sexta-feira, 8 de julho de 2011

Farmácia Natural


É possível cultivar, em casa, ervas medicinais que ajudam a aliviar sintomas e a tratar doenças, como gastrite, rinite alérgica, prisão de ventre e até hipertensão. Saiba o que plantar e como tirar proveito

As ervas medicinais foram a primeira opção terapêutica para tratar doenças em toda a história da humanidade. E o interessante é que hoje, com toda a evolução na indústria química e farmacêutica, os medicamentos fitoterápicos, extraídos das plantas, continuam em alta. Tanto que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução, em 2010, regulamentando a produção de drogas vegetais no Brasil. Essa norma traz uma lista de 66 ervas, para as quais foram padronizadas as formas de uso, posologia, ações terapêuticas, possíveis reações adversas e contraindicações. "A fitoterapia vem ganhando cada vez mais adeptos na classe médica porque hoje os medicamentos desse tipo são produzidos com muito mais rigor e com extratos padronizados", garante José Armando Jr., professor de Fitoterapia da Faculdade de Medicina do ABC (SP).

E o melhor da história é que, para aproveitar todos os benefícios que vêm das plantas, é perfeitamente possível criar o seu próprio canteiro de ervas medicinais, em casa. O único cuidado é comprar as mudas em um local onde você tenha garantia da procedência. "Muitas ervas de espécies diferentes recebem um mesmo nome popular, como acontece com o boldo, a ervacidreira e o capim-limão. O problema é que cada planta tem uma indicação e algumas podem até ser tóxicas", alerta Dulcinéia Furtado Teixeira, tecnologista de Saúde Pública do Departamento de Produtos Naturais da Farmanguinhos/Fiocruz (RJ).

Outra orientação importante é conversar com o médico antes de fazer uso de qualquer erva, mesmo em forma de chá. "Pacientes portadores de diabetes, insuficiência renal, hipertensão, entre outras, devem informar seu médico antes de usar um fitoterápico, uma vez que ele também pode interagir com as drogas sintéticas", complementa a clínica médica e nutróloga Fátima Christina Cardoso, membro do grupo de estudos em Fitoterapia e Medicina Ortomolecular do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro.

Se usadas de forma correta, no entanto, as plantas medicinais ajudarão a tratar doenças de grande prevalência, como a gastrite, a hipertensão e o diabetes. Saiba qual é a erva que melhor atende às suas necessidades e comece a preparar o seu canteiro!

Problemas no estômago

Azia
Nome: Erva-cidreira (Lippia alba)
Parte usada: folhas
Indicação: alivia a sensação de queimação que é típica da azia, pois confere proteção extra à mucosa do estômago. Seus mecanismos de ação são desconhecidos.
Modo de preparo: coloque ½ colher (chá) de folhas de erva-cidreira fresca em
1 xícara (chá) de água fervente. Abafe por 5 a 10 minutos e coe.
Posologia: tome uma xícara do chá duas vezes ao dia.
Contraindicação: pessoas com pressão baixa devem evitar o uso.

Gastrite
Nome: Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia)
Parte usada: folhas
Indicação: estudos realizados na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) demonstraram que a planta também é capaz de incrementar a barreira da mucosa do estômago, graças a uma substância chamada de friedenelol, presente em sua composição. A espinheira também é rica em flavonoides, o que justifica seu uso como anti-inflamatório e preventivo para a formação de úlceras. Esses flavonoides inibem a ação de determinadas enzimas, reduzindo a produção de ácidos e óxido nítrico no estômago.
Modo de preparo: coloque ½ colher (chá) de folhas de espinheira-santa em 1 xícara (chá) de água fervente. Abafe por 5 a 10 minutos e coe.
Posologia: tome uma xícara do chá três vezes ao dia.
Contraindicação: não deve ser usada por crianças menores de 10 anos, gestantes e lactentes.

