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terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Inovações para evitar e combater o AVC


Táticas preventivas, tratamentos modernos e novas formas de levar informação podem mudar o cenário do AVC, a segunda causa de morte no Brasil

É assustador: um em cada quatro adultos no mundo vai sofrer o acidente vascular cerebral (AVC). O rompimento ou o entupimento de um vaso sanguíneo na cabeça respondem por 10% das mortes no planeta.

“No Brasil, notamos uma tendência de aumento no número de casos, mas a mortalidade deve diminuir nos próximos anos”, analisa o neurologista Cesar Minelli, de Matão (SP), que apresentou dados inéditos sobre o tema durante o Congresso Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares, realizado no final do ano passado em Goiânia.

Infelizmente, o número de  ocorrências só cresce. Só na cidade de Matão, em média, 127 casos de AVC ocorrem a cada 100 mil habitantes por ano. E 26% dos pacientes da cidade paulista não resistem e morrem anualmente após o derrame.

Apesar de ser um perigo em ascensão, tem muita notícia boa sobre o tema. Conheça novos tratamentos, formas de prevenção e maneiras de levar informação que podem mudar o cenário brasileiro:

Programa de saúde pública bem-sucedido
Lançada em 1994, a Estratégia Saúde da Família (ESF), do governo federal, abrange enfermeiros, médicos e dentistas, que fazem o acompanhamento da população de um determinado bairro ou região. Os profissionais são responsáveis pela atenção básica das pessoas, o que inclui vacinação, campanhas de prevenção, consultas simples e exames de rotina.
Mais que resolver queixas pontuais, um programa desses traz resultados de longo prazo. “Descobrimos recentemente que nas regiões em que a ESF está implementada há menos internações por AVC”, revela Minelli.

Trombectomia, um tratamento aprovado com louvor
A trombectomia é um tratamento em que o cirurgião guia um cateter até o cérebro para retirar o trombo que fecha a passagem do sangue. O Ministério da Saúde encomendou um estudo para ver se essa estratégia seria custo-efetiva na rede pública.
“Os resultados mostraram que o paciente submetido a essa operação tem 3,4 vezes mais probabilidade de não ficar com sequelas”, conta a neurologista Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC.
A expectativa é que o método, já disponível nos planos privados, seja englobado em breve pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.

Outras saídas para frear o AVC
Anticoagulante: remédio que dissolve o coágulo, deve ser usado nas primeiras quatro horas após o início dos sintomas.
Cirurgia: quando a artéria se rompe no cérebro, muitas vezes é preciso drenar o sangue que se espalhou.

Precisão a despeito da hora
Para escolher qual será a resposta para o entupimento cerebral, o médico pergunta quando se iniciaram os sintomas (boca torta, dificuldade de fala, dor de cabeça…). Mas e se o sujeito dormiu bem e acordou mal? Como saber o momento exato?
“Cerca de 20% dos pacientes chegam ao pronto-socorro nessas condições”, calcula o neurologista Octávio Pontes Neto, da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto.
A boa notícia é que novos equipamentos permitem calcular o tamanho do estrago com mais exatidão, o que dobra as chances de oferecer um melhor tratamento.

O implante que poupa neurônios
Um grupo de mais de 80 cientistas espalhados por 18 países está testando um dispositivo peculiar que poderá ser utilizado logo depois do AVC.
Com o tamanho de 4 centímetros, ele é instalado num nervo que fica perto do nariz e dos olhos. Ao ser ativado, estimula a chegada de mais sangue ao cérebro, o que ajudaria a manter os neurônios vivos por um tempo extra e reduziria as sequelas.
Os testes iniciais, que envolveram mais de mil voluntários, mostraram que o implante é seguro e pode trazer ganhos em situações específicas. “Porém, antes de colocarmos essa ideia na prática, ainda devemos aguardar resultados mais contundentes”, avalia Sheila Martins.
A instalação é simples: basta introduzir uma injeção pelo buraco do nariz até chegar ao fundo da cavidade nasal. O implante fica grudado num nervo chamado gânglio esfenopalatino. Ele é acionado por um controle remoto. Com isso, há um incremento no aporte de oxigênio e nutrientes para a massa cinzenta.

Capacitação de crianças para salvar vidas
Durante o congresso em Goiânia, a Rede Brasil AVC iniciou uma campanha que vai percorrer escolas de todo o Brasil para ensinar estudantes de 4 a 8 anos a reconhecerem um derrame. Por meio de um filme e personagens de desenho animado, a proposta é treinar a garotada para reconhecer os principais sintomas e como agir se virem algo parecido em casa ou na rua.
“Sabemos que as crianças passam boa parte do tempo com os avós, que são o público que tem maior risco de sofrer um evento desses”, destaca Sheila. O objetivo é que o público infantil aprenda e ligue para o 192 rapidamente, sem precisar esperar a chegada dos adultos. Afinal, tempo é cérebro: cada minuto perdido pode fazer uma diferença tremenda lá na frente.

Os heróis e seus poderes

Criados na Universidade da Macedônia, eles desembarcaram este ano em terras brasileiras

Simão: é o vovô que tem o maior sorriso. Se ele não mexe a boca, algo está errado.

Bruno: possui braços fortes e firmes. Quando perde a força, é sinal de encrenca.

Fiona: sua voz é doce e angelical. Preocupa caso não consiga cantar ou falar.

Tiago: é o neto esperto e inteligente que liga para o Samu no 192 e socorre os avôs.

Um comprimido 4 em 1
Uma das principais dificuldades para manter pressão e colesterol sob controle está no tratamento de longo prazo: estima-se que menos de 10% dos indivíduos continua a tomar os remédios direitinho um ano após o diagnóstico.
Mas e se a gente tivesse uma cápsula que reunisse tudo de uma vez? Essa estratégia foi testada na Universidade de Ciências Médicas de Teerã, no Irã. Os resultados indicam que um comprimido único com aspirina, estatina (para baixar o colesterol) e dois anti-hipertensivos melhorou a adesão ao tratamento e reduziu em 34% infartos e AVCs.
A polipílula já recebeu endosso da Organização Mundial da Saúde (OMS) e deve custar menos de 30 centavos de dólar.

