Todos nós temos imperfeições, não é mesmo? Seja um
nariz muito grande ou sobrancelhas que não se alinham, temos que aprender a
viver com esses pequenos erros da natureza. No entanto, é mais difícil
aceitá-los quando eles são indicativos de um problema subjacente de saúde, que
pode impactar negativamente sua qualidade de vida. Como:
1. Calvície masculina e câncer de próstata
Geralmente, perder o cabelo é um momento trágico na
vida de qualquer homem. Mas, pelo menos, é só cabelo, né? Ninguém nunca morreu
de ser careca.
Mas pode. Acontece que diversos estudos têm indicado
que calvície masculina e câncer de próstata são bons companheiros. Em uma
pesquisa do Instituto Nacional do Câncer, nos EUA, 4.000 homens de todas as
idades foram testados e os carecas tinham maiores taxas de câncer de próstata.
Os homens com qualquer grau de calvície tinham, em
média, 56% mais riscos de morrer de câncer de próstata dentro de um período de
21 anos. Aqueles com calvície moderada eram 83% mais propensos ao câncer em
comparação com os cabeludos.
Outro estudo mostrou que ser careca na parte
dianteira e na coroa da cabeça aos 45 anos torna o homem 40% mais propenso a
ter câncer de próstata agressivo.
A explicação? É provável que o câncer de próstata e
a calvície sejam causadas pela mesma coisa: muita testosterona. Ou seja, você é
muito viril para o seu próprio bem.
2. Dedo indicador grande e esquizofrenia
Você é homem e o dedo indicador da sua mão direita é
maior que seu dedo anelar da mesma mão? De acordo com um estudo publicado na
revista científica Clinical Anatomy, você é mais propenso a esquizofrenia.
Os pesquisadores mediram as mãos de mais de cem
pacientes do sexo masculino com esquizofrenia e as compararam com os dedos de
uma centena de homens sem a doença. Os esquizofrênicos, em média, tinham longos
dedos indicadores direitos, maiores que os anelares.
O que isso têm a ver com uma doença mental? A
resposta parece estar no desenvolvimento fetal.
Os cientistas descobriram que homens e mulheres com
esquizofrenia têm uma tendência a ter um fenótipo mais “feminino” quando se
trata de dedos indicadores e anulares. É possível que isso seja resultado de
uma taxa baixa de estrogênio/androgênio fetal no útero, o que alguma forma
causou um problema de lateralização hemisférica do seu cérebro, comum na
doença.
3. Disfluências e psicopatia
Nem todo mundo fala tão claramente quanto um
apresentador de rádio. A maioria de nós provavelmente usa várias interjeições
como “hum” ao longo das sentenças, ou repete certas palavras mais
frequentemente do que o seu professor de português acharia aceitável.
E o que é pior: isso pode não apenas significar que você não tem um bom discurso, mas sim que você é um psicopata.
E o que é pior: isso pode não apenas significar que você não tem um bom discurso, mas sim que você é um psicopata.
Na ficção, psicopatas são geralmente retratados como
inteligentes e sofisticados, mas a vida real é mais complicada.
Pesquisadores fizeram um estudo com assassinos
condenados, sendo que 14 dos 52 tinham sido classificados como psicopatas. Os
criminosos precisaram falar sobre seus crimes e os acontecimentos que levaram a
eles. Como resultado, os cientistas descobriram que os psicopatas tinham muito
mais disfluências (“uhs” e “ums”) em seu discurso.
Os pesquisadores acreditam que isso provavelmente é porque
os psicopatas têm de parar constantemente seu discurso para “colocar a máscara
da sanidade” (em outras palavras, fingir que é normal).
Psicopatas também pareciam usar palavras como
“porque” e “para que” com mais frequência, supostamente porque veem tudo em
termos de causa e efeito. Considerando que um assassino “normal” costuma
divagar sobre suas motivações, como família ou religião, psicopatas pintam seus
crimes como sequências inevitáveis de eventos.
4. Baixa estatura e ataques cardíacos
Os pesquisadores, em sua busca contínua para provar
que tudo e qualquer coisa pode nos matar, determinaram que baixa estatura está
correlacionada com o risco de ataque cardíaco em homens.
Depois de estudar cerca de 200.000 pessoas,
pesquisadores da Fundação Britânica do Coração constataram que, para cada 6,35
centímetros extras que você tem em sua altura, sua chance de doença coronária é
cortada em 13,5% (eles não especificaram qual a altura base para determinar
estes centímetros “extras”).
Para colocar isso em perspectiva, eles descobriram
que a diferença de risco de problemas cardíacos de uma pessoa com cerca de 1,50
m para outra com 1,80 m, sendo que ambas fumam e comem porcarias, é de 64%.
Os pesquisadores não puderam identificar o motivo
exato dessa correlação, mas eles acreditam que pode ter algo a ver com os
nossos genes: os mesmos que cortam nossa altura podem também aumentar a
quantidade de colesterol e gordura no sangue.