Refluxo
Nome: Gengibre (Zingiber officinale)
Parte usada: caule
Indicação: rico em compostos fenólicos, como os gingeróis e os shogaois, age diretamente no trato digestivo, normalizando as contrações que causam o sintoma. Também alivia náuseas.
Modo de preparo: cozinhe por 10 minutos 1 colher (chá) de gengibre em 1 xícara (chá) de água. Abafe e coe.
Posologia: tome uma xícara de chá três vezes ao dia.
Contraindicação: quem sofre de pressão alta deve evitar o gengibre. Durante a gravidez, o ideal é tomar, no máximo, uma xícara do chá de gengibre por dia.

Controle das taxas

Diabetes
Nome: Pata-de-vaca (Bauhinia forficata)
Parte usada: folhas
Indicação: tem efeitos semelhantes à insulina, sem favorecer a hipoglicemia, graças aos flavonoides e aos polissacarídeos. Esses compostos estimulam o consumo de glicose periférica, ao mesmo tempo que inibem a reabsorção de glicose pelos rins.
Modo de preparo: coloque ½ colher (chá) de folhas em 1 xícara (chá) com água fervente. Abafe por 5 a 10 minutos e coe.
Posologia: tome uma xícara do chá duas vezes ao dia.
Contraindicação: gestantes devem evitá-lo.

Colesterol
Nome: Açafrão (Curcuma longa)
Parte usada: raiz
Indicação: o complexo fitoquímico da planta lhe confere atividade antioxidante e anti-inflamatória. Estudos indicam que ele age sobre o metabolismo lipídico, reduzindo o colesterol ruim e os triglicerídeos e favorecendo o aumento do HDL.
Modo de preparo: coloque ½ colher (chá) da raiz triturada em 1 xícara (chá) de água e ferva por 5 minutos. Abafe por 5 a 10 minutos e coe.
Posologia: tome 1 xícara do chá duas vezes ao dia.
Contraindicação: o uso não está indicado para as pessoas portadoras de cálculos ou obstrução biliar. Mulheres devem evitá-lo durante a gravidez e a lactação.

Hipertensão
Nome: Colônia (Alpinia speciosa)
Parte usada: folhas
Indicação: seu óleo essencial age diretamente sobre o músculo liso vascular, diminuindo a pressão nos vasos, o que justifica sua ação hipotensora. A erva tem efeito diurético, anti-inflamatório, analgésico e sedativo.
Modo de preparo: coloque ½ colher (chá) de folhas em 2 xícaras (chá) com água fervente. Abafe por 5 a 10 minutos e coe.
Posologia: procure tomar uma xícara do chá pelo menos três vezes ao dia.
Contraindicação: até agora não foram encontradas evidências de risco em seu uso.

Gripes e resfriados

Febre
Nome: Cebolinha (Allium fistulosum)
Parte usada: bulbo fresco
Indicação: contém diversos compostos antioxidantes, como os flavonoides e as saponinas, substâncias sulfuradas, como a alicina, além de vitaminas e sais minerais. Tem ação antimicrobiana, diurética e antitérmica, pois aumenta a sudorese.
Modo de preparo: coloque 1 colher (sopa) de cebolinha picada em 1 xícara (chá) de água e ferva por 5 minutos. Deixe esfriar e coe.
Posologia: tome uma xícara do chá três vezes ao dia.
Contraindicação: não há.

Gripes e resfriados
Nome: Alho (Allium sativum)
Parte usada: bulbo fresco
Indicação: graças à aliina de sua composição, é um poderoso antimicrobiano. Atua como medicamento natural para aliviar todos os sintomas relacionados aos quadros de gripes e resfriados, acelerando a recuperação do organismo e restabelecendo a disposição para as atividades diárias.
Modo de preparo: coloque 1 colher (sopa) de alho picado em 1 xícara (chá) de água e ferva por 5 minutos. Deixe esfriar e coe.
Posologia: tome uma xícara do chá três vezes ao dia.
Contraindicação: não deve ser usado por quem já sofre com gastrites e úlceras. Também não é indicado para lactentes, pois altera o sabor do leite e aumenta o risco de cólicas no bebê.