Vitamina D não previne o AVC
“Infelizmente, a suplementação dessa substância não demonstrou a eficácia esperada”, afirmou durante a sua apresentação no congresso o neurologista Rubens José Gagliardi, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. O especialista se referia a um estudo publicado este ano no prestigiado periódico Journal of the American Medical Association (Jama).
O trabalho liderado pela Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, revisou as informações de 21 pesquisas feitas previamente, que acompanharam mais de 83 mil pacientes. Após toda essa análise, conclui-se que as doses de vitamina D não trouxeram nenhuma proteção contra o ataque cardíaco ou o derrame.
Se você faz uso regular desse nutriente por meio de gotas ou cápsulas, visite um médico para saber mais e receber uma orientação personalizada.

Novas ferramentas na reabilitação
A fisioterapia não é mais a mesma: hoje em dia é possível fazer uso de máquinas ultramodernas, lançar mão de remédios que mexem na química cerebral e aplicar ondas eletromagnéticas na cabeça após um AVC.
Até o popular Botox entra na jogada: as injeções dessa substância alteram não apenas o funcionamento dos músculos que ficam com sequelas, mas influenciam na conectividade entre os nervos periféricos e o sistema nervoso central.
“Nesse contexto, a toxina botulínica tem um nível alto de evidência para tratar a espasticidade, quadro marcado por rigidez e espasmos musculares constantes”, conta a neurologista Carla Moro, do Hospital Municipal São José, em Joinville, Santa Catarina.
As sequelas motoras são a complicação mais comum após os derrames. Os indivíduos deixam de movimentar partes do corpo, geralmente braços ou pernas. Esse problema traz outras dificuldades, como acessos de dor, deformidades e disfunção sexual.
Para amenizar todas essas chateações, a fisioterapia é primordial. Com as sessões, as chances de se restabelecer e ter liberdade são ainda maiores. É preciso iniciar logo cedo (se possível, no hospital) e não desistir após as primeiras semanas.

O robô que sabe tudo sobre o derrame
Alunos e professores do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, criaram um programa de computador que responde às principais perguntas do público sobre o AVC. O sistema foi instalado no Facebook e, durante 40 dias, recebeu 138 perguntas de usuários dessa rede social.
Mais de 40% das pessoas estavam interessadas em saber mais sobre os sintomas. Na sequência, as questões variavam entre prevenção e tratamento.
“Uma ferramenta dessas consegue esclarecer de maneira prática e direta mais de 80% das dúvidas sobre o tema, o que demonstra a importância da educação continuada em saúde para a população”, argumenta o neurologista Marcos Lange, um dos responsáveis pela iniciativa.

O que causa um AVC?

Hipertensão
Sedentarismo
Colesterol alto
Dieta ruim
Obesidade
Estresse
Tabagismo
Doenças cardíacas
Alcoolismo
Diabetes

Manual básico para a alta
Depois que a situação está estabilizada, o paciente é liberado para seguir com a recuperação em casa. Nesse momento, recebe um monte de orientações sobre o que comer, quais remédios tomar, como se exercitar… É tanta coisa que a maioria dos detalhes se perde pelo caminho.
Para facilitar o processo, um grupo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) lançou um guia que reúne de forma simples e clara todas as informações. “O livro é assinado por profissionais das mais diversas especialidades, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e neurologistas, e pode ser baixado de graça no site da Rede Brasil AVC”, informa a terapeuta ocupacional Natália Andrade Camargo, coordenadora da iniciativa.

Doença de Chagas também prejudica o cérebro
Transmitido pela picada do inseto barbeiro, o protozoário Trypanosoma cruzi fica escondido no organismo por décadas até afetar algum órgão, geralmente o coração. O que não se sabia até agora era que essa bagunça toda pode respingar na cabeça: pesquisadores da Universidade Federal da Bahia descobriram que a doença de Chagas é um fator de risco independente para o AVC.
“Esses pacientes desenvolvem problemas cardíacos que, por sua vez, favorecem a formação de trombos capazes de ir até o cérebro”, destrincha Pontes Neto.
Esse conhecimento tem o potencial de modificar políticas públicas e o acompanhamento de pacientes onde a transmissão da moléstia segue ativa, como São Paulo, Minas Gerais, Bahia e a Região Norte do país.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/evitar-combater-o-avc/ - Por André Biernath - Foto: Ricardo Davino/SAÚDE é Vital

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Suplementos multivitamínicos não evitam infarto e AVC


Ao menos para a população geral, ficar tomando pílulas de vitaminas e minerais não evita problemas cardiovasculares, segundo estudo gigantesco

“Tem sido bastante difícil convencer as pessoas, incluindo pesquisadores de nutrição, a aceitar que suplementos multivitamínicos e de minerais não previnem doenças cardiovasculares, como AVC e infarto”, sentencia o cardiologista Joonseok Kim, da Universidade do Alabama em Birmingham, nos Estados Unidos. “Esperamos que nosso estudo reduza o entusiasmo sobre esses produtos”, completa o cientista, em comunicado.

Mas, afinal, que experimento é esse? Trata-se, na verdade, de uma revisão de 18 estudos, que somam mais de 12 milhões de voluntários. Enquanto uma parte dessa gente consumia os multivitamínicos com frequência, a outra dispensava as pílulas – em média, eles foram acompanhados por 12 anos.

Resultado: não houve qualquer diferença significativa na mortalidade por doenças cardiovasculares entre as duas turmas. A ingestão desse tipo de suplemento também não evitou infartos ou derrames.

“Embora os multivitamínicos, quando tomados em moderação, dificilmente causem danos, suplicamos para que as pessoas protejam o próprio coração entendendo seus riscos individuais e conversando com um profissional sobre medidas comprovadamente eficazes. Elas incluem alimentação saudável, exercício físico, cessação do tabagismo […] e, se necessário, tratamento”, defende Kim. Além disso, os multivitamínicos não costumam ser baratos.

