida”, diz o hebiatra (médico especializado em adolescentes) Paulo César Pinho Ribeiro, da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. De fato, por volta dos 15 anos, dá-se o pico da busca por emoções fortes. A psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira do Estudo de Álcool e Drogas, defende uma ação firme nesse momento. “Os pais devem assumir o seu papel e não deixar que os jovens fumem ou bebam”, diz.
O caminho para enfrentar essa questão é o diálogo. No Colégio Peretz, em São Paulo, a estratégia de conversar longamente sobre os riscos do consumo de álcool e drogas existe há dez anos. “A proposta é acompanhar os jovens e esclarecer as dúvidas que surgem durante esse período”, diz Evelina Holender, coordenadora do projeto.
A busca de emoções e o desejo de ser aceito e admirado pelos outros – duas características do adolescente – podem se converter numa mistura explosiva. O psicólogo Steinberg demonstrou claramente esse mecanismo com o auxílio de um jogo de videogame cuja proposta era dirigir um carro pela cidade no menor tempo possível. No percurso, os sinais mudavam de verde para amarelo quando o carrinho se aproximava. Se o competidor cruzasse o sinal antes de ele ficar vermelho, ganhava pontos. Se ficasse no meio da pista ou na faixa, perdiam-se muitos pontos. Ao disputarem os jogos a sós em uma sala, os jovens assumiram riscos na mesma proporção que os adultos. Mas com a presença de um ou mais amigos no ambiente houve mudança nos resultados. “Nessa circunstância, os adolescentes correram o dobro dos riscos dos adultos”, observou o pesquisador.
O papel do grupo na adolescência também está sendo examinado. “Por volta dos 15 anos, registra-se o pico de atividade dos neurônios-espelho, células ativadas pela observação do comportamento de outras pessoas e que levam à sua repetição”, diz o neurologista Erasmo Barbante Casella, do Hospital Albert Einstein e do Instituto da Criança da Universidade de São Paulo. Esse é um dos motivos pelos quais os jovens adotam gestos e roupas similares. Além disso, há a grande necessidade de ser aceito pelos amigos e o peso terrível da rejeição. “É uma fase na qual a identidade não está absolutamente constituída, e o grupo acaba sendo o meio para experimentar e também uma lente pela qual o adolescente lê o mundo”, diz a psicóloga Joana Novaes, da PUC-Rio de Janeiro. Estudos apontam que há também uma grande quantidade de oxitocina, hormônio relacionado às ligações sociais e formação de vínculos, circulando no organismo, o que favoreceria a tendência de andar em turma.
Afora o prazer de correr perigo e dos altos e baixos humorais, a adolescência pode ser vista como uma fase de altíssima resiliência, que é a capacidade de se adaptar e sobreviver às dificuldades. Mas há desvantagens. O lado complicado é que o adolescente que passa por tantas transformações está mais vulnerável ao aparecimento de alterações como depressão, ansiedade e transtornos alimentares como a anorexia e a bulimia. Na semana passada, um estudo do NIMH feito com 10 mil jovens com idades entre 13 e 18 anos revelou que 12% apresentavam sintomas de fobia social, um transtorno de ansiedade que afasta os jovens do convívio. No estudo, 5% dos jovens confundiam os sintomas da alteração com timidez.
Ainda não se sabe qual é o impacto do grande volume de novas informações na conduta prática adotada por pais e profissionais ligados aos jovens, como professores e psicólogos. Mas já existem algumas mudanças em curso. Com base em algumas das descobertas, no Hospital Israelita Albert Einstein e no Instituto da Criança, por exemplo, Casella procura orientar os pais a prestar mais atenção às companhias dos filhos. “Existe realmente uma tendência a copiar comportamentos. E os pais precisam interferir nisso”, diz o especialista.
É sabido também que o universo de possibilidades do cérebro adolescente será mais amplo se a criança tiver recebido suporte emocional e familiar, boa alimentação e acesso à educação. “Como na construção de uma casa, o resultado é melhor quando se tem bons alicerces. Por isso é importante estar atento ao desenvolvimento infantil”, disse à ISTOÉ o pediatra Jack Scho¬noff, diretor do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade de Harvard (EUA). Quem passou por carências também tem uma espécie de segunda chance para acertar o passo do desenvolvimento na adolescência, embora com limitações. “Não é possível voltar atrás, mas dar os estímulos adequados ao adolescente irá ajudá-lo a chegar mais perto do seu potencial máximo”, disse Schonoff. Na semana passada, o especialista veio ao Brasil para lançar uma parceria com a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, envolvida em iniciativas para o desenvolvimento integral da criança.
