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quinta-feira, 20 de julho de 2023

Sinais de infarto: os primeiros sintomas de um ataque cardíaco


Infarto do miocárdio pode se tornar uma fatalidade se não for tratado com urgência. Saiba identificar os principais sintomas do ataque cardíaco

 

O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, é causado pela formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. Ele pode ocorrer em diversas partes do coração, dependendo de qual artéria foi obstruída.

 

Ao perceber qualquer sinal de infarto, é preciso procurar atendimento médico imediatamente. O episódio pode se tornar fatal e, portanto, identificar os sintomas pode ser decisivo para salvar a vida de uma pessoa infartada.

 

Sintomas de infarto

Entre os principais sinais de infarto estão:

 

Dores no peito, pescoço, braços, costas e estômago;

Mal-estar generalizado;

Sudorese;

Náuseas e vômitos.

 

Todos esses sintomas costumam durar de 10 a 20 minutos e podem ser sinais de um possível infarto agudo. Infelizmente, em boa parte dos casos, quando o organismo começa a dar esses alertas pode ser muito tarde para tomar uma providência.

 

“Em caso de infarto, apenas o médico pode agir. Por isso, o recomendado é levar o paciente imediatamente a um serviço de emergência, mas qualquer pessoa pode iniciar massagem cardíaca até o socorro chegar”, explica a Dra. Fátima El Hajj, cirurgiã vascular.

 

Por isso, a prevenção contra os problemas cardíacos deve ocorrer mesmo sem nenhum tipo de sintoma aparente. “A prática de atividade física, junto com uma alimentação saudável, isto é, deixar alimentos gordurosos de lado e açúcares, são hábitos essenciais para prevenir o infarto” completa a médica.

 

Prevenção e fatores de risco

O ideal é realizar exames de rotina periodicamente, como o de sangue, eletrocardiograma e, antes de começar qualquer atividade física, fazer uma avaliação médica. De acordo com o cardiologista, Dr. Vitor Loures, a maioria dos indivíduos que chegam aos prontos-socorros com dor no peito têm doença nas artérias do coração e não sabem.

 

Outra forma de trabalhar a prevenção é combater os fatores de risco. De acordo com o Ministério da Saúde, são eles:

 

Tabagismo;

Colesterol em excesso;

Hipertensão;

Obesidade;

Estresse;

Depressão;

Diabetes.

 

Diabetes e infarto

Para os diabéticos, o risco é ainda maior. Conforme o Ministério da Saúde, os pacientes portadores de diabetes têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto.

 

“A diabetes é causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina e o acúmulo de glicose no sangue, o que pode levar a lesões no coração. As plaquetas, células sanguíneas que iniciam a formação de coágulos no sangue, também ficam mais aderentes em pacientes com diabetes. Isso aumenta a probabilidade de obstrução nas artérias”, explica a médica endocrinologista Denise Reis Franco.

 

Uma vez adquirida, a doença não tem cura. Entretanto, é possível controlar os índices glicêmicos no sangue para ter qualidade de vida e evitar complicações. “Além dos hábitos saudáveis, é fundamental que o paciente faça um acompanhamento médico para melhor adesão a tratamentos e evitar que as taxas de glicemia aumentem. O que inclui o uso de insulina, quando necessário”, finaliza a especialista.

 

Fonte: https://www.saudeemdia.com.br/noticias/infarto-saiba-quais-os-primeiros-sintomas-do-ataque-cardiaco.phtml - By Redação - Foto: Shutterstock


Mas eu vou restaurar a saúde e curar as suas feridas ‘, declara o SENHOR. (Jeremias 30:17)


quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Infarto: fatores de risco diferem entre homens e mulheres


Estudo aponta que os fatores de risco para infarto são diferentes entre homens e mulheres. Descoberta pode impactar formas de prevenção

 

Mais de 73 mil pessoas morreram de infarto no Brasil em 2021, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. O Hospital do Coração (Hcor) aponta que boa parte dessas mortes poderiam ser evitadas reduzindo a exposição dos pacientes aos diferentes fatores de risco.

 

Um estudo publicado pela JAMA Network Open revelou que homens e mulheres têm diferentes fatores de risco para o ataque cardíaco. A pesquisa analisou dados de 2.264 pacientes com 55 anos ou menos que já sofreram um infarto, comparando-os com um número igual de adultos pareados por idade, sexo e raça que nunca tiveram um episódio do tipo.

 

Os pesquisadores descobriram que sete fatores de risco coletivamente representavam a maior parte do risco de infarto em mulheres e homens. Esses fatores foram diabetes, depressão, pressão alta, tabagismo atual, histórico familiar de ataque cardíaco, baixa renda familiar e colesterol alto.

 

Os resultados mostraram que os principais fatores de risco para mulheres com 55 anos ou menos incluem pressão alta, diabetes, depressão e baixa renda familiar. Já para os homens, os sinais de alerta predominantes foram tabagismo atual e histórico familiar. Para o público feminino, esses dois fatores apresentaram menos risco do que a diabetes. A equipe responsável pela pesquisa afirma que suas descobertas sugerem a necessidade de estratégias específicas entre os gêneros para prevenir infartos.

 

O perigo do colesterol

“Quando muito elevado, o LDL contribui para doenças cardiovasculares, que podem causar um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral. Em alguns casos, é necessário tomar estatinas (medicamentos utilizados para reduzir os níveis de colesterol), o que pode diminuir os níveis de LDL na maioria das pessoas em cerca de 30%, diminuindo substancialmente esse risco”, explica o médico do esporte e especialista em medicina integrativa, Dr. Victor Lamônica.

Praticar exercícios físicos regularmente, comer alimentos mais saudáveis, alimentos ricos em fibras e probióticos e aumentar a ingestão de água são uma das formas de evitar o colesterol alto, aponta o profissional.

 

Exercícios físicos podem prevenir o infarto

O médico destaca que, dentre os benefícios da atividade física, está a prevenção de diversas doenças. Realizar exercícios, especialmente os aeróbicos, faz com que os processos do corpo funcionem de forma melhor, além de também auxiliar no aspecto psicológico, explica o especialista.

“O corpo humano necessita de movimento, tornando-se fundamental para a saúde praticar atividades, tanto para tratar, quanto para prevenir doenças”, comenta.

