terça-feira, 2 de setembro de 2025

Música ameniza problemas de saúde? O que a ciência já descobriu


Estudos mostram que ouvir música pode aliviar dor, reduzir ansiedade, melhorar o humor e apoiar a recuperação da saúde

 

Você coloca música quando está estressada? Se acalma ouvindo sua banda preferida ou aquela playlist relaxante? Pois saiba que a ciência confirma o que o seu corpo já sente: música ameniza problemas de saúde e pode ser uma aliada poderosa para o bem-estar físico e emocional.

 

De consultórios médicos a salas de cirurgia, diferentes estudos mostram que ouvir música — ou participar de atividades musicais — pode reduzir dor, aliviar ansiedade, melhorar o humor e até favorecer a recuperação de certas condições.

 

Como a música ajuda a amenizar problemas de saúde?

A relação entre música e saúde não é apenas emocional — há mecanismos fisiológicos e neurológicos bem documentados que explicam seus efeitos:

 

Estimulação neuroquímica: ouvir música agradável ativa áreas do cérebro associadas ao prazer e recompensa, liberando dopamina, serotonina e endorfinasneurotransmissores que melhoram o humor e reduzem a dor.

Regulação do estresse: diminui níveis de cortisol, ajudando a baixar pressão arterial e frequência cardíaca.

Modulação da dor: atua como distração ativa, competindo com sinais dolorosos no sistema nervoso central.

Engajamento motor e cognitivo: ritmos marcados estimulam coordenação motora, beneficiando reabilitação em doenças como Parkinson e sequelas de AVC.

Conexão social e memória: cantar ou ouvir música em grupo fortalece vínculos, melhora autoestima e resgata memórias, especialmente na demência.

Estímulo sensorial multicanal: melodia, ritmo e timbre ativam múltiplos circuitos cerebrais ao mesmo tempo, potencializando efeitos terapêuticos.

Música para Meditação: o que ouvir para meditar

 

Quais estudos recentes comprovam esses benefícios?

Música melhora qualidade de vida?

Uma meta-análise no JAMA Network Open (2022) avaliou 26 estudos e encontrou melhoras clinicamente relevantes na qualidade de vida relacionada à saúde em participantes que tiveram contato com música — seja ouvindo, cantando ou com musicoterapia.

 

Música reduz dor e ansiedade no contexto cirúrgico?

Revisões publicadas entre 2023 e 2025 mostram que a música:

 

Diminui ansiedade pré e pós-cirúrgica

Reduz dor pós-operatória

Em alguns casos, diminui uso de opioides

Um detalhe: música escolhida pela própria pessoa costuma ter efeito mais forte que playlists genéricas.

 

Referências: Goel et al. (2024) PMC; Yang (2025) PLOS; Geensen (2025) ScienceDirect.

 

Música ajuda na reabilitação do Parkinson?

Um estudo de 2025 no npj Parkinson's Disease mostrou que pacientes que caminharam com música adaptada ao seu ritmo aumentaram intensidade e tempo de caminhada, além de melhorar a estabilidade da marcha.

 

Música melhora sintomas da demência?

A Cochrane (2025) concluiu que sessões musicais estruturadas:

 

Provavelmente reduzem sintomas depressivos

Podem melhorar comportamento

Mas os efeitos tendem a não se manter semanas depois de interromper o tratamento.

 

Música tem efeito na terapia intensiva?

Um ensaio multicêntrico de 2023 não encontrou redução significativa da ansiedade, mas observou que menos pacientes precisaram de opioides no primeiro dia.

 

Como aplicar a música de forma prática no dia a dia

Antes de consultas ou exames: ouvir suas músicas favoritas por 20-30 minutos ajuda a reduzir ansiedade e tensão muscular.

Durante atividades físicas: playlists com batidas compatíveis com seu ritmo aumentam motivação e melhoram desempenho.

No tratamento de dor crônica: sessões diárias de escuta atenta ajudam a relaxar e desviar o foco da dor.

Para dormir melhor: músicas lentas e suaves, especialmente instrumentais ou com sons da natureza, preparam o corpo para o sono.

No cuidado com idosos ou pessoas com demência: tocar músicas marcantes resgata memórias e melhora o humor.

No trabalho ou estudo: música ambiente suave e sem letra melhora a concentração.

Em momentos de estresse: criar uma "playlist de emergência" com músicas relaxantes para pausas rápidas.

Dica: escolha músicas que realmente lhe agradem, mantenha volume confortável e crie um ritual de escuta para potencializar os efeitos.

 

FAQ - Dúvidas comuns sobre música e saúde

 

Música clássica é a mais indicada?

Não. O que mais importa é ouvir o gênero que você mais gosta.

 

Quantos minutos por sessão funcionam melhor?

Entre 20 e 60 minutos, uma ou mais vezes ao dia.

 

Precisa de um profissional para conduzir?

Para casos como Parkinson ou demência, um musicoterapeuta traz mais resultados; para ansiedade ou dor leve, escuta orientada já ajuda.

 

Conclusão

A música é uma ferramenta segura, acessível e eficaz para amenizar problemas de saúde.

Ela não substitui tratamento médico, mas pode ser um complemento valioso quando personalizada.

 

https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/musica-ameniza-problemas-de-saude-o-que-a-ciencia-ja-descobriu,215f26328fd85ec29c579600f694e7d1q86nwcjx.html?utm_source=clipboard - Por: Personare - Foto: Pexels / Personare

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