O que leva alguém a ficar endividado, a nunca
conseguir guardar dinheiro? A resposta é simples: gastar mais do que ganha. Mas
quais são os motivos que levam a esse descontrole financeiro?
Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos,
presidente da Dsop Educação Financeira, são sete os fatores que impedem as
pessoas de cumprirem a eterna promessa de colocar as contas em ordem. São eles:
1) Falta de planejamento
Não saber quanto ganha e quanto gasta é o principal
fator de descontrole financeiro. "As pessoas não percebem que o
descontrole acontece por conta dos pequenos gastos, e não das grandes
despesas", diz Domingos. Para corrigir isso, é preciso começar pelo
orçamento doméstico.
2) Falta de educação financeira
É raro que alguém tenha aprendido a lidar com o
dinheiro desde a infância. Normalmente, o assunto dinheiro é tratado em família
quando acontece algum problema, como desemprego. Nesse caso, vira um assunto
tabu, que ninguém gosta de tratar. Segundo Domingos, é importante que a família
toda participe das decisões a respeito do uso do dinheiro e que as crianças
sejam ensinadas desde pequenas a lidar com ele, por meio da mesada.
3) Crédito fácil
O descontrole também pode chegar no abuso do crédito
fácil, como cheque especial e cartão de crédito e também os créditos para
endividados. Essas linhas de créditos têm os juros mais altos do mercado. O
ideal é evitar. Caso já esteja endividado, procure linhas de crédito mais
baratas ou até mesmo venda algum bem. "Também é interessante não ter
limite de cheque especial e evitar os empréstimos e crediários", diz.
4) Parcelamentos
O parcelamento é uma das maneiras mais perigosas de
perder o controle das finanças, porque as pessoas não percebem que já estão se
endividando. O parcelamento é uma forma de crédito, pois você está usando um
dinheiro que não possui para comprar um produto.
"Se a soma das suas parcelas, inclusive
prestações do cartão de crédito, superarem 30% da sua renda líquida, você já
está no caminho do superendividamento", diz Domingos. Caso o parcelamento
seja necessário, ele deve constar do orçamento mensal e, assim que receber os
rendimentos, já deve separar o valor para pagar a dívida. Tenha também uma
reserva de emergência para arcar com despesas imprevistas.
5) Falta de objetivo
Quem não tem um objetivo para o uso do dinheiro é
mais propenso a gastar de forma irresponsável. "Isso decorre pela falta de
capacidade das pessoas de sonhar, vivendo apenas o presente".
Para escapar disso, Domingos sugere fazer o seguinte
exercício. Pense sobre quais são seus sonhos para o futuro. Depois, dê um prazo
para que eles aconteçam. Esse prazo deve ser realista, levando em conta o
orçamento. Tendo isso estabelecido, poupe para esse fim.
"Assim que realizar um sonho, já planeje
outro", diz. O ideal é ter três objetivos: um de curto prazo (até um ano);
um de médio (entre um e 10 anos) e um de longo prazo (acima de 10 anos).
6) Comprar por impulso
O incentivo a comprar e gastar é diário, por meio
das ações publicitárias. "As mensagens são muitas, e as pessoas passam a
acreditar que parte do que é oferecido é realmente necessário", diz
Domingos.
O caminho para evitar isso é não comprar por
impulso. Questionar se realmente precisa do produto. Outra dica é deixar para
comprar em outro dia, quando terá tempo para refletir se realmente precisa
dele.
7) Necessidade de status
Achar que consumir é importante para ser aceito na
sociedade faz com que se compre sem ter condições. "É importante que se
viva dentro do seu padrão, sem querer aparecer para os outros", diz
Domingos. Se quiser comprar algum bem, estabeleça como irá poupar para isso e
em que prazo. "Endividar-se para consumir não é aconselhável", diz.
Fonte: http://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2016/10/18/conheca-e-evite-sete-habitos-que-te-fazem-gastar-mais-do-que-ganha.htm
- por Sophia Camargo - iStock