Por mais que as crises se sucedam, se uma boa comunicação tiver sido cultivada ano após ano, haverá maior proximidade entre pais e filhos. “A crise é um sinal de saúde. O adolescente deve contestar e confrontar os pais, porque isso faz parte da reformulação pela qual ele está passando”, diz a psicanalista da infância Ana Maria Brayner Iencarelli, do Rio de Janeiro. Outra opção que se tem mostrado eficiente para auxiliar os adolescentes a atravessar esse período da vida são cursos que orientam sobre como criar coletivamente, planejar um evento, montar um show ou criar um blog, por exemplo. Não é por acaso que iniciativas estão se popularizando mundialmente. Pesquisas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, referendam essa diretriz. “Adolescentes engajados em atividades que exigem criatividade aprendem a planejar e lidar com situações inesperadas”, diz Reed Larson, professor do departamento de Desenvolvimento Humano e Comunitário da universidade americana.
ISTO É - INDEPENDENTE
Por Mônica Tarantino, Monique Oliveira e Luciani Gomes
Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/index.php/escola/canais-escola/crescimento-desenvolvimento/20066-as-revelacoes-sobre-o-cerebro-adolescente
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Como um celular sem sinal faz ligação de emergência?
Na verdade, não faz. Sem sinal, nenhum celular, de qualquer operadora, pode fazer uma ligação. O que pode acontecer é o aparelho realizar uma chamada de emergência por meio de outra operadora disponível no local. “Isso é possível porque a maioria dos celulares opera na mesma frequência, em torno de 1 800 MHz. É como o rádio, que capta o sinal de outras emissoras da região, bastando sintonizar”, explica Almir Meira Alves, professor de redes de computador e telefonia da Fiap. Quando aparece a mensagem “somente emergência”, isso significa que há outras redes por perto e, se precisar de ajuda, basta discar 190 ou 112 – a ligação será redirecionada para a Polícia Militar da região.
Não é preciso ter crédito para realizar esse tipo de chamada e não há custos adicionais. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o serviço que permite o encaminhamento das chamadas de emergência por meio de um roaming entre as operadoras é totalmente gratuito.
FONTES: Assessorias da Tim e da Vivo
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-um-celular-sem-sinal-faz-ligacao-de-emergencia - por André Bernardo
Ai, que dor de cabeça!
Ela também atormenta os mais jovens, comprometendo a atenção, a memória e, inclusive, o desempenho escolar
É comum encontrar por aí pais que entendem essa queixa como uma desculpa dos filhos para se livrar das aulas. Mas a verdade é que a reclamação, na maioria das vezes, tem fundamento. Uma análise da Sociedade Brasileira de Cefaleia, a SBCe, concluiu que mais de 5 milhões de crianças e adolescentes do país sofrem com dores de cabeça e, pior, 409 mil experimentam, no mínimo, uma sensação de estourar os miolos a cada dois dias. "Esse problema com as crianças não é de hoje, mas sempre foi menosprezado", lamenta o neurologista Marco Antonio Arruda, da SBCe.
Com uma incidência tão alta assim, não é de espantar que várias instituições tenham passado a investir em pesquisas sobre o tema. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) acompanhou 60 crianças entre 8 e 12 anos de idade durante 24 meses. Elas foram divididas em dois grupos. Um deles reunia quem nunca havia reclamado da chateação. No outro, ficaram os meninos e as meninas que padeciam de enxaqueca, um tipo de cefaleia que vem acompanhado de náuseas e sensibilidade à luz e ao barulho. "Analisamos a performance de todos na sala de aula", conta a neuropediatra e autora do trabalho, Thaís Rodrigues Villa. No segundo grupo, era preciso esperar pelo menos três dias após a última crise para que a pesquisadora pudesse observar a real repercussão do incômodo. "Descobrimos que esses pequenos, até mesmo naqueles dias sem dor nenhuma, apresentavam dificuldades de atenção visual, retenção de memória e velocidade no processamento das informações", completa Thaís.
Estudiosos da Itália, ao saberem dos resultados do trabalho da Unifesp, resolveram replicá-lo e encontraram evidências semelhantes. "O resultado mostra que não se trata de uma característica apenas das crianças brasileiras. As cefaleias prejudicam o desempenho escolar de jovens do mundo todo", revela Thaís. Os italianos chegaram à conclusão de que a garotada que vive com esse peso na cabeça rende 10% menos diante do quadro-negro. Uma possível explicação é que a enxaqueca prejudicaria o padrão de sono e o comportamento infantil. Em tese, ela poderia até favorecer o surgimento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. E, aí, as lições e provas ficam perdidas em meio a esse fogo cruzado.
