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domingo, 1 de junho de 2025

As trezenas começaram


No derradeiro de maio, com a coroação de Maria, já tem outra serventia a devoção dos ceboleiros: voltar-se ao padroeiro, O Santo de Pádua e de Lisboa, que não larga ninguém à toa, sem uma graça alcançada.

 

Já no fim da madrugada, do derradeiro de maio, ainda sob o novalho, o céu clareia de fogos, que anunciam aos povos o início das trezenas. O povo todo encomenda vestes novas, vistosas, ou compra nas muitas lojas as roupas para a festança. Da procissão às danças não repete uma só. O comércio fica melhor e a economia gira... Chega a se fazer fila onde o preço é menor!

 

As casas se preparam com pintura na fachada, as ruas são enfeitadas de bandeiras e de dizeres; na feira há fregueses que encomendam canjica, pamonha e manauês, só para, no dia treze, se vê a mesa repleta, bem farta, na medida exata, para a todos acolher.

 

Santo Antônio é Tradição! É fé e devoção misturadas à emoção de conviver, de conversar, de acolher, de reencontrar, de matar a saudade... É uma oportunidade de fervilhar a cidade, reavivar a fé, aquecer a economia, pois chega até mudar a fisionomia da gente bela serrana que, durante duas semanas, mostra sua alegria.

 

Este ano, o inverno retardou, e a fartura vai ser menor, mas a fé nos acompanhou, e a Graça será maior. O Santo franciscano vem nos abençoando, desde o comecinho. Já é longo o caminho: trezentos e cinquenta anos! Se eu não me engano, muito mais está por vir! Desde que principiou a fugir da Igreja Velha para cá, que demonstrou gostar deste pedaço de chão, a ponto de ser o guardião de toda a gente serrana... É o Patrono de Itabaiana a quem amamos de coração.

 

A igreja fica repleta de uma porção dileta do Santo casamenteiro: encalhadas fazem promessas; viúva nova se interessa; divorciados também insistem. Os devotos não desistem de arrumar seu par perfeito, um amor do seu jeito, do modo que lhe convém. Desse, só o Santo tem certinho para cada um. Se ficar solteiro algum, talvez, no ano que vem, apareça seu alguém, muito melhor do que nenhum.

 

Viva Santo Antônio!

 

Jerônimo Peixoto