 

Uma boa noite de sono também afasta o risco de infarto

Além disso, dormir bem também está entre as formas de prevenção. Isso porque é durante o sono que o organismo exerce as principais funções restauradoras do corpo, como o reparo dos tecidos, o crescimento muscular e a síntese de proteínas. Durante este momento, é possível repor energias e regular o metabolismo, fatores essenciais para manter corpo e mente saudáveis, explica o médico.

“Dormir bem traz inúmeros benefícios para a saúde e ajuda o organismo a combater infecções e a manter-se saudável, pois durante o sono o corpo produz proteínas extras que fazem o sistema imune ficar mais forte, principalmente em situações de estresse. Além disso, controla o apetite, melhora o humor, a memória e o raciocínio. Também facilita a oxigenação das células, melhora a atividade intelectual, entre outros benefícios”, finaliza.

 

Fonte: https://www.saudeemdia.com.br/noticias/infarto-fatores-de-risco-diferem-entre-homens-e-mulheres.phtml - By Redação - Foto: Shutterstock


Cure-me, Senhor, e serei curado; salve-me e serei salvo, pois você é aquele que eu louvo. (Jeremias 17:14)


sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Infarto: saiba quais os primeiros sintomas do ataque cardíaco


Infarto do miocárdio pode se tornar uma fatalidade se não for tratado com urgência. Saiba identificar os principais sintomas do ataque cardíaco

 

O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, é causado pela formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. Ele pode ocorrer em diversas partes do coração, dependendo de qual artéria foi obstruída.

 

Ao perceber qualquer sinal de infarto, é preciso procurar atendimento médico imediatamente. O episódio pode se tornar fatal e, portanto, identificar os sintomas pode ser decisivo para salvar a vida de uma pessoa infartada.

 

Sintomas de infarto

Entre os principais sinais de infarto estão:

 

Dores no peito, pescoço, braços, costas e estômago;

Mal-estar generalizado;

Sudorese;

Náuseas e vômitos.

 

Todos esses sintomas costumam durar de 10 a 20 minutos e podem ser sinais de um possível infarto agudo. Infelizmente, em boa parte dos casos, quando o organismo começa a dar esses alertas pode ser muito tarde para tomar uma providência.

 

“Em caso de infarto, apenas o médico pode agir. Por isso, o recomendado é levar o paciente imediatamente a um serviço de emergência, mas qualquer pessoa pode iniciar massagem cardíaca até o socorro chegar”, explica a Dra. Fátima El Hajj, cirurgiã vascular.

 

Por isso, a prevenção contra os problemas cardíacos deve ocorrer mesmo sem nenhum tipo de sintoma aparente. “A prática de atividade física, junto com uma alimentação saudável, isto é, deixar alimentos gordurosos de lado e açúcares, são hábitos essenciais para prevenir o infarto” completa a médica.

 

Prevenção e fatores de risco

O ideal é realizar exames de rotina periodicamente, como o de sangue, eletrocardiograma e, antes de começar qualquer atividade física, fazer uma avaliação médica. De acordo com o cardiologista, Dr. Vitor Loures, a maioria dos indivíduos que chegam aos prontos-socorros com dor no peito têm doença nas artérias do coração e não sabem.

 

Outra forma de trabalhar a prevenção é combater os fatores de risco. De acordo com o Ministério da Saúde, são eles:

 

Tabagismo;

Colesterol em excesso;

Hipertensão;

Obesidade;

Estresse;

Depressão;

Diabetes.

 

Diabetes e infarto

Para os diabéticos, o risco é ainda maior. Conforme o Ministério da Saúde, os pacientes portadores de diabetes têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto.

 

“A diabetes é causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina e o acúmulo de glicose no sangue, o que pode levar a lesões no coração. As plaquetas, células sanguíneas que iniciam a formação de coágulos no sangue, também ficam mais aderentes em pacientes com diabetes. Isso aumenta a probabilidade de obstrução nas artérias”, explica a médica endocrinologista Denise Reis Franco.

 

Uma vez adquirida, a doença não tem cura. Entretanto, é possível controlar os índices glicêmicos no sangue para ter qualidade de vida e evitar complicações. “Além dos hábitos saudáveis, é fundamental que o paciente faça um acompanhamento médico para melhor adesão a tratamentos e evitar que as taxas de glicemia aumentem. O que inclui o uso de insulina, quando necessário”, finaliza a especialista.

 

Fonte: https://www.saudeemdia.com.br/noticias/infarto-saiba-quais-os-primeiros-sintomas-do-ataque-cardiaco.phtml - By Redação - Foto: Shutterstock


Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Salmos 1:1


domingo, 27 de junho de 2021

Longas horas de trabalho podem matar de AVC ou ataque cardíaco, diz estudo da ONU e OMS


Trata-se de um estudo publicado recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU), em coordenação com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Mundial do Trabalho (OIT)

 

Segundo a OMS, 55 horas de trabalho semanais aumentam em 35% o risco de morte por doenças cardiovasculares. Com isso, a vida de quase 800 mil trabalhadores é ceifada anualmente, número que tem aumentado claramente entre 2006 e 2016 — um aumento de 29% no período citado.

 

2016 marcou uma tendência preocupante em termos de mortes por acidente vascular cerebral, o famoso AVC ou derrame, — que pode ser causado ​​por um trombo originado numa artéria cerebral ou em qualquer outra artéria e atingir o cérebro. Ao total, foram 398 mil mortes. Enquanto isso, 347 mil morreram naquele mesmo ano de ataques cardíacos.

 

“Trabalhar muitas horas pode ter inúmeros efeitos mentais, físicos e sociais. Os governos deveriam levar esta questão muito a sério”, disse Vera Package-Perdigão, Diretora do Departamento de Governança e Tripartismo da OIT.

 

Desde o início do século, segundo o relatório, isso resultou em um aumento de 42% nos óbitos em decorrência do trabalho excessivo. Em uma única década (2006-2016), as mortes aumentaram quase 20%.

 

Os que trabalham menos horas do que aqueles que trabalham 55 horas por semana ou mais, têm menor risco de morrer de doenças cardiovasculares. A ONU indica que quem trabalha de 35 a 40 horas semanais tem 17% mais chances de risco de ter a mesma situação.

 

10 anos de trabalho excessivo pode te levar para o túmulo

Se você trabalha com jornada igual ou superior a 55 horas semanais há pelo menos dez anos, você faz parte de um grupo de risco, de acordo com a OMS e a OIT e seu relatório.

 

As pessoas com idades entre 60 e 79 anos, que trabalharam entre os 45 e os 74 anos, nas condições excessivas mencionadas, estão entre as vítimas desta realidade complexa que afeta sobretudo os homens que correspondem 75% das mortes.

