Algumas doenças cardiovasculares possuem sintomas inespecíficos e é essencial estar atento a sinais precoces e realizar exames periódicos
Doenças cardiovasculares são a principal causa de
morte no Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC),
somente neste ano, cerca de 300 mil pessoas morreram em decorrência de
problemas no coração. A entidade revela que, em média, são mais de 1,1 mil
mortes diárias, 46 por hora e uma a cada 1,5 minuto.
O infarto agudo do miocárdio, doença coronariana
(obstrução das artérias), acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência
cardíaca, arritmias, hipertensão arterial e doenças das válvulas cardíacas
estão entre as principais e mais perigosas condições cardiovasculares.
“A principal causa de morte no Brasil é o infarto
agudo do miocárdio. O controle dos fatores de risco reduz de forma muito
significativa o risco de ter um infarto. É importante conscientizar os jovens
da relevância de um estilo de vida saudável para que se possa viver mais e com
melhor qualidade de vida”, afirma o médico cardiologista João Poeys Júnior, do
Hospital DF Star.
Algumas doenças são graves e, por vezes, silenciosas,
sendo descobertas somente quando estão em estágio avançado. Isso aumenta a
dificuldade de tratamento e diminui as chances de recuperação. Por isso, é
importante estar atento a sinais precoces comuns relacionados à condição.
É essencial ressaltar que a qualquer sintoma suspeito,
um profissional médico deve ser procurado imediatamente.
Sinais precoces de doenças cardiovasculares
A dor no peito é um sintoma clássico de doença
coronariana (obstrução das artérias). Além de “apertar” o peito, ela pode
irradiar para o braço esquerdo, pescoço ou mandíbula. O incômodo costuma
aparecer após esforços físicos ou situações de estresse.
Alguns pacientes, principalmente os idosos, podem
apresentar sintomas atípicos, como dor abdominal, dor nas costas, náusea,
cansaço excessivo e falta de ar.
“Os sintomas nos indivíduos mais velhos muitas vezes
não são identificados. Essa população tem mais chance de ter sintomatologia
atípica, sem expressar doença coronariana através de dor torácica.
Frequentemente, apresentam desconfortos diferentes dos habitualmente descritos na
literatura ou são assintomáticos para as doenças cardiovasculares, mesmo
apresentando suas formas mais graves”, diz a médica cardiologista Ximena
Ferrugem, do Hospital Brasília Águas Claras.
Cansaço sem motivo aparente pode indicar que o coração
está com dificuldade para bombear o sangue oxigenado para o restante do corpo,
deixando músculos e tecidos mais fracos. O sintoma é comum em casos de
insuficiência cardíaca.
Para a SBC, a prevenção e o tratamento adequado dos
fatores de risco e das doenças do coração podem ser o suficiente para reverter
quadros graves. Para isso, é necessário saber identificar os principais
sintomas de problemas cardiovasculares e tratá-los, caso apresente algum deles
Dentre as doenças cardiovasculares que mais fazem
vítimas fatais, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) se destaca. Ele é causado
devido à presença de placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos
cerebrais. Entre os sintomas estão: dificuldade para falar, tontura,
dificuldade para engolir, fraqueza de um lado do corpo, entre outros
A cardiomiopatia é outra grave doença que acomete o
coração. A enfermidade, que deixa o músculo cardíaco inflamado e inchado, pode
enfraquecer o coração a ponto de ser necessário realizar transplante. Entre os
sintomas da doença estão: fraqueza frequente, inchaços e fadiga
O infarto do miocárdio acontece quando o fluxo
sanguíneo no músculo miocárdio é interrompido por longo período. A ausência do
sangue na região pode causar sérios problemas e até a morte do tecido.
Obesidade, cigarro, colesterol alto e tendência genética podem causar a doença.
Entre os sintomas estão: dor no peito que dura 20 minutos, formigamento no
braço, queimação no peito, etc.
Tontura, pré-desmaio ou desmaio
Assim como cansaço sem motivo aparente, tonturas,
pré-desmaios ou desmaios são condições que prejudicam o bombeamento sanguíneo,
principalmente para o cérebro. Os incômodos estão associados à insuficiência
cardíaca, arritmias e doenças das válvulas do coração.
Palpitações rápidas, fortes ou irregulares podem
indicar a presença de arritmias cardíacas ou problemas nas válvulas cardíacas.
No entanto, o consumo de cafeína, medicamentos e álcool, além de situações de
estresse e ansiedade, também podem estar por trás do incômodo.
Fatores de risco
Algumas condições são preponderantes para aumentar o
risco de problemas cardíacos, como colesterol alto, diabetes, tabagismo,
sedentarismo, obesidade e estresse. O histórico familiar é outro fator
importante.
“Peço muita atenção aos pacientes que tiveram casos de
infarto, implantação de stent, cirurgia cardíaca ou morte súbita entre
familiares próximos, como pais e irmãos. Pode haver uma predisposição genética
para formação das placas de gordura e estes indivíduos podem ter um infarto
mais precoce que o restante da população”, alerta Poeys.
O cardiologista ressalta que, para homens, o risco
aumenta se o familiar manifestar sua doença antes dos 55 anos. Já para
mulheres, a regra se aplica se a condição ocorrer em familiares antes dos 65
anos.
Como prevenir
Não há segredos para prevenir o risco de doenças
cardiovasculares. O mais indicado é ter escolhas diárias simples e eficazes:
manter uma alimentação equilibrada, reduzir o consumo de sal, açúcar e gordura,
e priorizar frutas, verduras, legumes e fibras. Também é importante aliar a
rotina alimentar à prática regular de atividades físicas.
Além disso, a realização de exames periódicos é
essencial para diagnosticar qualquer condição antes de se tornar algo mais
grave.
“Testes fornecem dados valiosos para médicos traçarem
estratégias personalizadas de cuidado, reduzindo riscos de infarto e AVC. Por
isso, é importante acompanhar junto ao médico de confiança eventuais alterações
que possam ser tratadas precocemente”, reforça a endocrinologista Maria Helane
Gurgel, do laboratório Exame Medicina Diagnóstica.
Fonte: https://www.metropoles.com/saude/sinais-de-doencas-cardiovasculares
- Jorge Agle - PM Images/Getty Images
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