Você tem problema em lembrar o que comeu ontem no
almoço? Não se preocupe, caso não seja mais criança, é natural: tanto a
memorização recente quanto a antiga tendem a piorar conforme envelhecemos. Mas
quanto mais os neurocientistas estudam a memória, mais nós conseguimos reverter
– ou retardar – esse processo. Conheça seis ferramentas para tirar a “névoa” do
seu cérebro:
1 – Acorde e cheire alecrim
Cientistas descobriram que o olfato pode afetar
profundamente as habilidades cognitivas. Em um estudo de 2003, psicólogos fizeram
testes de memória, atenção e reação, com 144 voluntários. Alguns desse
ocorreram em uma sala sem cheiro, alguns em uma com cheiro de lavanda e outros
em uma com cheiro de alecrim.
Aqueles na sala cheirando a alecrim se realizaram
melhores testes de memorização, enquanto os na com cheiro de lavanda se saíram
piores do que nas outras duas salas. Os participantes na sala de alecrim
afirmaram estarem mais alertas do que aqueles na sala sem cheiro, enquanto na
sala de lavanda eles se mostraram menos alertas.
Se você quer usar melhor sua memória, experimente
colocar uma planta de alecrim na sua janela, e evite usar óleos ou produtos com
lavanda!
2 – Comer para pensar
Todos querem envelhecer bem, por dentro e por fora.
Não é novidade quando os cientistas afirmam que uma boa dieta faz a diferença
entre você estar jovem com 70 anos e “acabado” com 40.
Para manter sua memória saudável conforme envelhece,
os cientistas recomendam alimentos ricos em antioxidantes, como maçã, banana,
vegetais verde-escuros, alho e cenoura. Os antioxidantes são moléculas que se
ligam facilmente e neutralizam elétrons conhecidos como “radicais livres”, que
estão na corrente sanguínea. Os radicais livres se acumulam no sangue com o
envelhecimento, e podem matar as células cerebrais – a não se que você os mate
antes.
O cérebro também é constituído por gorduras
saudáveis, incluindo a mais importante delas, ômega-3. Para que o órgão consiga
se reparar e manter os neurônios em bom estado, você precisar disponibilizar os
materiais certos. O ômega-3 está presente em alguns peixes e castanhas.
Seu cérebro pode querer uma sobremesa também.
Pesquisas mostram que o chocolate pode melhorar a memória e a cognição, por se
rico em antioxidantes, os flavonoides. Mas não exagere: o chocolate é recheado
de açúcar e gordura saturada, que pode deixar você, também, “recheado”.
3 – Suco de frutas para o cérebro
Ninguém ainda sabe direito porque, mas pesquisas
demonstram que mascar chicletes pode melhorar a memória. Um estudo de 2002,
realizado no Reino Unido, descobriu que os mascadores foram melhores em testes
de memória de longo e curto prazo, em comparação com aqueles de boca vazia.
Durante o resto da década, cientistas tentaram
entender se isso era realmente válido. Algumas variações do estudo não
atingiram o mesmo resultado em testes cognitivos, enquanto a maioria das
experiências desse tipo identificou um efeito pequeno, mas significativo.
Os especialistas têm várias hipóteses para explicar
o efeito. Talvez, mascar chicletes faça seus fluídos circularem melhor, ao
aumentar os batimentos cardíacos, ou afeta a região do cérebro conhecida como
hipocampo, ao fazer o corpo liberar insulina como preparação para a digestão.
Qualquer que seja o motivo, masque chicletes se precisar de memória.
4 – Jogos mentais
Para manter o cérebro em forma, faça-o suar. Pensar
bastante realmente melhora a memória e a cognição. O mercado já entendeu isso.
É só olhar a quantidade de jogos para “desenvolver o cérebro”.
O programa “Lumosity”, desenvolvido com a ajuda de
neurocientistas e psicólogos cognitivos, foi desenvolvido especificamente para
ajudar pessoas mais velhas a melhorar a memória, concentração, foco e até o
humor. Um registro online gratuito dá acesso a mais de 30 jogos; um registro
pago dá direito a você analisar seu progresso e ter uma análise dos resultados.
Mas, claro, você sempre pode apelar para os
clássicos testes mentais, como Sudoku e palavras cruzadas, que desafiam a
lógica e a memória.
5 – Durma o necessário
Você pode desligar a luz, mas seu cérebro não.
Quando você dorme, ele fica repassando as memórias do dia, e as coloca no
depósito.
Pelo menos é isso que pesquisas de laboratório
sugerem. Enquanto ratos dormem, duas regiões cerebrais – o hipocampo e o
córtex, uma região envolvida na recuperação de memórias de um passado distante
(em ratos e humanos) – fazem uma revisão acelerada dos eventos do dia. Pensa-se
que esse processo é importante para consolidar e guardar as memórias formadas.
E como consequência, uma noite sem dormir vai causar
uma bagunça na memória, e ela será quase impossível de ser arquivada mais
tarde.
6 – Faça exercícios
Exercícios físicos não criam apenas músculos, ajudam
a massa cinzenta também. Pesquisas mostram que o centro de memória do cérebro
encolhe com a idade, mas um estudo do ano passado descobriu que pessoas mais
velhas que praticam caminhadas rotineiras conseguem ganhar volume.
Na pesquisa, 60 pessoas entre 55 e 80 anos fizeram
três caminhadas de 40 minutos por semana – o suficiente para aumentar o ritmo
cardíaco. Outros 60 participantes fizeram exercícios de tonificação, como
musculação, yoga e alongamento, pelo mesmo tempo.
O segundo grupo, após um ano, teve uma redução no
volume do hipocampo de 1%, na média. Em contraste, o primeiro grupo ganhou 2%
de volume, revertendo o processo de encolhimento em dois anos.
Cientistas acreditam que esses benefícios acontecem
porque o exercício provoca um pequeno stress, que por sua vez impulsiona a
produção de fatores do crescimento no cérebro. Isso também pode ser
consequência de uma maior circulação sanguínea, o que significa mais nutrientes
e oxigênio. Um ou outro, a pesquisa demonstra que envelhecer não é uma via de
apenas uma mão. [LiveScience]
Fonte: http://hypescience.com/6-maneiras-simples-de-afiar-sua-memoria/
- por Bernardo Staut