 

A chegada da pandemia obrigou empresas a adotar o sistema de trabalho à distância (conhecido como home office) e isso perturbou o horário de trabalho de milhões de pessoas ao redor do mundo. Isso forçou as pessoas a unirem o trabalho laboral com as demais tarefas domésticas, tornando o dia do trabalhador um desafio complexo e, claro, uma sobrecarga à saúde física e mental.

 

“A pandemia da Covid-19 agravou a situação, pois os trabalhadores podem ser afetados por riscos psicossociais adicionais derivados da incerteza da situação na continuidade do cargo e do prolongamento da jornada de trabalho”, disse Package-Perdigão, representante da OIT.

 

Existem 479 milhões de trabalhadores no mundo que estão expostos a uma realidade exagerada de trabalho semanal. Um em cada dez precisa trabalhar 55 horas ou mais, diz o relatório. É 9% da população mundial.

 

Países reduziram a jornada semanal de trabalho

Desde 2019, vários países europeus se destacaram por suas jornadas de trabalho reduzidas, muito diferentes e distantes das realidades dos trabalhadores de países em desenvolvimento ou de terceiro mundo. Um desses exemplos é a Holanda. A jornada semanal de trabalho é de 30 horas e, em alguns casos, de 35.

 

Outras nações com o mesmo esquema são a Dinamarca, com 32 horas semanais de trabalho, seguida da Noruega e da Alemanha com 34 horas semanais de trabalho. As condições econômicas por nação, ditam um pouco a realidade de cada uma delas e de seus trabalhadores.

 

A Austrália e a Europa, com algumas exceções como a Grécia (42,3 horas semanais), compõem um bloco em que os trabalhadores mantêm por lei um período de trabalho diferente do resto do mundo.

 

“Por exemplo, em países como Coréia do Sul, Turquia e Chile, cerca de metade dos funcionários trabalham mais de 48 horas semanais, enquanto na União Europeia é 15% menos e nos Estados Unidos menos 19% deste horário”, informou o Reino Unido à BBC em 2019.

 

A América Latina continua do outro lado da realidade. A Colômbia teve por vários anos a maior jornada semanal de trabalho, perto de 50 horas. México, Costa Rica e Chile estão próximos da realidade colombiana.

 

Fonte(s): https://www.jornalciencia.com/longas-horas-de-trabalho-podem-matar-de-avc-ou-ataque-cardiaco-diz-estudo-da-onu-e-oms/ - Bio Bio Imagens: Reprodução / Shutterstock

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Estresse de longo prazo associado ao aumento do risco de ataque cardíaco


O estresse de longo prazo pode levar a ataques cardíacos? A maioria das pessoas provavelmente responderia afirmativamente, mas as evidências científicas disso são escassas. Um novo estudo realizado por pesquisadores da Linköping University, na Suécia, revela que os níveis do hormônio do estresse cortisol aumentaram nos meses anteriores a um ataque cardíaco. Os resultados, publicados na Scientific Reports , sugerem que o estresse de longo prazo é um fator de risco para ataques cardíacos.

 

"Os níveis do hormônio do estresse cortisol diferem entre as pessoas que tiveram um ataque cardíaco e as não afetadas. Isso sugere que o cortisol no cabelo pode ser um novo marcador de risco para ataques cardíacos. Devemos levar o estresse a sério", disse o professor Tomas Faresjö, o Departamento de Saúde, Medicina e Ciências Assistenciais da Linköping University, principal investigador do estudo.

 

O estresse é uma parte natural da vida hoje, mas ainda há muito que não sabemos sobre os efeitos do estresse de longo prazo em nossos corpos. É bem sabido que o estresse físico ou emocional repentino, como desastres naturais ou eventos sérios semelhantes, pode desencadear ataques cardíacos. Mas e quanto ao estresse de longo prazo? É difícil medir o estresse de longo prazo devido à falta de métodos confiáveis. O grupo de pesquisa aprimorou o uso de um novo biomarcador, no qual mede os níveis do hormônio do estresse cortisol no cabelo. Isso permite medições dos níveis de cortisol retroativamente, semelhantes aos anéis de crescimento em uma árvore. No momento, esse método de análise está disponível apenas em ambientes de pesquisa.

 

“Se você perguntar a alguém que sofreu um ataque cardíaco se estava estressado antes do ataque cardíaco, muitos responderão que sim. Mas essa resposta pode ser influenciada pelo evento cardíaco. Evitamos esse problema com nosso método, pois usamos um marcador biológico que pode medir retrospectivamente e mostrar objetivamente os níveis de estresse nos meses anteriores ao ataque cardíaco ", diz Tomas Faresjö.

 

No presente estudo, "Stressheart", os pesquisadores usaram amostras de cabelo com comprimento entre 1 e 3 centímetros, correspondendo a 1-3 meses de crescimento do cabelo. Eles mediram os níveis de cortisol em amostras de cabelo de 174 homens e mulheres na vida profissional que foram internados por infarto do miocárdio em clínicas de cardiologia no sudeste da Suécia. Como grupo de controle, os pesquisadores usaram amostras de cabelo de mais de 3.000 participantes com idades semelhantes no estudo sueco SCAPIS (Swedish CardioPulmonary bioImage Study).

 

Os pesquisadores mostraram que os pacientes que sofreram um ataque cardíaco apresentaram níveis mais elevados de cortisol estatisticamente significativos durante o mês anterior ao evento. Eles ajustaram outros fatores de risco cardiovasculares estabelecidos, como pressão alta, níveis elevados de lipídios no sangue, tabagismo, histórico de ataques cardíacos, hereditários para ataques cardíacos e diabetes, e descobriram que o nível elevado de cortisol continua sendo um forte fator de risco para o coração ataque.

 

"É surpreendente que este biomarcador de estresse de longo prazo pareça ser forte mesmo em comparação com os fatores de risco cardiovascular tradicionais", disse Tomas Faresjö.

 

Um ataque cardíaco é uma lesão do músculo cardíaco devido à falta de fornecimento de oxigênio a uma parte do coração. Na maioria das vezes, se forma um coágulo sanguíneo que impede o sangue de fluir pelas artérias coronárias que fornecem sangue rico em oxigênio ao coração. A causa subjacente da maioria dos ataques cardíacos é a aterosclerose (endurecimento das artérias). Isso pode começar a surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas. Uma questão importante é se, e em caso afirmativo como, o estresse de longo prazo e a aterosclerose estão associados.

