É impossível não envelhecer, mas com algumas dicas
saudáveis é possível passar pelo processo natural da vida com mais saúde e
vitalidade. Confira
É um processo contínuo que se inicia ao nascermos.
Cada dia vivido é um micrograma de areia na ampulheta do tempo. O modo como
cada pessoa age, os hábitos de vida que adquire e os cuidados que tem consigo
serão decisivos para uma velhice penosa ou, ao contrário, para uma etapa de
maturidade que não extingue o tempo das descobertas e da alegria de desfrutar a
existência. O que torna esse processo um fardo para muitos é o medo das
limitações impostas pelas perdas do organismo. De fato, quanto mais vivemos,
maiores desgastes físicos impomos às nossas estruturas orgânicas. A pele perde
gradualmente o frescor, a massa muscular e os ossos diminuem, enquanto a
gordura corporal aumenta. Os sentidos antes aguçados agora precisam de
artefatos (óculos, aparelhos para perda auditiva etc.). “As áreas mais afetadas
vão depender de como a pessoa viveu ao longo do tempo”, diz o geriatra
Venceslau Antonio Coelho, do serviço de Gerontologia no Hospital Sírio-Libânes.
Exemplo: pele mais envelhecida e com manchas nos idosos que não usaram filtro solar, doença pulmonar e cardíaca nos tabagistas,
colesterol alto, hipertensão e diabetes, naqueles que não adotaram hábitos
alimentares saudáveis, dificuldades para andar, problemas vasculares e
cardíacos nos obesos e sedentários.
Ativar o cérebro
Por outro lado, na ausência de uma pílula mágica que
nos mantenha como Dorian Gray, o personagem do livro homônimo do inglês Oscar
Wilde, jovens no corpo físico, a receita consagrada hoje nos meios médicos
consiste em comer menos, movimentar-se mais, ativar o cérebro, buscar a vida em grupo e perseguir alguma
forma de espiritualidade. Coelho acrescenta a lista repetida como um mantra em
consultas com geriatras: Não fumar, praticar atividade física, ingerir bebida
alcoólica com moderação, controlar o estresse, buscar uma alimentação saudável
e ter vida social. Solidão, portanto, é um fator que depõe a favor de um
envelhecimento mais rápido. “É importante seguir estudando algo que sempre quis
e não teve tempo ao longo da fase adulta, reinvestir em sonhos e desejos que ficaram
esquecidos. É não deixar a mente envelhecer”, afirma a psicanalista Dorli
Kamkhagi, autora do livro Psicanálise e velhice: sobre a clínica do envelhecer
(Editora Via Lettera). Pesquisas já consagraram, em experimentos com roedores,
que o cérebro ativado funciona melhor na maturidade. Leituras, conversas, jogos
e palavras cruzadas são potentes estímulos para os neurônios. Venceslau Coelho
lembra, ainda, que “indivíduos com maior nível educacional são menos
suscetíveis a quadros demenciais do que pessoas com baixa escolaridade”. Há
cerca de dois anos, uma pesquisa divulgada pelo Massachusetts Institute of
Technology (MIT) descobriu um crescimento relativamente grande nos dendritos
sempre que estas células que compõem o sistema nervoso central eram utilizadas.
Ou seja, quanto mais o cérebro trabalha, ativa mais neurônios, em um processo
dinâmico.
Comer menos e malhar mais
Estudo realizado desde 2002 pelo National Institute
on Aging, nos EUA, confirma os efeitos dessa prática. Os pesquisadores
concluíram que “comer menos” limita os danos provocados pelos temidos radicais
livres. Esses elementos nocivos são produzidos pela conversão dos alimentos em
energia que alimenta nossas células. Outro grupo de pesquisadores, da McMaster
University, no Canadá, demonstrou na década passada que o envelhecimento
muscular pode até ser revertido se a prática de atividade física for frequente. “Após os 30 anos, o
corpo humano tende a perder 10% da massa muscular a cada década, e a única
forma de evitar isso é fazer uso constante dos músculos. Com relação ao físico,
o lema é ‘usar ou perder’”, comenta a psicoterapeuta Ana Carolina de Oliveira
Costa, mestre em Envelhecimento e Sexualidade pela PUC-SP. A atividade física
melhora não só a capacidade aeróbica, mas também a massa muscular, que vai
diminuindo gradualmente, com o avanço da idade.
Fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/saiba-como-combater-o-envelhecimento-com-saude/2128/
- Texto: Stella Galvão/ Foto: Shutterstock/ Adaptação: Letícia Maciel
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