sexta-feira, 21 de junho de 2019

Limite da resistência humana encontrado


Pesquisadores da Universidade de Duke (EUA) descobriram qual o limite da resistência humana analisando uma corrida de 5.000 quilômetros, o Tour de France e outros eventos de elite.

O resultado? 2,5 vezes a taxa metabólica de repouso do corpo, ou 4.000 calorias por dia em média. Qualquer coisa acima disso não é sustentável a longo prazo.

A pesquisa ainda mostrou que mulheres grávidas são especialistas em resistência, vivendo quase no limite do que o corpo humano pode suportar.

Uma maratona por dia durante meses = resistência humana
O estudo começou analisando a “Race Across USA”, uma ultramaratona na qual os atletas percorrem 5.000 quilômetros da Califórnia até Washington DC em 140 dias. Isso significa que os competidores realizam seis maratonas por semana durante meses.

Os cientistas investigaram o efeito de tal desgaste nos participantes, registrando as calorias queimadas no evento de extrema resistência. A taxa metabólica de repouso – as calorias que o corpo queima quando está relaxado – foi medida antes e durante a corrida.

Os resultados indicaram que o uso de energia começou alto, mas acabou se estabilizando em 2,5 vezes a taxa metabólica de repouso.

Picos
O estudo também encontrou um padrão entre a duração de um evento esportivo e o gasto de energia – quanto mais longo o evento, mais difícil era queimar as calorias.

Em outras palavras, as pessoas podem ir muito além de sua taxa metabólica básica enquanto fazem um breve exercício, mas isso se torna insustentável ​​a longo prazo.

Por exemplo, corredores realizando apenas uma maratona usaram 15,6 vezes a taxa metabólica de repouso. Ciclistas durante os 23 dias do Tour de France usaram 4,9 vezes a taxa metabólica de repouso. Já um atleta fazendo um trekking de 95 dias pela Antártica usou 3,5 vezes a taxa metabólica de repouso. E, durante a gravidez, o uso de energia das mulheres atinge um pico de 2,2 vezes a taxa metabólica de repouso.

“Você pode fazer coisas realmente intensas por alguns dias, mas se quiser durar mais tempo, é preciso baixar a bola”, explicou o médico Herman Pontzer, da Universidade de Duke, à BBC News.

Cheguei no meu limite
Os pesquisadores argumentam que o número limite de 2,5 pode estar relacionado ao sistema digestivo humano, e não ao coração, pulmões ou músculos.

Eles descobriram que o corpo não pode digerir, absorver e processar calorias e nutrientes suficientes para sustentar um nível mais alto de uso de energia.

O corpo pode usar seus próprios recursos queimando gordura ou massa muscular – que podem ser recuperados posteriormente – em eventos mais curtos. Mas em eventos extremos, nos limites do esgotamento humano, o corpo precisa equilibrar seu uso de energia.

De acordo com o Dr. Pontzer, as descobertas podem eventualmente ajudar os atletas. “No Tour de France, saber qual é o seu teto permite que você pedale de forma inteligente. Depois, estamos falando de resistência ao longo de dias, semanas e meses, por isso os resultados são mais aplicáveis para pensarmos como os regimes de treinamento se encaixam com os limites metabólicos de longo prazo do corpo”.

Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Science Advances. [BBC]


quinta-feira, 20 de junho de 2019

Tomar bebidas geladas de fato faz mal para a garganta? Por quê?


Essa é dos mesmos criadores de “ler no escuro estraga a vista” e “bolo quente dá dor de barriga”. Tudo sem fundamento.

O que irrita mesmo a garganta são infecções causadas por vírus e bactérias – gripe, resfriado, faringite – ou hábitos como tabagismo, passar muito tempo perto do ar-condicionado e exagerar no uso da voz (como naquele karaokê em que você cantou cinco músicas seguidas). Quem explica é Fausto Nakandakari, otorrinolaringologista do Hospital Sírio-Libanês.

Bebidas trincando só são realmente nocivas a quem precisa da voz para trabalhar (o que não é o caso de cantores de bar). Artistas profissionais e locutores de rádio, por exemplo, precisam aquecer as cordas vocais para que possam emitir sons com clareza. Ao ingerir um líquido gelado, todo o aquecimento vai por água abaixo.

