Dermatologista explica como é possível identificar sinais precoces de malignidade
A observação regular da própria pele desempenha um
papel crucial na detecção precoce do câncer de pele, possibilitando
intervenções eficazes e aumentando as chances de tratamento bem-sucedido. Essa
doença, incluindo o melanoma, muitas vezes começa como alterações sutis na
pele, como mudanças em pintas ou o surgimento de novas lesões.
“O autoexame de câncer de pele é extremamente
importante, pois somente o paciente sabe quais são as ‘pintas’ que ele já tinha
desde a infância ou que surgiram após os anos. Também é o paciente que sabe se
as lesões vieram se modificando com o passar do tempo ou se causam dor ou
prurido. Em qualquer época do ano, devemos nos examinar e procurar um
dermatologista ao primeiro indício de lesão suspeita”, explica a dermatologista
Dra. Mônica Aribi.
O tipo mais comum de câncer de pele, segundo a
dermatologista, é o carcinoma basocelular, que também é o menos agressivo.
“Temos ainda o espinocelular de agressividade média e o melanoma maligno de
grande agressividade e pior prognóstico”, explica.
Regra do ABCDE
A médica explica que, geralmente, essas lesões
suspeitas são caracterizadas por feridas que não cicatrizam ou “pintas” que
aumentam de tamanho, mudam de cor, doem ou coçam. “As lesões de pintas também
devem obedecer à regra do ABCDE , ou seja, não podem ser assimétricas (A), não
podem ter bordas (B) irregulares, nem ser de várias cores (C), não ter diâmetro
maior de 1 cm; também não devem evoluir (E) em tamanho”, afirma a Dra. Mônica
Aribi.
Autoexame de câncer de pele
A dermatologista explica que é possível fazer o
autoexame da pele. Para isso:
Examine seu rosto, principalmente o nariz, lábios,
boca e orelhas;
Para facilitar o exame do couro cabeludo, separe os
fios com um pente ou use o secador para melhor visibilidade. Se houver
necessidade, peça ajuda a alguém;
Preste atenção às mãos, também ao espaço entre os
dedos;
Levante os braços, para olhar as axilas, antebraços,
cotovelos, virando dos dois lados, com a ajuda de um espelho de alta qualidade;
Foque no pescoço, peito e tórax. As mulheres também
devem levantar os seios para prestar atenção aos sinais onde fica o sutiã. Olhe
também a nuca e por trás das orelhas;
De costas para um espelho de corpo inteiro, use outro
para olhar com atenção os ombros, as costas, as nádegas e as pernas;
Sentado(a), olhe a parte interna das coxas, bem como a
área genital;
Na mesma posição, olhe os tornozelos, o espaço entre
os dedos, assim como a sola dos pés.
“Ao perceber uma pinta ou mancha suspeita, a conduta
correta é marcar urgentemente uma consulta com um dermatologista. Também é
importante confirmar se o profissional tem RQE, que é o registro de
especialidade ou título de especialista”, completa.
Prevenindo o câncer de pele
Como as principais causas do câncer de pele incluem a
exposição solar, principalmente entre 10 e 16h, período em que os raios solares
UVB são abundantes e incidem perpendicular à pele, causando queimadura, o ideal
é evitar esses horários, segundo a médica.
“Hoje sabemos que a queimadura solar é um sinal de
predisposição ao câncer de pele. A maior incidência das lesões ocorre nos
fototipos mais baixos (1, 2 e 3), que são os fototipos das pessoas mais claras.
Os traumas repetidos num local da pele também são causas de câncer de pele”,
explica a Dra. Mônica Aribi.
Quanto à prevenção, a médica conta que ela se dá
principalmente evitando a exposição solar. “Devemos sempre usar filtros solares
com no mínimo FPS 30 para UVB e proteção de 15 para UVA que, apesar de não ser
tão responsável pelas formações cancerígenas, envelhece muito a pele por
degenerar o colágeno. Outra maneira de evitar lesões cancerígenas de pele é
nunca sofrer traumas constantes na mesma região da pele, como armações de
óculos que machucam o nariz, puxar a pele dos lábios, morder as bochechas
etc.”, recomenda.
Tratamentos para o câncer de pele
Os tratamentos dependem do tamanho da lesão e do tipo
de câncer de pele. “Quando são menores de 0,5 cm, podemos por vezes tratar
apenas com aplicação tópica de cremes citostáticos. Na maioria das vezes,
preferimos retirar a lesão cirurgicamente para poder enviar a lesão para o
exame anatomopatológico e verificarmos se as bordas estão sem comprometimento
da lesão”, explica a médica.
O restante do processo depende do resultado. “Se as
bordas estão livres, na maioria dos casos, o paciente é considerado curado. Nos
tipos mais malignos, por vezes precisamos fazer, além da excisão, mapeamento
para averiguar se não há lesões em outros órgãos e, às vezes, radioterapia. Nos
últimos anos, temos quimioterapia para lesões tipo melanoma maligno. Mas é
importante nunca deixar apenas cauterizar, pois a lesão pode se aprofundar”,
finaliza a dermatologista.
Fonte: https://saude.ig.com.br/parceiros/edicase/2024-02-15/8-dicas-para-fazer-o-autoexame-de-cancer-de-pele.html
- Por Pedro Del Claro - Por EdiCase - Imagem: Ground Picture | Shutterstock
Pois é mediante o Espírito que nós aguardamos pela fé
a justiça, que é a nossa esperança.
Gálatas 5:5