Conheça os sintomas e as principais formas de prevenção dessa doença comum entre os homens
O câncer de próstata é o segundo tipo de tumor mais
frequente entre os homens no Brasil, com aproximadamente 71 mil novos
diagnósticos e quase 16 mil mortes por ano, segundo o Instituto Nacional de
Câncer (INCA), representando 13,5% das mortes masculinas por câncer no país.
Apesar da alta incidência, quando detectada precocemente, a doença tem mais de
90% de chances de cura.
"O tumor se desenvolve na próstata, glândula do
tamanho de uma noz localizada abaixo da bexiga, responsável por produzir parte
do sêmen. Um dos principais obstáculos para a prevenção é a falta de informação
e, muitas vezes, o preconceito", explica o Dr. Rodrigo Coutinho, médico
oncologista da Croma Oncologia.
Abaixo, o médico esclarece os principais mitos e
verdades sobre o câncer de próstata. Confira!
1. O câncer de próstata sempre apresenta sintomas
Mito. Na maioria dos casos, especialmente nos
estágios iniciais, o câncer de próstata não provoca sintomas perceptíveis. Por
isso, a detecção depende de exames de rastreamento. Um dos principais é o PSA
(Antígeno Prostático Específico), exame de sangue que mede a quantidade de uma
proteína produzida pela próstata. Níveis elevados podem indicar alterações na
glândula, mas não significam necessariamente câncer.
O toque retal complementa a avaliação, permitindo
identificar casos em que o PSA permanece normal, o que ocorre em cerca de 15%
dos tumores detectados. Quando surgem sinais, eles podem ocorrer também em
condições benignas, como dificuldade para esvaziar a bexiga, jato urinário
fraco, necessidade frequente e urgente de urinar, incontinência urinária e impotência
sexual. Em fases mais avançadas, sinais de alerta incluem dor óssea
persistente, perda de peso ou de apetite, sangue na urina ou no esperma e
constipação, especialmente se houver invasão do reto.
2. Apenas homens mais velhos precisam se preocupar com
o câncer de próstata
Mito. De modo geral, homens a partir dos 50 anos
devem realizar PSA e toque retal anualmente. No entanto, quem tem ascendência
africana (grupo com maior predisposição genética), histórico familiar ou
mutações genéticas de risco deve iniciar a discussão sobre rastreamento a
partir dos 45 anos. Casos em homens jovens são raros, mas podem ocorrer devido
a mutações hereditárias, que corresponde de 10 a 15% dos casos.
Históricos familiares de primeiro grau de câncer de
mama, ovário ou pâncreas também podem ser sinais de alerta, pois algumas
mutações genéticas estão relacionadas a esses tipos de câncer. Além da
genética, obesidade, tabagismo, sedentarismo e hábitos alimentares inadequados
podem aumentar o risco.
3. O câncer de próstata não tem cura
Mito. Quando detectado precocemente, o câncer de
próstata apresenta taxa de cura de até 90%. Em casos de diagnóstico inicial,
pode ser adotada a vigilância ativa, uma estratégia indicada apenas para alguns
tumores de baixo risco, que permite acompanhar a evolução da doença com exames
regulares antes de iniciar intervenções mais invasivas.
Caso necessário, o tratamento pode incluir cirurgia,
radioterapia ou hormonioterapia, de acordo com as características do tumor e o
risco do paciente. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores são os
impactos na qualidade de vida, incluindo funções urinária e sexual, além de
reduzir o custo do tratamento.
4. O toque retal é dispensável
Mito. Apesar de ainda enfrentar resistência
cultural ligada à masculinidade, o toque retal é um exame rápido e seguro, que
dura cerca de 7 segundos, fundamental para identificar tumores que não aparecem
no PSA. Ignorar o exame pode atrasar o diagnóstico e reduzir as chances de
cura. O seguimento com urologista acompanhado de exames de toque retal ajuda a
detectar alterações precocemente, tornando o tratamento mais eficaz e menos
invasivo, preservando melhor a qualidade de vida.
5. O estilo de vida influencia no risco de desenvolver
a doença
Verdade. Hábitos do dia a dia podem aumentar o
risco. Seguir o básico, o famoso feijão com arroz, que inclui alimentação
saudável, prática regular de exercícios, controle do peso ideal, uso de
protetor solar, evitar álcool e cuidar da vacinação, incluindo a vacina contra
HPV, contribui de forma significativa para a prevenção. Segundo o Ministério da
Saúde (MS), essas medidas podem reduzir em até 60% o risco de desenvolver
diversos tipos de câncer. Vale lembrar que a minoria dos casos de câncer
de próstata está ligado à hereditariedade.
6. O tratamento compromete a qualidade de vida
Mito. O tratamento inicial do câncer de próstata
costuma ser cirúrgico, podendo incluir técnicas minimamente invasivas, como a
robótica, que reduz complicações e acelera a recuperação. Em alguns casos, a
radioterapia é indicada para tumores localizados, enquanto a hormonioterapia é
usada em casos sistêmicos, diminuindo a testosterona que alimenta o tumor.
Quando realizado precocemente, o tratamento minimiza riscos de morbidade,
impacto na vida sexual e alterações do hábito urinário, preservando a
qualidade de vida.
7. O câncer de próstata pode ser prevenido
Verdade. Embora não seja possível impedir
totalmente o surgimento da doença, a detecção precoce aumenta
significativamente as chances de cura. Homens devem realizar exames regulares,
como PSA e toque retal, e ficar atentos a sinais de alerta, como alterações na
urina ou dor persistente, pois quanto antes o câncer for identificado, mais
eficaz e menos invasivo será o tratamento.
O Novembro Azul é uma campanha que vai além do câncer
de próstata, é um lembrete da importância de os homens cuidarem da saúde de forma
integral, adotando hábitos saudáveis, realizando exames preventivos
regularmente e ficando atentos aos sinais do próprio corpo ao longo da vida.
Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/novembro-azul-7-mitos-e-verdades-sobre-o-cancer-de-prostata,3adc00ed6f91e58122fe5940b866c3e7nq6e8f53.html?utm_source=clipboard
- Por Pamela Moraes - Foto: Andrey_Popov | Shutterstock / Portal EdiCase

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