A maioria das pessoas que sofrem com a compulsão por
uso de internet são adolescentes e a jovens adultos que se sentem solitários e
sofrem de timidez. Aprenda como prevenir a compulsão digital e transtornos
mentais
O uso excessivo de internet pode
trazer vários problemas à saúde. O mais recente descoberta, é
chamada de ansiedade da informação. O termo é novo, foi criado a
cerca de 10 anos pelo designer e arquiteto norte-americano Richard
Saul Wurman, autor do livro Ansiedade da informação: como transformar
informação em compreensão (Ed. Cultura). Para ele, esse transtorno é
causado pela avalanche de informações que recebemos todos os dias sem sermos
capazes de entendê-las ou selecioná-las. “A ansiedade de informação é a lacuna
entre o que você acha que deveria saber e aquilo que você realmente é capaz de
compreender”, explica Wurman. Esse transtorno pode acarretar doenças
mentais como mudanças repentinas de comportamento e atédoenças
físicas como o sedentarism acompanhado de má alimentação.
Quem sofre com isso
Ainda não existem estatísticas sobre o tema, mas os
especialistas avaliam que a ansiedade de informação acontece com mais
frequência em adolescentes e jovens adultos, principalmente os homens.
“Aqueles que precisam ficar conectados o tempo inteiro, que usam
smartphones para checar e-mails do trabalho, estão mais vulneráveis, pois não
conseguem se desligar”, diz a psicóloga Juliana Bizeto, coordenadora do
Ambulatório de Dependências Não Químicas da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp-EPM).
Outras pessoas suscetíveis a isso são as mais solitárias e
tímidas, que usam a internet como um “ambiente seguro” para se relacionar
com os amigos virtuais. “Indivíduos mais retraídos, que não gostam de convívio
social, estão mais propensos a esse tipo de ansiedade, principalmente nas
faixas dos 30 e 40 anos de idade”, comenta o neurocientista Renato Sabatini,
presidente do Instituto Edumed para Educação, Medicina e Saúde (SP).
Aprenda dicas para combater e prevenir essa mal da
era digital e as novas tecnologias.
Seja seletivo
Selecione somente as informações que são essenciais,
úteis ou curiosas para a sua vida. “Quando você não seleciona fica com um
problema, pois tem informação demais. Ao invés de lhe tranquilizar, ela te
estressa. Outro passo é escolher as fontes de informação, utilizando um número
menor, útil e confiável”, diz Roberto Cardoso, coordenador de medicina
comportamental do Femme Laboratório da Mulher (SP).
Faça pausas
Aprenda a fazer pausas com duração de 10 a 15
minutos entre uma atividade e outra, principalmente se seu trabalho requer
criação e inovação. Você pode tomar um cafezinho, conversar com alguém ou
descansar.
Relaxe a mente
Pratique atividades que ajudem a reduzir o seu nível
de ansiedade, como meditação, exercícios físicos, cozinhar, passear
com o cachorro e ler um livro. O importante é você se desligar dos agentes causadores de ansiedade para relaxar a mente por
alguns minutos.
Limpe sua mesa
Crie o hábito de limpá-la regularmente. Se você é
daqueles que junta vários papéis, principalmente anúncios e ofertas de produtos
para, um dia, ler com calma, criando uma pilha em cima da mesa, pegue uma lata
de lixo e jogue tudo fora, sem olhar.
Tenha amigos reais
Estabeleça várias fontes de relação. Para a
psicóloga Juliana Bizeto, coordenadora do Ambulatório de Dependências Não
Químicas da Unifesp, quem conversa com os amigos somente on-line, está
mais propenso a desenvolver ansiedade. “Nossa vida é como se fosse um
leque. Se fechamos esse leque e estabelecemos relações exclusivas temos um
problema, então devemos mantê-lo aberto, tendo amigos, se relacionando, pois
somos seres sociais, isto é, precisamos do contato físico, do olhar do outro.”
Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/dicas-para-diminuir-o-uso-abusivo-de-internet/173/
- Texto:Fabiana Fontainha/ Fotos: Shutterstock/ Adaptação: Letícia Maciel