É bom ter em mente que o cigarro e as comidas
gordurosas ainda são centenas de vezes piores para seus problemas cardíacos do
que ser baixo. Vale a pena melhorar seus hábitos alimentares, para diminuir seu
risco de saúde.
5. Dificuldade de fazer contato ocular e
esquizofrenia
Se alguém que você conhece não te olha nos olhos
durante uma conversa, você provavelmente assume que ele está tentando esconder
alguma coisa. Há outra explicação possível, no entanto: ele pode ser esquizofrênico.
Os pesquisadores já sabiam há um tempo que as
pessoas com esquizofrenia tendiam a evitar contato ocular. Agora, um novo
estudo descobriu que não é grosseria. É que, às vezes, elas não podem sequer
dizer para que direção as outras pessoas estão olhando.
Os pesquisadores sentaram pacientes esquizofrênicos
na frente de fotos de pessoas olhando em diferentes direções, e descobriram que
eles tinham dificuldade em dizer quando os olhos de alguém estavam apontados
para eles. Eles também tiveram um desempenho fraco em outros testes visuais, o
que confirma que não é apenas rostos que os confundem.
Na verdade, pessoas com esquizofrenia tendem a ter
dificuldade em manter o olhar sobre os objetos em geral, estejam eles se
movendo ou não.
6. Descendência asiática, álcool e câncer
Para caucasianos, ficar vermelho ao beber álcool é
basicamente normal. É por isso que pode ser fácil interpretar mal a cara
vermelha do seu amigo asiático como o mesmo tipo de problema inofensivo, quando
na verdade pode ser um sinal de uma condição potencialmente mortal.
A condição, conhecida como “rubor
asiático” (no original em inglês, “asian flush”), afeta coreanos, chineses
e japoneses e é o resultado de uma reação química perigosa causada por deficiências
genéticas. Mais especificamente, algumas pessoas não podem metabolizar
adequadamente o álcool porque não têm uma certa enzima conhecida como ALDH2.
Alguns asiáticos com esta deficiência genética não
conseguem metabolizar o álcool de forma alguma. Estes basicamente não podem
beber, com risco de morte. Outros, que persistem com a bebida apesar de sua
dificuldade biológica, acabam tendo palpitações cardíacas e outros sintomas,
como náuseas e dores. Como esses efeitos podem ser confundidos com embriaguez,
a maioria das pessoas nem sabe que possui uma doença.
A pior consequência (tirando a morte) é câncer de
esôfago. Os asiáticos com a deficiência genética que bebem duas cervejas por
dia são 10 vezes mais propensos a desenvolver esse câncer do que as pessoas que
podem metabolizar o álcool adequadamente.
7. Bocejos contagiosos e psicopatia
Bocejos são contagiosos. Não só para seres humanos,
mas para muitos outros mamíferos sociais, como cachorros e macacos. Por isso,
os cientistas desconfiam que a causa de tal repetição é empatia: ver alguém
bocejar nos faz inconscientemente querer dizer “sei o que você está passando”.
Mas há aqueles que não são empáticos, tipo os
psicopatas. Uma pesquisa descobriu que eles não bocejam subconscientemente,
como o resto de nós.
Participantes preencheram um questionário para
determinar o seu nível de “frieza no coração” (o espectro da psicopatia) e em
seguida assistiram a vídeos diferentes de pessoas rindo, bocejado ou não
fazendo nada.
Os mais próximos de serem psicopatas eram menos
propensos a bocejar em resposta ao vídeo, do que aqueles que demonstraram maior
empatia nos questionários. Então, da próxima vez que você sentir sono, olhe ao
redor: se alguém não bocejar também, está na hora de despertar e sair correndo.
8. Cócegas autoinduzidas e esquizofrenia
Você pode dar e receber cócegas, mas você não pode
fazer cócegas em si mesmo. A resposta para isso é simples: seu cérebro já
espera quando você tenta tocar a si mesmo, por isso, essencialmente, não dá a
mínima.
Claro, você pode saber que alguém vai te atacar nos
seus pontos mais sensíveis, e ainda rir até não aguentar. Isso porque seu
cérebro não reage da mesma forma quando os movimentos são de produção própria,
em oposição a forças externas.
Não rimos de cócegas que foram induzidas por nós
mesmos porque entendemos que somos nós que estamos tentando causá-las. Mas há
uma exceção: esquizofrenia. Sim, pela terceira vez hoje, você pode descobrir
que tem uma doença mental.
Pacientes com esquizofrenia apresentam alterações
neurológicas no cérebro que os impedem de identificar ações autoiniciadas
(pensou que chato descobrir que o monstro das cócegas era você mesmo, o tempo
todo?).
Mesmo se eles entendem a teoria de que estão fazendo
cócegas em si mesmos, seu cérebro não registra o fato de que seus próprios
movimentos são responsáveis pelas sensações em sua pele. Assim, eles acabam
rindo. [Cracked]