Se todas essas informações ainda não o convenceram de que dor de cabeça infantil é um problema sério, talvez a estimativa da SBCe mude sua opinião: somadas todas as faltas, são mais de 2,4 milhões de dias letivos perdidos todo ano por causa desse tormento. E, se não bastasse, a intensidade e a frequência do distúrbio aumentam com a idade. Esse fenômeno é pior no grupo das meninas, principalmente entre as adolescentes. "Isso por causa das alterações hormonais que ocorrem nelas", justifica o neurocirurgião Eduardo Barreto, da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Funcional.
O pai e a mãe geralmente demonstram uma preocupação maior quando o pequeno apresenta crises tão fortes que precisa ser levado ao hospital. Mas não devemos esquecer que qualquer lamento, por mínimo que seja, já é um sinal de encrenca. Em um segundo momento, o estudo da Unifesp mostrou que a maioria dos pais se surpreendeu ao ver que o motivo do queixume não era brincadeira. "Achavam que só adultos podiam sofrer de enxaqueca", explica Thaís. Passado o choque inicial, eles aceitavam o tratamento sem empecilhos, realizado com medicações preventivas para corrigir as alterações químicas do cérebro responsáveis pelos sintomas dolorosos.
E a pesquisa ainda foi além. Os cientistas perceberam que, após sanar as crises que acometiam a meninada, o desempenho escolar se igualava ao dos colegas sem as dores, reforçando a importância de diagnóstico e terapia corretos. Manter um diário de episódios ajuda a identificar o tipo de cefaleia e, assim, auxilia o profissional a decidir a abordagem mais apropriada.
Para um alívio imediato durante os picos de dor na infância, é recomendado que a criança se deite em um ambiente silencioso, escuro e bem ventilado. Caso a cefaleia persista, indicam-se remédios como o ibuprofeno e o paracetamol, sempre com
Mais do que uma sensação dolorosa Uma dor intensa que surge de uma hora para outra muitas vezes pode indicar algo mais grave. Quando acompanhada de outros sintomas, como febre, os pais devem entrar em contato com o pediatra e levar a criança para uma boa avaliação. "Pode ser um caso de meningite ou até de hemorragia cerebral", alerta Eduardo Barreto. O mesmo vale para dores frequentes que não vão embora, mesmo após o jovem ter sido medicado. O neurologista é capaz de auxiliar, mas lembre-se de dividir todas as informações com o pediatra. Nessas horas, ambos são fundamentais.
O que evitar
Frutas cítricas
Chocolates
Leites e derivados
Ovos
O que dá alívio
Abóbora
Cerejas
Peras
Brócolis
Incidência do problema
75,5% reclamam de dores pelo menos 4 vezes por mês
17,9% nunca se queixaram de dor de cabeça
4,1% Sofrem com o problema entre 5 e 9 dias por mês
1,5% Têm dores uma vez a cada dois dias
1% Convive com o distúrbio quase que diariamente
Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0346/familia/dor-cabeca-infanto-juvenil-666168.shtml - por Caroline Randmer • foto Alex Silva
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Trabalhar demais eleva risco de depressão, diz estudo
Trabalhar demais não aumenta só o cansaço, mas também o risco de desenvolver depressão. A conclusão foi obtida em estudo feito por pesquisadores britânicos e publicado na PLoS ONE.
Os pesquisadores recrutaram mais de 2.000 trabalhadores, entre 35 e 55 anos, de cargos diferentes. Eles foram acompanhados por seis anos e os cientistas notaram uma associação clara entre o excesso de horas trabalhadas e a depressão.
Os que trabalhavam mais de 11 horas diárias tinham mais chances de sofrer da doença. Em seguida, apareciam como grupos de risco as mulheres, os jovens e os mal-remunerados.
Desafio e remuneração
Ao logo do estudo, 66 participantes experimentaram episódios graves de depressão, especialmente os que trabalhavam mais do que oito horas por dia.
No entanto, homens com empregos desafiadores e bons salários apresentaram níveis de depressão menores em relação aos outros grupos, mesmo passando bastante tempo na empresa. Segundo os pesquisadores, gostar do que se faz e ter o apoio de subordinados para realizar o trabalho têm efeito protetor para eles.
Já entre as mulheres ter um bom cargo não protege da depressão, provavelmente porque elas possuem mais responsabilidades que os homens fora do trabalho.
Com relação aos mais jovens, os pesquisadores especulam que o alto nível de depressão tenha relação com o fato de terem que se dedicar à carreira ao mesmo tempo em que têm de enfrentar desafios na vida pessoal e financeira.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2012/01/27/trabalhar-demais-eleva-risco-de-depressao.jhtm
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