Ficar muito tempo utilizando o celular acarreta problemas psicológicos e de postura. Saiba como diminuir os efeitos do uso
Hoje em dia é praticamente impossível ficar muito
tempo distante do celular. O aparelho, que dispõe “tudo o que precisamos na
palma da mão”, está cada vez mais presente na rotina do brasileiro,
principalmente após a pandemia de Covid-19.
Uma pesquisa de saúde pública da Faculdade de Medicina
da Universidade de Minas Gerais (UFMG) e publicada no periódico American
Journal of Health Promotion indicou que o tempo gasto em lazer no celular,
computador ou tablet passou de 1,7 hora para 2,2 horas por dia.
A mesma pesquisa mostra que adultos ficam, no mínimo,
três horas no celular diariamente. No entanto, esse tempo excessivo pode
acarretar problemas que se refletem no corpo todo, inclusive na mente.
Malefícios do uso excessivo do celular
A psicóloga do Hospital Universitário Cajuru, Aline
Oliveira, destaca que a comodidade relacionada a ter “tudo na palma da mão”
pode ser maléfica, principalmente para o público mais jovem que tem nessas
respostas rápidas uma espécie de gatilho. Isso porque existe uma tendência de
esperar que no mundo real as respostas sejam tão imediatas quanto no digital.
“Temos que ter em mente que não é assim que o mundo
real funciona, nem sempre as respostas são imediatas e muito menos elas vêm da
maneira como vislumbramos. Por isso as interações sociais, convívio, são
fundamentais”.
Já a neurologista do Hospital Marcelino Champagnat,
Patrícia Coral, complementa que essa expectativa e o contato prolongado com o
celular podem gerar transtornos de ansiedade, depressão, dificuldade de
concentração e insônia.
“Além de problemas relacionados ao sono, pelo atraso
na produção da melatonina causada pela luminosidade do aparelho, o que nos
preocupa são as redes sociais que podem trazer problemas maiores já que a
impressão que temos é que a vida dos outros é sempre melhor que a nossa, porque
as pessoas só postam o que é bom, são festas, prêmios”, explica.
“A moderação deve ser a palavra-chave nesse ponto.
Inclusive há aplicativos com jogos que ajudam a exercitar o cérebro e podem ser
benéficos. A tecnologia está aí para nos ajudar e devemos tirar o melhor
proveito dela”, complementa a neurologista.
Os problemas também atingem a coluna e articulações
As horas passadas de olho na tela podem, em um futuro
não muito distante, alterar também nossa postura de forma definitiva. O
ortopedista especialista em coluna do Hospital Marcelino Champagnat, Antonio
Krieger, explica que a posição do pescoço no momento em que ficamos com o
smartphone na mão ou até mesmo no notebook pode causar dores crônicas.
“Uma cabeça média pesa 6 kg quando na posição normal e
alinhada à coluna. Mas, ao inclinar a cabeça em 15 graus, esse peso dobra e,
dependendo da postura da pessoa, ela pode fazer uma sobrecarga de 30 kg. Quem
não faz nenhum trabalho para fortalecer essa musculatura, a médio e longo
prazo, vai desenvolver artrose de coluna ou calcificação”, afirma.
O problema descrito pelo especialista é chamado
Síndrome do Pescoço de Texto. Ao utilizarmos excessivamente o celular, ficamos
por muito tempo com a cabeça inclinada para baixo, concentrando peso na coluna,
o que traz consequências graves para o corpo. Em longo prazo pode levar para um
quadro de hérnia de disco.
Segundo o Dr. Luciano Miller, ortopedista e cirurgião
de coluna do Hospital Albert Einstein, o incômodo pode migrar para a região
cervical e para os ombros, levando a problemas crônicos. Além disso, as dores
de cabeça acabam dando as caras por causa da tensão e também podem se tornar
crônicas.
O médico alerta ainda que as dores nos dedos, no punho
e nos cotovelos também são comuns e podem evoluir para tendinites e artroses.
“Viver digitando também aumenta o risco de sofrer acidentes, de carro ou mesmo
caminhando”, acrescenta.
Problemas que vão além
Esse uso excessivo pode mexer ainda com outras partes
do corpo. O proctologista do Hospital Marcelino Champagnat, Paulo Kotze, alerta
sobre os riscos para quem só consegue ir ao banheiro com a companhia do
celular.
“Uso de celulares, tablets ou até mesmo jornais, faz
com que as pessoas fiquem mais tempo sentadas na posição de evacuação e isso é
prejudicial. Sentar longamente no vaso pode causar doenças como hemorróidas,
fissuras anais e espasmos musculares”, alerta.
Dicas para reduzir o problema
Por isso, Luciano recomenda parar a cada 30 minutos de
uso para fazer alongamentos no pescoço, nos ombros, nas costas e nos membros
superiores. Exercícios para reforçar a musculatura dessas regiões também são
importantes. E, na hora de utilizar o celular, ao invés de ficar o tempo todo
com o pescoço inclinado para frente, leve o aparelho à altura dos olhos.
Antonio recomenda manter as telas na linha do
horizonte, regular a postura do corpo durante a utilização do celular e
praticar atividade física regularmente. “O exercício físico é nosso maior
aliado. Assim conseguimos manter a saúde do corpo e da coluna, pois com ele
fortalecemos a musculatura e o alongamento e isso ajuda a prevenir dores e o
desgaste precoce”, frisa o especialista.
Fonte: https://www.saudeemdia.com.br/noticias/uso-excessivo-do-celular-traz-problemas-fisicos-e-mentais-entenda.phtml
- By Redação - Foto: Shutterstock
Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para
que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em
tempo oportuno.
Hebreus 4:16