Jogar videogame pode ser saudável e benéfico, quando o uso é equilibrado.
Foi na década de 1970 que o videogame se tornou uma
atração comercial no mundo, e isso nunca mais parou. Aliás, só aumentou,
fazendo até com que muitas pessoas desenvolvessem vício em videogame.
Foi o excesso de videogame que fez a plataforma ir de
um benefício à saúde a prejuízo severo. O estudo realizado por Luíza Brandão,
doutora em Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia (IP), identificou que
a taxa dos jovens brasileiros que fazem uso abusivo de videogames está acima da
média mundial.
Através de um questionário feito com milhares de
adolescentes matriculados em escolas da rede pública do Brasil, Brandão colheu
que 85,85% dos entrevistados jogam videogames, e 28,17% desses fazem uso
abusivo dele.
É um transtorno mental
Esse número configura os critérios de Transtorno de
Jogo pela Internet (TJI), como descrito no Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais – usado por profissionais da área de saúde mental em todo o
mundo para fazer diagnósticos clínicos, conforme prevê a Associação Americana
de Psiquiatria.
O transtorno é caracterizado pelo uso excessivo de
jogos online, podendo desestimular outras áreas da vida de uma pessoa, desde
atividades escolares até interações sociais, causando extrema abstinência.
Embora as pessoas tendam a olhar para os Estados
Unidos e a China, por serem os países com mais jogadores e deterem o poderio da
indústria mundial dos videogames, Brandão apontou ao Jornal da USP que a
prevalência de jovens que jogam abusivamente encontrada no Brasil já é maior
que a de outros países.
O que a fez defender a tese Fatores associados ao uso
problemático de videogames entre adolescentes brasileiros, foi a percepção no aumento
de procura por ajuda psicológica por conta de problemas envolvendo uso
excessivo de videogames pela população de crianças e adolescentes.
As características de quem tem vício em videogame
Para isso, Brandão utilizou os dados do #Tamojunto2.0,
um programa do Ministério da Saúde desenvolvido para a prevenção ao uso de
álcool e drogas pelos jovens, feito com alunos que cursavam o oitavo ano de 73
escolas públicas de São Paulo, Eusébio (CE) e Fortaleza.
Os alunos responderam ao questionário sobre o uso de
drogas, práticas de bullying, classe socioeconômica, sintomas psiquiátricos e
videogames de maneira anônima.
O resultado foi que a faixa etária de vício em jogos
ficou entre 12 e 14 anos, dos quais 50% dos jovens pertenciam à classe média,
dos 5.371 participantes.
Os fatores que levam ao vício em videogame
A pesquisa de Brandão entendeu que o motivo de os
jovens brasileiros desenvolverem um vício tão grande em jogos de videogame tem
a ver com a falta de acesso a serviços de lazer e esportes públicos, e aos
índices de violência que os distanciam cada vez mais dos encontros presenciais
fora de casa.
Além disso, o grupo considerado de risco, ou seja,
mais propenso ao vício, está associado a um perfil de jovens do sexo masculino,
consumidores de cigarro e álcool, que praticam ou são vítimas de bullying, com
sintomas de hiperatividade, problemas de conduta e de relacionamento entre
pares – aquele que acontece entre pessoas com características semelhantes, como
idade e habilidades. 57% dos jovens também jogam obsessivamente procurando se
descolar de sua realidade.
A psiquiatra Sylvia van Enck, especialista em dependências
tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da USP, deixa claro que os games não
são nocivos, apenas seu uso descontrolado, a ponto de se tornar um substituto
da vida real. É cientificamente comprovado seus benefícios estratégicos que
estimulam o desenvolvimento cognitivo.
Portanto, a especialista recomenda que a introdução
das telas comece a partir dos 5 ou 7 anos como um substituto ocasional da
presença dos pais.
Desse modo, a relação ao tempo de tela será mais sadia
e controlada, e a criança ou jovem tende a buscá-la apenas quando os pais não
estão disponíveis para brincar ou dar atenção.
Mega Curioso.com
Fonte: https://www.dicasonline.com/vicio-em-videogame-brasileiros-estao-acima-da-media-mundial/
- por Priscilla Riscarolli
Cure-me, Senhor, e serei curado; salve-me e serei
salvo, pois você é aquele que eu louvo. (Jeremias 17:14)