sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Qual é o primeiro texto conhecido em língua portuguesa?


Trata-se de um poema chamado "Cantiga da Ribeirinha", escrito por Paio Soares de Taveirós para sua amada Maria Ribeira e registrado no Cancioneiro da Ajuda, uma coletânea de manuscritos. "Os versos narram a história de um amor não correspondido, em galego, versão portuguesa de um dialeto de transição entre o latim e o espanhol", afirma Benilde Cianato, professora de língua portuguesa da USP. "E ainda hoje não sabemos se foram escritos em 1189 ou 1198", diz ela. Na época, a Galícia (hoje Espanha), região próxima a Portugal, era um centro irradiador de cultura - por isso o idioma sofreu influências do galego. A "Cantiga da Ribeirinha" faz parte do gênero literário chamado de poesia trovadoresca, o primeiro da literatura lusitana: versos declamados por trovadores, geralmente acompanhados de música. Eles subdividiam-se em três tipos: cantigas de amigo, de amor ou de escárnio e mal-dizer.

Fonte: Revista Mundo Estranho

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mente em forma com atividades físicas


Mente em forma

Leitura, palavras cruzadas, quebra-cabeças — estão aí alguns exemplos de tarefas que deixam o cérebro funcionando a pleno vapor. Mas a ciência recomenda colocar um item importantíssimo nessa lista: as atividades físicas

Quem exercita mais os neurônios: um jogador de xadrez ou um corredor que sua a rodo na esteira? Uma resposta baseada no senso comum afirmaria sem titubear que a primeira alternativa seria obviamente a mais correta. Mas diversos estudos provam que, na verdade, os fãs das atividades físicas também impulsionam sua aptidão para assimilar e guardar informações dentro da cabeça.

Uma das pesquisas que dão um xequemate nesse sofisma intelectualoide vem da Suécia, mais especificamente da Universidade de Gotemburgo. Nela, todos os homens — sim, todos os homens — nascidos entre 1950 e 1976 que ingressaram no Exército daquele país tiveram sua capacidade cardiorrespiratória avaliada e passaram por provas para medir seu nível de raciocínio lógico. Pode crer: os que estavam mais em forma obtiveram melhores resultados nos chamados testes cognitivos. “Isso não quer dizer que o indivíduo fisicamente ativo é mais inteligente. Só que ele está mais preparado para armazenar conhecimento”, explica Ricardo Mario Arida, neurofisiologista da Universidade Federal de São Paulo. “O motivo dessa melhora ainda era uma dúvida para nós”, completa. Como o especialista bem disse, era.

Em conjunto com outros pesquisadores da Unifesp, Arida investigou a massa cinzenta de 20 ratos. Metade deles passou por um regime de corridas diárias na esteira, enquanto o restante dos roedores ficava na maciota. Os resultados, recém saídos do forno, foram surpreendentes. “Notamos que áreas cerebrais como o hipocampo, ligado às memórias, estavam mais ativas nos animais que haviam passado pelas sessões de treinamento”, revela ele. E, segundo os cientistas, a mesma coisa ocorre com os seres humanos.

Aqui, porém, devemos abrir espaço para uma ressalva: os levantamentos que mostram essa relação entre um corpo bem condicionado e uma mente mais esperta usam como parâmetro as atividades aeróbicas, como correr, nadar ou pedalar. Até o momento, pouco se sabe, por exemplo, dos efeitos da musculação sobre as células nervosas. “De qualquer jeito, ela é fundamental por preparar o corpo de quem pretende fazer qualquer esporte aeróbico”, pondera a educadora física Tânia Benedetti, da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis.

As recomendações dos especialistas para manter a mente em forma são as já clássicas três vezes por semana de algum tipo de exercício aeróbico, praticado com intensidade moderada. Uma corrida ou caminhada de passos apertados, desde que realizadas frequentemente, dão conta do recado. Entretanto, há maneiras de dar um gás extra ao cérebro. “Atividades que envolvem movimentos complexos e exigem muita coordenação motora, como a dança, potencializam os benefícios”, afirma Tânia.

