Mitos são perigosos e podem colocar a saúde em risco. Veja as dúvidas mais comuns
Após um ano do início da pandemia no Brasil, ainda
há muitas dúvidas a respeito da relação entre consumo de bebida alcoólica e
COVID-19. Alguns mitos seguem circulando nas redes sociais, apesar de
desmentidos por evidências científicas e instituições de saúde renomadas.
Diante do atual cenário da doença, mais grave e
preocupante no país, combater com mais força a desinformação é uma questão de
responsabilidade, uma vez que o uso nocivo de álcool pode fragilizar o sistema
imunológico e colocar a saúde em risco. Para ajudar, separei alguns mitos sobre
bebidas alcoólicas e COVID-19
MITO O consumo de bebidas alcoólicas destrói o vírus
que causa a COVID-19.
FATO O consumo de bebidas alcoólicas não destrói o
vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19. Inclusive, o uso nocivo de álcool pode
até aumentar os riscos para a saúde se uma pessoa for infectada pelo vírus. O
álcool em gel indicado para higienizar mãos e superfícies tem concentração de
70% de álcool para eliminar o vírus causador da COVID-19. Já as bebidas
alcoólicas, ao serem ingeridas, não são efetivas para eliminar o vírus, pois
levam à morte quando em concentração no sangue acima a 0,40%.
MITO Ingerir bebida com alto teor alcoólico mata o
vírus presente no ar inalado.
FATO O consumo de álcool não mata o vírus presente
no ar inalado, não desinfeta sua boca e garganta, nem oferece qualquer tipo de
proteção contra a COVID-19. Vale reforçar que a ingestão abusiva de bebida
alcoólica (cerveja, vinho, bebidas destiladas) debilita a imunidade e a
resistência ao vírus.
Também separei as dúvidas mais comuns com relação às
bebidas alcoólicas e a COVID-19. Veja a seguir:
Meu teste de COVID-19 deu positivo, mas estou sem
sintomas. Posso beber?
Você não deve beber. Por ser uma doença infecciosa,
cujo espectro clínico varia de infecções assintomáticas a quadros graves,
prefira abster-se de bebida alcoólica neste momento. Lembre-se: o abuso de
álcool pode diminuir a resistência do corpo a infecções.
Beber pode ajudar a diminuir a ansiedade?
Apesar de poucas doses de álcool levarem a um
relaxamento, beber não é uma boa estratégia para lidar com a ansiedade. Seu
consumo abusivo pode aumentar sintomas de ansiedade, evoluindo para um ciclo
perigoso.
Pessoas com problemas decorrentes do uso de álcool
podem ter um quadro mais grave da COVID-19?
Sim. O consumo pesado e crônico de álcool prejudica
o sistema imunológico, tornando o corpo um alvo mais fácil para doenças,
inclusive infecciosas, como é o caso da COVID-19. Além disso, pessoas com
transtorno por uso de álcool podem apresentar outros problemas de saúde, o que
as tornaria mais vulneráveis ou até poderia piorar a evolução da doença, por
exemplo, no caso de Síndrome de Abstinência.
Para finalizar, quero reforçar algumas orientações
gerais sobre o consumo de álcool durante a pandemia:
Condições de álcool zero continuam valendo: menores
de 18 anos, gestantes, pessoas que vão dirigir, que apresentam alguma condição
de saúde que possa ser agravada pelo álcool ou não conseguem controlar o seu
consumo não devem consumir bebidas alcoólicas.
Se você é adulto, fora das condições acima e opta
por beber, não ultrapasse uma dose* por dia se for mulher ou duas doses por dia
se for homem. Evite intoxicação!
Certifique-se de que crianças e jovens não tenham
acesso a bebidas alcoólicas e aproveite a convivência mais próxima para
conversar sobre os problemas associados à bebida e à COVID-19.
Se faz uso de medicamentos que possam interagir com
o álcool, mesmo remédios à base de plantas ou sem receita, não misture com
bebidas alcoólicas. Isso pode reduzir o efeito dos remédios, aumentar os
efeitos do álcool ou gerar reações perigosas.
Ao trabalhar em casa, siga as regras usuais do local
de trabalho e não beba.
E lembre-se: não compartilhe fake news, compartilhe
informação de qualidade e embasada em ciência.
* Uma dose padrão equivale a 14 g de álcool puro, o
que corresponde a 350 mL de cerveja (5% de álcool), 150 mL de vinho (12% de
álcool) ou 45 mL de destilado (vodca, uísque, cachaça, gin, tequila, com 40% de
álcool).
Fonte: https://professorjosecosta.blogspot.com/2020/10/superando-desafios.html
- Escrito por Arthur Guerra de Andrade