Estudos mostram que ouvir música pode aliviar dor, reduzir ansiedade, melhorar o humor e apoiar a recuperação da saúde
Você coloca música quando está estressada? Se acalma
ouvindo sua banda preferida ou aquela playlist relaxante? Pois saiba que a
ciência confirma o que o seu corpo já sente: música ameniza problemas de saúde
e pode ser uma aliada poderosa para o bem-estar físico e emocional.
De consultórios médicos a salas de cirurgia, diferentes
estudos mostram que ouvir música — ou participar de atividades musicais — pode
reduzir dor, aliviar ansiedade, melhorar o humor e até favorecer a recuperação
de certas condições.
Como a música ajuda a amenizar problemas de saúde?
A relação entre música e saúde não é apenas emocional
— há mecanismos fisiológicos e neurológicos bem documentados que explicam seus
efeitos:
Estimulação neuroquímica: ouvir música agradável ativa
áreas do cérebro associadas ao prazer e recompensa, liberando dopamina, serotonina
e endorfinas — neurotransmissores que melhoram o humor e reduzem a dor.
Regulação do estresse: diminui níveis de cortisol,
ajudando a baixar pressão arterial e frequência cardíaca.
Modulação da dor: atua como distração ativa,
competindo com sinais dolorosos no sistema nervoso central.
Engajamento motor e cognitivo: ritmos marcados
estimulam coordenação motora, beneficiando reabilitação em doenças como
Parkinson e sequelas de AVC.
Conexão social e memória: cantar ou ouvir música em
grupo fortalece vínculos, melhora autoestima e resgata memórias, especialmente
na demência.
Estímulo sensorial multicanal: melodia, ritmo e timbre
ativam múltiplos circuitos cerebrais ao mesmo tempo, potencializando efeitos
terapêuticos.
Música para Meditação: o que ouvir para meditar
Quais estudos recentes comprovam esses benefícios?
Música melhora qualidade de vida?
Uma meta-análise no JAMA Network Open (2022) avaliou
26 estudos e encontrou melhoras clinicamente relevantes na qualidade de vida
relacionada à saúde em participantes que tiveram contato com música — seja
ouvindo, cantando ou com musicoterapia.
Música reduz dor e ansiedade no contexto cirúrgico?
Revisões publicadas entre 2023 e 2025 mostram que a
música:
Diminui ansiedade pré e pós-cirúrgica
Reduz dor pós-operatória
Em alguns casos, diminui uso de opioides
Um detalhe: música escolhida pela própria pessoa
costuma ter efeito mais forte que playlists genéricas.
Referências: Goel et al. (2024) PMC; Yang (2025) PLOS;
Geensen (2025) ScienceDirect.
Música ajuda na reabilitação do Parkinson?
Um estudo de 2025 no npj Parkinson's Disease mostrou
que pacientes que caminharam com música adaptada ao seu ritmo aumentaram
intensidade e tempo de caminhada, além de melhorar a estabilidade da marcha.
Música melhora sintomas da demência?
A Cochrane (2025) concluiu que sessões musicais
estruturadas:
Provavelmente reduzem sintomas depressivos
Podem melhorar comportamento
Mas os efeitos tendem a não se manter semanas depois
de interromper o tratamento.
Música tem efeito na terapia intensiva?
Um ensaio multicêntrico de 2023 não encontrou redução
significativa da ansiedade, mas observou que menos pacientes precisaram de
opioides no primeiro dia.
Como aplicar a música de forma prática no dia a dia
Antes de consultas ou exames: ouvir suas músicas
favoritas por 20-30 minutos ajuda a reduzir ansiedade e tensão muscular.
Durante atividades físicas: playlists com batidas
compatíveis com seu ritmo aumentam motivação e melhoram desempenho.
No tratamento de dor crônica: sessões diárias de escuta
atenta ajudam a relaxar e desviar o foco da dor.
Para dormir melhor: músicas lentas e suaves,
especialmente instrumentais ou com sons da natureza, preparam o corpo para o
sono.
No cuidado com idosos ou pessoas com demência: tocar
músicas marcantes resgata memórias e melhora o humor.
No trabalho ou estudo: música ambiente suave e sem
letra melhora a concentração.
Em momentos de estresse: criar uma "playlist de
emergência" com músicas relaxantes para pausas rápidas.
Dica: escolha músicas que realmente lhe agradem,
mantenha volume confortável e crie um ritual de escuta para potencializar os
efeitos.
FAQ - Dúvidas comuns sobre música e saúde
Música clássica é a mais indicada?
Não. O que mais importa é ouvir o gênero que você mais
gosta.
Quantos minutos por sessão funcionam melhor?
Entre 20 e 60 minutos, uma ou mais vezes ao dia.
Precisa de um profissional para conduzir?
Para casos como Parkinson ou demência, um
musicoterapeuta traz mais resultados; para ansiedade ou dor leve, escuta
orientada já ajuda.
Conclusão
A música é uma ferramenta segura, acessível e eficaz
para amenizar problemas de saúde.
Ela não substitui tratamento médico, mas pode ser um
complemento valioso quando personalizada.
https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/musica-ameniza-problemas-de-saude-o-que-a-ciencia-ja-descobriu,215f26328fd85ec29c579600f694e7d1q86nwcjx.html?utm_source=clipboard -
Por: Personare - Foto: Pexels / Personare