Se você quer mesmo evitar dor de garganta, cuide da sua imunidade – com vacinas em dia e alimentação balanceada –, beba água regularmente e evite ambientes empoeirados ou com ar muito frio. Essas são algumas medidas que – de fato – resguardam seu gogó.


quarta-feira, 19 de junho de 2019

Conheça os sintomas do ataque cardíaco, ou infarto


Ficar alerta aos diversos sintomas do infarto é importante porque o ataque cardíaco é uma condição sistêmica, indo muito além do coração.

O que é infarto?

O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, ocorre quando um coágulo interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa, provocando a morte das células de uma região do músculo do coração.

A principal causa do infarto é a aterosclerose, uma condição na qual placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstruí-las. Na maioria dos casos o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e à interrupção do fluxo sanguíneo.

O infarto pode ocorrer em diversas partes do coração, dependendo de qual artéria foi obstruída, e há vários tipos de ataque cardíaco.

Há uma propensão ao aumento dos casos de infarto quando a temperatura muda muito, assim como há mais infarto nos dias mais frios, principalmente no inverno. Além disso, o infarto e o AVC ocorrem mais de manhã.

Qualquer que seja a ocasião, contudo, um ataque cardíaco é uma emergência que exige cuidados médicos o mais rápido possível. Assim, identificar os sintomas pode ser decisivo para salvar a vida de uma pessoa infartada.

Sintomas de um ataque cardíaco

O principal sintoma de um ataque cardíaco é dor ou desconforto na região peitoral, podendo se irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, mais raramente, para o braço direito. Embora menos frequente, a dor também pode ser no abdome, semelhante à dor de uma gastrite.

O desconforto costuma ser intenso e prolongado, acompanhado de uma sensação de peso ou aperto sobre o tórax.

Esses sinais costumam ser acompanhados de suor frio, palidez, falta de ar e sensação de desmaio.

Entre os idosos, o principal sintoma pode ser a falta de ar. Nestes, como também entre os diabéticos, o infarto pode ocorrer sem sinais específicos. Por isso, deve-se estar atento a qualquer mal-estar súbito apresentado por esses pacientes.

Risco e prevenção

Os principais fatores que aumentam o risco de infarto são o tabagismo, colesterol alto, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes - os diabéticos têm duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto do que a população que não tem essa condição.

Para se prevenir contra um ataque cardíaco, a prática regular de exercícios físicos e uma alimentação balanceada são essenciais.

A cessação do tabagismo, a prevenção de doenças como a aterosclerose, diabetes e obesidade são igualmente fundamentais para evitar o entupimento das artérias e o consequente aumento de risco do infarto.

Fonte: https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=conheca-sintomas-ataque-cardiaco-ou-infarto&id=13488&nl=nlds - Redação do Diário da Saúde - Imagem: Medical University of Vienna

terça-feira, 18 de junho de 2019

O Telegram é realmente mais seguro que o WhatsApp?


A resposta é: depende. O aplicativo, que ganhou relevância após o vazamento de mensagens da Lava-Jato, tem um modo de "chat secreto", que oferece mais proteção - mas há indícios de que ele não foi acionado pelos procuradores do Ministério Público

O Telegram é um serviço de mensagens instantâneas que, no Brasil, ficou conhecido como uma alternativa para o WhatsApp quando, alguns anos atrás, o aplicativo do ícone verde era frequentemente tirado do ar por determinação da Justiça.

Desde o último domingo (9), com a divulgação pelo site Intercept de conversas entre o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e procurador da República Deltan Dallagnol sobre o andamento da Operação Lava Jato, o Telegram ganhou novamente os holofotes.

Assim que as mensagens trocadas na plataforma vazaram, levantou-se a hipótese de um ataque hacker. A Polícia Federal está investigando essa possibilidade. O Telegram, por sua vez, negou ter sido alvo de uma invasão do tipo. Foi justamente pela promessa de oferecer maior privacidade aos usuários que o serviço ganhou notoriedade. Mas afinal, ele é mais seguro que o WhatsApp?

Breve história do Telegram

Criado em 2013, o Telegram foi desenvolvido pelos irmãos russos Nikolai e Pavel Durov, os inventores do VK, a maior rede social da Rússia. O sistema de mensagens nasceu com o dinheiro da venda do VK para um grupo de tecnologia ligado ao governo russo.

Mas a compra não foi muito amigável: em 2018, a Rússia foi à Justiça para proibir o Telegram no país. A justificativa era de que a empresa não quis abrir sua criptografia (codificação de dados) para o governo russo. Na época, a plataforma já contava com mais de 200 milhões de usuários pelo mundo. O WhatsApp, que pertence ao Facebook, possui mais de 1,5 bilhão – 120 milhões somente no Brasil.

