Ficamos melhores em memorizar informações conforme
envelhecemos
Tem percebido sua memória pior do que o usual
durante essa quarentena? Pessoas boas em lembrar de coisas e momentos
provavelmente herdaram essa capacidade de seu pai, mãe ou um parente próximo –
afinal, ela é genética. Mas é possível que esse sistema falhe em momento de
estresse, como o que estamos passando atualmente. Veja outras curiosidades
sobre a memória que a ciência descobriu.
1. Falha de memória é possível, sim, aos 20 anos
“Oi, lembra de mim?” Mesmo que você responda
rapidamente à pessoa à sua frente, não imagina que uma pergunta extremamente simples
como essa possa ser capaz de acionar um mecanismo tão complexo na sua cabeça.
“Até encontrar a informação correta, o cérebro libera neurotransmissores que
provocam reações químicas [as sinapses] entre os neurônios”, explica o
neurologista Fábio Shiba, de São Paulo. Esse processo acontece em frações de
segundo e sempre que você precisar dos dados armazenados na sua memória. Mas,
dependendo do estilo de vida (se você tem comportamentos agressores como
consumo exagerado de álcool, sedentarismo e tabagismo, por exemplo), ele pode
se tornar menos ágil até mesmo em quem está na faixa dos 20 anos, de acordo com
um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
2. A capacidade de memorizar informações melhora com
a idade
A gente tem a ideia de que a memória piora com a
idade. Mas a ciência provou o contrário: a capacidade do ser humano de acessar
seu “arquivo” de conhecimentos e habilidades chega ao auge entre os 60 e os 70
anos. Os jovens são mais rápidos para encontrar os dados armazenados, porém o
excesso de estímulos faz com que eles se percam no meio do caminho. Um estudo
da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, com voluntários entre 30 e 95 anos,
revelou que a partir dos 40 anos, o hipocampo das mulheres (área que armazena
as informações recentes) cresce por causa do hormônio feminino estrogênio.
3. Estresss e traumas causam bloqueios de memória
Numa situação de perigo, o cérebro é orientado pelo
nosso instinto de sobrevivência a usar toda a sua capacidade cognitiva. Resultado:
o armazenamento das informações fica prejudicado. É por isso que, depois de
passarem por um trauma, algumas pessoas não conseguem lembrar o que aconteceu.
O famoso “deu branco” – quando o nome daquela música
ou ator que você sabe de cor foge à mente – também tem lógica. A memória
funciona como uma biblioteca, e, quanto mais dados são acumulados, mais difícil
para o cérebro encontrar a resposta certa no tempo ideal. Respire fundo e tente
relaxar. As informações desejadas logo serão localizadas. Faça o mesmo numa
prova ou reunião de trabalho para baixar os níveis de cortisol – o hormônio do
estresse joga contra a memória.
Pior: pesquisadores da Universidade de Pittsburg,
nos Estados Unidos, observaram uma redução no tamanho do hipotálamo de mulheres
que, ao longo de 20 anos, viveram muitas situações de tensão. A boa notícia é
que praticar atividades como ioga, meditação e tai chi chuan ou, ainda,
descobrir um hobby que acalma consegue reverter esse quadro de atrofia mental.
4. A memória não é fixa como uma fotografia
Pesquisadores da Universidade Baylor, nos Estados
Unidos, associam as lembranças arquivadas na mente a um filme contínuo que vai
sendo editado ao longo da vida e, por isso, nem sempre ele é fiel ao original.
5. Déjà vu é real
Sabe aquela impressão de já ter vivenciado uma
situação do presente? Ela costuma surgir quando uma imagem ou cheiro despertam
uma memória adormecida.
6. Ter memória de elefante é genético
Quem se lembra de datas históricas, nomes de
políticos e detalhes de viagens sem o mínimo esforço é um sortudo. “Essa
habilidade tem a ver com a genética”, explica o neurologista André Lima, do Rio
de Janeiro. Mas qualquer pessoa sadia pode acessar com facilidade as
informações armazenadas na mente, desde que a exercite sempre, por toda a vida.
Reservar diariamente um tempinho para relaxar é essencial para quem quer ter um
raciocínio rápido e arrasar nas palavras cruzadas.
7. Praticar atividade física garante um bom
funcionamento do cérebro
Quem se exercita com frequência antes dos 40 anos
preserva o volume cerebral intacto décadas depois: movimentar o corpo faz com
que o coração bombeie mais sangue e oxigene melhor a cabeça. Andar já ajuda.
Praticar 40 minutos por dia, três vezes por semana, aumenta o hipocampo em 2%,
no período de um ano, segundo estudo do Instituto Nacional de Envelhecimento.
Fonte: https://boaforma.abril.com.br/saude/fatos-curiosos-sobre-a-memoria-que-voce-nao-sabia/
- Por Manuela Biz - Huyen Nguyen, Unsplash/Reprodução