 

"Vamos investigar mais os mecanismos que podem explicar como os níveis de estresse afetam o risco de ataque cardíaco. Estamos particularmente interessados em vários marcadores de inflamação e calcificações nos vasos sanguíneos. Queremos investigar se eles estão relacionados ao estresse de longo prazo", disse Susanna Strömberg, clínica geral e estudante de doutorado no Departamento de Saúde, Medicina e Ciências Assistenciais da Universidade de Linköping.

 

Os pesquisadores não podem explicar completamente o que causa os altos níveis de cortisol observados nos participantes do estudo. Isso se deve ao fato de que o estresse pode ser resultado de fatores internos, como outra doença, ou externos, como dificuldades econômicas ou eventos importantes da vida. Eles ressaltam que a vivência do estresse nem sempre coincide com o estresse biológico. Um indivíduo pode se sentir estressado, sem ter nenhuma medida objetiva de estresse. E o oposto também pode ser verdadeiro: os sistemas de estresse do corpo podem ser altamente ativos, mesmo que o indivíduo não se sinta estressado.

 

O estudo recebeu apoio financeiro da AFA Insurance.

 

Fonte https://www.sciencedaily.com/releases/2021/02/210210133320.htm - Fonte: Linköping University - Foto UOL

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

A ameaça do infarto em adultos jovens


O número de ataques cardíacos em pessoas com menos de 30 anos cresceu 13% no Brasil. Como prevenir esse problema?

No início de setembro, Danilo Feliciano de Morais se sentiu mal durante uma partida de futebol com os amigos. O filho do ex-jogador Cafu, capitão do pentacampeonato do Brasil na Copa do Mundo de 2002, não resistiu. Morreu de infarto aos 30 anos, uma tragédia que provocou comoção e também chamou a atenção para um problema cada vez mais comum: os ataques do coração em adultos jovens.

Embora eles ainda figurem no imaginário como algo que afeta só gente de meia-idade ou com os cabelos brancos, avançam com força na moçada. Um estudo apresentado no último encontro do Colégio Americano de Cardiologia revela que, apesar de o número de infartos ter se estabilizado entre os americanos mais velhos, a incidência vem se ampliando 2% ao ano entre cidadãos com 40 anos ou menos.

A situação é parecida entre os brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde, de 2013 pra cá os episódios de infarto entre adultos com até 30 anos subiram 13%. “Isso reflete o aumento de hábitos não saudáveis que colocam em risco a vida de pessoas nessa faixa etária”, avalia o médico Roberto Kalil Filho, diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. “Estresse, obesidade, diabetes, tabagismo, hipertensão e colesterol fora de controle, além do histórico familiar, são fatores cada vez mais prevalentes e apontados como os grandes responsáveis pelo aumento das estatísticas”, enumera ele, que também comanda o Instituto do Coração (InCor), em São Paulo.

Os genes e algumas peculiaridades biológicas ainda entram em jogo. Como no caso de Danilo, que praticava esporte quando sofreu o ataque, muitas vezes o comprometimento cardiovascular só se revela na hora do próprio infarto. “Uma parte significativa dos episódios em jovens acontece a partir de entupimentos que até momentos antes não eram significativos, as chamadas placas rasas, que geram um coágulo capaz de obstruir uma artéria do coração”, explica José Knopfholz, professor de cardiologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. “Nessas ocasiões, às vezes o primeiro sintoma é o próprio infarto”, lamenta.

Para evitar um desastre desses, ficar atento a antecedentes familiares (avós, pais ou irmãos que infartaram mais cedo), ter acompanhamento médico e buscar um estilo de vida equilibrado compõem um roteiro básico. Tem que se alimentar direito, fazer exercícios, não fumar nenhum tipo de cigarro… “O tabagismo leva a um risco até cinco vezes maior de ter um infarto”, ressalta o cardiologista Leopoldo Piegas, do Hospital do Coração, em São Paulo.

Fatores de risco para o infarto antes dos 40 anos

Sedentarismo, dieta desregulada e obesidade (em alta no Brasil) semeiam o terreno para entupimentos nos vasos do coração.
A hipertensão não costuma dar sinais e causa danos nas artérias coronárias e cerebrais, abrindo caminho a ataque cardíaco e AVC.
Cerca de 15% dos casos de infarto estão ligados a crises de estresse, capazes de levar a picos de pressão e ao colapso do músculo cardíaco.
A herança genética pode favorecer colesterol nas alturas e outros elementos que contribuem para a ocorrência de infartos precoces.

Como surge um infarto

Você já deve ter ouvido por aí que o infarto em jovens é mais grave, não? Um papo de que, com a idade, o coração se prepararia melhor para futuros sustos… Isso se deve à história de que os mais velhos teriam mais circulação colateral, vasos sanguíneos que se desenvolvem ao redor do músculo cardíaco para supri-lo — se uma artéria importante ficasse entupida, o problema seria compensado pelo aporte de sangue fornecido pelos outros caninhos.

Pois bem: uma revisão de estudos feita por cientistas suíços atesta que a circulação colateral pode, sim, ser decisiva para o desfecho de um infarto, mas a idade não teria influência sobre esse fenômeno. “A circulação colateral pode evitar uma morte súbita em decorrência do ataque cardíaco, fazendo com que a pessoa tenha uma chance de ir ao hospital em caso de emergência”, explica Knopfholz.

“Só que ela não é maior ou menor no jovem, uma vez que é determinada geneticamente”, esclarece o cardiologista Bruno Caramelli, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Por falar em herança genética, ela tanto pode proteger como elevar a propensão a um infarto precoce. “Filhos de pais hipertensos ou que já tiveram AVC correm um risco 50% maior”, calcula Oscar Dutra, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Algumas condições determinadas pelo DNA, como a hipercolesterolemia familiar (que faz disparar os níveis de colesterol), também tornam mais árduo o destino do coração — daí a importância de diagnosticar e tratar corretamente quanto antes.

A despeito dos genes, a prevenção não deve esperar sintomas, até porque a formação das placas que entopem os vasos do coração é um processo silencioso. Mas o fato é que fatalidades como a de Danilo despertam a preocupação com o tema e a saúde de cada um, como o InCor já tinha observado em 2006 após a morte do humorista Bussunda, do Casseta & Planeta.

Nos dias seguintes à notícia, houve aumento no número de pessoas atendidas na emergência cardiológica do hospital. Os pacientes tinham, em média, 43 anos, a idade de Bussunda ao falecer. “As pessoas lembram que precisam se cuidar quando veem algo ocorrer com alguém famoso”, nota Caramelli, que liderou esse levantamento no InCor.

O combate à doença cardiovascular, a bem da verdade, precisa começar antes mesmo do nascimento. Já está comprovado que um ambiente intrauterino desfavorável eleva a probabilidade de hipertensão, colesterol alto, obesidade e diabetes lá na frente. Com base nisso, a SBC recomenda que os cuidados se iniciem no pré-natal e percorram a primeira infância e a adolescência — as placas de gordura já podem se depositar nas artérias das crianças.

Nesse sentido, além das consultas e do check-up com o pediatra, cabe estimular prática de atividade física, alimentação balanceada, controle do peso, boas noites de sono… “A ideia de que a prevenção começa aos 40 anos é coisa do passado. Tem de começar antes do nascimento e se estender ao longo da vida”, defende Caramelli.

Projetos como o SBC Vai à Escola, que pretende levar educação sobre o assunto a mais de 60 mil alunos de 6 a 18 anos de 210 escolas públicas de São Paulo, buscam justamente mudar esse paradigma de cuidados. E incentivar que não só os mais jovens, mas toda a família, se protejam de uma das maiores causas de morte no planeta.

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/a-ameaca-do-infarto-em-adultos-jovens/ - Por Maurício Brum, Juan Ortiz e Sílvia Lisboa - Ilustração: Victor Beuren/SAÚDE é Vital

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Mulheres, levem seus sintomas de ataque cardíaco a sério


Você já ouviu falar que o colesterol pode levar a artérias entupidas e aumentar o risco de um ataque cardíaco, e isso é verdade. Mas o que você pode não perceber é que você pode ter um ataque cardíaco, mesmo que suas artérias não tenham bloqueios. Esse é o caso de pelo menos um terço das mulheres que tiveram ataques cardíacos, diz o Dr. C. Noel Bairey Merz, diretor do Centro Cardiovascular Feminino Barbra Streisand em Cedars-Sinai, em Los Angeles. No entanto, até mesmo seus médicos muitas vezes não percebem o que aconteceu.

Quando Merz e seus colegas pegaram um grupo de mulheres que se queixaram de dor torácica, mas não precisaram se preocupar porque os exames de imagem (angiografias) não mostraram nenhum bloqueio, eles descobriram que 8% tinham cicatrizes no coração – indicando que ataque cardíaco tinha acontecido. Sua pesquisa foi publicada em 2018 na revista Circulation.

Como isso é possível? Enquanto uma artéria bloqueada é uma das principais causas de ataques cardíacos, dificilmente é o único. O infarto agudo do miocárdio, que a maioria das pessoas chama de ataque cardíaco, simplesmente significa que o fluxo sanguíneo para os vasos sanguíneos do coração é cortado de modo que as células do músculo cardíaco morram, diz Merz.

Na maior parte do tempo, isso acontece porque um depósito de gordura (chamado de placa) que já está entupindo uma artéria torna-se instável e se interrompe, diminuindo ainda mais ou interrompendo o fluxo sanguíneo. Mas mesmo pequenas quantidades de placa que normalmente não mexem com a circulação podem romper e formar coágulos sanguíneos, que restringem o fluxo sanguíneo e causam pequenos ataques cardíacos, diz Merz.

“As mulheres também podem ter ataques cardíacos por problemas menos comuns, como o SCAD – dissecção espontânea da artéria coronária – que é quando o revestimento interno de uma artéria se separa”, acrescenta ela. Outra causa possível é um espasmo em uma artéria coronária, o que poderia restringir o fluxo sanguíneo se ele durasse o suficiente ou acabasse formando um coágulo.

Infelizmente, mulheres que têm um ataque cardíaco devido a uma dessas causas menos conhecidas tendem a não ser levadas a sério. “Os médicos não acreditavam que tivessem um verdadeiro ataque cardíaco”, diz Merz sobre as mulheres com dor no peito que foram encontradas para ter cicatrizes cardíacas no estudo Circulation.

Se você tiver dor torácica persistente ou grave, consulte um cardiologista. Se lhe disserem que não se preocupe porque suas artérias estão abertas, procure uma segunda opinião. Outros testes, como uma ressonância magnética cardíaca ou um teste de reserva de fluxo coronário, podem revelar que você realmente tem um sério problema cardíaco – talvez você tenha tido um ataque cardíaco – e que o tratamento é necessário.

Se você tiver dor torácica persistente ou grave, consulte um cardiologista. Se lhe disserem que não se preocupe porque suas artérias estão abertas, procure uma segunda opinião. Outros testes, como uma ressonância magnética cardíaca ou um teste de reserva de fluxo coronário, podem revelar que você realmente tem um sério problema cardíaco – talvez você tenha tido um ataque cardíaco – e que o tratamento é necessário.

É bom saber:
O que posso fazer pelo meu coração?

Hábitos de vida saudáveis ​​são fundamentais. Não fume, coma muitas frutas e vegetais e faça do exercício uma prioridade.

Quais sintomas podem sugerir um ataque cardíaco?

Você pode ter dor no peito, mas muitas vezes as mulheres também têm dor nas costas ou mandíbula, azia , náusea , vômito, fadiga extrema e falta de ar.

Quais testes de triagem cardíaca eu preciso?

A resposta depende das coisas que você tem que tornam os problemas cardíacos mais prováveis, incluindo sua história familiar e pressão sanguínea e leituras de colesterol

Onde posso ir para uma segunda opinião?

Seu médico de cuidados primários deve ser capaz de encaminhá-lo para um cardiologista diferente, ou você pode dirigir-se a um centro médico que tenha um programa especializado de coração para mulheres.


quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Comer pimenta pode reduzir o risco de morte por ataque cardíaco e derrame


A pimenta é um ingrediente amado em muitos pratos ao redor do mundo. Quer você goste ou não do sabor, novas pesquisas sugerem que pode haver alguns benefícios médicos sérios para que você considere adicioná-la à sua próxima refeição.

O estudo, publicado no Journal of American College of Cardiology, examinou os efeitos do consumo regular de pimenta na mortalidade geral, revelando que aqueles que a incorporam em suas dietas têm menor risco de morte.

Realizado na Itália, onde a pimenta é um ingrediente comum, o estudo comparou o risco de morte entre 23.000 pessoas, algumas das quais comiam pimenta e outras não.

