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quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Ansiedade controlada: exercícios podem aliviar os distúrbios, segundo estudo


Pesquisadores indicam que correr e realizar atividades de força pode ajudar a tratar problemas de saúde mental

 

Deixe a ansiedade controlada praticando atividades físicas. Se você é uma das inúmeras pessoas que sofrem desse distúrbio mental, provavelmente alguém já te deu essa dica. Afinal, durante e após a realização de exercícios, é fato que uma sensação de bem-estar e dever cumprindo tomam conta do nosso organismo por alguns momentos.

 

Mas, o que talvez algumas pessoas não saibam, é que realizar exercícios físicos moderados e extenuante podem tratar até mesmo os casos crônicos de ansiedade. É o que indica um estudo realizado pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e publicado na edição de janeiro do Journal of Affective Disorders.

 

De acordo com os pesquisadores, metade dos pacientes que participaram do estudo, conviviam com a ansiedade por, pelo menos, 10 anos. E, através de sorteio, eles foram conduzidos para sessões de exercícios em grupo, moderados (atingindo até 60% de frequência cardíaca máxima) ou extenuantes (com 75% dessa frequência), durante 12 semanas. O resultado foi uma queda considerável de intensidade nos sintomas de ansiedade que os pacientes apresentavam.

 

"Houve uma tendência significativa de intensidade de melhora - isto é, quanto mais intensamente eles se exercitavam, mais seus sintomas de ansiedade melhoravam", explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

 

"Exercitar o corpo regularmente também ajuda o cérebro. O exercício melhora o fluxo sanguíneo e estimula mudanças químicas que apuram o humor e o pensamento. A liberação de endorfina gera reações de euforia e bem-estar, que também ajudam a manter o humor", completa o Dr. Gabriel Novaes de Rezende Batistella, médico neurologista e neuro-oncologista, membro da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA).

 

Por fim, o estudo ainda ressalta que os tratamentos para a ansiedade são diversos e, entre outras coisas, podem incluir o uso de medicamentos com efeitos colaterais. A nova descoberta trás, portanto, uma nova ferramenta - livre de consequências ruins - para controlar a ansiedade crônica e, possivelmente, outros distúrbios mentais.

 

"A atividade física regular diminui o risco de vários distúrbios comuns, inclusive condições neurológicas, ajudando a tratá-la", finaliza o geneticista Dr. Marcelo Sady, Pós-Doutor em Genética.

 

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/ansiedade-controlada-exercicios-podem-aliviar-o-disturbios-segundo-estudo,ec4ebf078283e9d9656cb9412cfc19f1zrxmc0ea.html?utm_source=clipboard - Foto: Shutterstock / Sport Life

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Música ameniza problemas de saúde? O que a ciência já descobriu


Estudos mostram que ouvir música pode aliviar dor, reduzir ansiedade, melhorar o humor e apoiar a recuperação da saúde

 

Você coloca música quando está estressada? Se acalma ouvindo sua banda preferida ou aquela playlist relaxante? Pois saiba que a ciência confirma o que o seu corpo já sente: música ameniza problemas de saúde e pode ser uma aliada poderosa para o bem-estar físico e emocional.

 

De consultórios médicos a salas de cirurgia, diferentes estudos mostram que ouvir música — ou participar de atividades musicais — pode reduzir dor, aliviar ansiedade, melhorar o humor e até favorecer a recuperação de certas condições.

 

Como a música ajuda a amenizar problemas de saúde?

A relação entre música e saúde não é apenas emocional — há mecanismos fisiológicos e neurológicos bem documentados que explicam seus efeitos:

 

Estimulação neuroquímica: ouvir música agradável ativa áreas do cérebro associadas ao prazer e recompensa, liberando dopamina, serotonina e endorfinasneurotransmissores que melhoram o humor e reduzem a dor.

Regulação do estresse: diminui níveis de cortisol, ajudando a baixar pressão arterial e frequência cardíaca.

Modulação da dor: atua como distração ativa, competindo com sinais dolorosos no sistema nervoso central.

Engajamento motor e cognitivo: ritmos marcados estimulam coordenação motora, beneficiando reabilitação em doenças como Parkinson e sequelas de AVC.

Conexão social e memória: cantar ou ouvir música em grupo fortalece vínculos, melhora autoestima e resgata memórias, especialmente na demência.

Estímulo sensorial multicanal: melodia, ritmo e timbre ativam múltiplos circuitos cerebrais ao mesmo tempo, potencializando efeitos terapêuticos.

Música para Meditação: o que ouvir para meditar

 

Quais estudos recentes comprovam esses benefícios?

Música melhora qualidade de vida?

Uma meta-análise no JAMA Network Open (2022) avaliou 26 estudos e encontrou melhoras clinicamente relevantes na qualidade de vida relacionada à saúde em participantes que tiveram contato com música — seja ouvindo, cantando ou com musicoterapia.

 

Música reduz dor e ansiedade no contexto cirúrgico?

Revisões publicadas entre 2023 e 2025 mostram que a música:

 

Diminui ansiedade pré e pós-cirúrgica

Reduz dor pós-operatória

Em alguns casos, diminui uso de opioides

Um detalhe: música escolhida pela própria pessoa costuma ter efeito mais forte que playlists genéricas.

