Privação do sono pode favorecer o ganho de peso e aumentar o risco de doenças inflamatórias
Dormir menos de seis horas por noite tornou-se rotina
para muitas pessoas, mas a privação de sono provoca desequilíbrios silenciosos
que afetam todo o organismo. A falta de descanso interfere na regulação
hormonal, no metabolismo e na imunidade, além de aumentar o risco de doenças
inflamatórias e cardiovasculares.
Conforme Márcio José Evangelista Júnior, professor do
curso de Biomedicina da Faculdade Anhanguera, o sono é um dos pilares mais
importantes para o bom funcionamento do corpo. "Durante o sono profundo,
ocorre a regeneração celular, o equilíbrio dos neurotransmissores e a
consolidação da memória. Quando essa fase é interrompida, o corpo entra em um
estado de estresse contínuo, com aumento do cortisol e maior desgaste físico e
mental", explica.
Privação de sono contribui para o ganho de peso
O especialista ressalta que a privação de sono também
afeta o metabolismo da glicose e a liberação de insulina, o que pode contribuir
para ganho de peso e resistência insulínica. "É comum as pessoas culparem
apenas a alimentação pelo aumento de peso, mas dormir mal também desregula os
hormônios da fome e da saciedade, como a grelina e a leptina", alerta.
Riscos do café em excesso
Outro ponto de atenção é o uso de cafeína como forma
de compensar o cansaço devido às poucas horas de sono. "O café estimula o
sistema nervoso central e mascara a fadiga, mas o consumo em excesso,
especialmente após o meio da tarde, pode atrasar a liberação de melatonina,
prejudicando ainda mais o sono. O que poucas pessoas sabem é que a cafeína
também reduz a absorção de ferro e cálcio, podendo causar deficiências
nutricionais com o tempo", explica o professor.
Sinais de alerta do corpo diante da privação de sono
Quando o descanso não é suficiente, o corpo dá sinais.
"Dormir bem é mais do que descansar, é um processo biológico de reparo que
garante o equilíbrio do corpo e da mente. Quando o sono é negligenciado, o
organismo reage com sinais sutis, como fadiga constante, irritabilidade e queda
de imunidade. O ideal é reconhecer esses alertas antes que se tornem problemas
maiores", destaca Márcio José Evangelista Júnior.
Hábitos que favorecem o sono e a recuperação do corpo
Além das recomendações mais conhecidas, como evitar
telas antes de dormir e manter horários regulares, o professor lista hábitos
pouco lembrados que favorecem o sono e a saúde metabólica:
Reduzir a luz artificial branca à noite: luzes
frias inibem a produção natural de melatonina; prefira iluminação amarelada e
suave;
Evitar treinos intensos à noite: o exercício
físico muito próximo da hora de dormir eleva a temperatura corporal e o nível
de adrenalina, dificultando o relaxamento;
Manter o ambiente com temperatura levemente
fresca: o corpo precisa reduzir a temperatura interna para entrar no sono
profundo;
Cuidar da hidratação: a desidratação interfere na
oxigenação cerebral e pode causar despertares noturnos;
Evitar cochilos longos no fim da tarde: eles
atrasam o ciclo circadiano e dificultam o sono noturno.
Além disso, é importante evitar a alimentação
pesada pouco antes de dormir, pois o processo de digestão exige atividade
metabólica e gastrointestinal intensa, o que mantém o corpo "em
alerta" em vez de relaxado. Alimentos gordurosos ou muito condimentados
podem causar refluxo, azia e desconforto abdominal, dificultando o adormecer e
reduzindo a qualidade do sono profundo.
Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/descubra-por-que-dormir-menos-de-6-horas-prejudica-a-saude,ee884889db8277b1258db6f84a00ef297undn0ul.html?utm_source=clipboard
- Por Bianca Lodi Rieg - Foto: Pixel-Shot | Shutterstock / Portal EdiCase

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