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sexta-feira, 9 de abril de 2010
30 anos de trabalho, cadê a minha aposentadoria?
O maior sonho do trabalhador é se aposentar depois de vários longos anos de trabalho, seja no setor privado ou no público, contribuindo com o engrandecimento da nação. Mas com o passar dos anos está ficando cada vez mais difícil o cidadão comum se aposentar, pois o governo sempre está mudando as regras das aposentadorias, alegando o aumento da expectativa de vida do brasileiro, fazendo com que o trabalhador contribua por mais tempo, aumentando a idade da aposentadoria.
No dia 09 de abril de 1980, assinei o contrato de trabalho com o Governo de Sergipe através da Secretaria de Estado da Educação e Cultura, que me autorizava a lecionar aulas de Educação Física no Colégio Estadual “Murilo Braga”, escola onde estudei por 7 anos e continuo trabalhando com orgulho.
Passados 30 anos de trabalho era para eu está aposentado de acordo com a Lei em vigência na época do contrato, que determinava o tempo de serviço por 30 anos para o professor do sexo masculino, mas em 1998, durante o Governo de Fernando Henrique Cardoso, PSDB, o congresso aprovou e o Presidente sancionou uma nova Lei da Previdência, na qual o professor terá que trabalhar 30 anos e ter 55 anos de idade para se aposentar. Esta Lei mudou a aposentadoria de todos os brasileiros, menos a dos políticos.
A Lei é injusta porque abordou igualmente os que estavam iniciando o trabalho e aqueles que faltavam meses para se aposentar, como também prejudicou o professor que começou a trabalhar novo. Um professor que iniciou a trabalhar com 25 anos de idade em abril de 1980 está se aposentando este ano, enquanto eu, que comecei a trabalhar com 18 anos no mesmo ano, terei que trabalhar mais 7 anos para poder me aposentar.
O que mais me deixa indignado e revoltado é saber que os deputados estaduais e federais, inclusive aqueles que aprovaram a Lei, depois de 3 legislaturas, ou seja, 12 anos de “trabalho”, se aposentam com salário integral; os governadores e o Presidente se aposentam após um mandato, ou seja, com 4 anos de “trabalho”, com o salário igual ao Desembargador Estadual se for Governador e igual ao Ministro do Supremo Federal se for Presidente. Eles mudaram a Lei da aposentadoria dos professores e de todos os brasileiros, mas a deles não, deve ser porque eles trabalham muito, ganham pouco e a expectativa de vida deles é baixa. Como diz o ditado popular: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.
Que a população, e especialmente o professor, escolha o candidato a presidente da República com discernimento, cidadania e inteligência para não ter a sua aposentadoria aumentada para 60, 70 ou 80 anos, por um candidato que pertence à mesma sigla partidária de FHC e que deverá seguir o mesmo modelo de governo, caso seja eleito presidente do Brasil.
Em respeito aos meus alunos, ao Colégio Estadual “Murilo Braga”, a minha profissão e ao zelo do meu nome, continuarei trabalhando com respeito, responsabilidade, seriedade, compromisso e dedicação como quando iniciei há 30 anos, mesmo sabendo que em 09 de abril de 2010 eu deveria estar aposentado.
Cadê a minha aposentadoria? O gato comeu. Ou foi o “tucano” que a comeu?
Por Professor José Costa
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