Tosse e rouquidão
Nome: Poejo (Mentha pulegium)
Parte usada: folhas
Indicação: o óleo essencial da planta ajuda a fluidificar as secreções do aparelho respiratório, facilitando sua expectoração. Também é rica em taninos e flavonoides, substâncias que atuam como antissépticas e antimicrobianas.
Modo de preparo: coloque 1 colher (sopa) de folhas picadas em 1 xícara (chá) de água fervente. Abafe e coe.
Posologia: tome 1 xícara do chá de duas a três vezes ao dia.
Contraindicação: não deve ser usado por grávidas, lactentes ou crianças menores de dois anos. Não use prolongadamente.

Intestino

Prisão de ventre
Nome: Sene (Cassia occidentalis)
Parte usada: folhas.
Indicação: a erva possui substâncias chamadas de glicosídeos hidroxiantracênicos, que aumentam os fluidos líquidos no intestino, favorecendo a motilidade e, portanto, ajuda a regular a atividade do órgão.
Modo de preparo: coloque 1 colher (café) de folhas de sene em 1 xícara (chá) de água fervente. Esfrie e coe.
Posologia: tome uma xícara, à noite.
Contraindicação: o uso não é indicado para lactentes ou mulheres durante o período menstrual nem para os portadores de doenças intestinais inflamatórias. O uso contínuo, por mais de uma semana, também deve ser evitado.

Gases
Nome: Alecrim (Rosmarinus officinalis)
Parte usada: folhas
Indicação: facilita o processo digestivo, o que previne o acúmulo de gases. Auxilia na eliminação das gorduras.
Modo de preparo: coloque ½ colher (chá) de folhas de alecrim em 1 xícara (chá) com água fervente. Abafe por 5 a 10 minutos e coe.
Posologia: tome 1 xícara do chá duas vezes ao dia.
Contraindicação: não é recomendado para pessoas diabéticas, com doenças de próstata e gastrenterites.

Diarreia
Nome: Capim-Limão (Cymbopogon citratus)
Parte usada: folhas
Indicação: graças ao citral, é um antiespasmódico, o que significa que ele diminui as contrações do intestino, aliviando a diarreia e melhorando as cólicas e dores abdominais.
Modo de preparo: coloque 4 xícaras (café) de folhas picadas em 1 litro de água fervente. Deixe descansar por 10 minutos e coe.
Posologia: tome 3 colheres (sopa) após cada evacuação, enquanto estiver com diarreia.
Contraindicação: não há.

Alergias

Alergia na pele (dermatite)
Nome: Guaco ((Mikania glomerata)
Parte usada: folhas.
Indicação: para o tratamento da asma alérgica. Age como broncodilatador, graças às substâncias chamadas de cumarinas, que fazem parte de sua composição. Também tem atividade expectorante, anti-inflamatória e antimicrobiana.
Modo de preparo: coloque de 4 a 6 folhas de guaco em 1 xícara (chá) de água fervente. Abafe por 5 a 10 minutos e coe.
Posologia: tome uma xícara do chá de duas a três vezes ao dia.
Contraindicação: o chá não deve ser usado por quem sofre de doenças crônicas do fígado, pressão alta ou por pessoas que fazem tratamento com anticoagulantes.

Asma
Nome: Guaco (Mikania glomerata)
Parte usada: folhas
Indicação: para o tratamento da asma alérgica. Age como broncodilatador, graças às substâncias chamadas de cumarinas, que fazem parte de sua composição. Também tem atividade expectorante, anti-inflamatória e antimicrobiana.
Modo de preparo: coloque de 4 a 6 folhas de guaco em 1 xícara (chá) de água fervente. Abafe por 5 a 10 minutos e coe.
Posologia: tome uma xícara do chá de duas a três vezes ao dia.
Contraindicação: o chá não deve ser usado por quem sofre de doenças crônicas do fígado, pressão alta ou por pessoas que fazem tratamento com anticoagulantes.

