A ciência com certeza melhorou o nosso entendimento
do mundo enormemente, mas ainda existem muitas coisas que simplesmente não
parecem ter explicação e continuam a intrigar estudiosos por décadas. Como…
10. Vacas sempre encaram norte ou sul enquanto comem
Quando uma equipe de cientistas analisou milhares de
imagens de satélite do Google Earth de vacas (não me pergunte por quê),
descobriram um detalhe que nos passou despercebido por milênios: os animais
sempre se voltam para o polo magnético norte e sul enquanto comem ou descansam.
O padrão se manteve consistente independentemente do vento ou outros fatores, e
ninguém sabe por quê. Enquanto outros animais são conhecidos por conterem uma
bússola interna, esta é a primeira vez que a orientação foi encontrada em um
grande mamífero. Outra coisa estranha é que, quanto mais perto as vacas estão
dos polos, menos precisas essa orientação é. Os cientistas não podem dizer se o
fenômeno está relacionado com a navegação ou uma tentativa mal calculada de
afastar predadores, embora deva ter um propósito (por causa da consistência com
que foi observado em animais nos seis continentes). O fenômeno pode ter um
efeito sobre a produção agrícola, uma vez que vacas obrigadas a ficar em uma
orientação leste-oeste devem ser afetadas de alguma forma.
9. Por que alguns mamíferos voltaram para água
Sabemos que animais marinhos se mudaram da água para
a terra muito tempo atrás, desenvolvendo membros para rastejar no chão. Foi a
coisa mais sensata a se fazer, já que as regiões terrestres continham uma
grande quantidade de recursos inexplorados, ideais para a evolução animal. Mas
por que alguns desses animais, como os ancestrais imediatos de baleias e focas,
mudaram-se de volta para a água? É evolutivamente muito mais difícil para os
animais terrestres se mudarem para o mar do que vice-versa, uma vez que
aprender a nadar para um animal que já anda leva muito mais energia. Mamíferos
marinhos desenvolveram o método mais eficiente de navegar pelas caudas em vez
de remar muito mais tarde no curso de sua evolução, o que nos leva a perguntar:
por que passar por todo esse calvário, em primeiro lugar? Esse continua sendo
um dos maiores mistérios da evolução que a ciência moderna enfrenta.
8. Alcaloides nas plantas
Alcaloides são substâncias que ocorrem naturalmente
nas plantas, sendo que um dos mais populares é a morfina. Cerca de 7.000
diferentes tipos de alcaloides foram identificados em plantas e, embora
tenhamos sido capazes de estudar os produtos químicos extensivamente, ainda não
estamos muito certos do porquê eles estão lá. Essas substâncias fortes provocam
uma variedade de respostas quando consumidas por outros animais. No caso da
planta papoula, que produz morfina, alguns especialistas acreditam que é útil
para manter os predadores afastados. Como consegue esse efeito, uma vez que é
uma substância muito eficaz na redução da dor, é uma incógnita. Alguns
acreditam que, em vez de razões externas, os alcaloides podem ser úteis para a
regulação do metabolismo das próprias plantas.
7. Por que flores estão por toda parte
As plantas com flores formam uma classe chamada de
angiospermas. Como você deve ter notado, elas estão por toda parte. O que é uma
surpresa, no entanto, é que esse não foi sempre o caso. As plantas floridas
superaram outros tipos de plantas em um período de tempo muito rápido cerca de
400 milhões de anos de atrás, e como resultado constituem cerca de 90% de todas
as espécies de plantas hoje. O problema preocupava Charles Darwin, que o chamou
de “um mistério abominável”. A rápida evolução de flores logo após sua origem
ocorreu diretamente contra sua teoria da evolução lenta através da seleção
natural. E não há nada evolutivamente benéfico sobre produzir flores. A planta
poderia investir seus nutrientes em crescimento ou outras coisas que poderiam
colocá-las em um lugar mais alto na escada evolutiva. Como as plantas não
deixam quaisquer registros fósseis quando morrem, tem sido difícil determinar
como esta espécie veio do nada e tão rapidamente conquistou todo o resto.
6. Por que há tanta diversidade perto do equador
Cerca de 200 anos atrás, um explorador prussiano
chamado Alexander von Humboldt percebeu pela primeira vez que a biodiversidade
aumenta conforme nos aproximamos da linha do Equador. A vida natural e a
cultura humana se tornam mais diversificadas e vibrantes, assim como as
doenças. Sempre que você ouve falar sobre epidemias mortais na África ou na
América do Sul, não é apenas por causa dos cuidados de saúde ruins dos países
subdesenvolvidos – os vírus e as bactérias que causam essas doenças são
simplesmente muito mais ativos e diversificados nesses locais do que mais ao
norte. Existem mais de 30 teorias para responder à grande questão de por que
isso acontece, mas tem sido quase impossível conciliar todas essas hipóteses em
uma única conclusão.