O estado de saúde e os hábitos alimentares dos participantes foram monitorados por oito anos, e os pesquisadores descobriram que o risco de morrer de um ataque cardíaco era 40% menor entre os que comem pimenta pelo menos quatro vezes por semana.

A morte por acidente vascular cerebral foi mais da metade, de acordo com resultados publicados segunda-feira no Journal of the American College of Cardiology.

“Um fato interessante é que a proteção contra o risco de mortalidade era independente do tipo de dieta seguida pelas pessoas”, disse Marialaura Bonaccio, autora do estudo, epidemiologista do Instituto Neurológico do Mediterrâneo (Neuromed).

“Em outras palavras, alguém pode seguir a dieta saudável do Mediterrâneo, alguém pode comer menos de maneira saudável, mas para todos eles a pimenta tem um efeito protetor”, disse ela.

A pesquisa utiliza dados do estudo Moli-Sani, que tem cerca de 25.000 participantes na região de Molise, no sul da Itália.

Licia Iacoviello, diretora do departamento de epidemiologia e prevenção da Neuromed e professora da Universidade de Insubria em Varese, explicou que as propriedades benéficas da pimenta foram passadas pela cultura alimentar italiana.

“E agora, como já observado na China e nos Estados Unidos, sabemos que as várias plantas da espécie capsicum, embora consumidas de maneiras diferentes em todo o mundo, podem exercer uma ação protetora em relação à nossa saúde”, afirmou Iacoviello.

A equipe agora planeja investigar os mecanismos bioquímicos que tornam a pimenta bom para a nossa saúde.

Especialistas externos elogiaram o estudo, apontando algumas limitações.

Duane Mellor, nutricionista e professora sênior da Aston Medical School no Reino Unido, disse que o artigo é “interessante”, mas “não mostra um nexo de causalidade” entre o consumo de pimenta e os benefícios à saúde.

Mellor disse que o efeito positivo do consumo de pimenta observado no estudo pode ser atribuído à maneira como as pimentas são usadas em uma dieta geral.

“São pessoas plausíveis que usam pimenta, pois os dados sugerem que também usaram mais ervas e especiarias e, como tal, provavelmente estão comendo mais alimentos frescos, incluindo vegetais”, disse ele.

“Portanto, embora a pimenta possa ser uma adição saborosa às nossas receitas e refeições, é provável que qualquer efeito direto seja pequeno e é mais provável que torne mais agradável o consumo de outros alimentos saudáveis”.

Ian Johnson, pesquisador de nutrição do Quadram Institute Bioscience em Norwich, Inglaterra, elogiou o “estudo observacional de alta qualidade” por seus “métodos robustos”.

No entanto, ele também apontou que nenhum mecanismo para o efeito protetor foi identificado, nem os cientistas descobriram que comer mais pimenta proporcionava benefícios adicionais à saúde.

“Esse tipo de relação sugere que a pimenta pode ser apenas um marcador de algum outro fator alimentar ou de estilo de vida que não foi considerado, mas, para ser justo, esse tipo de incerteza geralmente está presente em estudos epidemiológicos, e os autores reconhecem isso “, disse Johnson.


sábado, 9 de novembro de 2019

Dormir o tempo certo diminui risco de infarto - mesmo se você tem predisposição genética


Sono é bom para o coração

Mesmo se você é um não-fumante que se exercita e não tem predisposição genética para doenças cardiovasculares, não dormir direito, ou dormir demais, pode aumentar o seu risco de ataque cardíaco.

"Isto fornece algumas das provas mais fortes de que a duração do sono é um fator-chave no que diz respeito à saúde do coração, e isso vale para todos," disse a Dra Celine Vetter, da Universidade do Colorado em Boulder (EUA).

Além disso, a equipe também descobriu que, para pessoas com alto risco genético de ataque cardíaco, dormir entre 6 e 9 horas noturnas pode compensar esse maior risco.

Sono na medida

O pesquisador Iyas Daghlas coordenou a análise das informações genéticas, hábitos de sono e registros médicos de 461.000 participantes do Reino Unido, com idades entre 40 e 69 anos, que nunca haviam sofrido um ataque cardíaco. O grupo foi monitorado por sete anos.

Em comparação com aqueles que dormiam 6 a 9 horas por noite, quem dormia menos de seis horas apresentou 20% mais chances de sofrer um ataque cardíaco durante o período. O efeito foi ainda pior para aqueles que dormiam mais de nove horas por noite: uma probabilidade 34% maior de um evento cardiovascular.

Quando os pesquisadores analisaram apenas pessoas com predisposição genética para doenças cardíacas, constataram que dormir entre seis e nove horas noturnas reduziu o risco de sofrer um ataque cardíaco em 18%.

"É uma mensagem de esperança de que, independentemente do seu risco herdado de ataque cardíaco, dormir uma quantidade saudável pode reduzir esse risco, da mesma forma que adotar uma dieta saudável, não fumar e outras abordagens de estilo de vida," disse Iyas Daghlas, atualmente na Universidade Harvard (EUA).


sexta-feira, 26 de julho de 2019

As 7 atitudes que previnem o infarto


Programa desenvolvido por uma importante instituição de cardiologia reúne cuidados primordiais para dar vida longa ao músculo cardíaco.

Era um desses encontros pra entrar para a história: depois de horas de reunião, um grupo de renomados cardiologistas americanos chegava, enfim, à lista dos dez fatores que mais influenciavam a saúde cardiovascular. Desses, três são elementos imutáveis, ou seja, não há hábito ou remédio capaz de anular seus efeitos – falamos da idade, do sexo e da carga genética.

Os outros sete (e aí vem a boa notícia!) são passíveis de mudança. Isso significa que, ao atuar sobre eles, podemos minimizar nossa exposição a infartos e AVCs, dupla de males que são a principal causa de morte no Brasil. Entram nesse rol a alimentação, o grau de atividade física, o peso, a medida da pressão, o colesterol…

Surgia, assim, o Life’s Simple 7, conjunto de metas e medidas para prevenir sustos ao peito da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês). A iniciativa é encarada com tanta seriedade nos Estados Unidos que virou uma das principais estratégias para atingir o objetivo da entidade: reduzir em 20% o número de eventos cardiovasculares até 2020. “A ideia é focar nas mudanças no estilo de vida e trazer benefícios de longo prazo à população”, defende a nutricionista Rachel Johnson, consultora da AHA.

Após quatro anos da implementação do Life’s Simple 7, os cientistas (e a própria sociedade) começam a colher seus frutos. Uma revisão de estudos da Universidade Johns Hopkins constatou uma queda significativa nos índices de ataques cardíacos e derrames entre pessoas que adotaram as premissas do programa.