Rinite alérgica
Nome: Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra)
Parte usada: raiz
Indicação: funciona bem no combate à rinite alérgica, já que possui compostos chamados de polissacarídeos e saponinas, conhecidos por aumentar a atividade das células do sistema imunológico. Essas substâncias também lhe conferem um potencial anti-inflamatório.
Modo de preparo: cozinhe por 5 minutos ½ colher (chá) de raiz de alcaçuz triturada em 1 xícara (chá) de água. Abafe e coe.
Posologia: tome uma xícara três vezes ao dia, após as refeições.
Contraindicação: não é indicado às pessoas com diabetes, insuficiência renal, cirrose hepática e baixa de potássio no sangue. Grávidas e lactentes também devem evitá-lo.

Consultoria: Fátima Christina cardoso, médi ca e nutróloga, membro do grupo de estudos em fitoterapia e medicina ortomolecular do conselho regional de medicina do Rio de Janeiro, Yara Lucia Oliveira de Britto, bióloga e tecnologista do instituto de pesquisas do jardim botânico do rio de janeiro, subcuradora da coleção temática de plantas medicinais.

Fonte: Revista Viva Saúde - Por Rita Trevisan e Louise Vernier / Foto Danilo Tanaka

Saúde e os seus porquês


Por que sinto mais fome no frio?

Chega o inverno e inúmeras guloseimas típicas da estação aparecem. Quando as temperaturas estão baixas, o organismo gasta muito mais energia para manter o calor do corpo. O fato é que toda essa energia só pode ser obtida por meio das calorias que estão presentes nos alimentos. Sendo assim, se uma pessoa está tentando emagrecer, não deveria entrar em uma sauna quente, e, sim, em uma câmera fria. Nessa situação, o corpo será forçado a gerar mais calor para manter a temperatura corpórea, consumindo dessa maneira as calorias extras. Quem responde: Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Por que acordo quando sonho que estou caindo?

Existem três respostas para essa pergunta. A primeira é a mioclonia hípnica, que ocorre no estágio de sono leve. Ela está associada ao cansaço físico e mental e ao estresse. Nesse caso, a pessoa sonha que está caindo, reage à sensação - sentando ou até mesmo se levantando - e acorda. Já quando a pessoa acorda, mas não consegue lembrar o motivo, pode ser um caso de epilepsia mioclônica. Se existem casos de epilepsia na família, é recomendada a investigação por um neurologista. No terceiro caso, ocorre o transtorno comportamental do sono chamado de REM. Ele acontece durante o sono pesado, em que a pessoa sonha profundamente e não deve se mexer.
Quem responde: Andrea Bacelar Rego, neurologista do Departamento de Sono da Academia Brasileira de Neurologia.

Por que tenho cabelo branco ainda jovem?

A cor dos fios de cabelo, e também da pele, é determinada pela melanina. A quantidade de produção desse pigmento depende da genética, entretanto alguns fatores externos, como o estresse, podem antecipar o aparecimento dos fios brancos. Infelizmente, ainda não existe um tratamento médico comprovado que retarde ou impeça que eles apareçam- além da já conhecida tintura de cabelo. É preciso, também, atenção em casos de doenças que causam o sintoma, como o vitiligo. Nessas situações, recomenda-se consultar um dermatologista imediatamente, já que os fios brancos podem ser revertidos com o auxílio de um tratamento específico.
Quem responde: Francisco Le Voci, dermatologista especialista em cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Por que a visão fica ruim depois de usar o computador?