O que esse levantamento conclui, em resumo, é que a população em geral deveria parar de recorrer a supostas pílulas mágicas (e isso não inclui apenas suplementos) ao invés de apostar em táticas já consagradas. Só que aqui cabe uma ponderação.

A revisão foi feita com a população em geral. Ou seja, é possível que indivíduos com carência comprovada de algum nutriente se beneficiem de um aporte extra dele – e isso não seria identificado em trabalho científico desse tipo. No entanto, os especialistas sempre defendem que abastecer o corpo de substâncias benéficas por meio da alimentação. E nunca comprar suplementos por conta própria.

Fonte: https://saude.abril.com.br/alimentacao/suplementos-multivitaminicos-nao-evitam-infarto-e-avc/ - Por Da Redação - Ilustração: Pedro Hamdan/SAÚDE é Vital

sábado, 14 de abril de 2018

10 fatores de risco para o AVC

Fugir deles aliviaria dramaticamente os índices do segundo problema de saúde que mais causa estragos no planeta - e de seus sintomas limitantes

Você está prestes a conhecer o maior e mais importante roteiro sobre como evitar um acidente vascular cerebral (AVC) – e seus sintomas – já elaborado até agora. É assim que pode ser definido o InterStroke, estudo publicado no renomado periódico científico The Lancet.

Capitaneado pela Universidade McMaster, no Canadá, ele reúne informações de 26 mil pessoas de 32 nações diferentes – incluindo o Brasil. Metade dos indivíduos analisados chegou ao hospital após sofrer o entupimento ou o rompimento de um vaso sanguíneo que irriga a cabeça. A outra parcela, por sua vez, não passou por esse baque e serviu de base para a comparação dos resultados.

A primeira conclusão a chamar a atenção: 90% dos casos de AVC não ocorreriam se controlássemos dez fatores que lesam as artérias cerebrais (pressão alta, tabagismo, diabete…). Se isso fosse seguido à risca, o número de atingidos todos os anos no mundo cairia de 15 milhões para 1,5 milhão. Só em nosso país reduziríamos em 450 mil episódios a taxa anual de eventos do tipo. É o equivalente a salvar a cada 12 meses um contingente similar à população de Florianópolis, em Santa Catarina.

O derrame disputa com o infarto a cabeceira no inglório ranking das doenças que mais matam em todo o globo. Como se não bastasse, aqueles que sobrevivem ao ataque convivem com uma série de limitações, como dificuldades para falar e se locomover. “Precisamos implementar com urgência as medidas de controle sobre esses dez fatores de risco”, afirma o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e coordenador do InterStroke em terras brasileiras. A seguir, você confere detalhes e orientações em relação a cada um dos agentes promotores do AVC. Evitá-los é primordial para garantir vida longa e funcional ao cérebro.

1) Hipertensão
Se controlada, diminuiria as taxas de AVC em 47,9%
Ela é disparado o fator de risco campeão. Ajustar a pressão já faria cair ao meio as estatísticas de AVC. “A hipertensão desgasta e provoca lesões nas paredes dos vasos”, explica o médico Marcus Malachias, presidente daSociedade Brasileira de Cardiologia. Imagine uma mangueira submetida por um bom tempo a uma pressão de água forte. Concorda que uma hora ela vai corroer e rasgar? Pois é algo parecido o que acontece com as artérias do cérebro. “Para piorar, 90% dos hipertensos não apresentam sintomas e só 20% deles estão com os níveis de pressão equilibrados”, alerta Malachias.

O que você pode fazer
Não exagere no sal.
Capriche no consumo de vegetais.
Verifique a pressão de tempos em tempos.
Se for diagnosticado com hipertensão, tome direitinho os medicamentos prescritos.

2) Sedentarismo
Se controlado, diminuiria as taxas de AVC em 35,8%
Ficar parado por muito tempo é péssimo para a saúde como um todo. O desdobramento imediato do sedentarismo é o acúmulo das calorias dos alimentos. Isso vai desembocar em ganho de peso, hipertensão, diabete… Já percebeu onde vamos parar, não é? Na contramão, investir numa rotina de atividade física impede esse turbilhão de complicações e, mais importante, tem efeito direto no sistema vascular. “Quem se exercita com regularidade se beneficia com a produção de substâncias que evitam a formação de placas de gordura e aumentam a capacidade de o vaso contrair e relaxar”, justifica a neurologista Gisele Sampaio, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

O que você pode fazer
Escolha um esporte que lhe dê prazer.
Crie uma programação semanal de treinos.
Busque suporte de profissionais de educação física para ter orientações.
Se persistência for seu fraco, forme grupos para suar a camisa. Assim um anima o outro.

3) Colesterol alto
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 26,8%
“O LDL e os outros tipos do colesterol ruim são os principais responsáveis pelo surgimento de placas que obstruem os vasos”, avisa o cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor da Unidade Clínica de Lípides do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. Segundo o médico, ainda restavam poucas dúvidas sobre o papel do excesso de gorduras na probabilidade de um AVC dar as caras – e a nova publicação acaba com qualquer inquietação. Curiosamente, os estudiosos não mediram no trabalho o LDL e o HDL dos voluntários. Eles preferiram usar a diferença entre a apolipoproteína B (ApoB) e a apolipoproteína A1 (ApoA1), partículas de proteína ligadas ao colesterol (entenda as razões à direita).

O que você pode fazer
Maneire nos alimentos gordurosos ou cheios de açúcar.
Faça checkups para ver a quantas anda o seu colesterol todos os anos.
Se o médico decidir lançar mão de remédios como as estatinas para abaixar os níveis, siga rigorosamente o tratamento.

