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Física cerebral
Se o esporte é bom para o corpo, ele também parece
ser bom para o cérebro.
Ao avaliar o desempenho da memória após uma sessão
de atividade esportiva, neurocientistas da Universidade de Genebra (Suíça)
demonstraram que uma sessão de exercício físico intensivo - 15 minutos em uma
bicicleta ergométrica - melhora a memória, incluindo a aquisição de novas
habilidades motoras.
Mas como isso funciona?
Por meio da ação dos endocanabinoides, moléculas
conhecidas por aumentar a plasticidade sináptica.
Segundo a equipe, essa descoberta destaca as
virtudes do esporte para a saúde e para a educação: Programas e estratégias
escolares que visam reduzir os efeitos da neurodegeneração na memória podem de
fato se beneficiar disso.
Esporte e memória
Muitas vezes, logo após um exercício esportivo -
especialmente de resistência, como corrida ou ciclismo - a pessoa sente um
bem-estar físico e psicológico. Essa sensação se deve aos endocanabinoides,
pequenas moléculas produzidas pelo corpo durante o esforço físico.
"Eles circulam no sangue e cruzam facilmente a
barreira hematoencefálica [a barreira que protege o cérebro]. Eles então se
ligam a receptores celulares especializados e desencadeiam essa sensação de
euforia. Além disso, essas mesmas moléculas se ligam a receptores no hipocampo,
a principal estrutura cerebral para o processamento da memória," explicou
a professora Kinga Igloi.
"Mas qual é a ligação entre esporte e memória?
Isso é o que queríamos entender," prosseguiu.
Papel dos endocanabinoides
Além de submeter os voluntários a testes de memória,
a equipe procurou por mudanças na ativação das estruturas cerebrais usando
exames ressonância magnética funcional e realizou exames de sangue para medir
os níveis de endocanabinoides.
As diferentes análises apontam todas na mesma
direção: Quanto mais rápidos os indivíduos são, mais eles ativam o hipocampo (a
área de memória do cérebro) e o núcleo caudado (uma estrutura cerebral
envolvida nos processos motores).
Além disso, seus níveis de endocanabinoides seguem a
mesma curva: quanto mais alto seu nível após um esforço físico intenso, mais o
cérebro é ativado e melhor é o desempenho do cérebro.
"Essas moléculas estão envolvidas na
plasticidade sináptica, ou seja, na forma como os neurônios se conectam entre
si e, portanto, podem atuar na potencialização de longo prazo, o mecanismo de
consolidação da memória," disse a pesquisadora Blanca Bosch.
Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=atividades-fisicas-memoria-caminham-lado-lado&id=14361
- Redação do Diário da Saúde - Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay