A inflamação é um processo natural e necessário do organismo, responsável por reparar tecidos e defender o corpo de infecções. O problema começa quando esse mecanismo, que deveria ser pontual e protetor, se torna constante e silencioso.
"Essa inflamação crônica de baixo grau está por
trás de condições como obesidade, resistência à insulina, fígado gorduroso,
doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer", explica a Dra
Patricia Almeida, gastroenterologista e hepatologista pela Sociedade Brasileira
de Hepatologia.
Segundo a especialista, a inflamação nasce, na
maioria, dos excessos alimentares modernos. Os principais grupos que a
favorecem agem por mecanismos distintos, mas complementares — e o resultado é
um corpo permanentemente em alerta. São eles:
1. Açúcares e farinhas refinadas
O consumo frequente de alimentos ultrarrefinados —
como refrigerantes, doces, pães e massas brancas — provoca picos de glicose e
insulina no sangue. Esse ciclo repetido estimula a produção de radicais livres
e sobrecarrega as células, desencadeando uma resposta inflamatória. Com o
tempo, instala-se a resistência à insulina e o acúmulo de gordura no fígado e
no abdome, ambientes propícios à inflamação.
2. Gorduras trans e óleos vegetais refinados
Presentes em alimentos industrializados, margarina,
frituras e fast food, essas gorduras alteram a composição das membranas
celulares e favorecem a oxidação do colesterol. Esse processo ativa vias
inflamatórias no endotélio (a camada que reveste os vasos sanguíneos),
contribuindo para aterosclerose, inflamação sistêmica e envelhecimento celular
precoce.
3. Carnes processadas e proteínas ultracozidas
Embutidos, bacon e carnes preparadas em altas
temperaturas concentram compostos tóxicos, como os nitritos. Essas substâncias
estimulam a liberação de citocinas inflamatórias e interferem na função
mitocondrial, promovendo disfunção metabólica.
4. Álcool em excesso
O álcool, mesmo em quantidades consideradas “sociais”,
quando consumido com frequência, gera metabólitos tóxicos no fígado, como o
acetaldeído. Esse composto desencadeia estresse oxidativo e aumenta a
permeabilidade intestinal, facilitando a entrada de toxinas na circulação. O
resultado é inflamação hepática e desequilíbrio de todo o metabolismo.
5. Alimentos ultraprocessados
O conjunto de aditivos químicos, emulsificantes e
conservantes presentes em produtos prontos para consumo altera a microbiota
intestinal — e um intestino desequilibrado é um importante gatilho
inflamatório. A barreira intestinal enfraquecida permite a passagem de
moléculas pró-inflamatórias para a corrente sanguínea, perpetuando o ciclo.
A médica ressalta que desinflamar o corpo não é um ato
pontual, mas um processo sustentado por hábitos.
"Priorizar alimentos naturais e minimamente processados,
dormir bem, movimentar-se regularmente e evitar o consumo de álcool e
ultraprocessados são atitudes com impacto real e duradouro", conclui.
Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/5-principais-grupos-de-alimentos-que-mais-inflamam-o-corpo,009f9e0e1ebced0bff764b0c02135f886mb45rvx.html?utm_source=clipboard
- Por: Marcela Ribeiro / Foto: Freepik