 

Referências: Goel et al. (2024) PMC; Yang (2025) PLOS; Geensen (2025) ScienceDirect.

 

Música ajuda na reabilitação do Parkinson?

Um estudo de 2025 no npj Parkinson's Disease mostrou que pacientes que caminharam com música adaptada ao seu ritmo aumentaram intensidade e tempo de caminhada, além de melhorar a estabilidade da marcha.

 

Música melhora sintomas da demência?

A Cochrane (2025) concluiu que sessões musicais estruturadas:

 

Provavelmente reduzem sintomas depressivos

Podem melhorar comportamento

Mas os efeitos tendem a não se manter semanas depois de interromper o tratamento.

 

Música tem efeito na terapia intensiva?

Um ensaio multicêntrico de 2023 não encontrou redução significativa da ansiedade, mas observou que menos pacientes precisaram de opioides no primeiro dia.

 

Como aplicar a música de forma prática no dia a dia

Antes de consultas ou exames: ouvir suas músicas favoritas por 20-30 minutos ajuda a reduzir ansiedade e tensão muscular.

Durante atividades físicas: playlists com batidas compatíveis com seu ritmo aumentam motivação e melhoram desempenho.

No tratamento de dor crônica: sessões diárias de escuta atenta ajudam a relaxar e desviar o foco da dor.

Para dormir melhor: músicas lentas e suaves, especialmente instrumentais ou com sons da natureza, preparam o corpo para o sono.

No cuidado com idosos ou pessoas com demência: tocar músicas marcantes resgata memórias e melhora o humor.

No trabalho ou estudo: música ambiente suave e sem letra melhora a concentração.

Em momentos de estresse: criar uma "playlist de emergência" com músicas relaxantes para pausas rápidas.

Dica: escolha músicas que realmente lhe agradem, mantenha volume confortável e crie um ritual de escuta para potencializar os efeitos.

 

FAQ - Dúvidas comuns sobre música e saúde

 

Música clássica é a mais indicada?

Não. O que mais importa é ouvir o gênero que você mais gosta.

 

Quantos minutos por sessão funcionam melhor?

Entre 20 e 60 minutos, uma ou mais vezes ao dia.

 

Precisa de um profissional para conduzir?

Para casos como Parkinson ou demência, um musicoterapeuta traz mais resultados; para ansiedade ou dor leve, escuta orientada já ajuda.

 

Conclusão

A música é uma ferramenta segura, acessível e eficaz para amenizar problemas de saúde.

Ela não substitui tratamento médico, mas pode ser um complemento valioso quando personalizada.

 

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/musica-ameniza-problemas-de-saude-o-que-a-ciencia-ja-descobriu,215f26328fd85ec29c579600f694e7d1q86nwcjx.html?utm_source=clipboard - Por: Personare - Foto: Pexels / Personare

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Atividade física está associada à melhoria da saúde mental e cerebral


Um estudo da Universidade Fudan em Xangai, na China, sugere que movimentar o corpo ajuda o cérebro. Pessoas que se exercitam regularmente têm melhor saúde mental e cerebral. Pesquisadores descobriram que atividades físicas moderadas a vigorosas reduzem o risco de demência, AVC, ansiedade, depressão e distúrbios do sono.

 

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de mais de 73.000 residentes do Reino Unido, com idade média de 56 anos, que usaram dispositivos de rastreamento de movimento por sete dias. Os dispositivos monitoraram atividade física, a energia gasta nessas atividades e o tempo que passavam sentados a cada dia. A equipe usou esses dados para quantificar a atividade física de cada pessoa como equivalentes metabólicos (METs).

 

Eles disseram que atividades físicas moderadas, como caminhar ou limpar, queimam cerca de três METs, enquanto exercícios mais intensos, como andar de bicicleta, podem queimar cerca de seis METs, dependendo da velocidade. Os resultados mostram que pessoas que praticavam atividades moderadas a vigorosas tinham de 14% a 40% menos probabilidade de desenvolver as condições de saúde mental e cerebral monitoradas. Por outro lado, passar mais tempo sentado aumentou o risco dessas condições em 5%, a 54%.

 

Segundo os autores, esses resultados destacam o papel da atividade física e do comportamento sedentário como fatores modificáveis que podem melhorar a saúde do cérebro e reduzir a incidência dessas doenças. Para eles, é promissor pensar que incentivar as pessoas a fazerem essas mudanças no estilo de vida pode potencialmente diminuir o peso dessas doenças no futuro.

 

Fonte: https://www.boasaude.com.br/noticias/21250/atividade-fisica-esta-associada-a-melhoria-da-saude-mental-e-cerebral.html?utm_source=terra_capa_vida-e-estilo&utm_medium=referral - American Academy of Neurology Annual Meeting.

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

4 hábitos que os homens devem adotar para viver melhor


Especialistas ensinam atitudes simples que podem aumentar a qualidade e a expectativa de vida

 

Setenta por cento dos homens que procuram atendimento médico o fazem por influência dos familiares, conforme levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem de São Paulo. O mesmo estudo revela um dado preocupante: mais da metade desses pacientes adia a consulta médica, chegando ao consultório com doenças já em estágio avançado.