O computador em si não prejudica a visão, mas pode causar algum desconforto devido ao cansaço visual que provoca. Sintomas como olho seco, lacrimejamento e vermelhidão acontecem pela diminuição da lubrificação ocular, já que a pessoa pisca menos quando está em frente à máquina. Além disso, a musculatura ocular é mais requisitada para a leitura (visão de perto e intermediária), agravando esses sintomas. Para evitar o desconforto, é recomendada uma pausa a cada 40 minutos. Olhe para o horizonte, use colírio lubrificante (prescrito pelo oftalmologista) e fique atento à luz ambiente e à altura da tela - que devem ser ajustados de acordo com cada biótipo de usuário.
Quem responde: Leonardo Marculino e Marcela F. Tavares, oftalmologistas do Hospital CEMA

Fonte: Revista Viva Saúde

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Obesidade causa danos ao cérebro


Estudo revela que comer demais provoca inflamação cerebral - e pode deixar a pessoa neurologicamente incapaz de controlar seu apetite

Todo mundo conhece os riscos trazidos pela obesidade - diabetes, doenças cardiovasculares, menor expectativa de vida. Mas uma nova descoberta está surpreendendo a comunidade científica: a gordura também causa danos ao cérebro.

Pesquisadores da Universidade de Nova York estudaram o cérebro de 63 pessoas - 44 delas tinham sobrepeso ou obesidade e as demais eram magras.

A experiência constatou que, nos indivíduos obesos ou acima do peso, o cérebro apresentava duas alterações importantes: tinha níveis mais altos de fibrinogênio, uma proteína que causa inflamação, e menor córtex orbitofrontal - região cerebral que coordena a tomada de decisões.

Os cientistas ainda não sabem explicar exatamente como esse processo se desenrola. Mas apostam no seguinte: obesidade gera fibrinogênio, que gera inflamação, que gera danos ao córtex. E tudo isso gera consequências permanentes - e terríveis. "Essa inflamação, ao afetar a integridade do córtex orbitofrontal, pode reduzir o controle da pessoa sobre seus hábitos alimentares", afirma o estudo, coordenado pelo psiquiatra Antonio Convit. Ou seja: indivíduos acima do peso poderiam se tornar neurologicamente incapazes de comer menos. Escravos do próprio apetite.

E com dificuldade para se lembrar das coisas. Uma pesquisa recém-publicada nos EUA constatou que a obesidade afeta a capacidade de memorização. A diferença é que, nesse caso, a sequela não é permanente (perder peso reverte o efeito).

Fonte: Revista Super Interessante - por Texto Salvador Nogueira e Bruno Garattoni

Orientação para Exercício Físico - Guia para o usuário


Para iniciar um programa de exercício físico:

Estabeleça sua prioridade e consolide sua decisão de iniciar um programa regular de exercício físico.

Busque apoio para sua decisão: família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho.

Comunique sua decisão ao seu médico que irá rever sua dieta e as medicações (tipo e doses) em uso regular.

Siga atentamente as decisões do seu médico quanto à solicitação de exames complementares e/ou laboratoriais.

Caso lhe seja solicitado um teste de exercício (também conhecido como teste ergométrico), é preferível submeter-se ao teste cardiopulmonar de exercício, no qual são também obtidas medidas ventilatórias.

Procure se esforçar ao seu máximo durante o teste e informe ao médico executante sua condição clínica e a necessidade de obter informações úteis para a definição da faixa mais apropriada de freqüência cardíaca (pulso ou batimentos cardíacos) para o seu exercício.

Discuta com o seu médico os resultados dos exames e as suas opções preferidas de local e tipo de exercícios, de modo que você possa contemplar a quantidade mínima recomendada.

Em caso de dúvida, especialmente se inexperiente quanto ao exercício físico e esportes, não hesite em obter apoio profissional especializado.

Prepare-se para uma fase de transição, na qual talvez sejam necessários eventuais ajustes de medicações, de alimentação e, principalmente, de hábitos cotidianos.
Os primeiros dias de exercícios são os mais difíceis, mas alguns benefícios fisiológicos já começam a ocorrer nas primeiras horas após a sessão inicial.

Trace metas pessoais realistas. A progressão deverá sempre ser lenta e gradativa.