4) Dieta ruim
Se controlada, diminuiria a taxa de AVC em 23,2%
Junto com a atividade física, a alimentação constitui o pilar fundamental de uma vida saudável. “Alguns nutrientes, como o ômega-3 dos peixes e das nozes, têm ação nas artérias, preservando-as de processos inflamatórios e da formação de coágulos”, exemplifica a nutricionista Rosana Perim, do Hospital do Coração, em São Paulo. O estudo tomou como base de uma dieta ideal o Alternate Healthy Eating Index, roteiro criado nos Estados Unidos que traz recomendações gerais de nutrição. Dá pra conferir as suas premissas à direita.

O que você pode fazer
O novo guia separa em três partes as diretrizes alimentares
Consumir seis componentes com frequência:
Verduras
Frutas
Grãos integrais
Castanhas
Legumes
Ômega-3

Usufruir de um item de forma moderada:
Álcool
Ingerir com muita moderação:
Bebidas açucaradas
Carne vermelha e processada
Gordura trans
Sódio

5) Obesidade
Se controlada, diminuiria a taxa de AVC em 18,6%
Os quilos extras andam de mãos dadas com hipertensão, colesterol nas alturas, diabete… “Fora que a obesidade central, quando a gordura se acumula na região da barriga, é particularmente nociva porque libera substâncias perigosas para as artérias”, informa Malachias. No InterStroke, para saber se um voluntário estava acima do peso, foi levada em conta a relação cintura-quadril, uma medida simples e fácil de ser feita. “Ela é mais fidedigna que o popular índice de massa corporal, o IMC”, compara Malachias.

O que você pode fazer
Aprenda a calcular sua relação cintura-quadril: com uma fita métrica, meça o diâmetro de sua cintura, perto da altura do umbigo. Repita o procedimento para obter o tamanho do quadril, nas nádegas. Divida o primeiro valor pelo segundo. Números maiores que 0,8 para mulheres e 0,9 para homens são sinal de encrenca. Atenção: as brasileiras costumam ter o quadril largo, o que confundiria os prognósticos.
Se preciso, peça ajuda de um expert para emagrecer.

6) Estresse
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 17,4%
Tensão exacerbada e transtornos como ansiedade e depressão figuram em sexto lugar no ranking dos malfeitores. “O InterStroke considerou como o estresse abala o sujeito em quatro domínios: família, sociedade, trabalho e finanças”, descreve Avezum. A partir de entrevistas, os autores chegavam à conclusão de como se encontrava o bem-estar mental de cada um. Isso é significativo porque há uma relação direta entre nervosismo constante e alterações circulatórias capazes de gerar uma pane cerebral. “No sentido contrário, quem é espiritualizado e calmo possui um risco menor de enfrentar o problema”, nota Sheila Martins. Motivo extra para descansar e esfriar a cabeça de uma vez por todas.

O que você pode fazer
Reserve um horário de seu dia para fazer coisas que deem prazer e alegria.
Não consegue se desligar? Que tal apostar em técnicas como a meditação e o mindfullness?

7) Tabagismo
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 12,4%
Eis um vilão antigo e que ainda cobra campanhas. O cigarro lesa a camada interna dos vasos, deixa os tubos sanguíneos mais estreitos e acelera o aparecimento de placas de gordura – quadro propício para infartos e AVCs. “Felizmente, o hábito de fumar vem diminuindo bastante no Brasil nos últimos anos, graças ao movimento de conscientização e às novas leis”, comemora Sheila.

O que você pode fazer
Existem diversos métodos e até remédios que auxiliam a largar o vício.
Elabore uma lista com fatos decisivos para desistir do tabaco. Assim, fica mais fácil resistir se vier a tentação de voltar.
Grupos de apoio apaziguam as aflições da abstinência.

8) Doenças cardíacas
Se controladas, diminuiriam a taxa de AVC em 9,1%
A arritmia, distúrbio em que as batidas do coração ficam fora de ritmo, dáum incentivo danado para o surgimento de coágulos. “E, algumas vezes, eles viajam até o cérebro e causam AVC”, relata o neurologista Márcio Bezerra, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Para evitar essa repercussão, pessoas diagnosticadas com a condição necessitam engolir alguns comprimidos, como anticoagulantes.

O que você pode fazer
Visite o cardiologista de tempos em tempos. Um simples eletrocardiograma é suficiente para flagrar arritmias.
Uma vez que a falha no peito é detectada, converse com o doutor sobre os recursos terapêuticos disponíveis.

9) Alcoolismo
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 5,8%
“Em pequenas quantidades diárias, o que significa no máximo uma taça de vinho, as bebidas levam a um relaxamento dos vasos”, adianta Rosana Perim. Se exceder no álcool, porém, dá-lhe encrenca. “As artérias ficam mais apertadas e rígidas, o que dificulta e até trava o transporte de nutrientes”, completa a nutricionista. O recado, mais uma vez, é moderação: fique esperto e nada de abusar dos drinques. Caso não tenha o costume de beber, não há necessidade de criar o hábito pensando em saúde.

O que você pode fazer
Maneire nas doses
Se for o caso, converse com um profissional

10) Diabete
Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 3,9%
O relato dos participantes e o exame de hemoglobina glicada (que mostra a variação nas taxas de açúcar de três meses)serviram para determinar quem era diabético. Mas a influência desse problema no risco de AVC ficou abaixo do esperado, o que gerou estranheza. “Sabemos que o diabete faz subir o risco de lesões nos vasos, mas talvez seu peso seja inferior ao da pressão e do colesterol”, reflete o cardiologista Otavio Gebara, diretor médico do Hospital Santa Paula, na capital paulista.

O que você pode fazer
Seja comedido nos doces e nos carboidratos em geral.
Adotar uma vida ativa mantém a glicose dentro dos parâmetros saudáveis.
A glicemia de jejum precisa sempre estar menor que 99 mg/dl. Entre 100 e 125 mg/dl é pré-diabete. Acima de 126 mg/dl já se instalou a doença.
Se for diabético, monitore a glicemia e siga o esquema terapêutico.