5. Paradoxo do fitoplâncton
Fitoplâncton é uma classe de organismos encontrados
em grandes corpos de água. Eles são, essencialmente, plantas que flutuam, e têm
sido descobertos em todo o mundo. É um grupo extremamente diversificado, e é
essa grande diversidade que parece zoar com a cara da evolução e da seleção
natural. A falta de recursos faz com que seja impossível que um grande número
de diferentes organismos sobreviva em um ecossistema sem matar uns aos outros.
Mas, de alguma forma, isso acontece. O problema não é restrito apenas ao
fitoplâncton, aliás. Corpos d’água abundantes em nutrientes têm geralmente uma
menor diversidade de espécies do que os que carecem deles. Isso é conhecido
como o “paradoxo do enriquecimento”, já que nutrientes mais elevados deveriam
significar maior diversidade.
4. Como formigas argentinas sustentam colônias em
todos os continentes
Formigas argentinas são, possivelmente, a única
espécie além da humana que conseguiu colonizar três continentes. Todos as três
supercolônias de formigas argentinas na Europa, América do Sul e Ásia consistem
de animais que compartilham as mesmas características genéticas e são
essencialmente a mesma população. Como a distribuição geográfica dessas
colônias é assustadoramente grande, sua estrutura social também confunde a
ciência. Esses insetos reconhecem imediatamente seus irmãos, mas são agressivos
com formigas de outras espécies. Além disso, o código genético das formigas
argentinas não mudou muito durante milhares de anos. Isso é estranho porque,
geralmente, organismos fora do seu ambiente nativo evoluem rapidamente, o que
não foi o caso com esses bichinhos.
3. O ancestral humano misterioso
A linhagem de seres humanos modernos foi bem
estudada ao longo dos anos, e parecia que tínhamos uma boa ideia sobre as
nossas origens – até que os cientistas descobriram vestígios de um ancestral
humano desconhecido no DNA de uma espécie extinta, a Denisova hominins,
uma espécie de hominídeo estreitamente relacionada com os Neandertais e nomeada
em homenagem às cavernas em que seus membros foram encontrados. A análise dos
Denisovans indicou que eles cruzaram com uma espécie desconhecida cerca de
30.000 anos atrás, que deixou no seu DNA uma marca distinta: um conjunto
estranho de dentes não encontrados em qualquer lugar outra parte do mundo vivo.
Não sabemos nada sobre essa possível espécie hominídea ancestral.
2. Os animais que podem viver sem oxigênio
Quase todos os organismos da Terra precisam de
oxigênio para viver, seja consumindo-o ou produzindo-o. Por isso, todos ficaram
chocados quando os primeiros animais que não precisavam de oxigênio foram
encontrados no fundo do Mar Mediterrâneo. Enquanto algumas bactérias e outros
organismos simples podem viver sem oxigênio, o fenômeno era inédito entre
animais multicelulares complexos. As criaturas recém-descobertas são do filo
Loricifera, uma classe de pequenos animais que viviam com oxigênio, mas,
eventualmente, se adaptaram a um novo ambiente com níveis muito baixos do gás,
que eventualmente foi substituído por sais. Nenhum organismo complexo
previamente conhecido vivia em ambientes sem oxigênio, então não temos nenhuma
ideia sobre sua história evolutiva. Mais pesquisas poderiam oferecer-nos um
novo olhar sobre a vida marinha antes dos oceanos terem qualquer oxigênio,
cerca de 600 milhões de anos atrás.
1. Reprodução sexual
Além de alguns micróbios e plantas, quase todos os
seres vivos do mundo se reproduzem sexualmente. Parece algo tão comum e normal
que não percebemos que o sexo, na verdade, pode ser uma anomalia evolucionária.
Metade de toda uma espécie – os machos – são incapazes de produzir qualquer
descendência, enquanto usam os mesmos recursos do ambiente que a outra metade –
as fêmeas. Por que passar por tanto esforço para desenvolver um mecanismo que é
uma clara desvantagem no longo prazo? Por que não existe apenas a reprodução
assexuada, que só depende de um único ser? Uma das teorias era que o sexo ajuda
a eliminar mutações prejudiciais, mas esse não parece ser o caso. Quando os
cientistas estudaram 700 genes de diversos organismos, eles descobriram que o
número de mutações prejudiciais ainda gira em torno de 0,5 por indivíduo por
geração, o que é MUITO. Somando os vários inconvenientes do sexo, não há nada
suficiente para justificar a reprodução sexual. Mistério. [Listverse]