Nosso cérebro é o que nos permite fazer tudo nessa
vida, desde correr pelo parque até refletir sobre nossas trágicas decisões. Mas existem muitas coisas que fazemos sem
conscientemente pensar nelas. Isso porque nosso cérebro é muito inteligente e
não espera nossa ajuda para fazer coisas como…
10. Filtrar informações
Somos constantemente inundados com informações,
tanto que é impossível absorver tudo. Sem olhar, você sabe que cor de meia está
usando hoje? Ou que roupa a primeira pessoa que você viu hoje estava vestindo?
Se não, não se preocupe, não é a sua memória que está falhando.
Nosso cérebro trabalha constantemente para filtrar
informações das quais não precisamos estar cientes. Isto permite que nos
concentremos nas informações mais importantes para nós. Por exemplo, se você
está assistindo a um jogo de futebol no estádio, você provavelmente não está
ciente do que está acontecendo no meio da multidão, embora seu cérebro esteja
percebendo esta informação. Este processo é chamado de atenção seletiva e é o
que faz com que nós não fiquemos loucos pelos altos níveis de informação
tipicamente presentes no mundo.
Algumas informações podem, no entanto, quebrar a
barreira do nosso foco. É por isso que quando ouvimos o nosso nome na conversa
de outra pessoa, por exemplo, respondemos instantaneamente.
Um experimento para testar a teoria da atenção
seletiva foi realizado por Christopher Chabris e Daniel Simons da Universidade
de Harvard, nos EUA, no clipe que pode ser visto acima. Quantas vezes você vê
os jogadores em branco passarem a bola? A resposta pode te surpreender.
9. Piscar
Piscar é algo que todos nós fazemos aproximadamente
a cada dois a dez segundos. Normalmente, não nos damos conta de que estamos
fazendo isso, embora você provavelmente vá ler o resto dessa lista pensando
nisso.
Mas como é que o nosso cérebro consegue manter este
processo sem que conscientemente pensemos nele? Piscar é um reflexo automático,
posto em prática para proteger e manter a umidade do seu olho.
O canto externo dos olhos constantemente produz
lágrimas. Estas lágrimas são enxugadas pelo movimento das pálpebras quando você
pisca, para manter seu olho lubrificado e limpo. O sistema automático que
regula os nossos padrões de piscar também garante que nossas pálpebras se
fechem quando algo está prestes a atingir nosso rosto. Embora tenhamos a
capacidade de parar o processo quando pensamos conscientemente sobre ele (quem
nunca participou de um concurso do tipo “quem piscar primeiro perde!”?), o
sistema automatizado acabará por forçar-nos a piscar novamente.
8. Mover nossa língua na posição para produzir
palavras
Quando estamos falando, a única coisa que pensamos
conscientemente é sobre o que estamos dizendo. Mas não pensamos nos movimentos
que os músculos de nossa língua e boca fazem para nos permitir articular
verbalmente palavras.
Aprendemos a falar através da imitação. Nós não
necessariamente imitamos frases completas, mas sim palavras diferentes que
ouvimos até começarmos a ser capazes de interpretar seu significado, criando
uma estrutura (uma frase) para as nossas palavras. Conforme estamos imitando e
aprendendo essas novas palavras, o nosso cérebro tem que pensar conscientemente
sobre como posicionar a nossa língua para criar o som pretendido. No entanto,
quando nossa capacidade de pronunciar cada som se torna mais desenvolvida, a
nossa mente consciente não se envolve mais no processo de posicionar a nossa
língua e lábios; este torna-se um processo involuntário.
7. Enganar-nos a pensar que somos melhores do que
somos
Imagine que você tem um filho que quer ser um
artista, e ele te mostra um desenho horrível do qual parece estar muito
orgulhoso. O que você diz para ele? A maioria dos pais iria elogiar o desenho,
mesmo que não acreditasse no que está dizendo. No entanto, quando a criança
crescer, ela pode olhar para o desenho horrorizado que alguém um dia achou
aquilo bom.