Outra investigação, assinada pela Universidade de Minnesota e baseada em dados de 13 mil pessoas ao longo de três décadas, registrou uma menor probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca entre os sujeitos que seguiam as recomendações depois reunidas pela AHA. “Isso só reforça a importância de adotar hábitos saudáveis mais cedo a fim de prevenir o problema”, diz o epidemiologista Aaron Folsom. Chegou a hora de os brasileiros conhecerem e botarem em prática os mandamentos em prol do coração.

Controlarás a pressão

“A hipertensão é a doença crônica que mais mata no globo”, sentencia o cardiologista Luiz Bortolotto, do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. A pressão alta causa um aperto nos vasos, o que exige esforço extra do músculo cardíaco para bombear o sangue. Se a situação persiste por anos a fio, ela cobra seu preço na forma de infarto, derrame, falência renal… Não à toa, conservar as medidas de pressão dentro dos parâmetros é um dos pilares do Life’s Simple 7.
Nesse sentido, o Instituto Nacional do Coração, dos Pulmões e do Sangue dos Estados Unidos testou até que ponto os valores deveriam baixar em 9 mil hipertensos. Metade tinha que reduzi-los para 13 por 9 – valor aceitável atualmente – enquanto a outra parcela passou por um tratamento agressivo a fim de derrubar a medição para 12 por 8. O estudo precisou ser interrompido no meio porque o grupo da terapia intensiva teve o risco de um ataque cardíaco ou um AVC subtraído em um terço – o mesmo efeito não foi visto nos outros voluntários. “Em pacientes mais velhos com problemas associados, limites mais rígidos de pressão também trazem benefício”, diz Bortolotto.

Metas
Valor ótimo:   Menor que 12 por 8
Valor normal:  Menor que 13 por 8,5
Hipertensão estágio 1 14 a 15,9 por 9 a 9,9
Hipertensão estágio 2 16 a 17,9 por 10 a 10,9
Hipertensão grave      maior que 18 por 11
O que fazer?

Ingerir menos sal e perder alguns quilos ajudam a domar a pressão. Se essas atitudes iniciais não forem suficientes, remédios são convocados.

Baixarás o colesterol

O colesterol que trafega pelo corpo é essencial para a membrana das células, a produção de vitamina D, a fabricação dos hormônios sexuais e uma série de outros processos cruciais ao organismo. O chato é quando ele se encontra em excesso. “Daí, pode se depositar nas artérias e dar início à formação de placas”, conta o médico André Faludi, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Se entupir, já viu… A tendência de endurecer as metas de colesterol chegou com tudo por aqui: um dos tópicos mais debatidos nos congressos da área é justamente até que ponto o LDL, o colesterol ruim, deve baixar. A orientação hoje é mantê-lo abaixo dos 100 mg/dl de sangue, ou 70 mg/dl para sujeitos com alto risco cardiovascular.
Porém, muitos especialistas já defendem que as próximas diretrizes sugiram níveis abaixo de 50 mg/dl para todo mundo! Isso se tornou possível com a chegada de novos medicamentos para os casos difíceis de tratar. “De acordo com evidências recentes, quanto mais baixo estiver o LDL, menor o índice de eventos cardiovasculares”, conta o cardiologista Marcio Miname, da Unidade Clínica de Lípides do InCor.

Metas – colesterol LDL (em mg/DL)
Ótimo: menor que 100 (70 para os de alto risco)
Desejável        entre 100 e 129
Limítrofe        entre 130 e 159
Alto     entre 160 e 189
Muito alto       maior ou igual a 190
Metas – Colesterol total (em mg/DL)

Desejável        menor que 200
Limítrofe        entre 200 e 239
Alto     maior ou igual a 240
O que fazer?

Manter uma dieta balanceada e praticar exercícios regularmente são pré-requisitos para controlar o colesterol total e suas frações. Se muitos familiares possuem níveis altos, vale verificar se não há um fundo genético. As estatinas são a principal classe de fármacos para baixar o LDL.

Colesterol do prato não para nos vasos?

A história é recente e ainda gera confusão. Mas, pelo que a ciência sabe até o momento, os teores de colesterol da comida não se convertem necessariamente em colesterol na corrente sanguínea. A quantidade de LDL circulando é determinada, em sua maioria, pela fabricação da molécula no próprio fígado. Quem incentiva o órgão a liberar a substância em demasia seria a gordura saturada, presente na coxa de frango com pele, no queijo amarelo, no bacon, na manteiga e na costela suína. A recomendação é não ultrapassar 20 gramas desse tipo por dia.

Domarás o diabetes

Uma edição do periódico científico The Lancet trouxe um enorme retrato do diabetes já realizado. Com a colaboração de pesquisadores de todo o mundo, a publicação analisou as informações de saúde de 4 milhões de pessoas de 146 países diferentes. Os resultados mostram que o número de adultos diabéticos pulou de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014. “O envelhecimento, a obesidade e o sedentarismo contribuem para esse agravamento”, afirma o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles, da Sociedade Brasileira de Diabetes. Ter açúcar demais nos vasos promove um pacote de maldades ao coração. Primeiro, o sangue fica viscoso e transita com lentidão, o que facilita o surgimento de coágulos. Em segundo lugar, a insulina, responsável por colocar a glicose para dentro das células, também tem a função de relaxar as artérias. Como o hormônio não trabalha direito, a pressão tende a subir. Por fim, muitos diabéticos enfrentam dilemas com a balança. E o excesso de gordura no abdômen está relacionado à presença de substâncias inflamatórias que prejudicam a circulação.

Metas (em mg/DL)
Normal            menor que 100
Alterada          entre 100 e 126
Diabetes          maior que 126
O que fazer?

Fique de olho na glicemia e mantenha hábitos saudáveis, que auxiliam a conter essas taxas.

Praticarás atividades físicas

Fazer algum exercício regular não só previne como é uma maneira reconhecida de controlar uma série de perrengues nos vasos. Por isso que muitos médicos preferem indicar nos casos menos severos um esporte (junto com uma dieta equilibrada) a fim de controlar a pressão, o colesterol e a glicose antes de partir para os remédios.
“Quanto melhor o preparo físico do indivíduo, menor é a mortalidade cardiovascular”, frisa o cardiologista Daniel Kopiler, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Quando mexemos o corpo, as câmaras cardíacas se contraem numa velocidade maior para levar oxigênio e nutrientes para os músculos. Isso aprimora a circulação sanguínea e deixa o coração preparado para ocasiões de estresse.
Além disso, a atividade física incentiva a liberação de óxido nítrico, que reduz a tensão dos vasos – boa pedida para quem é hipertenso. Até pacientes que se reabilitam de doenças da pesada, como insuficiência cardíaca, se beneficiam de uma prática esportiva mais intensa. “Desde que feito junto com um profissional, o treinamento tem um ótimo papel na recuperação”, observa Kopiler.

