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domingo, 2 de dezembro de 2018

4 riscos que você assume ao beber refrigerante e outras bebidas açucaradas


Não é segredo para ninguém que refrigerantes fazem mal para a saúde. Mas é bom ser mais específico na hora de dizer que males são esses, para não correr o risco deste alerta soar vago e genérico. O portal Medical Daily listou quatro problemas bem concretos causados pelo consumo de refrigerantes – e o que é mais importante: estes problemas são causados especificamente pelos refrigerantes, em função da maneira como nosso corpo reage ao açúcar e às calorias na forma líquida.

4. Exagero na comida
Pesquisas mostram que os carboidratos líquidos produzem menos saciedade do que as suas formas sólidas, um efeito frequentemente observado em bebidas açucaradas como os refrigerantes. Como essas bebidas não proporcionam nenhuma sensação de plenitude, elas simplesmente acabam dando ao nosso corpo calorias vazias, nos fazendo consumir mais alimentos para satisfazer a fome.
“As calorias líquidas não mantêm fortes propriedades de saciedade, não suprimem a fome e não provocam respostas dietéticas compensatórias. Ao beber calorias líquidas, as pessoas geralmente acabam comendo mais calorias no geral”, diz na matéria Richard Mattes, professor de alimentos e nutrição da Universidade Purdue, nos EUA.
Calorias líquidas em praticamente qualquer forma – álcool, sucos ou refrigerantes – não são detectadas pelo radar do corpo, mas têm um impacto que pode ser enorme. Evidências científicas confirmam que, embora esses líquidos contenham calorias, o corpo não os detecta da mesma forma que detectaria alimentos sólidos.
Quando as pessoas ingerem calorias na forma de alimentos sólidos, elas compensam naturalmente este consumo reduzindo o restante da ingestão de alimentos. Mas quando as pessoas ingerem calorias líquidas, elas não compensam por comer menos calorias, mostram estudos.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard e do Hospital Infantil de Boston, realizado durante oito anos, com quase 50.000 mulheres, descobriu que as mulheres que aumentaram a ingestão de bebidas açucaradas, como refrigerantes, de uma bebida por semana para uma ou mais bebidas por dia, adicionaram 358 calorias diárias a seus corpos e ganharam peso significativo. As mulheres que reduziram sua ingestão reduziram 319 calorias por dia e ganharam menos peso.
Estudos anteriores demonstraram que o consumo de refrigerantes açucarados aumentava a probabilidade de obesidade em crianças, mas este foi o primeiro estudo observacional de longo prazo em adultos.

3. Destruição da saúde bucal
Todos aprendemos desde crianças que o açúcar não é bom para os dentes. Mas o açúcar não é o único problema para a saúde bucal escondido dentro destas bebidas.
Refrigerantes contém ácido fosfórico e ácido cítrico, que atacam o esmalte dos dentes por um período de 20 minutos. Quanto mais refrigerante você beber, mais longos serão os ataques e mais fraco será o esmalte. A erosão começa quando os ácidos dos refrigerantes encontram o esmalte dos dentes, que é a camada protetora mais externa de seus dentes. Seu efeito é reduzir a dureza da superfície do esmalte.
Bebidas esportivas e sucos de frutas também podem danificar o esmalte do dente, mas eles param por aí. Os refrigerantes vão além. Eles também podem afetar a próxima camada, a dentina e até os recheios compostos. Este dano ao esmalte dos seus dentes pode provocar cáries. Cavidades, ou cáries, se desenvolvem ao longo do tempo em pessoas que bebem refrigerantes regularmente. Se isso for adicionado a uma má higiene bucal, muitos danos podem ocorrer nos dentes, principalmente em crianças e adolescentes.

2. Diabetes tipo 2
Se obesidade e problemas com os dentes não são suficientes para reduzir o consumo de refrigerantes,diabetes talvez seja. Beber apenas uma a duas bebidas açucaradas por dia pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em 26%.
A descoberta surgiu de um estudo realizado pela Universidade de Harvard em 2010. Para os pesquisadores, não é uma coincidência. Segundo eles, essa associação de risco entre refrigerantes e diabetes é “provavelmente uma relação de causa e efeito”.
Embora vários fatores estejam envolvidos no desenvolvimento do diabetes tipo 2 e da síndrome metabólica (um grupo de fatores de risco, como pressão alta e excesso de gordura corporal ao redor da cintura, que aumentam o risco de doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral e diabetes), as bebidas adoçadas com açúcar representam um fator de risco facilmente modificável que, se reduzido, provavelmente terá um impacto importante, dizem os pesquisadores.
“As pessoas devem limitar a quantidade de bebidas açucaradas que bebem e substituí-las por alternativas saudáveis, como a água, para reduzir o risco de diabetes, bem como obesidade, gota, cárie dentária e doenças cardiovasculares”, afirmam os pesquisadores.

1. Doenças cardíacas
No início deste ano, pesquisadores da Universidade Emory, nos EUA, descobriram uma associação entre bebidas açucaradas e um aumento do risco de morte por doença arterial coronariana. Embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar a causa e o efeito, essa conexão só foi encontrada quando os pesquisadores olharam para líquidos açucarados.
Os participantes do estudo entre os 25% que mais consumiam bebidas açucaradas, que bebiam cerca de 700 mL ou mais de bebidas açucaradas por dia, tiveram o dobro do risco de morte por doença cardíaca coronária comparados aos 25% que bebiam 20 mL ou menos. Além disso, quanto maior o consumo de refrigerantes, havia um aumento no risco de morte por todas as causas, incluindo outras condições cardiovasculares
“Dois refrigerantes por dia parecem dobrar seu risco de morrer de doenças cardíacas. E foram apenas as bebidas. Nós olhamos para alimentos doces, e não houve efeito similar”, disse o Dr. Jean Welsh, professor assistente de pediatria da Emory. A explicação para isso pode estar no primeiro item desta lista: as pessoas podem consumir bebidas açucaradas em excesso, uma vez que elas não proporcionam uma sensação de saciedade como os alimentos açucarados sólidos. [Medical Daily, American Heart Association, Universidade de Harvard, Live Science]