E veja só: se você seguir essas orientações à risca, pode até se proteger de doenças neurodegenerativas. Um levantamento realizado por cientistas da Universidade Europeia de Madri, na Espanha, mostra que pessoas ativas têm um risco 20% menor de desenvolver o Alzheimer, mal conhecido por riscar nossas lembranças. Além de prevenir essa espécie de apagão da memória, a prática esportiva contribui para controlar o problema. “O exercício melhora a habilidade de pacientes com essa demência para lidar com as tarefas do dia a dia”, conta a SAÚDE! o fisiologista Alejandro Lucia, autor do trabalho espanhol.

Um dos principais motivos para esse benefício é que, quando a gente se exercita, caem as concentrações de homocisteína no organismo. Essa substância provoca a morte dos neurônios, porque, entre outras coisas, ajuda a formar placas que se alojam entre eles, dificultando a chegada de nutrientes e o tráfego de dados. “Além disso, muitos indivíduos com a doença apresentam insônia, apatia e depressão. Quando praticam algum esporte, eles conseguem dormir melhor, além de ficarem mais animados”, relata José Luiz Riani Costa, clínico-geral e coordenador do Grupo de Atividade Física para Alzheimer da Universidade Estadual Paulista, em Rio Claro, no interior do estado. “E está claro que pessoas praticantes de atividades físicas desde a juventude estão mais blindadas contra esse tipo de distúrbio”, informa Riani Costa.

Por outro lado, isso está longe de ser uma desculpa para que os sedentários mais maduros não tentem trocar o sofá pela esteira. Manter-se ativo traz benefícios à cabeça em todas as idades. Basta apostar no esporte aeróbico de que gosta e curtir suas virtudes por anos a fio — com a mente sã, firme e forte.

EXERCÍCIOS VERSUS DOENÇAS

O esporte aeróbico, praticado com regularidade, ajuda no combate a diversos males

EPILEPSIA

Pesquisas comprovam: quanto mais longe do sedentarismo, menos ataques o epiléptico terá. Contudo, quem tem esse problema deve consultar um médico antes de começar a se exercitar. “Isso porque, para treinar, a doença precisa estar sob controle”, explica Ricardo Arida, da Unifesp. Fique atento à modalidade escolhida. A regra é evitar aquelas que trazem riscos durante uma crise, caso dos esportes radicais. A natação, desde que haja instrutores por perto, está liberada.

DERRAME

Ser fisicamente ativo é um dos principais jeitos de se prevenir contra o acidente vascular cerebral, também chamado de AVC. É que o exercício estimula a criação de vasos na cabeça — e melhora o estado dos que já existiam antes. Com isso, o risco de um deles entupir ou estourar diminui.

DEPRESSÃO

Está aí um mal causado por inúmeros fatores. Um dos mais estudados pelos cientistas envolve os neurotransmissores — ou, melhor dizendo, a carência deles. É sabido que a atividade física estimula a produção dessas substâncias, principalmente as relacionadas ao bem-estar, como a serotonina. Assim, fica claro por que o esporte é um aliado de quem quer se ver livre da tristeza sem fim.

MAL DE PARKINSON

Na cabeça, a atividade física retarda o surgimento dessa encrenca, caracterizada por tremores, ao estimular a coordenação motora. “Manter-se em movimento é também manter a força e o equilíbrio, atributos em falta no indivíduo com Parkinson”, ressalta Tânia Benedetti, da UFSC.

UM REMÉDIO CONTRA O VÍCIO

É preciso mais do que uma corridinha para se livrar da dependência do cigarro ou do álcool. Porém, cientistas apostam no esporte como um reforço na luta contra esse problema. “Fizemos estudos demonstrando que os exercícios físicos produzem substâncias relacionadas ao bem-estar”, diz Ricardo Arida, neurofisiologista da Unifesp. “Ou seja, a pessoa substituiria o prazer dos entorpecentes pelo proporcionado pela atividade física.”