Não baseie os resultados do seu programa de exercício físico regular em termos de ganho ou perda de peso corporal. Alguns dos benefícios fisiológicos são mais difíceis de documentar ou quantificar, mas renderão resultados importantes em um prazo mais longo.

É comum ter vontade de parar uma sessão de exercício logo nos primeiros minutos (isso acontece até com maratonistas altamente treinados!). Resista e o seu corpo ficará tão agradecido que, dentro de alguns poucos minutos, a sensação de desconforto e desânimo tendem a desaparecer e a serem substituídas por um bem-estar, que então se prolongará pelo restante do seu dia.

Não adianta muito fazer exercícios por algumas semanas ou poucos meses e depois interromper. O exercício físico regular deverá ser incorporado em sua vida, inclusive nos períodos de férias.

Cláudio Gil Soares de Araújo
Diretor Médico da Clínica de Medicina do Exercício CLINIMEX - RJ

Fonte: Clinimex

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Pressão arterial saudável varia conforme a idade


Pressão arterial saudável

A pressão arterial varia ao longo da vida das pessoas, passando por quatro fases bem distintas.

Esta é a conclusão surpreendente de uma nova pesquisa realizada por médicos da Universidade College London, no Reino Unido, e publicada na revista PLoS Medicine.

A descoberta vai alterar aquilo que é tido como regra geral hoje, em que os médicos buscam como condição saudável uma pressão arterial ao redor de 12 por 8, independente da idade.

Fases da pressão arterial

Neste estudo, os cientistas usaram dados de vários trabalhos anteriores, nos quais a pressão sanguínea das pessoas foi colhida várias vezes ao longo do tempo.

Eles descobriram que a pressão arterial varia ao longo da vida, seguindo quatro fases bem distintas, sempre em relação ao padrão de 12 por 8:

• um rápido aumento durante o crescimento do adolescente;
• um suave aumento no início da idade adulta;
• um aumento na meia-idade (em geral, ao redor dos 40 anos);
• um aumento lento e uma reversão da pressão arterial na terceira idade.

Diferenças na pressão arterial por idade

"A maior parte do nosso entendimento da progressão da pressão arterial sistólica em relação à idade vem de dados transversais, que não capturam diretamente as alterações individuais," escrevem os autores do estudo.

"Nós estimamos as trajetórias da pressão sanguínea sistólica no curso da vida usando dados longitudinais de sete coortes de base populacional e de um coorte com predominância de trabalhadores de escritório [...] e com dados referentes a diferentes faixas etárias, mas sobrepostas."

Com isto, foram avaliadas 102.580 tomadas de pressão sanguínea de 30.372 indivíduos, entre 7 e 80 anos de idade.

Os pesquisadores avaliaram as diferenças entre as medições em estudos feitos na população em geral e em grupos separados por ocupação.

Suas descobertas sugerem que o grupo ocupacional dos trabalhadores de escritório apresenta uma pressão arterial média mais baixa do que a população em geral, com o aumento típico da pressão arterial na meia-idade surgindo mais tarde.

Segundo os pesquisadores, a dieta e o estilo de vida ajudam a modificar os níveis de pressão arterial. Circunstâncias sociais e econômicas também afetam esses níveis.

Diferenças na pressão entre homens e mulheres

A equipe descobriu que as mulheres no início da vida adulta têm pressão arterial mais baixa do que os homens, mas esta taxa aumenta depois na meia-idade, desencadeada provavelmente por efeitos relacionados à menopausa ou sensibilidade ao sal.

Com isto, homens e mulheres têm pressão arterial média semelhante conforme envelhecem.

A maior diferença na pressão sanguínea entre os sexos foi encontrada aos 26 anos. As mulheres experimentaram o maior aumento ao redor dos 70 anos.

Os pesquisadores também observaram uma forte ligação entre o índice de massa corporal e a pressão arterial ao longo da vida.

Fonte: Diário da Saúde