 

Quando o foco é a saúde do coração, por exemplo, os homens enfrentam um risco ainda maior. Segundo dados do Ministério da Saúde, a probabilidade de os homens falecerem por doenças crônicas não transmissíveis — especialmente as cardiovasculares — é de 40% a 50% superior à das mulheres.

 

O cardiologista Carlos Eduardo Suaide, coordenador da cardiologia dos laboratórios Alta, Delboni, Salomão Zoppi e Lavoisier, da Dasa, destaca que hábitos simples e check-ups regulares fazem toda a diferença na prevenção. 

 

"É possível identificar sinais precoces de risco com exames não invasivos, tratamentos modernos e mais efetivos para o controle do colesterol e ações personalizadas que consideram, inclusive, a individualização por gênero, já que neste último, os sintomas são diferentes entre os sexos. Nos homens, sinais de alerta como dor no peito, cansaço extremo ou pressão alta; já nas mulheres, os sintomas costumam ser atípicos, como náusea, desconforto abdominal e até dor nas costas, o que dificulta o diagnóstico e agrava os riscos", afirma o cardiologista Carlos Eduardo Suaide.

 

Pensando nisso, especialistas multidisciplinares listam 4 hábitos essenciais que todo homem deve adotar para garantir uma vida mais longa e saudável. Confira! 

 

1. Trate o colesterol com atenção real 

Além dos marcadores tradicionais como o colesterol LDL e o não-HDL, um novo indicador vem ganhando destaque nos exames: a apolipoproteína B (apoB), que mede de maneira mais precisa o risco cardiovascular.

Isso porque, ao contrário dos testes convencionais que medem a quantidade de colesterol, a apoB quantifica diretamente o número de partículas aterogênicas — aquelas capazes de se acumular nas artérias e causar entupimentos.

Como explicam as médicas Dra. Clarisse Ponte, Helane Gurgel e Laura Girão, autoras da publicação da Dasa Educa, "Apolipoproteína B (apoB) versus colesterol LDL e colesterol não-HDL: Qual o melhor marcador para avaliar o risco cardiovascular?", esse marcador oferece uma visão mais fiel do risco real à saúde do coração.

A boa notícia é que já existem novas terapias capazes de reduzir significativamente o colesterol, especialmente em pessoas com alto risco cardiovascular.

 

2. Pratique atividade física

O sedentarismo é um dos maiores vilões do coração. O estudo "Low aerobic capacity in middle-aged men associated with increased mortality rates during 45 years of follow-up",  conduzido pela Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e publicado no European Journal of Preventive Cardiology, concluiu que o estilo de vida sedentário está associado ao risco aumentado de diabetes, doenças cardiovasculares e mortalidade.

Segundo a Dra. Fernanda Erthal, cardiologista do Bronstein e CDPI, também da Dasa, no Rio de Janeiro, praticar atividade física regularmente é um dos pilares para manter o coração saudável. "Além de ajudar a controlar a pressão arterial, o colesterol e o açúcar no sangue, o exercício melhora a disposição, o humor e reduz o risco de infarto e AVC", afirma. a cardiologista. A recomendação, segundo ela, é simples: movimente-se! Caminhadas, pedaladas, dança ou musculação — qualquer exercício é melhor do que o sedentarismo.

A médica também destaca a importância de uma avaliação cardiovascular antes de iniciar a prática de exercícios, especialmente em pessoas com fatores de risco como hipertensão, diabetes, colesterol elevado ou histórico familiar de doenças cardíacas.

"Exames como o eletrocardiograma, o teste ergométrico (teste de esteira) e, em casos selecionados, a angiotomografia de coronárias, podem ser indicados para garantir uma prática segura e personalizada. A angiotomografia, por exemplo, permite uma análise detalhada e não invasiva das artérias do coração, identificando precocemente placas de gordura ou sinais de obstrução coronariana", explica.

 

3.Coma com equilíbrio, não com culpa 

Reduzir o consumo de gorduras saturadas, embutidos e frituras, e priorizar frutas, vegetais e fibras já melhora significativamente o perfil lipídico. "É preciso ter atenção, porque o peso ideal não diz tudo. O coração pode estar sobrecarregado mesmo em pessoas magras", reforça o Dr. Carlos Eduardo Suaide. 

Pesquisas indicam que os homens ganham peso após se tornarem pais. O estudo "Longitudinal Study of Body Mass Index in Young Males and the Transition to Fatherhood", da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, acompanhou mais de 10 mil homens da adolescência até a idade adulta e constatou que, em média, homens que vivem com seus filhos ganharam cerca de 2 quilos após a paternidade. Aqueles que não moram com os filhos ganharam aproximadamente 1,5 quilo. Já os homens sem filhos, na mesma faixa etária, perderam peso no mesmo período. Esse ganho de peso representa um aumento de 2,6% no índice de massa corporal (IMC) dos pais residentes e 2% no IMC dos pais não residentes. 

