No Brasil, o abuso de remédios e a automedicação é uma
realidade que chega a ser cultural. Basta sentir uma dorzinha de cabeça, na
coluna ou um resfriado,
que a maioria das pessoas recorre à velha maletinha recheada de remédios para
os mais variados sintomas.
O alívio rápido da dor e do mal estar é sem dúvidas mais
cômodo do que correr para o hospital ou marcar uma consulta a cada sintoma de
doença, mas o problema reside no fato de que o uso indiscriminado de remédios
pode desencadear problemas como dependência, superdosagem e até mascarar
problemas graves de saúde.
Pessoas que sentem dores de cabeça constantes e tomam
remédios com frequência, por exemplo, podem estar ignorando um sinal
do corpo de que algo não anda bem. Por isso, além de tomar o remédio
que proporcione o alívio, é recomendado marcar uma consulta com um especialista
para investigar a causa das dores, que em casos mais graves pode ter relação
com aneurismas e até tumores.
A grande disponibilidade de remédios que são vendidos em
farmácias e drogarias sem a necessidade de prescrição médica, colabora com o
aumento do problema. Entre os mais vendidos estão a dipirona, o paracetamol, a
aspirina e o ibuprofeno. E os problemas mais comuns são dores de cabeça, no
corpo e no estômago, febres, resfriados e cólicas.
Outro problema grave é administrar diferentes tipos de
remédios ao mesmo tempo, o que pode fazer com que um interfira na ação do
outro, causando danos ao organismo e até anulando o efeito esperado. Isso
ocorre principalmente com idosos que precisam tomar remédios para pressão,
controle de diabetes,
memória e vitaminas para os ossos, tudo ao mesmo tempo.
Para se precaver de possíveis riscos, a leitura da bula é
indispensável antes de tomar qualquer tipo de medicamento. Além de suas
indicações, é preciso ficar atento às contraindicações quanto ao uso
prolongado, superdosagem e até os alimentos e bebidas que não podem ser
consumidos durante a administração. A aspirina, por exemplo, pode provocar
hemorragias, e é contra-indicada em casos de dengue. Já o paracetamol, não pode
ser administrado por mais de cinco dias em crianças e mais de 10 dias em
adultos.
E não são apenas os remédios vendidos em farmácias e
drogarias que podem ser nocivos. Os manipulados também podem esconder riscos e
causar efeitos colaterais, pois suas fórmulas misturam diferentes substâncias
que podem afetar várias partes do organismo, como por exemplo os rins,
no caso das fórmulas emagrecedoras que contêm altas doses de diurético.
Quem possui alguma patologia ou é alérgico a algum
medicamento deve redobrar a atenção e sempre informar ao médico durante a
consulta, qualquer reação alérgica ocorrida quando da utilização de algum
medicamento, o que ajuda o médico a evitar remédios com substâncias
semelhantes.
Não tenha dúvidas de que a melhor opção é se prevenir contra
os problemas causados pelo uso abusivo de remédios é utilizar apenas o que for
indicado por seu médico, na quantidade e nos horários por ele indicados,
afinal, não faz o menor sentido tratar um problema ao mesmo tempo em que
desenvolve outro.
Fonte: http://www.dicasdemulher.com.br/atencao-para-os-riscos-do-uso-indiscriminado-de-remedios/
- Por Daniela Azevedo - Foto: Thinkstock