Metas
150 minutos de atividade física moderada por semana. Ou 75 minutos de exercício vigoroso por semana.

O que fazer?
Reserve algum momento do dia para praticar exercícios. Não vale gastar os 150 minutos de uma só vez! Outra boa dica é tomar atitudes contra o sedentarismo, como priorizar escadas fixas em vez das rolantes e dos elevadores.

Adotarás um cardápio saudável

Uma investigação da Universidade de Oxford, na Inglaterra, acompanhou 450 mil chineses por quatro anos para saber como era o consumo de frutas e hortaliças entre eles. Cerca de 18% dos participantes comiam esses alimentos frescos todos os dias. Quando comparados ao grupo de respondentes que afirmou não ingerir vegetais, eles apresentavam uma pressão arterial mais baixa e níveis de glicose sob rédeas curtas.
E olha que esses são apenas um dos itens da dieta ideal para a saúde do coração. “O ômega-3, encontrado em peixes de água fria como a sardinha e o salmão, e as fibras, presentes em grãos integrais, também atuam na prevenção das doenças cardiovasculares”, destaca a nutricionista Marcia Gowdak, diretora científica do Departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
O Life’s Simple 7 ainda pede para maneirar no sódio e nas bebidas açucaradas. “O abuso no sal leva à hipertensão e estimula o apetite, o que faz a gente exagerar nas refeições”, explica Marcia. O açúcar de refrigerantes e sucos, por sua vez, abre as portas para o ganho de peso.

Metas
5 porções de frutas e verduras todos os dias
2 porções de peixes na semana, especialmente os ricos em ômega-3
3 porções de grãos ou cereais integrais por dia
Menos de 1 500 miligramas de sódio por dia
Menos de 450 calorias de bebidas açucaradas por semana

O que fazer?
Capriche na feira e aproveite frutas e hortaliças para criar receitas saborosas e variadas. Não coloque saleiros à mesa (tempere tudo antes) e prefira sucos naturais feitos em casa.

Perderás (ou manterás o peso)

O pelotão de cientistas que fez um levantamento sobre diabetes achou que tinha pouco trabalho e resolveram pesquisar a obesidade nos quatro cantos do planeta. Para isso, foram tabulados dados de 19,2 milhões de adultos de 186 nações entre 1975 e 2014. Eles descobriram que a média do Índice de Massa Corporal (IMC), cálculo utilizado para avaliar a forma física, passou de 21 nos anos 1970 para 24 na atualidade – tendência clara de engorda.
O número de obesos pulou de 105 milhões para 641 nesse meio tempo. Os autores estimam que a chance de atingirmos as metas de redução do sobrepeso nas próximas décadas é igual a zero. “O excesso de peso propicia o acúmulo de gordura no coração, colesterol e pressão elevados, descontrole da glicose e liberação de substâncias inflamatórias”, lista a endocrinologista Maria Edna de Melo, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Ou seja, tudo o que faz mal ao peito.

Metas do IMC (peso/altura2)
Abaixo do peso          menos de 18,5
Peso ideal       entre 18,5 e 25
Sobrepeso       entre 25 e 30
Obesidade grau 1       entre 30 e 35
Obesidade grau 2       entre 35 e 40
Obesidade grau 3       mais que 40
O que fazer?

Não há nada melhor do que a velha fórmula exercício, alimentação saudável e dedicação para eliminar quilos extras. Nos casos graves, os médicos avaliam a indicação de remédios ou cirurgia.

Largarás o cigarro

O organismo de quem fuma vive num eterno estado de conflito, ou melhor, de inflamação. Não por menos, tabagistas sofrem de três a cinco vezes mais problemas cardíacos do que sujeitos que não possuem a dependência. Pra começar, a nicotina estreita veias e artérias.
“O cigarro contém uma enormidade de outros componentes que lesam o endotélio, a camada de revestimento interno dos vasos”, detalha o cardiologista Abrão José Cury Junior, do Hospital do Coração, na capital paulista. Esses machucados nos tubos que levam o sangue são o lugar perfeito para que a gordura se deposite e dê início à formação de placas e trombos. Isso sem contar que o tabaco atrapalha a ação dos remédios empregados no manejo da pressão, do colesterol, da glicemia… “Fumar é uma espécie de antídoto contra as medicações, o que é bastante perigoso”, compara Cury.

O que fazer?
Nunca é tarde para abandonar o vício. Familiares, grupos de apoio e tratamento médico são armas valiosas para vencer o cigarro.

Muito além do tabaco

Todo tipo de fumo é prejudicial para o peito. Isso vale para as versões eletrônicas, o charuto, o cachimbo e o narguilé (um cachimbo com água típico do Oriente que virou moda entre os jovens). O cigarro, por sua popularidade, acaba sendo objeto de muitos dos testes. Logo, suas ações malévolas são descritas com maior frequência.

O que não dá pra mudar
Três condições que impactam o bem-estar do coração não podem ser alteradas

Idade
O envelhecimento enfraquece o músculo cardíaco e favorece problemas que culminam em um maior risco ao órgão, como a pressão alta.

Genética
Mutações no DNA elevam a propensão a algumas doenças. É o caso da hipercolesterolemia familiar, quando o colesterol alto é culpa dos genes.

Sexo
Há diferenças estruturais entre o coração do homem e o da mulher. Além disso, o infarto, que afeta ambos, tem sintomas distintos neles e nelas.

Como medir a pressão?
Cinco dicas para utilizar corretamente os aparelhos domésticos – mas não vá entrar numa neura, hein?!

1. Escolha uma hora em que você esteja relaxado e fique sentado por um tempo.

2. Não tome café ou álcool nem fume ou converse antes ou durante a aferição.

3. Faça mais de uma tomada. Se os valores estiverem muito diferentes, o dispositivo pode estar com defeito.

4. Realize os testes sempre no mesmo horário do dia.

5. Se as taxas estiverem constantemente elevadas, procure um cardiologista quanto antes.