Os pesquisadores atribuem esse aumento a mudanças no estilo de vida, como menos tempo para se cuidar, mudanças nos hábitos alimentares e maior responsabilidade familiar, que podem levar ao consumo maior de alimentos calóricos e menor prática de atividades físicas. Esse fenômeno é preocupante, pois o aumento do IMC eleva o risco de doenças cardíacas, diabetes e câncer.  

 

4. Cuide da saúde mental — seu coração sente tudo 

Estresse crônico, ansiedade e noites mal dormidas afetam diretamente a saúde cardiovascular. Homens, em especial, têm mais dificuldade de verbalizar emoções, o que pode agravar o risco. Aqueles que apresentam dificuldades para verbalizar emoções tendem a manifestar maiores níveis de estresse acumulado, depressão não diagnosticada e comportamentos de risco (abuso de álcool, isolamento).

Fatores psicológicos impactam diretamente a saúde cardiovascular, pois o estresse crônico eleva a pressão arterial e a inflamação, aumentando o risco de doenças cardíacas. Um artigo da Journal of Behavioral Medicine (2016) relaciona a repressão emocional masculina com pior prognóstico em doenças cardiometabólicas. 

Uma pesquisa realizada pelas empresas Parents and Verywell Mind com 1.600 pais norte-americanos, revela que eles sentem que estão sendo negligenciados. A saúde mental dos pais é uma questão crítica que exige mais atenção e desestigmatização. A sociedade precisa apoiar os homens para que se sintam confortáveis em buscar ajuda e expressar emoções. 

A pesquisa revelou que 75% dos pais desejam mais suporte em saúde mental, mas enfrentam barreiras como o estigma e o medo de julgamento. Em termos de expressão emocional, 44% se sentem pouco ou nada confortáveis em compartilhar suas emoções, com apenas 24% discutindo saúde mental com amigos, enquanto 27% nunca o fazem. Sobre conversas com os filhos, embora 84% considerem importante abordar o tema, 37% enfrentam dificuldades nesse diálogo.  

No contexto pós-parto e de amizades, 21% relataram depressão pós-parto, 51% perderam contato com amigos após se tornarem pais e apenas 8% conseguiram fazer novos amigos. No ambiente de trabalho, 50% se sentem apoiados, mas 62% apontam a renda como o maior estressor, sendo que apenas 40% já tiraram um dia de saúde mental e 30% nunca ouviram falar dessa prática. Por fim, em relação à terapia, 28% receberam diagnóstico de transtorno mental, com variações por renda, e tanto o custo quanto o medo de julgamento, citado por 25%, são obstáculos significativos para buscar ajuda profissional. Terapia, meditação, descanso e momentos de lazer e interação com os filhos também são formas de prevenção.  

 

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/4-habitos-que-os-homens-devem-adotar-para-viver-melhor,e37cd7005cb1e91bf73e72f81dcd80bcuref2kiu.html?utm_source=clipboard - Por Fernanda Quinta - Foto: fizkes | Shutterstock / Portal EdiCase

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Adolescentes que dormem mais têm melhor desempenho cerebral


Um novo estudo realizado por pesquisadores das universidades de Cambridge e Fudan revelou que adolescentes que dormem mais horas - e vão para a cama mais cedo - apresentam melhor funcionamento cerebral e têm desempenho superior em testes cognitivos. A pesquisa, publicada na revista Cell Reports, analisou dados de mais de 3.200 jovens de 11 a 14 anos nos Estados Unidos, usando pulseiras inteligentes (Fitbits) para monitorar padrões reais de sono.

 

Apesar das pequenas diferenças de tempo de sono entre os grupos analisados - cerca de 15 minutos -, os efeitos foram notáveis. O grupo que dormia mais cedo e por mais tempo (em média, 7h25 por noite) teve maior volume cerebral e se saiu melhor em testes de vocabulário, leitura, resolução de problemas e atenção. Por outro lado, o grupo que dormia mais tarde e menos (em média, 7h10) apresentou menor volume cerebral e desempenho inferior.

 

Mesmo assim, nenhum dos grupos atingiu a recomendação de 8 a 10 horas de sono para essa faixa etária, feita por especialistas em medicina do sono.

 

Além disso, adolescentes com melhor qualidade de sono apresentaram frequência cardíaca mais baixa durante o descanso, o que é um indicador de boa saúde.Compre vitaminas e suplementos

 

O estudo reforça a importância de uma boa noite de sono durante a adolescência - fase crítica para o desenvolvimento do cérebro - e sugere que mudanças simples nos hábitos podem fazer grande diferença no aprendizado e bem-estar.

 

Fonte: Cell Reports. DOI: 10.1016/j.celrep.2025.115565.

 

Fonte: https://www.boasaude.com.br/noticias/21160/adolescentes-que-dormem-mais-tem-melhor-desempenho-cerebral.html?utm_source=terra_capa_vida-e-estilo&utm_medium=referral#google_vignette

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Estudo indica as 10 atividades físicas mais buscadas por brasileiros


Se você quer começar a praticar esporte, mas não sabe por onde começar, veja quais são as possíveis tendências no Brasil

 

Mais de 60% da população brasileira deixou de praticar qualquer tipo de atividade física, como aponta um estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). Abandonar os exercícios abriu portas para diferentes problemas de saúde física e mental. Com a crise sanitária controlada, os brasileiros agora estão correndo atrás do prejuízo.