Qual a diferença entre eles?

No quesito criptografia – tecnologia que transforma mensagens e arquivos em códigos, aumentando a segurança na comunicação – o Telegram saiu na frente do “zap”: desde o início, as mensagens trocadas no serviço russo passavam por um protocolo de encriptação. No caso do WhatsApp, a funcionalidade só foi incorporada em 2016, após críticas à respeito de constantes vazamentos.

No entanto, Telegram e WhatsApp diferem em duas características: o armazenamento das mensagens de cada usuário e a forma de acesso a elas. No WhatsApp, mensagens e arquivos ficam armazenados no celular – a empresa garante que nada do tipo fica salvo nos servidores da empresa. O app faz backup automático das mensagens, que são salvas no Google Drive (para quem usa o WhatsApp no Android) e iCloud (no caso do iPhone).

No Telegram, é diferente. Na versão “normal” do serviço (mais sobre ela daqui a pouco), as mensagens são guardadas na nuvem, em servidores da empresa espalhados pelo mundo. Isso está diretamente relacionado com a proposta do aplicativo, que é de ser multiplataforma: é possível acessar o Telegram de diversos dispositivos (tablet, smartphone, computador). Como as mensagens estão salvas na rede, você consegue manter mais de um canal de conversa. No caso do WhatsApp, tudo precisa necessariamente passar pelo celular. É por isso que o WhatsApp Web não funciona se o seu aparelho não estiver conectado à Internet. Apesar da fama que o Telegram tem de ser muito seguro, o modelo de funcionamento baseado em nuvem cria pontos vulneráveis.

Agora, acessar o Telegram de uma pessoa hackeando os sistemas da empresa é outra história. A empresa é tão confiante que oferece um prêmio de US$ 300 mil para quem conseguir quebrar suas medidas de segurança. Até agora, ninguém conseguiu.

Como se proteger?

Se compararmos o WhatsApp com a versão normal do Telegram, o primeiro leva a melhor na questão da segurança. Mas o aplicativo russo possui uma versão “turbinada” do seu serviço: o chat secreto. De acordo com a empresa, ela oferece máxima privacidade ao usuário. Nesse modo de funcionamento, as mensagens são protegidas por criptografia passo-a-passo, ou seja, desde que saem do remetente até chegarem ao interlocutor. Nessa modalidade, não é possível a criação de grupos – o que, presumivelmente, significa que os procuradores do Ministério Público cujas mensagens foram vazadas não a tenham utilizado.

A recomendação de segurança (e que vale para ambas as plataformas) é usar a verificação em duas etapas, disponível para ativação nas configurações dos aplicativos. Com ela, é possível criar uma senha extra, que será pedida toda vez que você (ou alguém) tentar se conectar. No fim, o bom e velho WhatsApp não é tão inseguro como se costuma pensar. Já a privacidade do Telegram irá depender das configurações que o usuário fizer.

Contudo, nenhum desses mecanismos de segurança é eficaz se o celular da vítima for invadido. Nesse caso, o hacker passa a ter acesso total ao dispositivo, podendo capturar tudo o que é digitado e visto na tela. Se isso for um risco intolerável para você, a única saída é dispensar qualquer meio de comunicação eletrônica – e recorrer às boas e velhas cartas de papel.


segunda-feira, 17 de junho de 2019

7 mitos e verdades sobre o uso da cadeirinha infantil no carro


Especialistas esclarecem as principais dúvidas sobre dispositivos de segurança automotiva para crianças, do bebê conforto ao assento de elevação.

Eles salvam vidas: segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o uso de dispositivos de segurança infantis – bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação, dependendo da faixa etária (confira abaixo o detalhamento) – dentro de carros e caminhonetes reduz em até 60% o número de mortes de crianças e adolescentes em acidentes de trânsito.

No Brasil, desde que o uso desses equipamentos passou a ser obrigatório e passível de multa (R$ 293,47 – valor em junho de 2019), de perda de pontos na carteira de habilitação (infração gravíssima, 7 pontos) e de retenção do veículo até a situação ser regularizada, as hospitalizações infantis decorrentes de lesões de acidentes de trânsito diminuíram em 37%. Fazemos parte de um grupo de 84 países com legislação nacional de retenção para crianças, o que nos colocou no relatório para segurança viária da OMS de 2018.

