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terça-feira, 5 de março de 2019

Campanha da Fraternidade 2019: Fraternidade e políticas públicas


A Igreja no Brasil, mais uma vez, propõe a Campanha da Fraternidade a ser vivenciada no tempo quaresmal. A cada ano um tema e um lema são escolhidos para ajudar as comunidades eclesiais e toda a sociedade a refletir sobre os apelos de conversão a serem vivenciados. Em 2019 o convite é refletir sobre FRATERNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS.

A proposta é bastante desafiadora, principalmente nesses tempos em que a palavra POLÍTICA anda bastante desgastada. Mas a proposta da CNBB é abordar a questão das POLÍTICAS PÚBLICAS. E este é um assunto que ainda não foi suficientemente debatido e apropriado pelas comunidades eclesiais. Muitas vezes, a política pública, que é direito de cada cidadão e cidadã, chega à população como uma benesse ou um “favor” prestado pelos gestores públicos.

O texto base vai nos chamar a atenção que:

“Políticas Públicas são ações discutidas, aprovadas e programadas para que todos os cidadãos possam ter vida digna. São soluções específicas para a necessidades e problemas da sociedade. É a ação do Estado que busca garantir a segurança, a ordem, o bem-estar, a dignidade, por meio de ações baseadas no direito e na justiça”

E esta campanha tem como objetivo principal:

“Estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade.”

Os objetivos específicos apontam caminhos concretos para que se consolide a maior participação dos cristãos e cristãs em Políticas Públicas. Entre eles, destaco:

– Conhecer como são formuladas e aplicadas as Políticas Públicas estabelecidas pelo Estado Brasileiro

– Despertar a consciência e incentivar a participação de todo cidadão e cidadã na construção de Políticas Públicas em âmbito nacional, estadual e municipal.

– Promover a formação política dos membros de nossa igreja, especialmente dos jovens, em vista do exercício da cidadania.

Com o método VER-JULGAR-AGIR, cristãos e cristãs são estimulados a fazer uma análise da trajetória das Políticas Públicas no Brasil, com seus avanços e retrocessos. A iluminação da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja ajuda as comunidades a estabelecer uma conexão entre os desafios da realidade, a trajetória do Povo de Deus, o Projeto de Jesus e a longa tradição da Igreja Católica. As pistas de ação apontam os rumos e as possibilidades de engajamento a que a Igreja no Brasil nos conclama.

A CNBB traz algumas questões práticas muito importantes para a dinamização da Campanha da Fraternidade:

– Cada Diocese e Paróquia organize sua equipe de Campanhas, de modo que haja uma boa articulação entre elas: Fraternidade, Missionária e Evangelização. Certamente cada Igreja Particular tem outras campanhas específicas que também deveriam ser animadas por essa equipe.

– É muito importante divulgar a Coleta da Solidariedade – feita no Domingo de Ramos. As comunidades precisam estar conscientes da sua finalidade, como também receber a prestação de contas anual sobre a arrecadação e os projetos apoiados com os Fundos Nacional e Diocesano de Solidariedade.

– A partir de 2019 a JORNADA MUNDIAL DOS POBRES é incorporada como uma ação concreta da Campanha da Fraternidade de cada ano. Todas as Igrejas Particulares devem incluir essa ação em seu plano pastoral.

Nesse período que antecede a Quaresma, é muito importante que sejam organizados eventos formativos sobre o tema da CF-2019. Animadores e animadoras devem estar bem preparados para evitar equívocos na abordagem do tema. O texto-base é bastante didático, esclarecedor e dever estudado com bastante empenho.

Quaresma é caminho de transformação em Cristo. A Igreja, através da Campanha da Fraternidade, nos chama a participar da transformação da sociedade de modo ativo, ajudando na proposição, discussão e execução de Políticas Públicas para que as pessoas sejam libertadas pelo direito e pela justiça.