 

Quem pensa que a musculação é a única atividade procurada está enganado. De acordo com o GetNinjas, aplicativo para contratação de serviços, as pessoas estão explorando outros esportes e exercícios. Confira, abaixo, a lista com as dez aulas mais buscadas na plataforma:

 

1. Dança de salão

A dança de salão possibilita um casal se exercitar e se divertir juntos, o que faz com que ela venha ganhando cada vez mais adeptos. De acordo com o GetNinjas, a demanda por aulas de dança de salão aumentou 154% no mês de março em comparação com o mesmo período do ano passado. Além dos benefícios físicos que a prática oferece, a dança também estimula a cumplicidade e sintonia entre os praticantes.

 

2. Forró

Ritmo característico do Brasil e especial das festas juninas, o forró tem sido uma das atividades físicas cada vez mais procuradas na plataforma. Segundo os dados, a procura pelas aulas de forró aumentou 132% em comparação com março do ano passado. Além de aprender uma nova dança, é possível queimar calorias, tonificar os músculos das pernas e exercitar o equilíbrio.

 

3. Funk

Da mesma forma que vem ganhando o cenário internacional, o funk também está se destacando como modalidade de exercício físico. Segundo o GetNinjas, a busca por aulas do estilo musical aumentou 88% em março de 2022; em comparação com mês anterior, o crescimento foi de 36%. Dançar funk um exercício de alto impacto que tonifica os músculos do abdômen e das costas.

 

4. Futebol

Tão querido pelos brasileiros, dificilmente o futebol estaria de fora dessa lista. De acordo com o aplicativo, o número de solicitações para prática de futebol aumentou 42% em relação ao mês de março do ano passado. O aumento também pode ser explicado por esse ano se tratar de um ano de Copa.

 

5. Natação

Segundo a plataforma, o volume de pedidos para professores de natação aumentou mais de 66% no comparativo entre março de 2022 e o mesmo período do ano passado. Apesar de ser uma atividade física de baixo impacto, o esporte aumenta a capacidade pulmonar e proporciona a perda de peso.

 

6. Boxe

Inspirados em grandes personagens do cinema como Rocky Balboa, muitos usuários do GetNinjas tem demonstrado interesse em aulas de boxe. De acordo com a plataforma, os professores da luta viram a demanda crescer em 65% em março de 2022. Praticar boxe fortalece a musculatura e o sistema cardiorrespiratório.

 

7. Muay Thai

A arte milenar tailandesa rompeu as fronteiras da Ásia e conquista cada vez mais adeptos ao redor do mundo. No Brasil, o GetNinjas identificou um acréscimo de 36% na procura por aulas de Muay Thai em comparação com março de 2021. Assim como o boxe, a arte marcial asiática é um exercício de alta intensidade que fortalece a musculatura e o sistema cardiorrespiratório.

 

8. Tênis

O tênis é uma ótima opção de atividade física para casais e famílias, já que pode ser praticado em duplas. O esporte proporciona um melhor condicionamento físico, aprimora a coordenação motora, estimula a flexibilidade e a queima de calorias. Segundo a plataforma de prestação de serviços, a busca por aulas de tênis aumentou 15% em março.

 

9. Patins

Assim como algumas tendências dos anos 80, o patins voltou com tudo. Esta é uma atividade física bastante democrática, já que pode ser praticada por adultos e crianças. Mesmo com a possibilidade de aprender a patinar sozinho, é possível contar com uma ajuda especializada. No Getninjas, o número de pedidos por aulas de patins cresceu 27% em relação a março de 2021.

 

10. Skate

Depois da medalha de prata conquistada por Rayssa Leal, a nossa fadinha, na última Olimpíada, o skate se tornou uma febre entre as crianças. Quem pensou na época que se tratava de um hype passageiro se enganou. Desde a competição o volume de solicitações por professores de skate continua a crescer; em comparação com março do ano passado, a demanda aumentou 107% em março de 2022, segundo o GetNinjas.

 

Fonte: https://sportlife.com.br/as-10-atividades-fisicas-mais-buscadas-pelos-brasileiros/ - Foto: Shutterstock

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Pesquisa aponta combinação de fatores que aumenta em 83% o risco de morte após os 50 anos


Estudo também mostra que é possível diagnosticar as condições com medidas simples, abrindo caminho para o maior acesso ao diagnóstico

 

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com a University College London, no Reino Unido, concluiu que o acúmulo de gordura abdominal associado à perda de massa muscular representa um aumento de 83% no risco de morte em comparação a pessoas que não apresentam as duas condições.

 

A combinação é tão perigosa que, de acordo com o estudo, identifica um problema ainda maior, conhecido como obesidade sarcopênica e caracterizado pela perda de massa muscular, ao mesmo tempo em que ocorre o ganho de gordura em todo o corpo. Trata-se de uma condição difícil de ser diagnosticada e está relacionada à perda de autonomia e piora na qualidade de vida da pessoa idosa, à chamada síndrome da fragilidade e ao aumento do risco de quedas, entre outras comorbidades.

