Cuidado com a alimentação é fundamental para garantir o bom funcionamento do corpo durante as provas
A alimentação exerce grande impacto no funcionamento
do cérebro, pois os nutrientes consumidos influenciam diretamente a saúde
neural e a cognição. Enquanto alimentos ricos em ômega 3, antioxidantes e
vitaminas, como frutas, vegetais e peixes, favorecem a plasticidade sináptica e
protegem contra inflamações, dietas com altos teores de açúcar e gorduras
saturadas podem causar danos que comprometem o equilíbrio de todo o organismo.
O consumo exagerado de açúcar pode ter diversos
efeitos negativos no funcionamento do cérebro, conforme explica a nutricionista
e professora do curso de Nutrição da Uniderp, Tamara Nunes. "Estudos
indicam que dietas ricas em açúcar podem levar a uma série de problemas
cognitivos, como dificuldades de memória e concentração. O açúcar em excesso
pode causar irritação e resistência à insulina, o que afeta a capacidade do
cérebro de utilizar a glicose de forma eficiente, resultando em energia
reduzida para as células cerebrais".
A profissional também explica que o consumo excessivo
de açúcar está ligado a um maior risco de depressão e ansiedade, pois afeta as
flutuações nos níveis de dopamina, um neurotransmissor responsável pela
sensação de prazer e motivação.
Excesso de açúcar prejudica o estudante
Quanto ao impacto no desempenho de um jovem que está
se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou para um
vestibular, a nutricionista destaca que a principal fonte de energia para o
cérebro é a glicose, mas o consumo de muito açúcar pode sobrecarregá-lo. Quando
o cérebro é superestimulado, ele pode levar à hiperatividade e a mudanças de
humor, sendo essas consequências sentidas rapidamente.
"O açúcar é viciante porque estimula os neurônios
no sistema de recompensa do cérebro, o sistema límbico, nesse sistema tem
amígdala cerebral, que processa informações emocionais e a ativação excessiva
dela está associada a emoções exageradas, como medo e ansiedade. Essas emoções
podem prejudicar muito o jovem nesse momento", aponta Tamara Nunes.
Quantidades adequadas de açúcar
Alguns podem pensar que, por outro lado, a falta de
açúcar pode ser prejudicial também, mas não é bem assim. A nutricionista
esclarece que a falta de alimentação pode causar a hipoglicemia, e a forma mais
eficiente de reverter esse quadro são alimentos ricos em carboidratos simples,
como um copo de água com açúcar ou uma bala.
Sobre a quantidade de açúcar que deve ser ingerido por
um jovem diariamente, Tamara Nunes ressalta que o nível de referência indicado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 50 g por dia, mas a Associação
Americana do Coração tem a diretriz de 25 g, 6 colheres de chá de açúcar, para
jovens até 18 anos.
Consumo de cafeína
Além do açúcar, a nutricionista acende um alerta para
o consumo de cafeína e destaca que pode interferir significativamente no
desenvolvimento neurocognitivo, influenciar o sistema cardiovascular, além do
risco de dependência e intoxicação.
"Chá preto, chá branco, guaraná, refrigerante do
tipo cola, bebidas esportivas isotônicas, chimarrão, tereré, chocolate,
energéticos são alguns alimentos que podemos encontrar maior concentração de
cafeína. A Academia Americana de Pediatria recomenda que adolescentes entre 12
e 18 anos devem limitar sua ingestão a menos de 100 mg por dia, ou seja, uma
xícara de café", ressalta.
Sobre os sintomas, a especialista menciona que cada
indivíduo reage de forma diferente à cafeína. Ela é um estimulante do sistema
nervoso, o que pode ser agradável, pois uma pessoa pode sentir-se mais
acordada, alerta ou capaz de concentrar-se. Em pessoas sensíveis, ela pode até
atrasar o início do sono, reduzir sua duração ou, até sua qualidade subjetiva,
além de aumentar a ansiedade, o nervosismo e a irritabilidade.
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- Por Camila Crepaldi - Foto: Krakenimages.com | Shutterstock / Portal EdiCase
Jesus respondeu: "Está escrito: 'Nem só de pão
viverá o homem'".
Lucas 4:4