Sendo o Brasil o país do futebol, muitos de vocês devem se lembrar de um jogo do Campeonato Brasileiro do ano passado, em 20 de julho, entre Botafogo e Corinthians, no qual o goleiro corinthiano Júlio César sofreu uma grave fratura exposta no dedo mínimo da mão esquerda.
O Corinthians já havia feito as três substituições permitidas por jogo. Júlio César então se levanta, põe sua luva, e resolve bravamente permanecer em sua posição, jogando os minutos finais com o dedo quebrado.
Louco? Maluco? Insano? Talvez apenas resistente. Um novo estudo da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, revisou diversas pesquisas feitas nos EUA, Canadá, Austrália e Europa com mais de 500 atletas e 300 não atletas, homens e mulheres, e concluiu que os atletas têm maior tolerância à dor.
Recentemente, cientistas demonstraram que os atletas podem ter desempenho pior em testes, ou seja, sofrer um declínio na aprendizagem, principalmente por causa de lesões na cabeça. Mas como que para salvar o esporte de uma reputação ruim, cada vez mais vemos estudos indicando milhares de benefícios da atividade física.
“Nossa análise revela que a percepção da dor é diferente em atletas em comparação com pessoas normalmente ativas”, disse o Dr. Jonas Tesarz, da Universidade de Heidelberg.
Os atletas são mais resistentes que as pessoas médias, então. Porém, o “nível mínimo” em que a dor é percebida, chamado de “limiar da dor”, é o mesmo para todas as pessoas. Ou seja, atleta também é gente, e também sente dor, só que a tolera mais.
Essa tolerância varia por esporte. Atletas envolvidos em esportes de jogos têm uma maior tolerância à dor do que outros atletas, mas o limite da dor entre eles varia bastante.
Já os atletas de esportes de resistência são mais semelhantes entre si na sua tolerância, ou seja, o limite de dor entre eles não varia muito, sugerindo que esse tipo de atleta tem um perfil físico e psicológico mais parecido, enquanto atletas envolvidos em outros esportes são mais diversificados entre si.
Aplicações
Conhecer a relação exata entre atividade física e modificação na percepção da dor é útil principalmente para pacientes que têm dor crônica.
“Mais pesquisas são necessárias para identificar os fatores psicológicos e processos neurobiológicos envolvidos nessa relação. Porém, a observação de que a percepção da dor é modificável pela atividade física oferece a promessa do uso de métodos não invasivos com poucos efeitos colaterais em pacientes com condições de dor crônica”, disse Tesarz.
Essa não é a primeira vez que a atividade física é ligada a dor. Um estudo já indicou queioga (conjunto de disciplinas físicas e mentais) ou alongamento intenso podem aliviar o desconforto de pessoas que sofrem de dores crônicas nas costas.[LiveScience]
Fonte: http://hypescience.com/atletas-toleram-mais-dor/ - por Natasha Romanzoti em
Nenhum comentário:
Postar um comentário