 

"Além de avaliar o risco de morte associado à obesidade abdominal e à baixa massa muscular, conseguimos comprovar que com métodos simples é possível detectar a obesidade sarcopênica. Isso é importante, pois a falta de consenso sobre critérios diagnósticos dessa doença dificulta sua detecção e tratamento", afirma Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e um dos autores do estudo, apoiado pela Fapesp. "Dessa forma, nossos achados permitem ampliar o acesso das pessoas idosas a intervenções antecipadas, como acompanhamento nutricional e exercícios físicos, garantindo melhora na qualidade de vida."

 

Os resultados, publicados na revista Aging Clinical and Experimental Research, foram obtidos a partir do acompanhamento durante 12 anos de 5.440 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA) com 50 anos ou mais de idade.

 

Dispensando o diagnóstico dispendioso

A obesidade sarcopênica costuma ser diagnosticada por meio de exames complexos, como ressonância magnética, tomografia computadorizada, bioimpedância elétrica ou densitometria, que identificam o excesso de gordura corporal e a redução da massa e função muscular. No entanto, apesar da alta precisão, eles são onerosos e estão restritos a poucos serviços de saúde, o que torna o diagnóstico da doença um grande desafio na prática clínica.

 

"Ao correlacionar os dados dos participantes do Estudo ELSA verificamos que medidas simples, como medir a circunferência abdominal e estimar a massa magra (por meio de uma equação consolidada que utiliza variáveis clínicas como idade, sexo, peso, raça e estatura), mostraram pela primeira vez que é possível triar esses indivíduos precocemente", celebra Alexandre.

 

A relação entre perda de massa muscular e obesidade abdominal tem um efeito amplificado sobre o metabolismo. "O estudo revelou que indivíduos com ambas as condições apresentaram um risco de morte 83% maior em comparação àqueles que não as possuíam. Constatamos também que o risco de morte foi reduzido em 40% entre aqueles com baixa massa muscular e sem obesidade abdominal, dado que reforça o potencial perigo da coexistência das condições. Curiosamente, indivíduos com obesidade abdominal, mas com massa muscular adequada não foram associados ao maior risco de morte", detalha Valdete Regina Guandalini, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), pesquisadora do Departamento de Gerontologia da UFSCar e primeira autora do artigo.

 

Guandalini explica que o excesso de gordura intensifica processos inflamatórios que desencadeiam alterações metabólicas e catabólicas, agravando ainda mais a perda muscular. "Além de uma condição interferir na outra, a gordura infiltra-se no músculo, ocupando seu espaço. Trata-se de uma inflamação sistêmica e progressiva que afeta diretamente o tecido muscular, comprometendo suas funções metabólicas, endócrinas, imunológicas e funcionais", afirma.

 

Como a definição de obesidade sarcopênica ainda não é um consenso entre os pesquisadores da área em todo o mundo, o estudo utilizou medidas mais simples para definir o que é obesidade abdominal e perda de massa muscular. Dessa forma, para predizer o risco de obesidade sarcopênica, os pesquisadores identificaram obesidade abdominal como circunferência abdominal maior que 102 centímetros para homens e 88 centímetros para mulheres. Simultaneamente, a baixa massa muscular foi definida a partir de um índice de massa muscular esquelética (obtida pela equação) menor que 9,36 kg/m2 para homens e menor que 6,73 kg/m2 para mulheres.

 

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/pesquisa-aponta-combinacao-de-fatores-que-aumenta-em-83-o-risco-de-morte-apos-os-50-anos,bc24d88cf13ac5632b8b166388eb6b70iayn73d4.html?utm_source=clipboard - Maria Fernanda Ziegler - Foto: missty/Adobe Stock

sábado, 12 de julho de 2025

Consumo excessivo de álcool pode causar lesões cerebrais e perda cognitiva


Um novo estudo da Universidade de São Paulo (USP) revelou que o consumo de oito ou mais doses de bebida alcoólica por semana pode estar associado a lesões cerebrais relacionadas a problemas de memória e raciocínio. A pesquisa analisou o cérebro de 1.781 pessoas com média de idade de 75 anos ao falecer e identificou que o hábito de beber excessivamente estava ligado a maior risco de desenvolver uma condição chamada hialinose arteriolar, que afeta os pequenos vasos sanguíneos do cérebro.

 

Essa condição torna os vasos mais espessos e rígidos, dificultando o fluxo sanguíneo e provocando danos cerebrais com o tempo. Os pesquisadores também encontraram uma maior presença de "emaranhados de tau", estruturas associadas ao Alzheimer, entre os indivíduos que foram consumidores pesados ou ex-consumidores. Compre vitaminas e suplementos

 

Comparado aos que nunca beberam, os bebedores pesados tiveram 133% mais chance de apresentar lesões vasculares cerebrais. Já os ex-bebedores apresentaram 89% mais risco, enquanto os bebedores moderados, 60%. Além disso, ex-bebedores também tiveram menor proporção de massa cerebral em relação ao corpo e pior desempenho cognitivo. Outro dado alarmante é que os consumidores pesados morreram, em média, 13 anos mais cedo do que os abstêmios.

