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domingo, 8 de janeiro de 2017

7 alimentos futuristas que você provavelmente vai comer em 30 anos

No ano 1000, as pessoas definitivamente não compreenderiam a ideia de comer um Dorito. A alimentação é uma coisa que muda com o tempo e, dadas as preocupações atuais, nossa comida deve ficar muito mais estranha.
A pesquisa científica não nos traz apenas opções de alimentos mais convenientes e mais baratos, como também a esperança de superar questões de sustentabilidade.
A indústria da carne, por exemplo, desempenha um papel enorme na mudança climática, uma vez que uma boa parte das emissões de gases de efeito estufa vem do setor agrícola (o metano liberado por bovinos é prejudicial).
Enquanto isso, a população da Terra cresce rapidamente, e não sabemos como alimentar os 9 bilhões de pessoas que estarão habitando o planeta em 2050. Entre as soluções propostas para um futuro não tão distante, estão:

Insetos
Cerca de dois bilhões de pessoas já se alimentam de artrópodes, mas comer insetos não é uma coisa comum no Ocidente.
Isso provavelmente terá que mudar. Vamos ter que nos acostumar com grilos, gafanhotos e minhocas. Enquanto os dois primeiros são ótimas fontes de proteína, as últimas são boas fontes de gordura dietética.
Então, melhor um grilo que um pedaço de boi? Talvez. Um estudo do ano passado descobriu que os grilos alimentados com dietas de baixa qualidade não cresceram tanto quanto os que receberam dietas de maior qualidade, semelhantes às que os fazendeiros alimentam o gado. Mas outros insetos podem ser melhores. A mosca soldado-negro não sofreu este mesmo problema, e produziu proteína de forma mais eficiente.
Insetos supostamente tem um gosto muito bom quando preparados adequadamente, mas uma aceitação mais ampla provavelmente exigirá a superação de tabus culturais.

Carne de laboratório
Empresas como Memphis Meat e Mosa Meat também querem superar nossos problemas de gado, padronizando células-tronco em tecidos animais e usando esse tecido para fazer carne sintética.
Um estudo de 2011 publicado na revista Environmental Science and Technology descobriu que a carne de laboratório gastaria 7 a 45% menos energia, geraria 78 a 96% menos emissões de gases de efeito estufa, e necessitaria de 99% menos uso do solo do que a carne produzida convencionalmente.
Provavelmente vai demorar de 10 a 20 anos até vermos carne sintética nos mercados, mas alguns querem agilizar o processo. O cientista Mark Post crê que sua companhia pode começar vender o produto em apenas alguns anos. Suas primeiras amostras foram consideradas “comestíveis, mas não deliciosas”. Ele está trabalhando para melhorar o seu sabor agora.

Cultivo de peixe
Além das questões mencionadas acima sobre as emissões de gases do efeito estufa, a criação de gado também ocupa muita terra e necessita de um monte de alimentos para os animais. Os peixes requerem uma quantidade bem menor de alimento para gerar a mesma quantidade de proteína.
A sobrepesca é uma grande preocupação, mas um estudo recente descobriu que práticas sustentáveis, como limites de captura, poderiam aumentar os estoques de peixe até 2050.
Se melhores práticas de pesca comercial forem implementadas e combinadas com avanços na aquicultura ou na piscicultura, vamos ter mais peixes para substituir a carne vermelha de nossos pratos.
Em 2011, a agricultura atingiu um marco histórico quando o mundo cultivou mais peixe do que carne bovina pela primeira vez. Esse quadro ainda não mudou.

Frutos do mar falsos
Se estamos cultivando carne em laboratório, por que não fazer isso com frutos do mar também?
Pesquisadores da NASA criaram filés mergulhando músculos de peixe em soro bovino fetal, um processo usado pelos fabricantes de carne sintética também. Outra empresa, New Wave Foods, está tentando criar camarão sintético usando algas vermelhas.
Ainda não sabemos se estes produtos “falsos” de fato podem resolver nossos problemas de recursos naturais. “Acho que faz muito mais sentido dizer que isso poderia ser um bem de luxo”, disse Oron Catts, diretor da SymbioticA, um centro de pesquisa em biotecnologia da Universidade da Austrália Ocidental.

Algas
As microalgas, como outras plantas, se alimentam do dióxido de carbono na atmosfera.
Um estudo de 2013 descobriu que estas pequenas criaturas verdes produzem uma série de proteínas, gorduras e carboidratos que são uma boa fonte de nutrientes em produtos alimentares.
Uma pesquisa mais recente concluiu que algumas espécies de algas continham bastante ácido graxo ômega 3, bem como outros ácidos graxos que poderiam promover uma boa saúde cardíaca.
Dadas todas as vantagens, elas podem se tornar muito mais frequentes nos nossos pratos.

Alimentos geneticamente modificados
A modificação genética já faz aparições comuns no milho, soja, canola, beterraba, batata e outros vegetais, principalmente para conferir resistência a herbicidas ou pesticidas para que insetos e ervas daninhas não destruam as colheitas.
 Mas por que parar por aí? A nova ferramenta de edição de genes CRISPR/Cas-9 permite que os cientistas alterem os genomas das plantas com incrível precisão. Os pesquisadores a usaram para produzir maçãs que não escurecem, batatas sem feridas e porcos resistentes a vírus.
Apesar do tabu envolvendo modificação genética, esses alimentos são seguros.

Alimentos impressos em 3D
Alimentos impressos nas modernas máquinas 3D podem economizar tempo e oferecer uma opção saborosa e fácil de comer para pessoas idosas que sofrem com dificuldade para engolir.
A NASA já investiu na pesquisa de alimentos impressos em 3D em gravidade zero, para que os astronautas possam “cozinhar” nessas missões espaciais. [Gizmodo]