O papel do ambiente
Outro estudo de peso recém-publicado no The Lancet foi o Global Burden Disease, que fez uma análise da mortalidade de uma série de enfermidades pelo mundo. E os dados apontam que 29% dos casos de AVC são atribuíveis à poluição. De 1990 a 2013, houve um aumento de 33% na atuação das partículas tóxicas como estopins de derrames. O combate à poluição é crucial inclusive à saúde pública.

Como socorrer alguém que teve um derrame?
A dica é ficar atento aos sinais. “Entre eles, destacam-se perda de força e dormência nos membros, dificuldade para enxergar ou se comunicar, tontura, falta de equilíbrio e dor de cabeça súbita e insuportável”, enumera a neurologista Sheila Martins, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Se você notar alguns deles, ligue para o serviço de emergência. O atendimento rápido poupa vidas e a maioria das sequelas graves.


sábado, 10 de junho de 2017

AVC: 7 passos para preveni-lo

Cerca de 90% dos derrames podem ser evitados. Veja o que fazer para escapar desse mal.

1. Controle a ira
Uma grande revisão da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, mostra que, nas duas horas seguintes a um ataque de raiva, o risco de um derrame cresce. “A explosão aumenta a pressão, deixa o sangue mais viscoso e enrijece os vasos”, diz Elizabeth Mostofsky, epidemiologista e autora do estudo.

2. Faça exercícios
E nem precisa ser uma atividade intensa. Segundo evidências reveladas na Conferência Internacional de Derrame, nos Estados Unidos, caminhadas rápidas já contribuem para a saúde das artérias. De quebra, a prática esportiva combate o sobrepeso, outro patrocinador de AVCs.

3. Fuja de infecções
Há pouco, surgiu um elo entre a exposição frequente a alguns vírus, como o do herpes, e bactérias, como a das úlceras estomacais, e um maior risco de derrames. Faltam estudos para confirmar, mas corre a hipótese de que essas infecções estimulem o surgimento de placas nas artérias.

4. Ajuste o sono
Trabalho publicado no European Heart Journal notou que os voluntários que repousavam menos de seis horas estavam mais propensos a um derrame. “Porém, aqueles que dormiam mais de nove também tinham um maior risco de sofrer eventos cardiovasculares”, diz Luciano Drager, cardiologista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.

5. Escape de vícios
Tabagismo e abusos alcoólicos, entre outros danos, lesam a parede dos vasos, contribuindo para a subida da pressão. E um estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, aponta que a cocaína, nas 24 horas seguintes ao uso, é outra droga que catapulta o risco de AVCs isquêmicos.

6. Alimente-se bem
Maneire em produtos cheios de açúcar, gordura saturada, sódio e colesterol. E invista em frutas, grãos integrais, leguminosas e peixes repletos de ômega-3 – salmão, atum e truta são alguns deles. Assim, você assegura a integridade de todo o sistema vascular.

7. Evite pancadas
Choques na cabeça e no pescoço promovem rupturas nas artérias e formam coágulos que talvez as entupam mais adiante. Tanto que um artigo da americana Universidade da Califórnia em São Francisco sugere que lesões nessa região aumentam três vezes o risco de um acidente isquêmico.


Fonte: http://saude.abril.com.br/bem-estar/avc-7-passos-para-preveni-lo/ - Por Theo Ruprecht - Foto: Getty Images

domingo, 29 de janeiro de 2017

9 formas de reconhecer os sintomas do AVC

Quando alguém começa a passar mal e você não tem ideia do diagnóstico, bate um desespero? Para reconhecer os sintomas do AVC – Acidente Vascular Cerebral, listamos 9 dicas que podem te ajudar a identificar o derrame cerebral. Confira!

Veja 9 formas de reconhecer os sintomas do AVC

1. Perda visual
Costuma ser um dos primeiros sintomas, e pode iniciar pela visão dupla ou perda visual num olho (amaurose fugaz), e tem a possibilidade de reversão total e reaparecer dentro de um dia ou uma semana.

2. Perda de força
Quando a perda da visão reaparece pode haver perda de força do braço, da perna, ou dos dois membros.

3. Perda da sensibilidade dos movimentos
Estes são outros sinais típicos. O desvio da boca em direção contrária ao lado paralisado é o sinal mais comum e perceptível e pode ser notável ou discreto. Uma dica é fazer sorrir ou assobiar. Se há paralisia, esses movimentos indicarão que há algo errado.

4. Falta de coordenação
Esta alteração dificulta o caminhar e causa desequilíbrio, diminuição da força em uma das pernas ou alterações na coordenação motora.

5. Tontura
Há casos em que há tonturas, fazendo com que o paciente não consiga andar por estar tonto.

6. Dificuldade para falar
A fala pode ficar arrastada ou o paciente pode ter dificuldade de articulação ou de expressão. É um problema de origem motora. A pessoa compreende tudo e tem consciência do que quer dizer.

7. Forte dor de cabeça
A dor de cabeça, vômitos ou perda de consciência são sintomas mais comuns nos quadros de AVC hemorrágico do que no isquêmico.

8. Crise convulsiva
Esses abalos motores generalizados associados à perda da consciência podem acontecer. E serão um sintoma ou uma sequela: alguns pacientes tornam-se epiléticos após passarem por um AVC.

9. Coma
A redução do nível de consciência pode chegar ao extremo de levar o paciente ao estado de coma. Esse costuma ser um sintoma do AVC hemorrágico.


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

6 sintomas do AVC para você identificar e procurar ajuda médica o quanto antes

Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, dificuldade para falar e confusão mental são alguns sinais do acidente vascular cerebral

O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é um problema que preocupa muita gente, e, sobretudo, que gera muitas dúvidas. As principais delas relacionadas aos sintomas exatos do acidente e à possibilidade de evitar que ele aconteça.

Lázaro Fernandes de Miranda, coordenador de Cardiologia do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, e conselheiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explica que AVC ou Derrame Cerebral é uma afecção neurológica aguda, caracterizada por perda de função neurológica cognitiva e/ou motora, decorrente de entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos em alguma parte do cérebro.