Quando alguém nos dá feedback positivo, construímos
uma crença que se ajusta aos critérios pelos quais fomos descritos. Isso muda
nossa perspectiva de nós mesmos, o que significa que nós acreditamos que somos
melhores do que realmente somos. Esse conceito se estende além de talentos que
não têm medição científica.
Um estudo demonstrou como as pessoas que acreditam
que foram bem em um teste são mais propensas a responder com confiança um teste
seguinte, embora nem o seu conhecimento, nem a facilidade da tarefa tenham
mudado. No experimento, os participantes tinham as respostas para um primeiro
conjunto de perguntas na parte inferior da página e foram informados de que
poderiam olhá-las se quisessem. Não surpreendentemente, eles foram muito bem no
teste. No segundo teste, nenhuma resposta foi fornecida, mas como os
participantes tinham se enganado em pensar que eram melhores do que realmente
eram, eles responderam às perguntas mais rapidamente. Apesar da sua confiança, seus
resultados foram piores em relação ao primeiro teste.
6. Regulação da temperatura
Não só o nosso cérebro controla nossos processos
sociais, como também regula as coisas dentro do nosso corpo, como a nossa
temperatura interna. É vital para a nossa saúde que a nossa temperatura fique a
37 graus Celsius, o que cria as condições perfeitas necessárias para o nosso
organismo realizar funções importantes, como permitir que as enzimas digestivas
trabalhem.
Mas como é que o nosso cérebro consegue manter esta
temperatura constante sem termos que pensar nisto? O nosso ambiente externo é
detectado pelos receptores sensoriais da pele. Esta informação viaja através do
nosso sistema nervoso até o hipotálamo. Há também receptores no sangue que
alertam o hipotálamo de mudanças em nossa temperatura corporal interna. Quando
essa leitura é interpretada, o cérebro toma as medidas adequadas para garantir
que o nosso corpo permaneça na temperatura correta.
Por exemplo, se o nosso ambiente externo está frio,
o cérebro vai instruir os pelos em nossos braços a se arrepiarem, o que lhes
permite prender mais calor. No entanto, se o nosso ambiente externo está muito
quente, o nosso cérebro instrui o corpo a produzir suor, permitindo-nos
diminuir nossa temperatura através da evaporação.
5. Mudar nossa memória
Uma vez que temos experimentado alguma coisa,
achamos que vamos lembrar dessa coisa tal como realmente aconteceu. Não é bem
assim, conforme demonstrou um estudo psicológico realizado por Elizabeth Loftus
e John Palmer em 1974. No experimento, os participantes assistiram vídeos de
acidentes de carro e responderam um conjunto padronizado de perguntas.
Depois, foram colocados em grupos diferentes, e
responderam a mesma pergunta, mas com uma redação ligeiramente diferente. Os
participantes em dois grupos tinham que dizer que velocidade eles achavam que o
carro estava, mas o verbo usado para descrever a colisão foi “atingir” para um
grupo e “esmagar” para outro. Um grupo de controle não respondeu a pergunta
sobre a velocidade.
Duas semanas mais tarde, os participantes foram
questionados novamente sobre os vídeos. Desta vez, eles foram convidados a
responder a pergunta: “Você viu algum vidro quebrado?”. Não havia vidro
quebrado, mas os participantes que foram informados de que os carros foram
“esmagados” (e que previram que os carros estavam a uma velocidade mais
elevada) imprecisamente se lembravam de ter visto vidro quebrado muito mais do
que os participantes do grupo de controle e do grupo que ouviu o acidente ser
descrito como “atingido”. Isto sugere que nosso cérebro pode recriar elementos
de uma memória com novas informações que lhe são oferecidas, que por sua vez
passam a ser armazenadas como parte da nossa memória original, resultando em
uma falsa lembrança.
4. Manter o equilíbrio
Quando estamos caminhando, a maioria de nós não
pensa duas vezes sobre isso, mas o nosso cérebro está trabalhando o tempo todo
para garantir que mantemos um equilíbrio estável. O cérebro decide como manter
esse equilíbrio através de informações sensoriais que vêm dos olhos, músculos,
articulações e órgãos vestibulares.
