Não importa quantas pessoas digam “peso não é nada” ou “você
não precisa emagrecer”: muitas mulheres são assombradas pela urgência de chegar
a determinado peso e ficam extremamente frustradas enquanto não atingem essa
marca. Para quem vive esse tipo de situação, Tracy Moore, colaboradora do site
Jezebel, propõe alguns pontos para refletir antes de iniciar uma cruzada contra
os quilos “a mais”.
10. Nem todos querem seu bem-estar
Uma boa dose de ceticismo diante de materiais (artigos,
propagandas, ensaios fotográficos) sobre peso pode ajudar a ter alguma paz de
espírito, pois muitos deles são elaborados para vender produtos, e não
necessariamente garantir que você vai se sentir melhor com seu corpo. “Então,
ao invés de se sentir mal ou mesmo hipnotizada por imagens sem falhas,
mensagens e prescrições para emagrecer, veja isso como um cínico e triste jeito
de ganhar dinheiro”.
9. Homens também precisam se preocupar com isso?
Existem homens que sofrem por não se encaixar em um padrão
estético divulgado por meios de comunicação e por pessoas com as quais eles
convivem, mas, em geral, o incômodo é menor do que aquele vivenciado por
mulheres que desejam emagrecer. Por que não sofrer menos?
8. Isso faz eu me preocupar com minha saúde ou só com meu
corpo?
“Se, como qualquer outra pessoa, você quer ficar mais
saudável (REALMENTE saudável, mais forte, em boa forma, bem alimentada, capaz
de realizar mais atividades físicas) e a mensagem a ajuda a trabalhar para isso
ou a inspira a buscar essa meta com informação ou bons fatos, tudo bem”, opina
Moore. Afinal, perder peso pode ajudar você a gostar mais do seu corpo e, de
modo geral, se sentir melhor consigo mesma. Contudo, a coisa toda não deve se
resumir a um número de roupa. “Se você está apenas se perguntando o quanto
precisa diminuir para ser considerada mais atraente com base nas modelos que vê
fazendo pilates na praia, não está tudo bem”.
7. Por que você se importa?
A resposta para essa pergunta pode parecer óbvia à primeira
vista (“me importo porque não me sinto bem com meu peso”, ou algo similar),
mas, dependendo do caso, olhar a questão mais a fundo pode fazer você repensar
suas preocupações. Você trabalha em um ramo no qual precisa estar dentro de um
limite de peso? Emagrecer vai fazer bem à sua saúde? Você, de fato, vai se
sentir melhor consigo mesma depois de atingir um peso específico?
6. O que, exatamente, vai acontecer quando você atingir um
peso “ideal”?
É comum que muitas pessoas sintam uma certa angústia quando
se recordam de uma época em que eram mais magras, como se tudo fosse melhor
antes e voltar ao peso anterior pudesse trazer a autoconfiança e a satisfação
de volta – e isso pode ser uma armadilha. “A beleza de trabalhar para ter uma
confiança verdadeira e realmente gostar de si mesma é que isso não desaparece
no momento em que você ganha peso, está sempre aí, e qualquer um que valha a
pena é atraído por você por causa dessa aura, não pelo fato de que você tem um
peso específico”.
5. Números podem enganar
Enquanto há pessoas que lutam para perder alguns quilos,
outras sofrem justamente para ganhar. Além disso, dependendo do seu biotipo,
estar no peso “ideal” baseado em um modelo pode ser sinal de uma saúde ruim.
“Não há um número mágico para ninguém, há uma gama, e mesmo dentro dessa gama
há exceções”.
4. Qual é a questão central por trás dessa busca?
Deixar de lado as incontáveis imagens de modelos que
sutilmente dizem “seja como eu” pode ser uma tarefa difícil, e encontrar seu
próprio caminho de autoaperfeiçoamento (que não necessariamente envolve
emagrecer) pode ajudar. “Isso vem com fazer o bem e ser a pessoa boa e
realizada que você quer ser (…). Uma pessoa da qual você goste. Uma pessoa que
acrescente algo ao mundo, que faça algo que o torne um lugar melhor ou mais
interessante, que seja uma boa amiga”. Desejar (e buscar) ter um corpo que a
satisfaça não é um problema, pelo menos enquanto não se tornar uma busca
utópica (o que depende muito das suas expectativas e possibilidades).
3. Quanta importância eu dou a essa busca?
É importante separar nossos pensamentos despretenciosos
daqueles que nos guiam e que são realmente importantes – não fazer essa
distinção pode ser um problema sério. “A doentia habilidade de fazer uma
análise instantânea dos nossos corpos e impor um modelo melhor é uma armadilha
do pensamento despretencioso” – poucos segundos de comparação podem ter um
efeito gigantesco, se você levá-los muito a sério.
2. “Não sou uma peça”
“Pense nisso: você é uma mulher, uma espécime claramente
complexa que faz coisas milagrosas e impressionantes com seu corpo, cujos
sistema e órgão reprodutivos vêm sendo intensamente debatidos e controlados
desde a aurora dos tempos (e que ainda foram parcamente entendidos, na melhor
das hipóteses), cujos poderes foram historicamente vistos como altamente
suspeitos ou mesmo demoníacos, cujas energia e conexão rítmica com o universo
são misteriosas e inspiradoras, e que é constantemente reduzida em tempos
modernos a uma pessimista, insegura, preocupada em emagrecer, convencida de que
deveria ocupar menos espaço por não ser formosa o bastante”. Você vai deixar
que a coloquem e mantenham nessa posição reduzida?
1. Lembre-se do que é a verdadeira beleza humana
Olhe para as pessoas que você conhece e admira e perceba
como todas podem ser bonitas mesmo que não necessariamente se encaixem em um
padrão definido de “beleza”. “Lembre-se de que corpos de todas as formas e
tamanhos e de todas as idades são interessantes, únicos, fortes, úteis”,
aconselha a autora. “Qualquer pessoa que tente fazer você se sentir como se
fosse SÓ um objeto a ser pesado, quando de fato você é objeto, sujeito,
protagonista, antagonista, vilão, herói e especialmente NARRADOR dessa história
que você chama de sua existência, não está do seu lado. Inclusive quando essa
pessoa é você mesma”.[Jezebel]
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