Ricardo Campos, neurologista do Hospital Anchieta, destaca que o AVC nada mais é do que a supressão abrupta e completa da nutrição sanguínea de uma área cerebral íntegra até a ocorrência desse evento.

Miranda explica que pode ocorrer AVC por isquemia (90% dos casos) e por hemorragia (10% dos casos). “Quanto mais idoso o indivíduo, maior o risco de AVC, predominando discretamente entre as mulheres, especialmente aquelas hipertensas, obesas e diabéticas. As cardiopatias, principalmente as valvulopatias reumáticas, miocardiopatia chagásica e arritmias cardíacas como fibrilação e/ou flutter atrial, são os principais grupos de risco”, diz.

Campos destaca que, em um contexto pedagógico geral, pode-se dizer que o AVC se divide em isquêmico e hemorrágico. “O AVC isquêmico pode decorrer de dezenas de possibilidades causais, o que perfaz a caracterização de subtipos. Assim também o AVC hemorrágico pode decorrer de fatores etiológicos diversos, o que promove uma classificação numerosa de manifestações”, diz.

“Classificar os AVCs em subtipos também leva em conta a topografia ou a área cerebral envolvida. Para uma abordagem mais clínica, subdividimos os tipos de AVC por etiologia, topografia e expressão sintomática”, explica o neurologista.

De forma resumida, pode-se dizer que o AVC isquêmico acontece quando um coágulo bloqueia a artéria que leva o sangue para o cérebro; já o hemorrágico, quando há ruptura de uma artéria intracraniana.

É inegável que um AVC costuma ser uma experiência muito ruim, tanto para o paciente como para a família ou pessoas que convivem com ele. Assim, é muito importante estar atento aos sinais que o corpo dá, exatamente para evitar que o acidente vascular cerebral tenha consequências mais graves.

Os principais sintomas do AVC

Os sintomas de um AVC são, basicamente, dificuldades para andar, falar ou confusão mental, bem como fraqueza ou paralisia unilateral do rosto, do braço ou perna.
É importante estar atenta a esses sintomas do AVC, até mesmo para conseguir manter mais a calma, caso o acidente, infelizmente, atinja alguém próximo; e, também, para saber exatamente a partir de momento é essencial procurar ajuda médica.

1. Dor de cabeça

Miranda explica que pode surgir cefaleia (dor de cabeça) súbita, com apagamento de campos visuais, às vezes com tontura e vômitos.
Vale lembrar que existem diversos tipos de dor de cabeça, como, por exemplo, a enxaqueca. A cefaleia relacionada ao AVC, neste sentido, se diferencia por ser súbita e sem causa aparente, e por estar geralmente associada a outros sintomas, como, por exemplo, a dificuldade para andar ou enxergar, confusão mental súbita, tontura, vômitos ou dificuldade para falar.

2. Alterações na fala

Miranda explica que pode ocorrer dificuldade na fala ou língua trôpega.

É comum ocorrer a afasia, que é a incapacidade do paciente em nomear objetos e coisas. Em alguns casos, a pessoa não consegue nem repetir uma palavra dita por um familiar. O discurso pode, inclusive, ficar confuso, pois o paciente só consegue dizer algumas palavras, sendo incapaz de dizer outras.
Pode ainda ocorrer a disartria, que se caracteriza pela dificuldade em articular as palavras. O paciente entende tudo, mas não consegue mover os músculos da fala de modo a articular corretamente as palavras. Ou até consegue nomear coisas, mas o faz de “modo enrolado”, muitas vezes incompreensível para quem está ouvindo.

3. Desvio da comissura labial para um lado da face

O desvio da boca em direção contrária ao lado paralisado é um sinal comum e perceptível no AVC. Por exemplo, o paciente apresenta uma paralisia facial do lado esquerdo; então, a boca desvia-se para o lado direito e a comissura labial fica mais proeminente à direita.
Mas, vale destacar que, em alguns casos, a paralisia facial é bem discreta e pode passar despercebida pelos familiares. Pode-se, nesses casos, pedir para o paciente sorrir ou assobiar; pois, assim, se houver paralisia, ela será facilmente notada.

4. Fraqueza ou paralisia

Miranda explica que pode ocorrer fraqueza de um lado do corpo (braço e perna), às vezes impedindo a pessoa de andar. Assim, esta fraqueza pode variar desde uma perda de força muito suave até uma paralisia total.
Não é comum no AVC, porém, que ambas as pernas ou os braços sejam acometidos ao mesmo tempo, com a mesma intensidade.
A fraqueza pode vir acompanhada ainda de dormência, formigamento ou uma sensação de leves “picadas de agulhas”.
A paralisia pode facilmente ser identificada pelo paciente e seus familiares, mas, quando a perda de força é discreta, fica mais complicado. Mas, um “teste” pode ser feito: os braços do paciente devem ser levantados e mantidos alinhados aos ombros (“posição de múmia”) por alguns minutos. Se um dos braços começar a cair, há forte indício de fraqueza motora. O mesmo “teste” vale para as pernas.
O paciente pode ainda ser acometido por falta de equilíbrio ou vertigem.

5. Confusão mental

Pode ocorrer desorientação, podendo evoluir para o coma e até morte, conforme destaca Miranda.
O paciente pode, por exemplo, perder a noção do tempo (dia, mês, ano), não reconhecer o local em que está, além de ter um discurso confuso devido à desorientação mental.