Depois de o presidente Jair Bolsonaro enviar à Câmara dos Deputados um projeto de lei que, entre outros pontos, propõe o fim das multas para quem não utilizar esses dispositivos – a perda de pontos na carteira seria mantida –, o debate ficou acalorado. Afinal, é preciso ou não obrigar os adultos a proporcionar essa segurança às crianças?

Para o médico ortopedista Sandro Reginaldo, presidente da Comissão de Campanhas Públicas da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), é preciso manter a obrigatoriedade, sim.

“É importante penalizar porque muitas pessoas, infelizmente, só sentem necessidade de fazer algo relacionado à segurança se houver ameaça ao bolso. Tem que ter consequências. O bebê e a criança, que não têm discernimento para saber o que é necessário para estarem seguros dentro do carro, não podem ser penalizados com lesões e até a morte por causa da irresponsabilidade de adultos”, diz o médico.

Os números mostram que ele está certo: mesmo com a multa, apenas 36% das crianças são transportadas nos equipamentos adequados de segunda a sexta-feira – o número aumenta para 56% nos finais de semana. Imagine se não houvesse o risco de perda financeira…

Conscientes da necessidade do uso de bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação, contamos com a ajuda de Sandro Reginaldo e de José Roberto da Silva, advogado especializado em direito do trânsito, para listar os principais mitos e verdades sobre o uso desses dispositivos.

Os pais podem decidir em que momento trocar do bebê conforto para a cadeirinha e dela para o assento de elevação
MITO. Existem parâmetros de segurança determinados por lei. De acordo com a resolução 277 do Conatran (Conselho Nacional de Trânsito), deve-se seguir o seguinte:

– Até um ano: bebê conforto (conhecido como “conversível” em alguns lugares)

– De um a quatro anos: cadeirinha

– De quatro a sete anos e meio: assento de elevação

– De sete anos e meio a dez anos: cinto de segurança, sempre no banco traseiro

– Dos dez anos em diante: pode ir no banco dianteiro, sempre com cinto de segurança.

Se um carro não tiver dispositivo de segurança, tudo bem colocar o cinto de segurança convencional em uma criança
MITO. O cinto de segurança foi projetado para o tamanho de adulto pequeno ou de uma criança já maior, a partir dos dez anos. Por causa das dimensões corporais das crianças menores, o cinto de segurança pode até enforcá-la em caso de freada brusca ou batida.

A altura é mais importante que o peso na hora de mudar para a cadeirinha ou para o assento de elevação
VERDADE. Embora a resolução do Conatran não fale nada sobre peso, muitos fabricantes de cadeirinhas fazem essa indicação. E aí começa o dilema: muitas crianças têm a altura necessária, mas são magrinhas e não atingiram o peso; outras são mais baixinhas, porém são robustas e têm o peso. O que fazer? De acordo com o ortopedista Sandro Reginaldo, a altura é o parâmetro mais importante. “Por uma questão de ajuste dos cintos e ergonomia, a altura deve ser preponderante. Principalmente na fase de passar do assento de elevação para o cinto de segurança: os joelhos têm que dobrar em 90° no banco para ser seguro”.

O bebê conforto sempre deve ficar virado de costas para o banco da frente do carro
VERDADE. Além de ser determinado por lei, desta forma o “chicote” no corpo do bebê é mais fraco em caso de batida e o risco de lesão na coluna e no pescoço, consideravelmente menor.

Cadeirinhas infantis para carro são todas iguais, a escolha pode ser estética
MITO. Tem muita cadeirinha fora dos padrões de segurança sendo vendida por aí. As cadeirinhas infantis para carro confiáveis têm selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

Não tem problema levar a criança no colo em um passeio curto de carro
MITO. Em primeiro lugar, a lei não determina distâncias mínimas percorridas para que o dispositivo de segurança seja usado: quando o carro der a partida, a criança já deve estar presa nele. Além disso, um acidente pode ocorrer em qualquer lugar, e o fato de o passeio ser curto não diminui esse risco. Por fim, a criança tem que ser acostumada a estar sempre segura, sem exceções. A segurança também é um hábito.

Usar uma faixa para segurar a cabeça da criança erguida quando ela dormir no carro auxilia na segurança
VERDADE. Essa faixa faz bem, evita dores de pescoço (as crianças “caem” para a frente e para os lados quando dormem no carro, já notou?) e diminui o “chicote” em caso de batida ou freada brusca, reduzindo o risco de dores no pescoço posteriormente. Apenas fique atenta para que a faixa seja acolchoada e confortável.