 

Embora o estudo não tenha acompanhado os participantes em vida, nem medido o tempo de exposição ao álcool, seus autores reforçam que os resultados trazem um alerta importante para a saúde pública. Eles destacam a necessidade de ampliar campanhas de conscientização sobre os danos neurológicos causados pelo consumo exagerado de álcool.

 

Fonte: Neurology.  DOI: 10.1212/WNL.0000000000213555.

 

Fonte: https://www.boasaude.com.br/noticias/21016/consumo-excessivo-de-alcool-pode-causar-lesoes-cerebrais-e-perda-cognitiva.html?utm_source=terra_capa_vida-e-estilo&utm_medium=referral#google_vignette

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Exercício físico pode aumentar chance de sobrevivência de pacientes com câncer, indica pesquisa


Um programa de exercícios para pacientes com câncer colorretal pode reduzir o risco de morte em um terço, revela um grande estudo internacional.

 

Um programa de exercícios voltado a pacientes com câncer colorretal pode reduzir o risco de morte em um terço, revela um importante estudo internacional.

 

Os pesquisadores disseram que "não se trata de uma grande quantidade" de exercícios e que qualquer tipo de atividade física, desde natação até aulas de salsa, já conta pontos positivos.

 

Os resultados podem mudar a forma como esse tipo de tumor é tratado em todo o mundo, avaliam especialistas.

 

Cientistas já investigam se programas de exercícios também poderiam melhorar a sobrevida de pessoas com outras doenças, como o câncer de mama.

 

"Trata-se de uma mudança de mentalidade, de pensar no tratamento como algo que você faz, não apenas algo que você toma", avalia a pesquisadora Vicky Coyle, da Queen's University, em Belfast, na Irlanda do Norte.

 

No estudo, o programa de exercícios começou logo após a quimioterapia e os pacientes foram acompanhados por anos.

 

O objetivo era fazer com que as pessoas praticassem pelo menos o dobro da quantidade de exercícios estabelecida nas diretrizes para a população em geral.

 

Isso significa de três a quatro sessões de caminhada rápida por semana, com duração de 45 a 60 minutos, estima a professora Coyle.

 

Os participantes também tiveram acesso sessões semanais de treinamento presencial durante os primeiros seis meses. Posteriormente, esses encontros foram reduzidos a uma vez por mês.

 

O estudo, que envolveu 889 pacientes, incluiu metade dos voluntários no programa de exercícios.

 

A outra parcela apenas recebeu folhetos que traziam informações sobre um estilo de vida saudável.

 

Os resultados publicados no periódico acadêmico New England Journal of Medicine revelaram que em cinco anos:

 

80% das pessoas que se exercitaram permaneceram livres do câncer;

No grupo que só recebeu os folhetos, essa taxa foi de 74%;

Essa diferença representa uma redução de 28% no risco de recidiva ou de formação de um novo tumor.

Enquanto isso, oito anos após o início do tratamento contra o câncer:

 

10% das pessoas no programa de exercícios morreram;

No grupo que recebeu os folhetos, essa porcentagem foi de 17%;

Essa diferença representa um risco de morte 37% menor na parcela dos voluntários que fez o programa de treinamentos.

 

Como exercícios físicos ajudam a combater o câncer?

Não se sabe exatamente por que o exercício tem esse efeito benéfico, mas especialistas suspeitam que ele pode influenciar em fatores como a produção de hormônios do crescimento (que podem acelerar a multiplicação das células tumorais), nos níveis de inflamação e no funcionamento do sistema imunológico — que patrulha todo o corpo em busca de células doentes.

 

O pesquisador Joe Henson, da Universidade de Leicester, no Reino Unido, classifica os resultados como "empolgantes".

 

"Vi em primeira mão como os treinos reduziram a fadiga, melhoraram o humor e aumentaram a força física das pessoas", conta ele.

 

"Sabemos que a atividade física regula diversos processos biológicos importantes que podem explicar esses resultados, e pesquisas futuras nos ajudarão a descobrir por que o exercício tem um impacto tão positivo", conclui ele.

 

O câncer colorretal é o quarto tipo de câncer mais comum no Brasil (atrás dos tumores de pele não melanoma, de mama e de próstata), com cerca de 45,6 mil pessoas diagnosticadas com a doença a cada ano.

 

A enfermeira Caroline Geraghty, da Cancer Research UK, uma associação britânica que fomenta pesquisas em oncologia no Reino Unido, entende que o estudo "tem o potencial de transformar a prática clínica".

 

"Mas isso apenas acontecerá se os serviços de saúde tiverem o financiamento e a equipe necessários para tornar isso uma realidade para todos os pacientes", conclui ela.