6. Convulsão

Em alguns casos pode ocorrer uma crise convulsiva, que é provocada pelo excesso de atividade elétrica no cérebro gerando contrações involuntárias musculares com movimentos desordenados, alterações do estado mental ou outros sintomas.
Vale destacar, porém, que nem sempre a crise convulsiva é sintoma de um AVC.
Em resumo, Ricardo Campos destaca que a supressão repentina do fluxo arterial cerebral determina a perda de função tão rápida quanto o início do evento sintomático. “Ou seja, a depender da área cerebral envolvida, pode haver perda repentina de consciência. É possível a ocorrência de crise convulsiva inédita”, diz.
“Mas, a expressão mais comum é o comprometimento de um ou vários dos que se seguem, geralmente envolvendo um lado do corpo: força muscular, sensibilidade, equilíbrio, coordenação, destreza de movimentos, capacidades mentais, percepção de ambiente (visão, audição, olfação, gustação e tato)”, explica Campos.
O neurologista destaca ainda que a busca por ajuda médica deve ser imediata. “Em caso de isquemias, é possível o uso de medicamentos e procedimentos neurológicos intervencionistas que podem reverter o processo cérebro-vascular, isso apenas por algumas horas após o início dos sintomas. Em caso de hemorragia, a depender do tipo de hemorragia, minutos podem fazer a diferença entre vida e morte, autonomia de vida e invalidez permanente”, diz.
Lázaro de Miranda ressalta que o paciente deve ser levado imediatamente ao pronto socorro de um hospital com protocolo para o adequado atendimento de AVC, “para ser submetido à realização de ressonância magnética ou tomografia de crânio, para selecionar os casos que se beneficiarão com a terapêutica trombolítica, a qual tem que ser iniciada em até 4 horas do início dos sintomas. Tem que ser rápido, pois tempo é cérebro salvo ou perdido”, diz.

Fatores de risco e prevenção

Miranda destaca que o principal fator de risco é a idade avançada, seguido da hipertensão arterial, colesterol elevado, diabetes mellitus, tabagismo, alcoolismo, valvulopatias, miocardiopatias e fibrilação atrial (arritmia cardíaca).

Campos ressalta ainda como fatores de risco:

Sedentarismo;
Obesidade;
Apneia do sono;
Ácido úrico descontrolado;
Drogadição;
Período do climatério;
Uso de anticoncepcionais orais.

Neste sentido, para evitar um AVC, algumas orientações importantes são:

Ter uma vida saudável desde a infância e adolescência, incluindo boa alimentação e prática de atividade física;
Miranda orienta a controlar todos os fatores de risco à medida em que surjam a hipertensão arterial, o mau colesterol elevado, o diabetes, as arritmias cardíacas;
O cardiologista destaca ainda que é preciso evitar o uso de drogas ilícitas;
Nos casos indicados, é necessário fazer o uso e controle regular de anticoagulantes e antiarrítmicos, conforme ressalta Miranda;
Campos destaca a importância de hábitos saudáveis também no que diz respeito a práticas profissionais, relações pessoais e margens para estresse;
Consultar um neurologista regularmente pode identificar fatores de risco além dos mais “conhecidos”, conforme destaca Campos. “Nesse âmbito, isto pode trazer proteção mediante correções do verificado em exames periódicos da especialidade”, conclui.
Miranda lembra ainda que “quem já teve um AVC e foi salvo, tem 4 a 6 vezes mais risco de ter outro AVC”. Por isso, reforça-se a importância de estar sempre atento à saúde como um todo!

É fato que ninguém espera sofrer um AVC ou ver alguém próximo sofrendo, mas é essencial estar atento a esta possibilidade e à saúde como um todo, exatamente para ajudar a evitar que este acidente tenha consequências mais graves. Dessa forma, a qualquer sinal de um AVC, não hesite em procurar ajuda médica o quanto antes. Isso provavelmente fará a diferença!


Fonte: http://www.dicasdemulher.com.br/sintomas-de-avc - por Tais Romanelli - Foto: Getty Images

quinta-feira, 26 de maio de 2016

5 sinais de que você pode estar sofrendo um derrame

Nunca é demais dizer que prevenir é melhor do que remediar. Conhecer cinco sinais de alerta súbitos e graves de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral, pode ajudar a salvar vidas e reduzir o número de pessoas que vivem com deficiência, de acordo com um especialista no assunto.

 “‘Súbito’ e ‘grave’ são palavras-chave, mas em caso de dúvida, não arrisque”, diz o Dr. Doojin Kim, neurologista do UCLA Medical Center, em Santa Monica, nos EUA.

A Associação Americana de Derrame orienta qualquer um que observe os seguintes sinais súbitos e graves de acidente vascular cerebral a chamarem uma ambulância:

5 – Dormência ou fraqueza súbita na face, braços ou pernas (especialmente em um lado do corpo);
4 – Confusão súbita ou dificuldade para falar ou entender a fala;
3 – Problemas de visão repentinos em um ou ambos os olhos;
2 – Súbita dificuldade para caminhar ou tontura, perda de equilíbrio ou problemas com a coordenação;
1 – Forte dor de cabeça sem causa conhecida.

O AVC é a principal causa de morte e de incapacidade no Brasil. “Pessoas que têm um acidente vascular cerebral precisam de atenção médica imediata para melhorar a eficácia do tratamento e reduzir o risco de morte ou efeitos colaterais a longo prazo”, explica Kim.

“Se alguém tem um acidente vascular cerebral isquêmico – o tipo em que uma artéria do cérebro é bloqueada ou tem seu fluxo sanguíneo restrito – os efeitos muitas vezes podem ser revertidos ou drasticamente reduzidos se o tratamento for iniciado dentro de três horas”, alerta o especialista. “Mas se a pessoa ou quem estiver ao redor não tiver certeza ou esperar para ver se os sintomas vão embora, a janela de oportunidade para um tratamento eficaz pode se fechar”.

No entanto, os sinais de alerta ou sintomas de um derrame podem passar despercebidos. Parte do problema é que muitas pessoas pensam que coisas como esta acontecem só com “outras pessoas”, diz Kim.

“Derrames estão ocorrendo cada vez mais frequentemente em pessoas mais jovens”, aponta ele. “Ainda é mais comum em pessoas mais velhas, mas só porque alguém está na meia-idade ou é mais jovem ainda não significa que não pode ter um acidente vascular cerebral”.