Os nossos olhos são capazes de perceber o mundo que
nos rodeia através da luz que atinge os cones e bastonetes em nossas retinas,
que por sua vez enviam impulsos visuais para o cérebro, alertando-o de onde os
objetos e outros estímulos do meio ambiente estão em relação a nós.
Músculos e articulações são responsáveis por enviar
sinais ao nosso cérebro sobre a quantidade de estiramento e pressão que temos
que fazer durante a caminhada. Quando nos inclinamos para a frente, mais
pressão é sentida na parte da frente da sola dos nossos pés. Qualquer movimento
feito por partes do nosso corpo envia um sinal para o cérebro, o que lhe
permite julgar onde estamos no espaço.
Sugestões dadas a partir do tornozelo também
permitem que o nosso cérebro meça a textura e qualidade da superfície, o que
nos permite oscilar o corpo com precisão em relação ao solo.
3. Espirrar
Às vezes, o impulso irresistível de espirrar parece
vir do nada. Embora espirros possam ser causados por alergias ou coceira, mais
frequentemente, nós não percebemos que há algo em nosso nariz nos incomodando
até que espirramos para remover a irritação.
Quando fazemos isso, a irritação é localizada no
epitélio respiratório do nariz. Os mastócitos, tais como células inflamatórias
como os eosinófilos, produzem químicos, por exemplo, histamina ou leucotrienos.
Esta liberação química é desencadeada pela substância irritante, que pode ser
algo como um alérgeno, partículas filtradas, uma infecção respiratória viral,
ou um irritante físico como fumaça. Após o estímulo provocar a liberação
química, vasos no nariz liberam um vazamento, que em última análise estimula as
terminações nervosas, causando coceira.
Mas como é que o nosso cérebro realmente produz o
espirro? A estimulação de cada terminação nervosa ativa uma resposta reflexa
dentro do cérebro. Os nervos sensoriais causam a ativação dos nervos que
controlam os músculos do pescoço e da cabeça. O fluxo de ar rápido a partir do
nariz é conseguido por uma acumulação de pressão dentro do tórax, enquanto as
cordas vocais são fechadas. Conforme as cordas vocais reabrem rapidamente, o ar
flui para fora em uma velocidade elevada, removendo o estímulo irritante.
2. Tremer
O que faz nosso corpo tremer incontrolavelmente? O
tremor é outra ação reflexa posta em prática para nossa própria proteção. A
reação é criada pelo desencadeamento do hipotálamo, que está localizado imediatamente
acima do tálamo no cérebro.
Quando os receptores sensoriais da pele detectam uma
temperatura fria no ambiente externo, o nosso sistema nervoso envia um sinal
para o hipotálamo. O hipotálamo, em seguida, envia sinais para os músculos,
levando-os a se contrair rapidamente. Isso porque os tremores aumentam a nossa
temperatura corporal.
1. Rir
Você já deve ter passado por uma situação na qual
rir seria completamente inadequado, mas por algum motivo você simplesmente não
conseguiu se segurar. Você pode culpar o seu cérebro por isso.
Um artigo publicado em 1998 deu alguma explicação
sobre a forma como o cérebro está envolvido em nosso impulso de rir. Uma menina
identificada como A. K. passou por uma cirurgia para controlar sua epilepsia. O
médico que fez a operação descobriu que estimular a área do giro frontal
superior (parte do lobo frontal) do cérebro da garota sempre desencadeava risos
nela. Quando A. K. explicou por que estava rindo, ela pensou em algo depois do
riso. Isso geralmente é o oposto do que acontece, visto que as pessoas primeiro
percebem algo engraçado e depois riem como resposta.
Os autores do estudo acreditam que a nossa
experiência do riso é desencadeada por diferentes áreas do cérebro, cada uma
responsável por adicionar elementos à experiência. Há a reação emocional, o
processo cognitivo de entender por que algo é engraçado e, finalmente, a parte
incontrolável da reação, que envolve o movimento dos músculos faciais para
criar um riso. Depois de interpretar algo engraçado, nossa reação física à
situação é criada pelo nosso cérebro e é muito difícil de controlar. [Listverse]