 

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/exercicio-fisico-pode-aumentar-chance-de-sobrevivencia-de-pacientes-com-cancer-indica-pesquisa,7fbd58bbbcce937701e4a1f2b3a0d0d08zxx4xrv.html?utm_source=clipboard - James Gallagher - Correspondente de Saúde e Ciência da BBC News - Foto: Getty Images / BBC News Brasil

segunda-feira, 2 de junho de 2025

Quer viver uma década a mais? Controle 5 fatores de risco cardíaco


Estudo mostra que tabagismo, hipertensão, colesterol alto, diabetes e sobrepeso respondem por cerca da metade do impacto das doenças cardiovasculares na saúde

 

Eliminar cinco fatores de risco cardiovascular aos 50 anos aumenta a expectativa de vida em mais de uma década, mostra um novo estudo publicado no New England Journal of Medicine, conduzido pelo Global Cardiovascular Risk Consortium.

 

Sabe-se que cinco fatores clássicos - tabagismo, pressão alta, colesterol alto, diabetes e sobrepeso ou obesidade - respondem por cerca da metade do impacto das doenças cardiovasculares na saúde. No entanto, ainda não estava claro como eles afetam a expectativa de vida.

 

Para isso, os autores cruzaram dados sobre risco de doença cardiovascular e morte por qualquer causa de mais de dois milhões de participantes em 39 países, conforme a presença ou ausência desses fatores aos 50 anos.

 

A análise revelou que mulheres que não apresentam nenhum desses fatores desenvolvem doença cardiovascular 13,3 anos mais tarde e morrem 14,5 anos depois do que aquelas que têm todos os cinco. No caso dos homens, eles vivem livres de doença cerca de dez anos a mais e morrem 11,8 anos depois.

 

Segundo a cardiologista Fabiana Rached, do Hospital Israelita Albert Einstein, o estudo confirma algo que já se sabe, mas surpreende pela magnitude do impacto: "A diferença de mais de 10 anos na expectativa de vida e nos anos livres de doença cardiovascular entre quem tem e quem não tem os cinco principais fatores de risco aos 50 anos é expressiva e mostra com clareza como esses fatores impactam na saúde cardiovascular a longo prazo e em morte."

 

A especialista explica que o risco cardiovascular aumenta naturalmente com a idade, tanto em homens como em mulheres. No entanto, o estudo mostra que aqueles que chegam à meia-idade sem fatores clássicos continuam com um risco menor ao longo da vida, mesmo após essa fase.

 

Por isso, é essencial controlar esses fatores desde a juventude. "O acúmulo de risco cardiovascular é progressivo e silencioso. Muitas vezes os danos, como aterosclerose, já estão em curso décadas antes de um evento clínico, como infarto ou AVC [acidente vascular cerebral]. Controlar esses fatores desde cedo reduz não apenas o risco futuro, mas também aumenta a expectativa de vida e permite uma vida com qualidade." Mesmo quem tem um risco genético alto, pode minimizar o risco de problemas cardiovasculares adotando um estilo de vida saudável ainda jovem.

 

A boa notícia é que nunca é tarde para mudar o estilo de vida: "Mesmo intervenções feitas entre 55 e 60 anos, especialmente parar de fumar e controlar a hipertensão, ainda trazem ganhos significativos em anos de vida sem doenças cardiovasculares e sem morte precoce. Embora os benefícios possam ser maiores quando as mudanças são feitas mais cedo, sempre há espaço para ganhos na saúde", diz a médica.

 

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/quer-viver-uma-decada-a-mais-controle-5-fatores-de-risco-cardiaco,2409a84c2741369acdea960f20af31634iwl0vtv.html?utm_source=clipboard - Gabriela Cupani

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Atividade física pode aumentar anos de vida saudável, especialmente para grupos vulneráveis


Um estudo publicado no The Lancet Public Health revelou que a prática regular de atividade física no tempo livre pode aumentar os anos de vida sem doenças crônicas, com benefícios ainda mais evidentes para pessoas de grupos socioeconômicos mais vulneráveis ou com hábitos prejudiciais à saúde.

 

A pesquisa analisou dados de mais de 500 mil pessoas na Europa e no Reino Unido, acompanhando seus níveis de atividade física e a incidência de doenças como diabetes tipo 2, doenças cardíacas, câncer e doenças respiratórias crônicas. Os participantes foram divididos em três grupos: aqueles que praticavam pouca ou nenhuma atividade, os que realizavam exercícios em níveis intermediários e os que cumpriam as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) — pelo menos 2h30min de atividade moderada ou 1h15min de atividade intensa por semana.

 

Os resultados mostraram que as pessoas que seguiam as recomendações da OMS ganharam de 1,1 a 2 anos a mais sem doenças crônicas. Os maiores benefícios foram observados entre fumantes, pessoas com baixa escolaridade e aqueles com sintomas depressivos, indicando que a atividade física pode ajudar a reduzir desigualdades na saúde.

 

Os pesquisadores destacam que promover a atividade física em larga escala pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a qualidade de vida da população, especialmente para aqueles com fatores de risco à saúde. A inclusão do exercício físico em políticas de saúde pública voltadas para grupos mais vulneráveis pode ampliar significativamente seus efeitos positivos.

 

Fonte: The Lancet Public Health. DOI: 10.1016/S2468-2667(25)00001-5.

 

Fonte: https://www.boasaude.com.br/noticias/20846/atividade-fisica-pode-aumentar-anos-de-vida-saudavel-especialmente-para-grupos-vulneraveis.html?utm_source=terra_capa_vida-e-estilo&utm_medium=referral