AVCs são mais comuns entre mulheres do que homens. Os negros também estão em maior risco do que os brancos, assim como pessoas com histórico familiar de AVC, diz Kim. Estes fatores de risco não podem ser alterados, mas existem maneiras com as quais as pessoas podem reduzir o risco de acidente vascular cerebral, aconselha o médico, incluindo:

Exercitar-se regularmente;
Manter um peso normal;
Seguir uma dieta saudável;
Manter os níveis de colesterol saudáveis;
Manter a pressão arterial sob controle;
Além disso, não fumar.

“Embora a maioria das pessoas já tenha ouvido falar desta lista de fatores de risco antes, nunca é demais fornecer um lembrete, porque muitas vezes nós pensamos, ‘Isso não pode acontecer comigo’. Na verdade, pode”, alerta Kim. [WebMD]


quinta-feira, 5 de maio de 2016

Saiba como evitar um AVC

A maioria dos fatores de risco, como colesterol alto e hipertensão, pode ser controlada

O AVC é responsável pela morte de cinco milhões de pessoas no mundo a cada ano, de acordo com a OMS. No Brasil, a doença mata mais que o infarto: são mais de 100 mil pessoas por ano, segundo o Ministério da Saúde. Outro dado alarmante é que um em cada seis brasileiros corre risco de sofrer um derrame. 

"Popularmente conhecido como derrame, o acidente vascular cerebral é uma alteração do fluxo de sangue no cérebro, que ocorre por falta ou extravasamento de sangue em alguma região do corpo", explica o neurologista André Lima, do Hospital Barra D'or, especialista em prevenção dessa doença. 

Mas é possível se prevenir de um AVC, já que a maioria dos fatores de risco para o quadro clínico pode ser evitada. "Quanto mais idade a pessoa tiver, maiores são as chances de derrame e, por isso, os cuidados devem ser redobrados", alerta o neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas e Santa Catarina. Conheça esses fatores e saiba como combatê-los, além de ficar atento aos sintomas. 

Colesterol alto
O excesso de colesterol no sangue aumenta o espessamento e endurecimento das artérias. "Placas de colesterol e conteúdos gordurosos se depositam lentamente na artéria, fazendo com que ela se feche aos poucos e impeça a passagem de fluxo sanguíneo", explica Maurício Hoshino. Esse processo provoca arteriosclerose - endurecimento das artérias - e prejudica a oxigenação do cérebro, aumentando o risco de AVC. 

Sedentarismo e obesidade
A prática de exercícios físicos é fundamental para controlar praticamente todos os fatores de risco de AVC. Por outro lado, a falta desse hábito e a obesidade só aumentam as chances. "Pressão alta, colesterol elevado, diabetes e doenças cardíacas são complicações decorrentes do excesso de peso e precisam ser prevenidas e controladas com bons hábitos, o que inclui atividade física regular", alerta Maurício Hoshino.  

Má alimentação
Uma vez que diabetes, colesterol, obesidade e hipertensão aumentam as chances de AVC, todos os cuidados para controlar essas doenças servem de prevenção - e a alimentação ganha destaque. Fazer uma dieta balanceada, moderar o consumo de sódio (para pressão alta), evitar alimentos ricos em colesterol e gorduras saturadas (frituras), controlar o consumo de açúcar (para diabetes) são alguns dos hábitos que devem fazer parte da rotina.

Pressão alta
A pressão alta ocupa o topo do ranking de maiores causas de acidente vascular cerebral. O neurologista André Lima explica que as paredes internas das artérias sofrem traumas por causa do fluxo do sangue mais forte. "Esses traumas formam pequenos ferimentos nas paredes, que podem obstruir a passagem do sangue (AVC isquêmico) ou romper a parede da artéria (AVC hemorrágico)", explica. É possível, entretanto, controlar a hipertensão com medicação e hábitos saudáveis, como reduzir o consumo de sal da alimentação e praticar exercícios. 

Excesso de açúcar no sangue
O excesso de glicose no sangue - característica do diabetes - aumenta a coagulação do sangue e o deixa mais viscoso. "Isso diminui o fluxo de sangue das artérias e pode levar a um AVC", conta André Lima. Além disso, é comum que pessoas com diabetes também apresentem sobrepeso, colesterol alto e pressão alta - todos fatores de risco de derrame cerebral. Mas vale lembrar que esses problemas - inclusive diabetes - podem ser controlados com tratamento médico regular e hábitos de vida saudáveis.

Tabagismo
Substâncias do cigarro fazem com que a coagulação do sangue aumente. Com isso, o sangue fica mais grosso e fluxo nas artérias, por sua vez, fica prejudicado, aumentando as chances de um derrame. "Pessoas que fumam e usam contraceptivos orais têm riscos maiores ainda, pois os hormônios dos anticoncepcionais também interferem na coagulação sanguínea", explica André Lima. 

Doenças do coração
De acordo com o neurologista André Lima, arritmias cardíacas podem formar pequenos coágulos dentro das artérias e veias do coração. "Esses coágulos podem ser enviados às artérias cerebrais, provocando um AVC isquêmico", explica.
O neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas, de São Paulo, também lembra que há uma série de problemas do coração que podem atrapalhar o fluxo sanguíneo e aumentar as chances de derrame. "Um deles é o Forame Oval Patente (FOP), uma má formação do coração que atinge 15% da população e faz com que coágulos que deveriam ser filtrados pelo pulmão permaneçam na circulação, aumentando o risco de AVC, inclusive, em jovens", explica.  

Sintomas do AVC
Quem sofrer um AVC do tipo isquêmico (com incidência três vezes maior que o tipo hemorrágico) tem até quatro horas e meia para ser socorrido e reduzir o risco de sequelas ou risco de morte, como explica o neurologista Maurício Hoshino. "É possível perceber os sintomas através da sigla SAMU, que significa dar um Sorriso, para verificar desvios na boca; tentar dar um Abraço, para ver se há dificuldade de levantar os braços e tentar cantar uma Música, para ver se há dificuldade de fala e processamento do cérebro", conta. 
Infelizmente, Hoshino conta que menos de 5% dos pacientes que frequentam o Hospital Santa Catarina e Hospital das Clínicas, onde ele trabalha, chegam antes do período de quatro horas.