ESTÍMULO DUPLO

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista, em Rio Claro, resolveram dar um passo adiante ao prescreverem tarefas motoras e cognitivas a indivíduos com mais de 60 anos, que têm maior tendência a desenvolver males neurodegenerativos. “Os voluntários, por exemplo, andavam por um circuito em que viam retratos de animais. Cada vez que passavam por um deles, tinham que falar o nome do bicho”, relata José Luiz Riani Costa, clínico-geral da Unesp. O objetivo era ativar o máximo de áreas cerebrais possíveis. “Vimos que nossa ideia deu certo. Além de terem gostado da brincadeira, os participantes obtiveram uma melhora em testes de cognição”, afirma.

Fonte: Revista Saúde

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Quais instrumentos compõem uma orquestra?


Existem vários tipos de orquestra, mas sua formação sempre está ligada diretamente ao período histórico em que foi composta a obra a ser executada. "Por exemplo, os compositores barrocos - entre eles, Bach, Vivaldi e Haendel - utilizaram apenas orquestras de câmara, constituídas por dois oboés, duas trompas, tímpanos e uma formação de cordas também pequena, com seis a dez violinos, três violas, três violoncelos e um contrabaixo", afirma o maestro Gil Jardim, da Escola de Comunicações e Artes da USP. Já compositores posteriores, da era do Classicismo, como Mozart e Haydn, tinham à disposição orquestras um pouco maiores, com cerca de 35 músicos: uma ou duas flautas, dois oboés, dois clarinetes, dois fagotes, dois trompetes, duas trompas, tímpanos e cerca de 20 instrumentos de cordas.
No Romantismo do século XIX, a orquestra cresceu ainda um pouco mais. A própria Revolução Industrial ajudou a aperfeiçoar os instrumentos de sopro, tornando necessário aumentar o número das cordas para manter o equilíbrio. No início do século XX, a orquestra usada por Richard Wagner foi ampliada para perto de 90 músicos. Por fim, com a célebre Sinfonia dos Mil, de Gustav Mahler, subiam ao palco 300 instrumentistas e 700 coralistas.

Fonte: Revista Mundo Estranho

O filho preferido


Certa vez perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido, aquele que ela mais amava.

E ela, deixando entrever um sorriso, respondeu:
- Nada é mais volúvel que um coração de mãe. E, como mãe, lhe respondo: o filho dileto, aquele a quem me dedico de corpo e alma,

É o meu filho doente, até que sare.

O que partiu, até que volte.

O que está cansado, até que descanse.

O que está com fome, até que se alimente.

O que está com sede, até que beba.

O que está estudando, até que aprenda.

O que está nu, até que se vista.

O que não trabalha, até que se empregue.

O que namora, até que se case.

O que casa, até que conviva.

O que é pai, até que os crie.

O que prometeu, até que se cumpra.

O que deve, até que pague.

O que chora, até que cale.

E já com o semblante bem distante daquele sorriso, completou:
- o que já me deixou, até que o reencontre.

Autor desconhecido

Onde e quando surgiu a primeira universidade?



Foi em Bolonha, no norte da Itália, no final do século XI. Embora os registros históricos sejam imprecisos, a data mais aceita é 1088, quando o ensino na cidade se tornou livre e independente das escolas religiosas. Pouco depois, no século XII, foi fundada a Universidade de Paris e esses dois estabelecimentos deram, então, a largada para o surgimento de inúmeros outros na Europa. Mesmo que fossem desvinculados da Igreja, dependiam do aval do clero ou do governo para funcionar. Dedicavam-se ao ensino das leis, da medicina, da astronomia e da lógica.

No Brasil, a primeira instituição de ensino superior foi a Escola de Cirurgia da Bahia, criada em 1808. "Depois vieram as faculdades de Direito de São Paulo e de Olinda, em 1827", diz a historiadora Maria Lígia Coelho Prado, da USP. Já a primeira universidade a oferecer cursos variados foi a do Rio de Janeiro, fundada em 1920.

Fonte: Revista Mundo Estranho