A alimentação é uma parte muito importante na nossa vida e fundamental para a saúde do nosso corpo e na forma como vamos envelhecer. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), manter nossa saúde equilibrada, e consequentemente, ter mais qualidade de vida para um envelhecimento saudável, se deve a alguns fatores, como a genética (20%) e as influências ambientais (20%), mas 60% se devem às escolhas que fazemos ao longo da vida, e a principal é a alimentação.
Gastrite, diabetes, obesidade, colesterol alto e
hipertensão são algumas das doenças ligadas a maus hábitos alimentares. Nesse
lista também estão anemia, osteoporose, gota, cirrose, doenças renais, doenças
de pele e até câncer. Portanto, uma alimentação saudável e equilibrada é
fundamental para reduzir os riscos e a incidência dessas doenças.
A nutricionista e terapeuta Priscila Walker esplica
que quase todas as doenças começam no sistema digestivo, portanto, podem ter
origem alimentar. “A má alimentação muda o padrão de digestão, absorção e
circulação dos nutrientes no corpo, podendo desencadear várias doenças ou
desequilíbrios”.
De acordo com a nutricionista, embora nosso corpo
seja muito forte e resistente, o impacto de maus hábitos alimentares no nosso
organismo pode ser comparado a um carro com combustível de baixa qualidade: vai
chegar um momento que vai apresentar danos e falhas. “O organismo vai tolerando
todas as dificuldades por um período, mas com muito estresse e sofrimento.
Então, em um dado momento, o corpo começa a reduzir o rendimento e aparecem
sinais e sintomas indicativos de doenças”.
Cada caso é um caso
A nutricionista explica que não é uma questão de
simplesmente proibir ou permitir alimentos. Tem que encarar comida como comida,
e o que existe são recomendações específicas e individuais, já que cada pessoa
tem suas particularidades e necessidades. “Dependendo da pessoa e da
manifestação dos sintomas, é necessário fazer ajustes alimentares, e em alguns
casos é preciso, sim, excluir, reduzir ou aumentar certos alimentos.”
Mas ela alerta que é preciso encarar a alimentação com
responsabilidade, e não apenas como uma simples ingestão de nutrientes, para
que a alimentação seja leve e tranquila. “A nutrição é uma ciência fundamental,
ampla e significativa. Ela promove consciência e autonomia, nos ajuda a
resgatar um bom relacionamento com a comida e com nosso corpo, e a ter saúde de
maneira integral. A alimentação também deve ser fonte de alegria e prazer”.
O que é comer
saudável?
Em linhas gerais, especialistas nutricionais,
médicos e órgãos de saúde destacam que certos grupos de alimentos devem ser
evitados ou pouco consumidos, pois aumentam os fatores de riscos e, pouco ou
nada, contribuem para a saúde.
Veja algumas recomendações:
Alimentos ultraprocessados devem ser evitados, por
serem ricos em açúcares, sódio, aditivos químicos e gorduras saturadas. Esses
alimentos promovem o aumento da prevalência e a dificuldade de controle das
doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, hipertensão arterial,
diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.
As frutas e os vegetais ricos em vitamina C, A e
betacaroteno, bem como as hortaliças verdes escuras, são fontes de vitaminas e
minerais imprescindíveis na proteção do dano celular causado por radicais
livres. Alimentos desse grupo não podem faltar na alimentação: laranja, limão,
acerola, mamão, abóbora, cenoura, couve, espinafre, rúcula, brócolis, dentre
outros.
O consumo destes vegetais também promove um
equilíbrio na flora intestinal, além de evitar prisão de ventre e favorecer a
proliferação de bactérias benéficas. Consumir na forma de saladas, sopas,
suflês, ou adicionadas em sucos naturais é bem indicado, e são opções de
consumo aceito pela maioria da população.
As fontes de gorduras saudáveis - poli e
monoinsaturadas - promovem um papel protetor contra as doenças cardiovasculares
e as demências, tipo o Alzheimer. Excelentes fontes dessas gorduras boas são os
peixes tipo salmão, atum, sardinha, arenque, azeite de oliva extra virgem,
abacate e oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas.
O consumo de proteína é essencial para a manutenção
da massa muscular, fundamental durante o processo de envelhecimento, e que está
diretamente ligada à capacidade funcional, ou seja, à manutenção da habilidade
para realizar atividades básicas da vida diária. As fontes são carnes magras,
como peixe, músculo (carne de boi), frango, além de ovo (preferencialmente
cozido), leite e derivados semidesnatados, e proteína derivada da soja.
Alimentos ricos em cálcio e magnésio evitam a
osteoporose, problema que pode afetar até 27,4% da população. Os alimentos
indicados são leite, derivados e hortaliças verde-escuros.
Além da alimentação, o tabagismo, o sedentarismo, o
consumo excessivo de bebida alcoólica e o estresse também são fatores de risco
para muitas doenças.