Além de não deixar água parada, é preciso usar
repelente industrializado
As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes
aegypti estão sendo consideradas como principais problemas de saúde
pública: dengue, zika
vírus e febre
chikungunya. Dados do Ministério da Saúde apontam que entre janeiro e
novembro de 2015 foram registrados mais de 1,5 milhão de casos de dengue. Um aumento de
176% em relação ao mesmo período de 2014 com 555,4 mil novos casos da doença.
Já o zika
vírus está totalmente relacionado ao zurto de microcefalia no país,
enquanto que entre 2010 e 2014 foram registrados um total de 781 casos em todo
país, durante o ano de 2015 já foram registrados 1.761 casos de microcefalia em
422 municípios do Brasil, segundo boletim epidemiológico divulgado no dia 08 de
dezembro
A melhor maneira de combater esse mal é impedindo a
reprodução do mosquito. Por isso, o Minha Vida conversou com especialistas para
saber as melhores formas de proteção.
Evite
o acúmulo de água
"O Aedes aegytpi coloca seus ovos em
água limpa, mas não necessariamente potável", explica o pesquisador Rafael
Freitas, do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo
Cruz. Por isso, jogue fora pneus velhos, vire garrafas com a boca para baixo e,
caso seu quintal seja propenso à formação de poças, realize a drenagem do
terreno. Não se esqueça também de lavar a vasilha de água do seu bicho de
estimação regularmente e manter fechadas tampas de caixas d'água e cisternas.
Use
repelente
O uso de repelentes, principalmente em viagens ou em
locais com muitos mosquitos, é um método eficaz para se proteger contra a
dengue. Recomenda-se, porém, o uso de produtos industrializados. Uma pesquisa
realizada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) revelou que repelentes caseiros,
como andiroba, cravo-da-índia, citronela e óleo de soja, não possuem grau de
repelência forte o suficiente para manter o mosquito longe por muito tempo. Mas
eles podem ser usados junto com o industrializado, uma vez que o cheiro forte
pode gerar confusão de odores no Aedes aegypti, que é atraído pelo gás
carbônico e pela amônia liberada pelo nosso organismo.
Coloque
areia nos vasos de plantas
O uso de pratos nos vasos de plantas pode gerar acúmulo de água. Há três
alternativas: eliminar esse prato, lavá-lo regularmente ou colocar areia.
"A areia conserva a umidade e ao mesmo tempo evita que e o prato se torne
um criadouro de mosquitos", aponta o pesquisador Rafael Freitas.
Coloque
desinfetante nos ralos
Ralos pequenos de cozinhas e banheiros raramente
tornam-se foco de dengue devido ao constante uso de produtos químicos, como
xampu, sabão e água sanitária. "Entretanto, alguns ralos são rasos e
conservam água estagnada em seu interior", alerta o pesquisador Rafael.
Nesse caso, o ideal é que ele seja fechado com uma tela ou que seja higienizado
com desinfetante regularmente.
Limpe
as calhas
"Pesquisas realizadas em campo mostram que os
grandes reservatórios, como caixas d'água, são os criadouros mais produtivos de
dengue, mas as larvas do mosquito podem ser encontradas em pequenas quantidades
de água também", afirma o pesquisador Rafael. Para evitar até essas
pequenas poças, calhas e canos devem ser checados todos os meses, pois um leve
entupimento pode criar reservatórios ideais para o desenvolvimento do Aedes
aegypti.
Coloque
tela nas janelas
Embora não seja tão importante, colocar telas em
portas e janelas pode ajudar a proteger sua família contra o mosquito da
dengue. "O problema é quando o criadouro está localizado dentro da
residência. Nesse caso, a estratégia não será bem sucedida", contrapõe o
pesquisador Rafael Freitas. Por isso, não se esqueça de que a eliminação dos
focos da doença é a maneira mais eficaz de proteção.
Lagos
caseiros e aquários
Assim como as piscinas, a possibilidade de laguinhos
caseiros e aquários se tornarem foco de dengue deixou muitas pessoas
preocupadas. Mas fique tranquilo. De acordo com o especialista Rafael Freitas,
peixes são grandes predadores de formas aquáticas de mosquitos. "Pesquisas
realizadas no Ceará, mostraram que um único exemplar de peixe Betta splendes
pode consumir cerca de 500 larvas de mosquito por dia", conta. O cuidado
maior deve ser dado, portanto, às piscinas que não são limpas com frequência.